domingo, 25 de junho de 2017

Apocalíptico

Temos trilhado por entre fábulas e saias justas, pessimismo, palhaçadas e desgoverno, buracos profundos, confissões, até pelo Latim (miserere nobis) porque o idioma pátrio já não atende aos reclamos da realidade, a tantas coisas mais, a ponto de o leitor ser chamado à conclusão muitas vezes. É que estamos num país de tristes figuras, perdido entre a verdade por ser encontrada, entre guerras e batalhas, sob o clima de rupturas, que caminha a passos largos por utopias, samaritanos, listas e venenos em meio a indigências entre dois países que não se encontram, perdidos entre remunerações e quebradeiras, escondendo em gargalhares e ironias o domínio da mesquinhez na triste sina de ser Brasil, tentando fugir dos tempos de necrológio da existência entre a tragicidade e a idiotia, caminhando para chamar Moreira César, o corta cabeças, como expressão governamental, pois este é o por vir que nos impuseram por ser esta terra o peru da vez a enganar os novos sinais da fome, as reações ou insatisfações em faniquito; afinal, o crime compensa, está demonstrado, caminhando – como caminhamos – para o começo do fim, de beiradas ou asas quebradas, pouco importa. Descendo a ladeira estamos, desde que consolidado o golpe.

De outubro/2016 a este junho que finda, os títulos (em itálico) que alimentam o parágrafo de abertura deste editorial dispensam avançar até maio daquele ano, porque nada a ser acrescentado a uma nação destruída em valores e instituições.

De lá para cá profundou-se escrever sobre o Brasil como exercício de fuga a um lugar comum: denúncias que se  sobrepõem, ilustrando a roubalheira escancarada comandada por um interino tornado presidente, anunciado como chefe de quadrilha.

Mas não reside aí a marcha dolorosa. A profunda agonia persiste porque posto o ‘chefe’ o foi para que se realizasse o butim, que se tornara não suficiente no período dos governos imediatamente anteriores. Ou, como anunciado por tal gente (santa de pau oco), porque novos atores ocupavam a cena. O detalhe, então, passa a residir na comparação entre o antes e o depois, dispensado o pós-depois (do interino).

Ainda que os atores dos desmandos, em parte considerável, agissem a partir de tempos mais imemoriais (disse-o Machado, desde 1946) buscou-se a criminalização de um bode expiatório (que deu causa por acreditar que sendo igual não seria alcançado). Ocorre que sobre o bode lançaram tudo, desde Roma. E as merrecas, em termos comparativos, tornaram-se fortunas incalculáveis, ainda que diante de bilhões santificados.

Certo que as visíveis contradições não mais enganam. Não há como acreditar que outros não sejam os motivos que sustentaram – e sustentam – o golpe.
No mais, apenas aprofundamos perdas: da identidade, dos referenciais étnicos, sociais e nacionais. Estamos vivendo a imposição de aprender a não nos conhecer. Nióbio, terras, Alcântara e a Arábia Saudita do pré-sal estão indo pelo ralo.

E já não nos basta um interino tornado presidente levando ao exterior o ridículo de sua desmoralização – e na esteira dela o Brasil – porque além da queda vem coice.

E acabamos de saber em torno do domínio que sobre nós ocorrerá através do controle da informação aprofundado em nível de globalização/neoliberalismo. A crise financeira da Globo levou-a a coadjuvância da Vice Media – deu no The Wall Stret Journal – canadense radicada nos Estados Unidos, que editora conteúdos para jovens.

O fato se encontra comentado/analisado pelo professor Pedro Augusto Pinho, no Conversa Afiada. Simplesmente apocalíptico. 

Precipitado o retorno à escravidão e ao colonialismo, que aguarda as próximas gerações.

Só nos falta Debret.

Nada mudou
Sociedade forjada à sombra da escravidão – afirma-o Jessé Souza em entrevista a Carta Capital. Autor de A Ralé Brasileira (2009), A Tolice da Inteligência Brasileira (2015) lançará A Elite do Atraso – da Escravidão à Lava Jato, analisando o comportamento brasileiro, em relação à escravidão, sob um conceito científico, para explicar o processo desenvolvido na terra brasilis, ilustrando:

“Como essa herança nunca foi refletida e criticada, continua sob outras máscaras. O ódio aos pobres é tão intenso que qualquer melhora na miséria gera reação violenta, apoiada pela mídia. É o tipo de rapina econômica de curto prazo que também reflete o mesmo padrão do escravismo.” 
Males de antes, males de hoje.

