domingo, 30 de abril de 2017

Ao leitor a conclusão



Não nos cabe aferir se a greve foi um sucesso ou não, se a maior da história do país ou não. Temos, como amostragem, uma Itabuna vazia.  Sem convocações e acompanhamento em tempo real da Globo e quejandos o que aconteceu teve origem na insatisfação que vai se internalizando na população.

Greve somente pode ser considerada como tal – em nível de sucesso – quando afeta a produção, paralisando o setor produtivo. Seja greve trabalhista ou política assim ocorre. Os efeitos, diversos, alcançam a categoria empresarial – que se sente pressionada a atender à demanda obreira para não acumular prejuízo – ou para impedir medidas oriundas das instituições políticas que sejam contrárias aos interesses da coletividade. 

Por caminho diferente do votar a cidadania é exercida e exercitada em tais instantes. E a greve é um deles.

Como observa Eugênio Aragão, ex-Ministro da Justiça (único acerto de Dilma na Pasta):

“Quando as instituições se omitem na defesa da democracia, devolve-se ao detentor da soberania popular – ao povo – o direito de resistir à arbitrariedade. Somos nós os verdadeiros e originários guardiões da Constituição!

Inegavelmente a greve de ontem foi política haja vista o universo de segmentos da produção industrial, intelectual ou de mobilização do ir e vir a ela integrados.

O professor Fábio Marlini, de Comunicação da Universidade Federal do Espírito Santo analisou a rede, em seus prós e contras, e chegou à conclusão de que apenas 12% se posicionaram contra a mobilização, distribuídos na forma do gráfico abaixo.

Considerando o estudo, ainda que não seja levada em conta a dimensão física do movimento, na batalha da comunicação alguém parece haver ganho de goleada.

De uma forma ou de outra, analise o leitor a repercussão da mobilização como greve política nos próximos dias. Se obteve sucesso ou não.
                         

A outra batalha
A greve como tema de análise pode ser observada a partir da cotidiana batalha na comunicação. Esta compreendida entre o que divulga e propaga a mídia hegemônica e aquela que se expande através dos recursos contemporâneos, onde se destaca a rede. Como ponto de inflexão a realidade. Ou seja, o que foi dito – e por quem – corresponde ou não à verdade factual?

Para os que assistem a mídia hegemônica, e a acompanhou nas manifestações a partir de 2013, acentuadas no curso de 2015/2016 – como em outro instante da História, na campanha “Diretas Já”, quando também se esquivou a liderança maior, a Globo – não existia programa algum que envolvesse mobilizações e paralisações contra políticas do governo interino. Tanto que, o Jornal Nacional, na noite de 27 em nenhum instante de seus quase 40 minutos tocou no assunto. 

Ou seja, o carro-chefe da mídia ignorou inteiramente a mobilização e omitiu-se em sua função primordial: informar.

Desta forma, análise do DAPP, da Fundação Getúlio Vargas, publicada como Relatório de Análise Estratégica de Redes Sociais, refletiu a batalha entre a mídia hegemônica e a de blogs, via twiter.

Ao quanto demonstrado está fica-nos a imagem, veiculada no mesmo espaço do Conversa Afiada, de que a ‘informação’ foi inteiramente manipulada à conveniência do sistema, nos moldes postos na charge.

Saídas
Os dados de diferentes institutos de pesquisa de opinião sobre 2018 não deixam dúvida alguma: Lula se elege.

Diante disso, duas vertentes levamos ao raciocinar do leitor: 1. Quem faz Lula crescer, ainda que massacrado midiaticamente? 2. Haverá eleição?

À primeira, também nenhuma dúvida: a força tarefa comandada por Moro, sem encontrar provas concretas há três anos vai jogando no imaginário do povo de que Lula é vítima de perseguição. Afinal, se Moro já mandou prender tanta gente por que não prende Lula?

