domingo, 16 de abril de 2017

A verdade por ser encontrada

A entrevista de Assad ao AFP (a íntegra aqui ou aqui) levanta sérias dúvidas sobre a fonte do ataque com armas químicas a Kun Sheikhun, na Síria, motivo de retaliação dos Estados Unidos. Diz Assad que não possui armas químicas.

Verdade ou não o que diz o sírio o filme contem elementos comuns em casos que levam os EUA a ‘retaliações’. O Iraque que o diga.

Perguntado sobre Trump, declarou: 

“[...] este ataque é a primeira prova de que não se trata do presidente dos Estados Unidos, mas do sistema, do próprio regime nos Estados Unidos. É o mesmo. Não muda. O presidente é um dos atores no cenário americano. Se quiser ser um líder, e qualquer presidente ali quer ser um líder, não poderá. Alguns dizem que Trump queria ser um líder. Qualquer presidente ali que queira ser um líder depois tem que engolir as palavras, deixar de lado seu orgulho, se o tiver, e dar uma guinada de 180 graus. Caso contrário, pagará na política.

[...] Enquanto os Estados Unidos forem governados por este complexo militar-industrial, empresas financeiras e bancárias, o que se pode chamar de o regime profundo que atua no interesse destes grupos, evidentemente pode se repetir em qualquer lugar e a qualquer momento, e não apenas na Síria.”

Perda de controle
A classe política está percebendo – alguns dos que a integram há algum tempo, amadurecidos na experiência – que seu futuro está à deriva, sem nenhum controle próprio. O poder detido à custa do voto popular passou a residir circunstancialmente no xadrez do tabuleiro do Ministério Público, que ora detém a iniciativa do jogo. 

O último ato de Rodrigo Janot – escandalizando no lugar comum uma gama de políticos na vazada ‘lista de Fachin’ – pode ser a gota d’água, a última, em sede de alerta máximo.
A utilização da mídia como instrumento de apoio à formação de um imaginário contra todo e qualquer político (onde todos passam a ser iguais perante a corrupção) já ocupa foros insustentáveis para uma democracia moderna.

Aprofunda-se a percepção de que – a teor do que vem ocorrendo – nada restará para governar/dirigir o país a não ser procuradores e promotores, parcela impregnada de certezas. Ou quem por eles indicado. 


Nada de Poder Executivo, muito menos Poder Legislativo. Tão só uma velada ditadura branca autoreconhecida na meritocracia intelectual do ‘concurseirismo’ em sua maioria.
A confusão que hoje norteia a população é a de que financiamento privado de campanha política – todo ele – é fruto de corrupção. Nem o velho e tradicional Caixa 2 foge ao estigma. 

Qualquer político eleito é criminoso de sangue, basta haver recebido doação de alguém. À luz do conceito da “convicção” o mais remoto caboclo do interior ao doar para seu partido ou candidato pode ser ‘interpretado’ como mula de corrupção. 


Não bastasse, pedido de doação, lobismo e enriquecimento ilícito passam a integrar o mesmo universo. A doação da Odebrecht a Marina Silva, em 2014, por exemplo, entra no rol do esquema, pela generalidade das denúncias, ainda que de sã consciência ninguém ouse afirmar alguma irregularidade; no entanto, caso alguém passe a ter alguma ‘convicção’... A prova? Fica para depois!
A Lava Jato – por seus costumeiros e constantes erros – deixou de lado a apuração de ilícitos para se tornar agente punitivo antes de sentença ou mesmo de processo instaurado. E o absurdo da condução coercitiva nos moldes em que posta em prática não deixa mais qualquer dúvida de que atende à sanha de vingança implantada, para gáudio da plebe romana no Coliseu em que se tornou esta terra brasilis, onde os atores são agentes de estado no exercício de suas funções vazando espetáculos para a mídia capitaneada pela TV Globo. 
Estamos confirmando essa inusitada nova era: a tutela das instituições democráticas por corporações estatais em conluio com a mídia. Os poderes que não se submetem – como o Executivo e o Legislativo – à chancela do voto e dele passam ao largo.
Resta-nos, deste espaço, aliarmo-nos ao desabafo indignado de Luís Nassif. 

Afinal, a implosão do sistema político não aperfeiçoa a Democracia; põe-na em frangalhos, à deriva.

                        

Eis o busílis
Possível que as velhas raposas políticas – que detêm os segredos e as chaves – estejam planejando reocupar o espaço de poder que lhes cabe, por representação.

Precisarão, no entanto, combinar com a Globo. 

Das cinzas...
Restará de tudo ao final – a permanecer o costume – apenas o espalhafato, razão de ser do procedimento. 

