domingo, 30 de dezembro de 2018

À espera


“Armai-vos uns aos outros” I
A partir de Fernando Brito, no Tijolaço, concluímos: em tempos de ocupação evangélico-pentecostal do poder em dimensão castrense tornou-se possível a releitura bíblica, com “Armai-vos uns aos outros” como nova forma de proclamar o ‘amor ao próximo como a ti mesmo’.

O presidente eleito já anunciou que – sem qualquer discussão técnica – vai, por decreto, facilitar o porte de armas.

A indústria bélica exulta. A bandidagem idem.

Detalhe I: em cada 10 armas encontradas em poder de bandidos SETE tiveram origem em aquisições autorizadas.

Detalhe II: 13.867 cartuchos foram roubados do Exército somente no ano passado.

Como o Diabo gosta!

“Armai-vos uns aos outros” II
E para coroar, caso aplicada a sugestão do General Guilherme Theophilo para disponibilizar armamento pesado para as polícias podemos concluir que o Diabo não gosta, porque tende a perder a hegemonia sobre o Mal.


Entre a vila e o forte
A propósito do que anotamos na edição passada (23/dez), em torno da proposta do General Guilherme Theophilo de criar vilas militares, nos vem o seguinte raciocínio: para o militar  os pares das polícias civis e militares estão muito expostos onde moram, ao lado de criminosos e portam-se acovardados, sem mesmo poder usar a farda.

Sob essa premissa uma indagação: e as famílias de militares concentrados em um só espaço não ficariam mais vulneráveis a ataques de bandidos contra membros da corporação?

A resposta lógica seria sim. Mas – sempre um mas – não podemos esquecer de uma promessa de campanha do presidente eleito: armar a população para enfrentar o crime e se defender.

Imagine o leitor uma vila residencial de policiais armados. Não será ‘vila’, mas ‘forte’.

Como fica flagrante que a proposta não corresponde à efetiva proteção de policiais e familiares, resta concluir com o previsível: financiamento subsidiado. Alimentando mais uma manifestação do triunvirato conceitual que rege este país desde priscas eras: compadrio, patrimonialismo e corporativismo.

Leia
Mensagem da AEPET enquanto algo da Petrobras ainda nos pertence.

Tempo de caça ou de guerra
Não sabemos qual. Mas os tempos anunciados pela retórica dos vencedores não refletem nada além de guerra aos inimigos ou perseguição idem. 

É a análise de Tereza Cruvinel, aqui disponibilizada através do Conversa Afiada.

Sem resposta
Entre as muitas perguntas sem resposta aquele estranho atentado cometido por Adélio, sob avaliação de Sérgio Saraiva, no GGN.

O nome do plano I
Famoso o título “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco.

Nome, encontra significações várias, da antroponímia (o dado à criança para identificação em sociedade) à designação de uma classe de coisas, pessoas, animais etc.

Plano, abordado em nível de conceito, traduz intenção ou projeto. Significa toda construção de ideias que podem ou não ser postas em prática.

Os governos em sede de ação exercitam planos. O estado traça planos de médio e longo prazos para que a ação governamental os materialize.

No Brasil, qualquer do povo sabe bem o que significa ‘plano’. De estapafúrdios alguns, inclusive, tentando salvar a pátria de tacão.

Mas, nesse instante singular onde não se tem um plano que traduza o governo entrante, tudo no plano das especulações, já sinaliza, segundo a turma que não perdoa, o seu plano maior, para a área econômica, experimentado durante décadas pela família do eleito: o Plano Fabrício. Como o denomina/sugere Fernando Brito, no Tijolaço.

O nome do plano II
Registra Gilberto Dimenstein que “Bolsonaro está começando seu governo no estado em que outros presidentes acabam”.

No momento tem um plano para enfrentar a situação: Haddad, PT, Lula.

Não sabemos até quando o plano funcionará ou se as fake news que o elegeram conseguirão a proeza de esconder os escândalos que subirão com ele a rampa do Planalto.

Ignorância e/ou subserviência I
A ignorância sobre o que acontece no país tem levado – o que não é surpresa para quem se negou a discutir e a debater propostas e projetos durante a campanha – o governante eleito a declarações que transitam do simplório à absoluta desinformação sobre a realidade do país e de sua gente. Acaba de anunciar, com pompa e circunstância, como “muito bem encaminhada” uma parceria com o governo de Israel em projetos para dessalinização de águas no Nordeste.