A segunda, nos leva a repetir algo que integra nossa conclusão há tempos: não é crível que tudo o que foi promovido, por via de um golpe parlamentar (pela ação) e judiciário (pela omissão) para colocar o interino tornado presidente, tendo por trás do decote do horizonte a entrega das riquezas do país aos sistemas capitalista e financeiro rentista venha admitir o retorno de Lula.

Uns querem o retorno dos militares (não tolerável pelos EUA, em razão de que a defesa de seus interesses dispõe de outros meios ‘institucionais’); 

Outros, a não-eleição de Lula. 

Que pode se materializar com: 1. prorrogação de mandatos (depois de afastado o interino e eleito um testa-de-ferro pelo Congresso); 2. com implantação do parlamentarismo.

Transitório
A ‘recomendação’ do Juiz Titular da 14ª Vara de Porto Alegre ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho constituiu-se numa bofetada com luvas nada de pelúcia, mas de couro tratado.

Basta as expressões que aqui destacamos: [...] “dirijo-me a V. Excelência para recomendar a paralisação das atividades [...] no dia 28 de abril [...].“ A reforma  legislativa proposta [...] penaliza os usuários da Justiça do Trabalho [...] tendo os advogados [...] se posicionado contra ela [...] assim como a imensa  maioria dos juízes do trabalho que V. Exa. deveria representar.”

[...] “Recomendo a V. Exa., ainda, que não dê sinalizações públicas de caráter político em desacordo com o que pensa a coletividade dos juízes do trabalho [...] e da instituição na qual exerce o transitório cargo de Presidente.”

A íntegra aqui, extraída do Conversa Afiada.
                                  
Seria assim com Lula?
Rodrigo Janot afastou o tucano Geraldo Alckmin da relação de investigados a partir das delações da Odebrecht, ainda que Luiz Bueno tenha dito, em delação, que transferiu recursos ilícitos para o caixa 2 na ordem de R$ 8,3 milhões ao ‘Santo’ que governa São Paulo, envolvendo as eleições de 2010 e 2014. 

Cautela
Da OAS – como tábua de salvação da imagem e da pretensão – arrancam desastrada delação de Léo Pinheiro, onde Lula esconderia recursos percebidos ilegalmente em apartamento que está em nome da própria OAS.

A Odebrecht em sua avalanche de delações trouxe tucanos gordos à ceia dos que se arvoram Catões da moralidade tupiniquim. Não bastasse a leva do PMDB que exercita o interinato. 

Com documentos e coisas tais.

Mas alguns são tratados com cautelas que chegam a espantar.

Marajanato
Não sabemos se é muito. Sabemos que comparada com o menor salário do brasileiro a distância é escandalosa.

Ganham acima do que percebem similares da Suécia, Alemanha, Portugal, Espanha e França, entre outros países.

Alguns superam US$ 20 mil dólares mensais.

O teto é R$ 33 mil reais.

Ah! Trata-se de parcela significativa de titulares do Ministério Público de São Paulo, conforme apurou a Folha de São Paulo.

                    

Inocente
Para os auditores que esmiuçaram a Petrobras Lula nada é do que dizem. Atenderam ao pedido de Sérgio Moro, que obteve a resposta abaixo.

Por essas e outras é que uma condenação de Lula somente sairá a fórceps, baseada em convicção alimentada em alguma delação combinada.
 

Atrasado
Não fora a extemporaneidade, Lula dizer que fará num próximo governo a democratização da mídia nos traz, ainda um outro fato: deixou de fazê-lo quando podia, e devia, mas encheu (como Dilma) as burras da Globo, apenas como exemplo. 

Cremos que conseguiu justificar toda a postura da mídia contra ele.

Em outras palavras: falou besteira.

Disputa inglória
Moro sobra no enfrentamento político. Está caindo no jogo armado por Lula. É o que analisa Helena Chagas, em OS Divergentes.