Como já afirmam quatro dos ministros do STF, dentre eles Marco Aurélio Mello, o risco é concreto de que parte das investigações e processos venha a ser alcançada pela prescrição (O Globo).

O erro original de confundir Corte Constitucional com última instância processual e mesmo original – no caso dos crimes e apurações que são de sua competência, como o foro por prerrogativa de função, o chamado “privilegiado”, definido na Carta de 1988 – como pode ser vista mostra-se incompatível com a realidade.

Não fora isso – o que pode motivar mais uma derrama em favor do Judiciário, que não tardará exigir dinheiro para anexos, prédios mais amplos etc. – o STF não tem estrutura para lidar com processos da magnitude que ora enfrenta, a partir das delações da Odebrecht.

Mais um caos para o desarranjo promovido pelo desmedido uso deste novo poder da república.

No fundo...
No fundo, no fundo, o principal e fundamental projeto e finalidade foram atingidos: dificultar ou inviabilizar a candidatura Lula, abrindo possibilidade concreta de ser condenado agora em 2017 na base de convicções, sem provas definitivas, porque já se encontra, há muito, pré-condenado pela mídia.

Ou, permanecer investigado sob carga cada vez mais violenta do lawfare por que passa. 

Palestras
O mundo vem abaixo porque Lula fez palestras remuneradas para a Odebrecht.

Parece que Fernando Henrique nunca as fez para a empresa! Ou dela não recebeu cerca de R$ 900 mil há mais ou menos 10 anos.

Jânio matou a charada
A declaração de Marcelo Odebrecht certamente não agrada a Moro e procuradores, de que os recursos que alimentavam partidos nem sempre eram ilícitos.

Na quinta 13 Jânio matou a charada e lançou no colo dos sedentos: demonstrar a origem ilícita dos recursos como prova para incriminar e condenar. 

Muito antes
No início dos anos 90, distante de 2002 – eleição de Lula – Frei Chico assessorava a Odebrecht na área sindical. Depois da eleição a empresa manteve o apoio financeiro.

Não sabemos se tal postura é ética por parte de Chico ou da empresa.

Certamente também o será ou não a rede Globo custear Mírian Dutra no exterior para afastá-la, com o filho, do risco que causava a FHC.

Muito recente
A Odebrecht garantia, à direita, a manipulação do movimento sindical. 

Com Paulino da Força (Sindical). 

Para boicotar greve. 

Nada resta
O que resta da imagem do interino tornado presidente perante a imprensa internacional não lhe dá mais do que ser citado pela circunstância de ter sido beneficiado por um golpe parlamentar-judiciário. 

Apareceu o Caixa 2
O sempre famoso Caixa 2, que Joaquim Barbosa transformou em corrupção (com dinheiro privado!!!!), é a palavra mais declamada na atualidade. 

Excelente, como piada
Dilma interpusera Mandado de Segurança contra o impeachment junto ao STF. Neste abril o Procurador-Geral Rodrigo Janot se manifestou pelo prosseguimento do mandamus para que o STF julgue em torno da forma e do mérito. Ou seja, os vícios do procedimento e a existência ou não de crime de responsabilidade.

Primeiro instante: gaudio et spes (alegria e esperança) de que a Justiça seja feita e tudo seja anulado com o retorno de Dilma ao Poder.

Segundo instante: de mofa e galhofa. Motivo: o ministro Alexandre Moraes será o relator. 

Que não tem prazo para se manifestar. Ou, se tiver, não será cobrado por atrasar seu voto. 

Pavão chamuscado
Não são somente os pés que enfeiam este pavão. As penas acabam de ser chamuscadas. Ainda que em fogo limitado, que lhe deixa restos para exibição. 

                      

Indulgência
Para quem vai a conta todos sabemos. Aposentados e trabalhadores que, em geral, são sempre a causa do desastre.
Mas o coitadinho do banco Itaú se livra de uma dívida de 25 bilhões com a Receita Federal, desdentando o Leão. Perdoado que foi pelo CARF, aquele órgão denunciado por propinagem, incluindo um conselheiro que relatava o caso do Itaú. 

Afastado aquele foi substituído por um representante do sistema financeiro. Bingo!
Por mera coincidência o atual presidente do Banco Central também é do Itaú.  

Acabou I
Aquele patético grito de Galvão Bueno no final da Copa de 1994 cabe-nos aplica-lo ao programa “Farmácia Popular do Brasil”, por iniciativa do (des)governo do interino tornado presidente.
Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!!

Acabou II

O Ciência Sem Fronteiras, por determinação do (des)governo, também entra no grito: 

Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!!




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