Cansativo
Não fora imperiosa necessidade de contrapor-se ao lawfare que insiste em ser Lula o dono de um apartamento no Guarujá estaríamos cansado(s) de ouvir o lenga-lenga da Lava Jato em torno do tema.

Lula não é dono versus Lula é dono, eis a questão.

Desmoralização
O país está desmoralizado perante o cenário internacional. Ninguém o respeita. Os prejuízos se avolumam. Seu Judiciário é alvo de críticas – aqui e lá fora.
Uma revista semanal – pródiga em obter vazamentos – antecipa a condenação de um juiz  a Lula em 22 anos.

Caso alguém pergunte se há prova(s) nos autos tenha a consciência de que em país desmoralizado, com juiz fazendo política partidária, prova judicial é coisa de somenos.

Ecce homo
Recebido por um vice-Primeiro-Ministro, na Rússia; um único jornalista, iniciante, acompanhndo seu discurso na Noruega (onde ouviu sobre cortes de investimentos no Brasil); recebido pelo chefe interino do Cerimonial e do comandante da base aérea local, onde anunciou que se encontraria com o “rei da Suécia”, ainda que estivesse na Noruega.

Eis o interino! Eis o homem!

Aos estudiosos
Em nós nenhuma pretensão aclamatória, mas tão somente a de disponibilizar uma peça de natureza jurídica sobre um tema que pode alcançar pessoas vizinhas bem próximas de nosso escritório, disponibilizada no Empório do Direito.

Quiá-quiá-quiá...
A gaitada – forma como dita pelo interior aquela risada gostosa e gozadora – começa a ficar desmoralizada, tanto se repetirá. 

Começa com o interino tornado presidente processando o colega de infortúnio/ladroagem Joesley Batista.

Voyerismo
De Eugênio Aragão a Dellagnol, aqui, com carinho, que anda faturando com palestras.

Confisco programado
A materializar-se a pretensão de Meirelles não tardará o confisco de parte do FGTS para garantir o pagamento aos rentistas. 

Em outras palavras: tirar do trabalhador para beneficiar a especulação financeira.

Nunca esquecemos
É pessoal, mesmo! Nunca esquecemos uma certa matéria de um esculachado grupo com programa televisivo. Nunca esquecemos a humilhação a que foi levada nossa querida Itororó em nível nacional. Nunca esquecemos da indagação naquele instante: quem pagou?

A senadora Kátia Abreu denunciava, à época, o que estava acontecendo: uma brutal concentração em detrimento dos pequenos, promovido por grandes grupos, o que viria a sacrificar, inclusive, toda a cadeia produtiva.

Itororó cometia o crime de abater entre 800 a 1.000 reses semanalmente, tirando da JBS, instalada em Itapetinga, a sanha por concentrar em suas mãos todo o abate regional e brasileiro.

Acompanhe a política de "terra arrasada" causada pela JBS, na leitura viabilizada pelo GGN.

Que atingiu Itororó.

domingo, 18 de junho de 2017

De fábulas a saias justas

Para análise I
A Karl Marx atribui-se a profecia: o capitalismo sucumbirá a suas próprias contradições. O estopim residiria na circunstância de socializar a produção (Capital + Trabalho) e concentrar a distribuição do lucro (obtido com parcela do Trabalho, pela mais-valia, teoria elaborada bem antes de Taylor desenvolver o sistema assegurador da produtividade, que fez ampliar aquela). 

Tal afirmação nem mesmo previa a substituição/apropriação do capital produtivo pelo financeiro/especulativo, na contemporaneidade do Neoliberalismo, tampouco vislumbrava o surgimento das novas tecnologias, incluindo a robótica. 

Nestes sombrios tempos em que o Neoliberalismo é a expressão do próprio Capital ler a entrevista concedida por Antonio José Avelãs Nunes a Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada) ilustra a compreensão do estágio a que chegamos.

E o Brasil, mais do que nunca, no contexto.

Para análise II
Aos advogados e estudantes de Direito destacamos: "Para sairmos desta caminhada vertiginosa para o abismo, é necessário evitar que o mercado substitua a política, que as 'leis do mercado' se sobreponham aos normativos constitucionais e que o estado democrático ceda lugar a um qualquer estado tecnocrático".