Estamos no começo
Tomamos conhecimento de que o Delagnol, que tem contra si uma ação ajuizada por Lula  em razão daquele famoso powerpoint onde inseriu o ex-presidente como “comandante máximo”  tem a Advocacia-Geral da União como seu defensor.

Uma festa! Postura funcional temerária, que implica em responsabilidade individual, passa a ser institucional. 

A ponto de a sua defesa ser paga com dinheiro de nós outros. Supimpa!

Agradecimentos
Completamos 71 anos sentindo-nos rejuvenescido. E mais ficamos com as tantas palavras de carinho recebidas, que nos levam a definir uma existência mais longa como o meio de saber se efetivamente realizamos alguma coisa válida. Nunca o sabemos olhando para nosso próprio umbigo. Só em instantes como os recentemente vividos.

Amigas e amigos de tantos e tantos anos, colegas da Escola Rui Barbosa, da Professora Carmelita Santana, em Itororó, de magistério, ex-alunos do Centro Educacional de Itororó, do Colégio Estadual de Itabuna, alunos da UESC.

Particularmente a sensibilidade nos chega e nos toca como varinha de condão para exigir a manutenção nos rumos construídos e postos em prática, onde a sinceridade pauta na cabeça da lista. 

Resta-nos agradecer, sensibilizado. A todos, um forte abraço e a doçura de Nara Leão, em Cuitelinho, de Bento Costa, recolhida por Paulo Vazolini, pescando nas águas do Pantanal. 

Porque quando "[...] os óio se enche d'água [...] até a vista se atrapaia".

domingo, 23 de abril de 2017

País de tristes figuras


Fato público e notório, amplamente divulgado pela Folha de São Paulo, em junho de 2016: “Léo Pinheiro não conseguia fechar o acordo de delação premiada porque havia poupado Lula das acusações."

E nos vem neste abril, às vésperas do Tiradentes, a delação de Léo Pinheiro – somente agora admitida, porque antes de nenhuma serventia por não incluir Lula em ilícitos – da qual fica uma lição basilar: o que não faz o constrangimento imposto pelo Estado de Exceção.

Quando a pena de Léo Pinheiro for reduzida tudo ficará mais claro.

Na ausência de provas contra Lula tentam encontrar uma convicção (que ainda lhes faltava) para condená-lo. Nascida de uma pressão criminosa contra um homem combalido pelo constrangimento a dizer o que o acusador precisa – ou quer – ouvir, sob a máxima ‘dize-me na forma que o quero ou apodrecerás na prisão.

A condenação que resta a Moro é a de – não tendo provas contra Lula – dizer que Lula fez desaparecer as provas contra si. Supimpa!

E não se culpe um grupo de violadores especificamente. A descrença de Léo Pinheiro – que o leva ao degradante resultado atual – nasce de um Judiciário que perdeu a razão de ser, desde o dia em que julgadores passaram a defender que uma operação conduzida sob critérios típicos de regimes de exceção justifica meios excepcionais. Ou seja: a exceção pela exceção, e tenho dito!

Miguel de Cervantes criou a personagem imortal de Dom Quixote, ‘o cavaleiro da triste figura’. 

Estamos concluindo o primor tupiniquim: “o país de tristes figuras”.

Desmoralização
Quando a documentação existente afirma ser da OAS a tal cobertura no Guarujá, inclusive arrolada judicialmente para garantir credores em pedido de recuperação da empresa; depois de tantas dezenas de testemunhas de acusação ouvidas onde nenhuma afirma qualquer ilação/insinuação que torne Lula agente do ilícito; ainda que a hoje testemunha tenha negado participação do ex-presidente, vem a imprensa antecipar o que resolveu falar em Juízo (Deus sabe sob que estado emocional – o tom de voz nas respostas bem o demonstra), ainda que detido em presídio, tudo está a demonstrar o estágio a que chegou determinado magistrado e sua singular prestação jurisdicional para coleta de provas.