Registre-se que, em nível de tecnologia, o país tem domínio para a implantação do sistema. O que sempre o inviabilizou é o alto custo. Razão por que outras iniciativas e projetos encontram-se em funcionamento no Nordeste, desde 2004. Inclusive a vitoriosa ação de Campelo que levou a 1 milhão de cisternas para aproveitamento das chuvas.

Assim, como já existe tal tecnologia – ou semelhante – para corresponder ao proposto atuando no Nordeste desde 2004 temos a iniciativa como mais uma meta do plano da subserviência a interesses alheios ao Brasil.

Que interesses são esses: água. Israel ocupa a Palestina não só por controle político, mas por água. O Nordeste possui um dos maiores lençóis freáticos do planeta, como também o da Amazônia e parte considerável do Aquífero Guarani.

A já anunciada visita de um ministro brasileiro a Israel em janeiro a um ‘escritório de plantações e patentes’ cheira a negócios escusos e não custa sabermos, dentro em pouco, se a água do sobsolo nordestino dependerá de Israel para ser consumida.

Ou, quanto mais custará ao brasileiro a presença israelense. Em termos políticos e financeiros.

Ignorância e/ou subserviência II
Pagaremos royaltes, sim, caro leitor. Caso não acredite, acomode-se e aguarde a conta chegar.

Apertem os sinos, o piloto chegou
Para Tereza Cruvinel os ‘anos perdidos’ tendem a permanecer. Como biruta de aeroporto, acrescentamos.

E aproveitando a conclusão do artigo, ora disponibilizado a partir do Conversa Afiada, de que cabe apertar os cintos porque “O voo incerto vai começar” recomendamos aos que tenham TV a cabo aquela série Mayday, Desastres Aéreos, da National Geográfic ou Discovery Chanel.

Bastante didática.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Natal em tempos de passar a régua


Passando a régua I
Um Ministro do Supremo Tribunal Federal concede medida cautelar em ação declaratória, reconhecendo valia, em nível constitucional, a dispositivo do Código de Processo Penal.

Militares se reuniram para avaliar a decisão. 

Em videoconferência os integrantes do Alto Comando de uma das três armas disseram estar “observando”.

Fecha o pano!

Passando a régua II
General emite juízo, através do twiter, sobre julgamento do STF: "[...] a atitude unilateral contrária a uma decisão colegiada é uma demonstração de indisciplina intelectual e de escárnio ao STF e à sociedade brasileira. Marco Aurélio Mello merece cassação!"

Fecha o pano!

Passando a régua III
Nada mais precisa para ser mantida a ameaça de um dos filhos do presidente eleito: por os tanques na porta do STF antes da posse.

Fecha o pano!

Passando a régua IV
Com decisão de Tóffoli, cassando a de Marco Aurélio, escancarada ficou a intervenção militar no STF.

Fecha o pano! E suprime o resto de Democracia (escrita).

Supreminho
Eis o estágio a que chegou o Supremo Tribunal Federal, casa maior das decisões judiciais, guardião da Constituição Federal.

Quando tornou-se, através de muitos de seus ministros, um órgão político-partidário abriu o flanco para ser criticado sob o viés dos interesses político-econômicos deste ou daquele comentarista/articulista, por qualquer insignificância de quem se imagina detentor do poder divino sob a égide da onisciência dos que a arguiram para si mesmos.

E assim todo mundo que o pretenda se torna ávido crítico deste ou daquele ministro sob ‘sua’ compreensão do mundo jurídico.

O que inclui muitos do mundo jurídico que apenas estudaram para passar no Exame da OAB. Que não avalia o pensar jurídico.

Tornado casa de mãe joana o STF não passa de uma corte sem nenhum respeito. 

Quando muito, um supreminho.