Sob esse condão, o significativo papel do julgador/Judiciário em compreender o que de 'mercado' foi inserido no ordenamento jurídico e fazer sobrepor o princípio da primazia do Homem sobre aquele.

Luz
Ainda que um voto revisor, surge luz no fim do túnel. Enfrentar a pressão midiática – que tem no PT o pai de todas as desgraças no país – e afirmar em voto que o juiz Sérgio Moro condenou Vacari Neto sem provas, apenas na base de delação, é sinal da existência de juízes em Berlim.

Do voto do revisor, desembargador Leandro Paulsen, do TRF-4, a absolvição de Vaccari decorreria da falta de provas: 

Nenhuma sentença condenatória será proferida apenas com base nas declarações de agente colaborador. O fato é que a vinculação de Vaccari não encontra elementos de corroboração. É muito provável que ele tinha conhecimento, mas tenho que decidir com o que está nos autos e não vi elementos suficientes para condenação“, afirma o magistrado.

A fábula
Na esteira de O Rei Está Nu esta fábula de Sebastião Nunes, disponibilizada no GGN. A metáfora de uma história sem fim a la Sherazade ou Giovani Boccaccio, até que as razões para conta-la se desfaçam no ar. O que anda muito difícil e imprevisível, tantos os fatos novos a se atropelarem na disputa por aparecer.

Enquanto isso o sultão ensaia a morte de aposentados e pensionistas em vez de esposas e se transformou na própria Peste Negra.

A entrevista I
Uma coisa não bate com a realidade histórica na entrevista de Joesley à revista Época: a afirmação de que fora o PT o organizador do processo de corrupção no país nos moldes em que existe. 

Não se afaste o Partido dos Trabalhadores, no Poder, de ter se envolvido no tradicional sistema de financiamento eleitoral tupiniquim via caixa 2. Isso fica claro desde o dia em que, no imediato da assunção, buscou Marcos Valério – finório agente do PSDB de Minas – para ilustrar ‘cursos’ aos recém chegados.

Demais disso, caixa 2 nem sempre significa corrupção em relação aos recursos, o que alcança todos os partidos.

Outro senão na entrevista se nos afigura esforço para dourar o entrevistador: o raciocínio de que tudo começou com o PT desmente a verdade de Sérgio Machado, de que a coisa rola solta desde 1946. Passando ao largo dos depoimentos de Duque, Cerveró e quejandos estendendo os fatos da Petrobras ao período FHC (lembrar, com Kiko Nogueira, no DCM), incluindo aqueles US$ 100 milhões para o PSDB como propina pela aquisição da YPF argentina e a ansiedade e a gula do PMDB por diretorias na estatal.

E a revista não perdeu a oportunidade de chamar o interino tornado presidente de chefe “da quadrilha mais perigosa do Brasil” na capa da edição.

Enquanto isso vão vivendo dias tranquilos José Serra, FHC, Sérgio Motta (in memorian) etc. etc. 

Porque, dentre estes, o bode expiatório – sem possibilidade de expiação, até agora – é o senador Aécio Neves.

A entrevista II
Joesley é um nouveau riche dentro de poucas centenas de brasileiros, bom aprendiz na linha de Daniel Dantas. 

Não temos esse rapaz como herói ou com alguma importância, além de bandido como muitos desta podre classe dominante que se apropriou do Estado desde os tempos de Colônia.

E que sonha tornar o Brasil novamente uma colônia: dos Estados Unidos. Para onde carreiam o dinheiro que roubam aqui.

Arrumação I
A situação do interino tornado presidente caminha para a insustentabilidade. Só uma coisa efetivamente o motiva a permanecer: evitar a cadeia, no imediato da descida da rampa do Planalto.

O compromisso de entregar o país e destruir a incipiente proposta de um Estado de Bem-Estar Social se torna coisa menor.

Arrumação II
No entanto aí reside o busílis: assumiu para corresponder ao baronato (interno e externo). Sua saída sob o condão de uma eleição direta – coisa que demanda tempo – pode levar esse baronato a ter que engolir sapo, leia-se Lula. O que significa retorno à políticas em razão das quais o PT/Governo foi derrubado.