Haja espontaneidade! 

Renúncia coletiva
De acordo com o antecipado (por Valor), o acordo será fechado com a Procuradoria Geral da União após a colaboração de Leo Pinheiro no processo do triplex.

A banca de advogados do empresário deve renunciar.

Faltou explicar por que. 

Nada escapa
Aqui se plantando tudo dá  disse-o Pero Vaz de Caminha. Ou, aqui em se querendo tudo se vende e tudo é mercadoria. Como registra Jeferson Miola, no GGN:

“O depoimento de Emílio Odebrecht evidencia a hipocrisia da mídia, sobretudo da Globo, que dissimula indignação com os procedimentos conhecidos há pelo menos 30 anos. Assim, a mídia constrói a falsa narrativa de que a corrupção no Brasil nasceu nos governos petistas [sic]. O patriarca da empreiteira explicou, contudo, que a promiscuidade da empreiteira com o Estado advém da época do seu pai, Norberto Odebrecht, que fundou o conglomerado em 1944.

A dinheirama da Odebrecht que irrigou o sistema político brasileiro só nos últimos 10 anos atingiu a cifra assombrosa de US$ 3,3 bilhões [R$ 10,6 bilhões], valor superior ao PIB de mais de 40 países. Isso expressa o poder de dominação do capital sobre a política; esclarece como o capital deforma a democracia. O dinheiro é um poder que frauda a soberania popular e corrompe a política para orientar, a partir do controle do Estado, a concretização dos seus interesses e negócios.”

Na mesma esteira Aldo Fornazieri:

“[...] delações revelaram, em termos políticos, é que quase tudo está a venda e quase todos se vendem. Vendem-se medidas provisórias, licitações, leis, tempos de TV, alianças eleitorais, perguntas em debates presidenciais, notícias, fim de greves, impeachments etc. E se vendem o pastor, o sindicalista, o índio, a polícia, o delegado, o prefeito, o deputado, o governador, o senador, o presidente, o juiz. Vende-se a soberania popular e a democracia.

[...] No vasto balcão da corrupção brasileira, a saúde, a cultura, a educação, as creches, os direitos, a ciência e a tecnologia esvaem-se nos imensos recursos que empresas entesouram pelas valas medonhas da privatização da res publica.”

Ainda que não se deva generalizar (e não o pretendemos) o sistema, em seus tentáculos, está viciado em suas origens. Do cidadão que vende o voto ao servidor público ou funcionário privado que contribui com aquele jeitinho, do médico ao empresário, todos os componentes de raças da classe dominante, por suas diferentes elites, das socialites aos falsos jornalistas e os não pouco corruptos meios de comunicação, nada fica de fora. 

Afastá-los é apenas a hipocrisia maniqueísta de ver nos outros o centro de todos os males enquanto os que causo pairam acima da ordem, das leis, da Moral.

No fundo, vivemos a plenitude da apropriação do Estado Democrático de Direito pelo capital, que se tornou um estado paralelo, como observa Jeferson Miola.

Nada escapa à sanha criminosa.

O grosso da patranha
Caso a cruzada contra a corrupção tenha os valores($) roubados como paradigma a hora chegou de alcançar alguns ‘privilegiados’.

Não que se não deva esperar punição a ilícitos cometidos por Lula, por menores que sejam – mesmo o de não possuir um apartamento que nunca foi dele, mas que serve de base para uma condenação com base em convicções” – mas não custa comparar com algumas quantias citadas pela Odebrecht em relação a Alckmin, Marcondes Perillo e Beto Richa, mesmo deixando de lado José Serra, Aécio Neves etc. etc. 

São R$ 180 milhões envolvendo campanhas somente dos governadores tucanos acima...  alimentados pela Odebrecht. 

Sem dispensar todos os demais partidos, sem esquecer aqueles US$ 40 milhões (de DÓLARES) capitaneados pelo interino tornado presidente para o seu PMDB.