O desencanto
Do Conversa Afiada o desencanto do Professor Afrânio da Silva Jardim:

[...] "1) Não mais acredito no Direito como forma de regulação justa das relações sociais.
2) Não mais acredito em nosso Poder Judiciário e em nosso Ministério Público, instituições corporativas e dominadas por membros conservadores e reacionários.
3) Não vejo mais sentido em continuar ensinando Direito, quando os nossos tribunais fazem o que querem, decidem como gostariam que a regra jurídica dissesse e não como ela efetivamente diz.
4) Não consigo conviver em um ambiente tão falso e hipócrita. Odeio o ambiente que reina no forum e nos tribunais. Muitos são homens excessivamente vaidosos e que não se interessam pelo sofrimento alheio. O "carreirismo" talvez seja a regra. Não é difícil encontrar, neste meio judicial, muito individualismo e mediocridades.
5) Desta forma, devo me retirar do "mundo jurídico", motivo pelo qual tomei a decisão de requerer a minha aposentadoria como professor associado da Uerj. Tal aposentadoria deve se consumar em meados do ano que se avizinha, pois temos de ultrapassar a necessária burocracia." [...]
Enrustido I
Emblemático o sobrenome do jornalista que defendeu a implantação de um nacional-socialismo modelo nazista no Brasil: Brasileiro. Vemos nele – a ele, de sobrenome Brasileiro – o enrustido pátrio se manifestando/escancarando quando oportunidade lhe foi dada.

Brasileiro não é o jornalista que pensa ser o nazismo a solução, mas todos os brasileiros que comungam com ele.

Diferentes num ponto, o cearense Brasileiro não é mais um nazista enrustido, mas assumido.

Enrustido II
Depois do ocorrido em torno da liminar de Mello, cassada por Tóffoli, este escriba passa a considerar o Brasileiro cearense como um profeta.

Caótica, que seja, mas premonição.

Huummm!!!
Ilustrado militar, futuro assessor de Sérgio Moro, defende iniciativas do governo desde a aplicação de recursos oriundos da Caixa Econômica e das loterias para financiamento subsidiado de vilas militares para policiais ao uso de armamento pesado pelas polícias.

Subsidiar moradia para policiais será apenas a reprodução de benesses que atendem a juízes e promotores, entre outros. Afinal, o que é um auxílio-moradia que beneficiou a tantos até a pouco?

Há quem questione a pretensão quanto ao armamento pesado. 

Afinal, sem armamento de tal estirpe a polícia brasileira é famosa mundialmente pelo alto índice de óbito “em confronto” (naturalmente com pretos e pobres de periferia).

O detentor da ideia, general Guilherme Theofilo, foi candidato a governador do Ceará, pelo PSDB, obtendo 20% dos votos.

Por este ângulo (do resultado eleitoral) há quem imagine que a ideia do armamento pesado tenha um viés bastante distinto do pretendido.

Pobreza aumenta
Conceitualmente, no Brasil, miserável é pobre. Que ficou mais pobre e miserável em 2017.

Imaginar que renda média de 406 reais estabeleça o mínimo necessário para uma subsistência é zombaria. 

Mas assim são as análises técnicas. Como as do IBGE.

Epifania
E porque é Natal recomendamos ao leitor nossa crônica "Epifania", publicada originalmente no GGN e integrante de nosso livro Portal da Piedade (Via Litterarum). Também na janela CRÔNICAS deste blog.

Boas Festas, ainda que a mensagem, nestes tempos de passar a régua, possa conter uma dimensão sadomasoquista.

domingo, 16 de dezembro de 2018

A cor da moda


Por que vestir marrom
Música dos anos 60, sucesso de Adriana, dizia no refrão: “Vesti azul, minha sorte então mudou...”.

Nestes tempos tão estranhos quanto sombrios o perigo é vestir vermelho, a cor ameaçada em todos os quadrantes de apoio ao governo eleito. Naturalmente para agradar também o fazem os oportunistas.

Nossa orientação quanto ao que vestir, considerando que azul não cai bem ou não traduz o que por aí vem e o verde não combina com quem pretende vender a Amazônia brasileira, amarelo já está saturado e pode dar uma ideia de que está com o eleito, melhor vestir marrom, a cor perfeita para explicar o que tudo aí está.

Ao que parece, a cor da moda. Se a moda pega!

Supimpa!

Mourão à espera
O General Mourão pode ser razinza e delicado como um elefante em loja de cristais quando faz declaração. Mas – ninguém se engane –
sabe o que quer. E mais: pode não perder o salto quando o cavalo passar correndo. Está treinado para a oportunidade que lhe vier.

Não custa duvidar – os que sonharam com um presidente general de linha dura/ditadura – de que sonho esteja prestes a se concretizar pelas vias democráticas que norteiam a singular atualidade desta terra brasilis.