A eleição indireta sinaliza dias nebulosos.

Há cheiro de parlamentarismo no ar. 

Geddel
O baiano saiu do governo mas não perdeu a evidência.

Judiciário faz parte
Dispensamos comentar. Disponibilizamos a matéria, como publicada. Cremos que os fatos são por demais graves. 

A demonstrar que o Poder Judiciário (no caso concreto, específico, o Tribunal Superior do Trabalho) se imiscuiu no jogo sujo a serviço do capital.

Em termos de decisões monocráticas, posteriormente mantidas por colegiados de 2º Grau, não desconhecemos o tratamento dado ao Trabalho no conflito com o capital, como ocorre em muitos casos.

Mas desconhecíamos a saga de cortes superiores, na pessoa de alguns de seus expoentes.

No caso específico da denúncia contida no texto outro agravante: uma empresa de propriedade de um ministro do STF (Gilmar Mendes) acumplicia a canalhice, custeada/patrocinada por uma empresa privada, a JBS. 

Unanimidade
O interino tornado presidente começou a sua lua-de-mel anunciando a intenção de unir o país. Nem mesmo chegara a um ano já conseguira o proposto: quase a totalidade contra. 

Inclusive pedindo  de forma nada delicada  a imediata saída do salvador. 

Decifra-me ou devoro-te
A (nova) iniciativa de juristas capitaneados por Cláudio Fonteles, ex-Procurador da República, Hugo Cavalcanti de Melo Filho (ex-presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho-ANAMATRA) e Marcelo Neves (ex-membro do Conselho Nacional de Justiça-CNJ) em reiterar o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes no Senado, aliando-o a uma notícia crime junto a Procuradoria-Geral da República e uma representação disciplinar diretamente ao STF levanta lebres muitas.

Sem dúvida, uma saia justa foi posta – e bem justa – no corpinho do STF diante dessa representação disciplinar.

A melhor saída será transferir para o Senado. 

Mas, não tem saída. Qualquer decisão dentro da representação disciplinar abalará a imagem do STF. 

Inclusive a de não decidir.

Festa
E por falar em São João Léo Villanova exibe a melhor surpresa(?) do ano.





domingo, 11 de junho de 2017

De pessimismo, palhaçadas e desgoverno


Nosso pessimismo nem mais existe. 
            Somos apenas a ovelha branca em meio às negras. 
                        Ou vice e versa. 
                                     Em busca de um túnel chamado otimismo. 
                                                Que tenha luz ao fim.

A palhaçada
A Justiça Eleitoral, com o aparato que lhe outorga existir como Poder autônomo, em conteúdos que tenham como objeto o processo eleitoral, somente existe no Brasil. Afirmam juristas ser ela mais uma jabuticaba destes trópicos concentrados em mais de 8 milhões de quilômetros quadrados. Inclusive por exercer funções administrativas e normativas que extrapolam seu âmbito institucional.

A um custo inominável são mantidos cartórios e quejandos vários, juízos e tribunais intermediários e superior, quando tudo poderia ser resumido a uma atuação do Judiciário em geral haja vista o que ocorre em primeira entrância onde o titular da comarca ou de determinada vara cível ou criminal assume a delegação eleitoral. (E nem aqui se fale do custo de as sede brasiliense a um custo de R$ 372 milhões a cargo da ínclita OAS).

Sob seu condão – presumia-se – a lisura dos processos eleitorais e a expressão de Justiça em suas decisões, consentâneas com os ditames de lei. 

O que vimos neste fim de semana (útil) deu a dimensão de quão inútil é o aparato denominado Justiça Eleitoral (autônoma). O que a plebe ignara (obrigado Stanislaw) conhece em searas próximas.

Analisando o mesmo fato um ministro (Gilmar Mendes) assumiu duas posições distintas: aquela defendida pelo interesse em afastar a chapa eleita em benefício do amigo Aécio (2015) e a de manter o golpe, com a manutenção da chapa contra a qual verberara. Da qual já afastada a titular.

Não basta a farsa da proteção judiciária a quem usurpou o poder. Restou a palhaçada fora do picadeiro. Ou, talvez, esteja o TSE se tornando “o picadeiro’. 

Ou nos fazer de palhaços, os que estamos cá na planície.