Aguardando as provas
Há muito evitamos comentar em público (conversas) fatos relacionados a Lula, sob o crivo da lei como premissa da prestação jurisdicional. Ou seja, emitir raciocínio como advogado.

Por aquilo que nos chega, não sabemos se na atualidade alguém no planeta Terra sofre um massacre em nível de lawfare como o ex-presidente.

O que está por acontecer confirmará o porquê – ainda que advogado – deixamos de acreditar na Justiça a cargo de alguns agentes do Judiciário.

Preferimos copiar Assis Ribeiro, do GGN:

“O massacre diário de Lula na imprensa visa municiar o Ministério Público a criar a sua verdade, mesmo sem fatos suficientes para fundamentar minimamente uma denúncia, e com isso influenciar a sociedade a aceitar ilações como verdades e blindar o juiz para a suas decisões antidemocráticas, injustas e ilegais.

Até que – com provas, e não ‘convicções’ – nos provem o contrário Lula é inocente. 

O butim
O jogo se sustenta porque o tabuleiro fica nas costas do povo. Caso o povo se levante acabará o jogo? Ou, tem como o povo se levantar? 

Correm para aniquilar conquistas dos trabalhadores, para violentar o sistema previdenciário e de seguridade social.

Eis o busílis: o povo. Que contra ele é usado o aparato policial... pago por ele (povo).

Jânio
Ridículo em sua mesquinhez, prepotência, pequenez humana, egoísmo funcional etc. etc. registra Jânio de Freitas, na Folha:

"O juiz Sergio Moro ofereceu mais uma demonstração de como concebe o seu poder e o próprio Judiciário. Palavras suas, na exigência escrita de que Lula compareça às audiências das 87 testemunhas propostas por sua defesa:

'Já que este julgador terá que ouvir 87 testemunhas da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (...), fica consignado que será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências na quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua defesa, a fim de prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas'. É a vindita explicitada.

Um ato estritamente pessoal. De raiva, de prepotência. É uma atitude miúda, rasteira. Incompatível com a missão de juiz. De um "julgador", como Moro se define.

O Judiciário não é lugar para mesquinhez."

De nossa parte registramos: à procura de uma mísera prova contra o ex-presidente ouviu 73 testemunhas de acusação. 

E – certamente porque ganha pouco – se sente ‘achacado’ em cumprir o seu dever funcional: ouvir as testemunhas arroladas pela defesa de Lula.

Gargalhada
Quando João Alves de Almeida, um quase eterno presidente da Comissão de Orçamento do Congresso Nacional, flagrado em corrupção, depondo perante a comissão de Ética que veio a recomendar a sua cassação, respondeu sobre o porquê ganhara muitas vezes na Loteria e saiu-se com o antológico “Deus me ajudou muito”, a gargalhada foi geral.

Daquele escândalo, em 1993, nasceu uma CPI, a das Empreiteiras, que nunca deu em nada.

Os atores (empreiteiras) continuaram fazendo o de sempre. E – sem aliviá-las – a classe política permanecendo como única culpada.

E a gargalhada continua.

Para rir
A lista de apelidos de políticos do Senado (apenas do Senado) na relação de trambiques da Odebrecht.

Aécio Neves (PSDB-MG) - Mineirinho
Antônio Anastasia (PSDB-MG) - Dengo
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) - Prosador
Ciro Nogueira (PP-PI) - ​Cerrado​
Dalírio José Beber (PSDB-SC) - Conquistador
Edison Lobão (PMDB-PA) - Esquálido
Eduardo Braga (PMDB-AM) - Caderudo
Eunício Oliveira (PMDB-CE) - Índio
Fernando Collor de Mello (PTC-AL) - Roxinho
Ivo Cassol (PP-RO) - Massaranduba
Jorge Viana (PT-AC) - Menino da Floresta
José Agripino Maia (DEM-RN) - ​Gripado​
José Serra (PSDB-SP) - Vizinho / Careca
Omar Aziz (PSD-AM) - Ganso
Renan Calheiros (PMDB-AL) - Justiça
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) -​ Duro​
Romero Jucá (PMDB-RR) - Caju
Valdir Raupp (PMDB - RO) - ​Alemão​
Saída
Desemprego em alta, expectativa de crescimento em baixa. 