Para o bom entendedor as coisas parecem caminhar para o pretendido por Mourão. Os apoios de sempre, conhecidos desde antes de 1964, já se manifestam. Ainda que veladamente, não tão veladamente.

Como se não bastassem algumas estrelas – não poucas – cintilando em torno do eleito presidente.

O caboclo lá das brenhas lecionará? esse mourão não amarra burro nem cerca.

Quem não sabe rezar
De renato Novai no 247:

"O que impressiona neste momento é que Jair Bolsonaro, que se elegeu com a mesma agenda e narrativas de Jânio e Collor, vive antes mesmo de sua posse um desgaste tão grande que sequer terá a famosa lua de mel, que quando curta, dura até a semana santa.

O bate-cabeças no PSL, partido do governo, as caneladas do general Mourão no presidente e em seus filhos, a dificuldade em criar uma base para eleger os presidentes da Câmara e do Senado e a nomeação de uma série de ministros inexpressivos e caricatos, indicam que Bolsonaro começa seu mandato já com cheiro de mofo.

Em começo de mandato, governantes costumam ter paz e capital político para se impor. Mas isso não está acontecendo com o futuro presidente. Ao contrário, ele está completamente perdido e já começa a ser visto como um estorvo a ser retirado do cargo."

Nada a acrescentar. A não ser um pouco da sabedoria popular: quem não sabe rezar, xinga Deus.



(Não)Diplomacia
Aviso nada velado: apoio da Rússia de Putin à Venezuela mais que à Venezuela fala ao Brasil.

E por falar em Putin, também a Europa de Angela Merkel (Alemanha) a Emannuel Macron (França) já mandou os seus recados, de negócios com o Mercosul ao Acordo sobre o clima.

O clima não anda bom. Também lá fora.

E o homem ainda nem tomou posse!

Nem o sangue escapa
Nestes tempos obnubilados, sombrios, tudo que contenha vermelho se torna perigoso. A covardia e a subserviência cuidam de aprimorar.

Desta vez não aquele shopping que vestiu Papai Noel de marrom, em Salvador da Bahia de Caymmi e Jorge Amado. 

O Ministério da Saúde trouxe a cor da merda para uma faixa de campanha contra a AIDs. 

Queremos crer que para entra na onda ou na cor da moda.

Detalhe: a cor e a criação da campanha não pertencem a  brasileiros, muito menos a petistas ou por eles influenciado. Mas por artistas estadunidenses nos idos de 1992.

___________
Da redação: a reprodução acima é de Guilherme Amado/O Globo



domingo, 9 de dezembro de 2018

Zaratustra em meio a provocações, miséria e incendiários


Assim falou Zaratustra
“A cada dia que passa, a cada declaração dos filhos, dos Ministros da cota dos Bolsonaros, mais nítido fica a falta absoluta de condições de governabilidade. Já se abriram as comportas do escândalo, apesar de todo antipetismo da mídia e do tempo de carência com que, geralmente, se trata um novo governo.
Dependendo do ritmo dos escândalos, será inevitável o enquadramento final de Bolsonaro, obrigando-o a afastar os filhos e a reduzir a máquina de falar besteiras. E, pelo fato de ser o único centro de racionalidade do governo, cada vez mais os militares assumirão poder.” 
Acima falou Luiz Nassif.
Para nós há no ar um cheiro de gasolina encharcando a casa (país) e muitos já riscando o fósforo.
Cutucando com vara curta
Na sua disputa comercial com a China os Estados Unidos de Trump mandam o Canadá prender e extraditar uma executiva chinesa, da Huawei.

O governo daqui anuncia alinhamento com os Estados e criticam a China.

Detalhe no particular da prisão, a partir de dados levantados pelo Conversa Afiada: a Huawey é a maior produtora mundial de equipamentos para telefonia e a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações nesta terra brasilis. É a segunda maior produtora mundial de celulares, líder mundial em inteligência artificial. Tem uma fábrica em Sorocaba com 3 mil funcionários.

Imagine se o ‘alinhamento’ resulta em retaliação!

Essa gente está dando uma de cutucar o dragão com canivete.

Os depósitos chineses em dólar americano nos Estados Unidos beiram 4 TRILHÕES de dólares.