No mais, a confirmação do que temos dito, na esteira de tantos neste Brasil varonil: o Judiciário faz parte do que ora acontece no – e ao – país. Fazendo jus à casta em que se tornou.

E como tal – através do TSE – o Judiciário acabou de demonstrar, cabalmente, a participação no golpe de 2016. Morrendo abraçado ao criminoso interino tornado presidente.

Há quem o defina como coveiro. 

E quem acrescente: com mania de popstar.

Não há governo
O denominado governo do interino tornado presidente tornou-se tão só expressão semântica. De concreto não existe. Todo alarde em defesa de reformas, como instrumento de assegurar equilíbrio fiscal, já foi por água abaixo. E não poderia ser diferente.

Sem legitimidade, sustentado na mesma base golpista que destruiu o caminho da construção democrática do país, desta (base) não se poderia esperar mais do que realiza: tudo pelo meu pirão.

Muitos senadores e deputados sabem que não retornarão ao Congresso. Perderão a reeleição em 2018. 

Encontrando o clima, terra e adubo como um não-governo tudo se torna festa (para o bolso). 

Os dados levantados por Leila Coimbra e Jamile Racanicci, para o Poder360, mostram o estrago nas contas em razão das benesses distribuídas.

O mais triste – demonstra-o a tabela apresentada na matéria – é ver que o conjunto da obra em nada sinaliza para melhora da atividade econômica. Haja vista o PAC – agora com outro nome – que perdeu a média de 30 bilhões de investimentos nos últimos anos petistas para pouco mais de 3,5 bilhões nesta era de materialização golpista. Ou seja, a infraestrutura não existe como mola propulsora.

O que chamam de ‘governo’, só para arrochar o povo.

Nem a prazo
Falta de emprego leva mais de 26% da força de trabalho ao desespero. E já são 60,1 milhões os brasileiros com nome sujo na praça. Nem comprar a prazo conseguem.

Retorno ao tempo em que pobre só entrava em banco para pagar conta alheia ou reservar vaga na fila.

Sadismo
Estivéssemos sob o signo das taras e patologias sexuais – incluindo as alardeadas como suruba – somente assim poderíamos entender a euforia do desmando promovido pelo interino tornado presidente com a expectativa de crescimento do PIB.

A taxa de ocupação é a menor em 25 anos. O PIB caiu 11% desde 2014. 

Banco Mundial não aceita números da economia brasileira.

A economia real desmente a fantasia.

Preocupante
O estágio a que chega o Judiciário. O que seria último bastião do Estado Democrático de Direito está às calendas.

Dada a importância da fonte disponibilizamos a íntegra da entrevista do Desembargador Rogério Favreto ao GGN, cobrando autocrítica do Judiciário.

A íntegra da entrevista aqui

Ninguém escreve ao coronel
Que lástima! A chanceler alemã Ângela Merckel foi à Argentina e voltou à Alemanha passando pelo México. 

E não visitou o interino tornado presidente!

Que falta o registro de Gabriel Garcia Márquez! Para dizer-lhe que o Brasil está no mapa, não está no mundo.

Só resta a convicção
Somente o superlativo para definir certos titulares do MP/PGR. Como o Dellagnol, que cita a si mesmo 7 vezes (conta de mentiroso) nas Alegações Finais em que pede a condenação (sem provas) de Lula no caso do triplex.

Só resta a Moro – por convicção – condenar Lula com base em Dellagnol.

Silêncio
O Jornal Nacional noticiou, com o estardalhaço de praxe, o indeferimento do pedido da defesa de Lula a Moro para adiamento de uma audiência.

Detalhes vários, incluindo a confissão de que Moro  mais uma vez  violara segredo profissional de advogados, promovendo  mais um  grampo à rede dos profissionais.

O desembargador João pedro Gebran mandou Moro refazer a audiência. Deu razão à defesa de Lula. 

Silêncio de convento de carmelitas no JN.




domingo, 4 de junho de 2017

Teotônio ao cubo

O Brasil está sem saída. Ou só tem uma saída. Sem saída, a permanecer a degradação a que chegaram as instituições e a trágica repercussão na vida dos brasileiros que não integram aquele diminuto percentual da classe dominante. Sob tal condão não há pitonisa que se enfeite a prever alguma coisa para daqui a meia hora. Dentro desse estágio a saída dos que usurparam o poder reside na sua permanência. Até porque para isso tudo foi feito.