Busca-se uma luz no fim de um túnel que não surge.

De queda em queda não há saída: só resta explodir o povo.

Eliana Calmon
A entrevista concedida causou lacunas profundas à credibilidade e à seriedade da ex-Ministra Eliana Calmon. Mormente ao dizer – ela que parecia o terror para muitos enquanto corregedora – que viu mas não coibiu exageros da Polícia Federal em relação a vazamentos para a mídia

Na lama
Na lama, ops!, na lona!

Iniciativa do PSOL junto ao STF pretende que o interino tornado presidente seja investigado. 

Juristas são claros: não pode ser acusado, mas investigado, sim.

Aguardemos a solução (salomônica) do STF e veremos o caminho que a turma pretende dar ao arrecadador mor do PMDB.

Didaticamente objetivo
Não pelo fato de se originar de um dos advogados de Lula, mas em razão do conteúdo da refutação (aqui) a Merval Pereira, de O Globo. 

Intervenção
Crise na Venezuela somente acabará com eleições livres, diz o interino tornado presidente. E a do Brasil?

Até porque – em nível de método – o golpe em andamento por lá – desenvolvido desde 2002 – é o mesmo consolidado aqui. Que deu no que deu.

Não bastasse, ‘sua excelência’ (com letra minúscula mesmo) ao fazer tal declaração promove indevida intervenção em assuntos internos de outro país, postura incompatível para um chefe (?) de Estado.

Francisco, o único
Com todas as letras confirma: não virá ao Brasil. E diz por que (ainda que utilize como álibi a agenda): 

“Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao Papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo  (…) Porém, não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira”, acrescentou. Inflação: Por que os pobres sofrem mais?

Mas Bessinha tem outra interpretação.
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Circula na rede
A recusa do papa Francisco em vir ao Brasil do interino tornado presidente pode levar a uma saída: condução coercitiva.

É só falar...

Igreja Viva

                      

domingo, 16 de abril de 2017

A verdade por ser encontrada

A entrevista de Assad ao AFP (a íntegra aqui ou aqui) levanta sérias dúvidas sobre a fonte do ataque com armas químicas a Kun Sheikhun, na Síria, motivo de retaliação dos Estados Unidos. Diz Assad que não possui armas químicas.

Verdade ou não o que diz o sírio o filme contem elementos comuns em casos que levam os EUA a ‘retaliações’. O Iraque que o diga.

Perguntado sobre Trump, declarou: 

“[...] este ataque é a primeira prova de que não se trata do presidente dos Estados Unidos, mas do sistema, do próprio regime nos Estados Unidos. É o mesmo. Não muda. O presidente é um dos atores no cenário americano. Se quiser ser um líder, e qualquer presidente ali quer ser um líder, não poderá. Alguns dizem que Trump queria ser um líder. Qualquer presidente ali que queira ser um líder depois tem que engolir as palavras, deixar de lado seu orgulho, se o tiver, e dar uma guinada de 180 graus. Caso contrário, pagará na política.

[...] Enquanto os Estados Unidos forem governados por este complexo militar-industrial, empresas financeiras e bancárias, o que se pode chamar de o regime profundo que atua no interesse destes grupos, evidentemente pode se repetir em qualquer lugar e a qualquer momento, e não apenas na Síria.”