Incendiário internacional
Temeu-se Trotsky, Rosa Luxemburgo. Hoje cabe temer o clã do presidente eleito.

Pelo menos para os negócios internacionais do Brasil.

Retrato destes tempos
O vermelho tornou-se cor altamente perigosa nesta contemporaneidade. Haja vista o que fez um shopping, em Salvador. Dispensaram-no até do velhino da Lapônia.

Papai Noel veste azul e marron, no Brasil. Porque lá fora continua vestindo vermelho. 

Inclusive nos Estados Unidos. Onde o vermelho é a cor do Partido Republicano.

No entanto, louve-se a iniciativa do Papai Noel vestido de marrom. Traduz, pela cor, o que podem pensar seus marqueteiros sobre o que vem para o país a partir de janeiro: merda. 

Provocando
Ainda que não o seja, a indicação de uma médica que vaiou cubanos para o ocupar o Mais Médicos cheira a desafio desrespeitoso.

Coisa que vai marcando o futuro governo. Antes de (mal) começar.

Lembrando Pessoa
Mente tão descaradamente que chega a dizer que é mentira o que sai de sua descarada mente.

Unha e carne I
Não há aquela de “quem te viu, quem te vê!” quando se trata de católicos carismáticos em relação a protestantes. Afinados andam há tempos, desde os anos 70 quando iniciaram suas práticas imitando o que praticavam os pentecostais protestantes.

Deram de retomar a prática da “venda de indulgências” e só não comerciaram ‘lascas’ da cruz de Cristo porque os liderados de Edir Macedo já haviam esgotado o estoque. Mas, não faltam água e areia do rio Jordão.

A existência de Jair Bolsonaro – candidato e presidente eleito – traduz em plenitude a aliança de convicções e princípios entre uns e outros.

Bonito seria caso o fundamentalismo não os norteasse. 

Unha e carne II
Elegeu-se amparado não em propostas e projetos para o país. Tanto que se negou a discuti-los porque não tinha como, tampouco saberia, explicar o que nem mesmo sabe. 

Mas elegeu-se, sustentado naquela constelação do que “sou contra tudo que aí está”. Como símbolo disso se apresentou, e convenceu, de que era inimigo do sistema, um homem incorruptível, defensor da família, homem de palavra, que nunca mente. 

O messias concebido no imaginário dos desencantados, desassistidos e vilipendiados.

Um mito tornou-se, exemplo a ser seguido.

Nem tomou posse e descobrem que a corrupção mora em sua casa, que parece ser corrupto (ou os seus, que tanto elogia), que mente quanto posto diante da verdade.

Na verdade, tudo igual aos tantos criticados. Não mais resta nem o mito. 

A não ser nos bolsões do dogma fundamentalista que dele se aproveitam.

Em tempos de Natal
Mais 470 mil crianças de 0 a 14 anos entraram na linha de miséria somente no ano passado, segundo o IBGE. No total já são 5 milhões.

“Das 470 mil crianças que entraram na miséria no país, 271 mil estão no Nordeste. Somente na Bahia foram 109 mil jovens a mais na miséria. Em Pernambuco, a pobreza extrema entre crianças de zero a 14 anos cresceu 14% - 52 mil crianças a mais. O único Estado nordestino que não teve piora foi a Paraíba.”

“Das demais grandes regiões do país, o número de crianças miseráveis aumentou fortemente no Centro-Oeste (41%) e no Sul (21%). Apesar dos percentuais expressivos nessas duas regiões, elas apresentam as menores proporções de crianças vivendo com no máximo US$ 1,90 por dia - 6% e 4%, respectivamente. Mesmo assim, os dados surpreendem porque o agronegócio tem peso relevante na atividade econômica dessas regiões e foi responsável pelo crescimento da economia brasileira em 2017.”

Beatificação
Considerando a compreensão de Sérgio Moro para com Õnix Lorenzoni e seu confessado caixa 2, sua omissão em relação ao que já chamam bolsonarogate, muito certamente o Ministério das Relações Exteriores e o Itamaraty clamarão ao Vaticano, a partir de janeiro de 2019, em razão da postura milagrosa, a beatificação do ilustrado Ministro da Justiça como o santo padroeiro dos aliados arrependidos. 

Quando janeiro vier
O título deste rodapé parodia o filme Come September (1961), Quando Setembro Vier, na versão brasileira.