Para os que afirmam só haver uma saída esta reside, pura e exclusivamente, na força que sustenta o Estado democrático: reconhecimento/fortalecimento da classe política com o chamamento do povo a decidir através de eleições gerais para o Congresso Nacional e Presidente da República.

Aos que alegam que tal iniciativa violaria a Carta Magna, nela introduzindo emenda para que tal aconteça, a resposta reside na simples constatação: o que está aí violou a Constituição e outra coisa não se faz nesse instante a não ser torpedeá-la haja vista as reformas a toque de caixa sem discussão com a sociedade.

Outrossim, somente ausência de respaldo ou legitimidade, visto que não foi esse o programa no qual confiou/votou o eleitor em 2014.

Particularmente nos filiamos ao rol dos pessimistas. Por não vermos luz no fim deste túnel. 

Sustentamo-nos no fato de que o processo eleitoral pode resultar até em piora (se a tragédia presente pode piorar ainda mais além da programada e em andamento) porque os meios de acesso aos quadros políticos mantém-se viciados e a política tida como vilã maior no imaginário da população não se oferta à avaliações fora do roteiro maniqueísta.

Mas cremos estar naquela hora em que os restantes 300 de Esparta lutam até o fim. Claro que possível derrota na Termópolis tupiniquim não será para sempre, apenas um passo para seguir em frente. Mas o passo que o país precisa dar... E não há quem ande sem dar o primeiro passo.

Se nos faltar motivo, se nos faltar esperança, se nos faltar oxigênio busquemo-los na lembrança de um símbolo, em tempos mais complexos (ditadura), que se faz presente: a do político Teotônio Vilela (1917-1983), que anteriormente marchara em defesa da Anistia e ao tempo das "Diretas Já!" emprestou  imortalizado por Henfil  seu manto/grito ao sonho de ver a Pátria elegendo seus dirigentes. 

Saída há: Teotônio ao cubo!

Mais pior
Dentre os passos futuros, para entender porque não bastam eleições diretas: mantido o atual sistema eleitoral o próximo Congresso será pior – mais pior, como dizem as crianças – que o atual.

Uma Constituinte originária e autêntica se impõe. Não ocorrerá na forma ideal no atual sistema.

Ainda que a crueldade deste sistema faça eleger facilmente quem queira para Senador ou deputado: o desemprego e o subemprego tem hoje 26,5% de eleitores potenciais a votar em quem der mais.

Dois toques
Duas matérias deveriam integrar o rol de leitura obrigatória. A atualidade dos temas reflete, em muito, as razões por que passamos o que ora passamos.

Seja-o sobre a indignidade de caráter pátrio de quem comanda a JBS (apenas um dos múltiplos exemplos), observada sob a letra fria de Perpétua Almeida e Ronaldo Carmona, seja-o na premonitória de Fábio de Oliveira Ribeiro e a maldição do petróleo. 

A cara do cara
Empresa investigada por uso de propina doa material para o município de São Paulo. Há mais coisa em jogo  sinaliza o GGN.

Por mera coincidência ex-diretor da empresa é novo Secretário Municipal... para receber doações. "Faz sentido"  diz Fernando Brito.

O que vai em troca só Deus sabe! 

Mostrando a cara
Nosso pessimismo para com o STF em nada mudou...

Hora de escancarar a que vieram Alexandre de Morais, Luis Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.

A coluna antecipa (esperando estar errada): Aécio continuará onde e como está.

Não será acolhida a denúncia de Janot contra ele. 

Apenas 3.000%
Denuncia o deputado Jorge Solla: sinais evidentes de escândalo no Ministério da Saúde.

Fiocruz vende, desde 2008, por R$ 0,17; Ministério da Saúde passa a comprar em laboratório privado por R$ 5,19.

Apenas 1.745,8%
Este o aumento percentual na importação de combustíveis refinados. De 240 mil litros em fevereiro para 419 milhões em abril.  

Denúncia da Federação Única dos Petroleiros: a atual direção da Petrobras está sucateando o parque nacional de refino em benefício das petroleiras internacionais. Simplesmente vendendo óleo cru e importando derivados. 

A placa da rua
Há coisas que somente podem ser compreendidas no momento certo. Ainda que dispensemos a ilustração irônica a realidade à luz da mensagem contida na placa se basta.