Perda de controle
A classe política está percebendo – alguns dos que a integram há algum tempo, amadurecidos na experiência – que seu futuro está à deriva, sem nenhum controle próprio. O poder detido à custa do voto popular passou a residir circunstancialmente no xadrez do tabuleiro do Ministério Público, que ora detém a iniciativa do jogo. 

O último ato de Rodrigo Janot – escandalizando no lugar comum uma gama de políticos na vazada ‘lista de Fachin’ – pode ser a gota d’água, a última, em sede de alerta máximo.
A utilização da mídia como instrumento de apoio à formação de um imaginário contra todo e qualquer político (onde todos passam a ser iguais perante a corrupção) já ocupa foros insustentáveis para uma democracia moderna.

Aprofunda-se a percepção de que – a teor do que vem ocorrendo – nada restará para governar/dirigir o país a não ser procuradores e promotores, parcela impregnada de certezas. Ou quem por eles indicado. 


Nada de Poder Executivo, muito menos Poder Legislativo. Tão só uma velada ditadura branca autoreconhecida na meritocracia intelectual do ‘concurseirismo’ em sua maioria.
A confusão que hoje norteia a população é a de que financiamento privado de campanha política – todo ele – é fruto de corrupção. Nem o velho e tradicional Caixa 2 foge ao estigma. 

Qualquer político eleito é criminoso de sangue, basta haver recebido doação de alguém. À luz do conceito da “convicção” o mais remoto caboclo do interior ao doar para seu partido ou candidato pode ser ‘interpretado’ como mula de corrupção. 


Não bastasse, pedido de doação, lobismo e enriquecimento ilícito passam a integrar o mesmo universo. A doação da Odebrecht a Marina Silva, em 2014, por exemplo, entra no rol do esquema, pela generalidade das denúncias, ainda que de sã consciência ninguém ouse afirmar alguma irregularidade; no entanto, caso alguém passe a ter alguma ‘convicção’... A prova? Fica para depois!
A Lava Jato – por seus costumeiros e constantes erros – deixou de lado a apuração de ilícitos para se tornar agente punitivo antes de sentença ou mesmo de processo instaurado. E o absurdo da condução coercitiva nos moldes em que posta em prática não deixa mais qualquer dúvida de que atende à sanha de vingança implantada, para gáudio da plebe romana no Coliseu em que se tornou esta terra brasilis, onde os atores são agentes de estado no exercício de suas funções vazando espetáculos para a mídia capitaneada pela TV Globo. 
Estamos confirmando essa inusitada nova era: a tutela das instituições democráticas por corporações estatais em conluio com a mídia. Os poderes que não se submetem – como o Executivo e o Legislativo – à chancela do voto e dele passam ao largo.
Resta-nos, deste espaço, aliarmo-nos ao desabafo indignado de Luís Nassif. 

Afinal, a implosão do sistema político não aperfeiçoa a Democracia; põe-na em frangalhos, à deriva.

                        

Eis o busílis
Possível que as velhas raposas políticas – que detêm os segredos e as chaves – estejam planejando reocupar o espaço de poder que lhes cabe, por representação.

Precisarão, no entanto, combinar com a Globo. 

Das cinzas...
Restará de tudo ao final – a permanecer o costume – apenas o espalhafato, razão de ser do procedimento. 

Como já afirmam quatro dos ministros do STF, dentre eles Marco Aurélio Mello, o risco é concreto de que parte das investigações e processos venha a ser alcançada pela prescrição (O Globo).

O erro original de confundir Corte Constitucional com última instância processual e mesmo original – no caso dos crimes e apurações que são de sua competência, como o foro por prerrogativa de função, o chamado “privilegiado”, definido na Carta de 1988 – como pode ser vista mostra-se incompatível com a realidade.

Não fora isso – o que pode motivar mais uma derrama em favor do Judiciário, que não tardará exigir dinheiro para anexos, prédios mais amplos etc. – o STF não tem estrutura para lidar com processos da magnitude que ora enfrenta, a partir das delações da Odebrecht.