Sete foram os presos na operação, deputados estaduais como filho do futuro presidente, do assessor que deu 24 mil à futura primeira-dama.

Corrupção teria sido o motivo das prisões. E o dinheiro do policial motorista teria origem lícita se questionados os valores que movimentou pelo COAF?

Quando janeiro vier tudo será esquecido. E PM, mulher e filha, antes assessores de pai e filho Bolsonaro, tendem a ser assessores ‘para assuntos especiais’ do novo presidente.

Mas, quando janeiro vier o passado será esquecido. 

E, no fim, quem apuraria os fatos? Moro, para quem, naturalmente, a denúncia não vem ao caso... por ausência de Lula/PT e quejandos.

Aguardando
Considerando aquele power point de Dallagnol para Lula, sustentado em ‘convicção’, com o mínimo até agora divulgado do bolsonarogate dá para imaginar uma tremenda exibição em rede nacional muito melhor do que aquele feito com o do Luiz Inácio.

Aguardando. Porque paciência há... só esperar!

Próximo dia 12



segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Convite para lançamento

Aos amigos
Imensa alegria em recebê-los, no próximo dia 12, no SARAU do Goethe, no Corredor da Vitória, em Salvador



domingo, 2 de dezembro de 2018

Falando de anões


A cagada
Não se trata de culinária sertaneja ou do vai-e-vem que norteia a atual realidade brasileira. 

Mas da besteira cometida por um destes que se imaginam na crista da onda puxando o saco de estadunidense, de presidente a auxiliar de embaixada, achando que cria condições internacionais para seu país.

A Argentina acaba de mostrar quão idiota se faz no comércio internacional.

Melhor ler o que diz o Página 12 (jornal de lá).

Detalhe: em razão da posição ainda mais anã do Brasil, a Argentina assume o protagonismo em negociações do Mercosul com a Rússia.

Fim do mundo
Nunca imaginamos que, em meio às experiências por que passamos,  chegássemos ao que estamos vivendo. Mais grave, na seara do fundamentalismo, da pretensão ao controle de ideias.

Ainda que sem entrarmos no mérito da questão espanta a iniciativa do Ministério Público de Minas contra o Colégio Santo Agostinho para que indenize por "situação de risco", o que entendem Suas Excelências qualquer discussão de gênero, não a abordagem, que passam a denominar de "ideologia do gênero", como denunciado pelo Brasil 247.

Mais espanta pelo fato de ser a escola acionada uma instituição vinculada aos valores defendidos e difundidos pela Igreja Católica e o catolicismo.

O nível
Melhor diríamos: o baixo nível a que chegam alguns intérpretes da lei  porque vivemos a era "da lei" e não "do Direito"  inclusive da Constituição, está embutido no ridículo questionamento ao indulto de Natal concedido ano passado pelo interino tornado presidente.

Agora, que a maioria do STF o considera constitucional, não falta quem indague se uma cautelar deferida contra o mérito pode produzir efeitos depois de este mérito sucumbir.

Seria bizantinice se não fosse burrice argumentativa.

O surrealismo decorrente de tal ‘burrice’ encontra singular exemplo de Lênio Streck: “É como se alguém estivesse preso por prisão cautelar e o Plenário julgasse procedente o pedido de habeas corpus... e ainda assim a prisão cautelar se mantivesse.

A não ser – e não se ponha em dúvida tal argumento à luz da contemporaneidade brasileira – que para ditas mentes indigentes tiradas a inteligentes (obrigado Stanislaw) uma cautelar judicial tenha passado a gerar efeitos típicos de Medida Provisória editada.

Currículos
Não basta a singular insustentável leveza de suas ideias no quesito convicção em torno do que seja governar um país, e, mais particularmente, aquele para o qual foi eleito.

Nunca se cobre do eleito em torno disso. Afinal, nesse aspecto, nunca falseou suas ‘convicções’ e ‘princípios’, tanto que em torno deles sempre os expressou às claras.

Em sua carreira parlamentar – nada curta – não se conhece um projeto seu que dignifique o exercício da atividade parlamentar.

Nunca tão às escâncaras a qualidade e a pretensão ficaram. Olhar rápido que seja não traduz a menor confiança no anunciado pelo presidente eleito.

Para coroar, algumas indicações cheiram a sangue fresco, por aquilo que dizem ser, acreditar e pretender fazer.