Mais um caos para o desarranjo promovido pelo desmedido uso deste novo poder da república.

No fundo...
No fundo, no fundo, o principal e fundamental projeto e finalidade foram atingidos: dificultar ou inviabilizar a candidatura Lula, abrindo possibilidade concreta de ser condenado agora em 2017 na base de convicções, sem provas definitivas, porque já se encontra, há muito, pré-condenado pela mídia.

Ou, permanecer investigado sob carga cada vez mais violenta do lawfare por que passa. 

Palestras
O mundo vem abaixo porque Lula fez palestras remuneradas para a Odebrecht.

Parece que Fernando Henrique nunca as fez para a empresa! Ou dela não recebeu cerca de R$ 900 mil há mais ou menos 10 anos.

Jânio matou a charada
A declaração de Marcelo Odebrecht certamente não agrada a Moro e procuradores, de que os recursos que alimentavam partidos nem sempre eram ilícitos.

Na quinta 13 Jânio matou a charada e lançou no colo dos sedentos: demonstrar a origem ilícita dos recursos como prova para incriminar e condenar. 

Muito antes
No início dos anos 90, distante de 2002 – eleição de Lula – Frei Chico assessorava a Odebrecht na área sindical. Depois da eleição a empresa manteve o apoio financeiro.

Não sabemos se tal postura é ética por parte de Chico ou da empresa.

Certamente também o será ou não a rede Globo custear Mírian Dutra no exterior para afastá-la, com o filho, do risco que causava a FHC.

Muito recente
A Odebrecht garantia, à direita, a manipulação do movimento sindical. 

Com Paulino da Força (Sindical). 

Para boicotar greve. 

Nada resta
O que resta da imagem do interino tornado presidente perante a imprensa internacional não lhe dá mais do que ser citado pela circunstância de ter sido beneficiado por um golpe parlamentar-judiciário. 

Apareceu o Caixa 2
O sempre famoso Caixa 2, que Joaquim Barbosa transformou em corrupção (com dinheiro privado!!!!), é a palavra mais declamada na atualidade. 

Excelente, como piada
Dilma interpusera Mandado de Segurança contra o impeachment junto ao STF. Neste abril o Procurador-Geral Rodrigo Janot se manifestou pelo prosseguimento do mandamus para que o STF julgue em torno da forma e do mérito. Ou seja, os vícios do procedimento e a existência ou não de crime de responsabilidade.

Primeiro instante: gaudio et spes (alegria e esperança) de que a Justiça seja feita e tudo seja anulado com o retorno de Dilma ao Poder.

Segundo instante: de mofa e galhofa. Motivo: o ministro Alexandre Moraes será o relator. 

Que não tem prazo para se manifestar. Ou, se tiver, não será cobrado por atrasar seu voto. 

Pavão chamuscado
Não são somente os pés que enfeiam este pavão. As penas acabam de ser chamuscadas. Ainda que em fogo limitado, que lhe deixa restos para exibição. 

                      

Indulgência
Para quem vai a conta todos sabemos. Aposentados e trabalhadores que, em geral, são sempre a causa do desastre.
Mas o coitadinho do banco Itaú se livra de uma dívida de 25 bilhões com a Receita Federal, desdentando o Leão. Perdoado que foi pelo CARF, aquele órgão denunciado por propinagem, incluindo um conselheiro que relatava o caso do Itaú. 

Afastado aquele foi substituído por um representante do sistema financeiro. Bingo!
Por mera coincidência o atual presidente do Banco Central também é do Itaú.  

Acabou I
Aquele patético grito de Galvão Bueno no final da Copa de 1994 cabe-nos aplica-lo ao programa “Farmácia Popular do Brasil”, por iniciativa do (des)governo do interino tornado presidente.
Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!!

Acabou II

O Ciência Sem Fronteiras, por determinação do (des)governo, também entra no grito: 

Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!! Acabou!!!!