domingo, 25 de dezembro de 2016

Peru da vez

O peru da vez I
Particularmente não gostamos do Natal convencionado, farisaico, vil apelo ao consumismo, exauridor de economias carentes. Esquecido da razão que norteia sua lembrança. Festa individualista lançando às profundezas a realidade de milhões que não dispõem do mínimo para efetivá-lo no compasso das exigências do mercado, basta que se veja os nomes dos produtos ‘necessários’ à ceia.

Texto nosso, Epifania (disponibilizado na janela crônicas, neste blog, ou no Google), contém o sentimento do escriba em relação ao festejo.

No plano da coletividade nacional estamos chegando ao final de um ano em que se viu de tudo. Incluindo o que não se devia ver. Agravado com o fato concreto de que vivemos o pesadelo de estar naquele país que até um ano atrás era outro, ambicionando tornar-se uma nação moderna, disputando espaço com potências e que passa à tragicidade de ser ator de ópera bufa. 

O desmonte do estado nacional consuma-se à velocidade de lince pelos abutres e hienas que dele fazem repasto, arautos da improdutividade, da não geração de riquezas, a consumir o futuro e a lançar às calendas as premissas constitucionais de um Estado de Bem-Estar Social.

Para não faltar nada ao desastre perfeito uma proposta de transformar o atual Congresso em Constituinte.

Particularmente nos sentimos vivendo o fim do Brasil no qual viemos ao mundo.

Neste Natal estão servindo o povo e o futuro que vislumbrava na bandeja.

Antes comia o pobre do peru. Agora é o peru da vez.

O peru da vez II
O peru de natal ofertado à classe trabalhadora soa ao famoso soltar a raposa no galinheiro.

Tem o peru (o povo) todo o direito de reagir.


Como possa! E com os meios de que disponha.

Educadamente, através de palavras!

Advocacia com dignidade
A advocacia tem sido vilipendiado nestes últimos tempos. Perde a cada instante o exercício de prerrogativas, muitas previstas no Estatuto e tornadas letra morta. A arrogância e prepotência de alguns delegados, promotores e juízes tem feito tabula rasa em relação ao sadio exercício da arte do ad vocare.

E não falta quem propague que o exercício sadio e ético da profissão é agressão a este ou aquele magistrado. Mormente quando o dito cujo é Sérgio Moro, cavalariço do capital estrangeiro, que defende com unhas e dentes interesses escusos à soberania do país, como tem feito nas audiências de um dos processos contra Lula sob seu comando.

A consciência cívica e valor da profissão estão sendo resgatadas, para o público, no papel exercido pela defesa do ex-presidente.

Faltando em Curitiba
Registra a História que um clérigo admoestou Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, por condenar Joana D’Arc antes de dispor das provas de culpa.

Está faltando um para admoestar o Pierre Cauchon de Curitiba.

Por acúmulo
É a conclusão a que chega leitor na sessão de cartas da Folha: 

Mais uma vez o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia contra o ex-presidente Lula, que é réu em cinco ações. Não sei aonde tudo isso vai chegar, mas a impressão que fica é que, se houver condenação, será pelo número de indiciamentos ou fortes suspeitas, pois provas, até agora, não há. Se nada for comprovado contra Lula, estaremos diante da maior campanha contra um político que este país já presenciou e a desmoralização completa da Justiça e do MPF.
ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)

Ave Moro morituri te salutant
O povo desapareceu das ruas neste fim de 2016. E não foram os preços. A falta de dinheiro, dívidas e insegurança asseguraram a catástrofe para o comércio. Que deve ficar reduzido em pelo menos 10%.

Desemprego real em 12%. Empreiteiras destruídas destruíram mais de 200 bilhões do PIB. Mais de um milhão de desempregados.

E a corrupção continua. Que o diga a composição do governo interino tornado presidente.

O país dos trabalhadores sem dinheiro neste Natal deve muito ao juiz Sérgio Moro. O Pierre Cauchon de Curitiba.

Os que vão morrer estão a saudá-lo.

Enquanto ele está a caminho dos Estados Unidos.

Jogo findo
Cabo Anselmo, Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato – incluindo suspeitíssima participação do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot – estão inseridos na linha de traição à Pátria, fazendo jus à medalha Calabar. 

A visão geopolítica leva ao – denomina-o Tereza Cruvinel  Game Over.

“O Brasil, de potência emergente e líder sul-americano, voltou a ser um país bananeiro. As grandes empresas de infraestrutura estão em frangalhos. A economia, na UTI. A projeção internacional do país, obtida na Era Lula, esmaeceu completamente. O governo Temer solicitamente atende aos interesses do capital financeiro hegemônico, ‘aproveitando a impopularidade’ para tomar medidas impopulares, socialmente regressivas. E a principal liderança do campo da esquerda, Lula, está sob o fogo da Lava Jato, para que não seja candidato. Para os interesses geopolíticos americanos, fatura praticamente liquidada. Para o Brasil, Game Over”.

Teses
Cabe ao ministro Gilmar Mendes, que afirmou que caixa 2 não revela corrupção, explicar porque entendeu que o apreciado no mensalão o era. 

Falando sério
O humorismo fica de lado quando a realidade faz chorar e não rir. Eis a reação de Benvindo Siqueira. 

                 

OAB
Recebemos mensagem de Boas Festas do Conselho Federal da OAB. Desejando “que 2017 nos traga união e tolerância”.

Com ela temos sido por demais tolerante. Inclusive ao inconstitucional exame de Ordem (a legitimação pelo STF apenas prova o corporativismo de ambos).

Como mensagem desejamos, apenas, que volte a ser a OAB que conhecemos: atuante em defesa do país.

Eugênio Aragão 
Aqui a vigorosa reação do ex-Ministro da Justiça Eugênio Aragão ao procurador Dellagnol, mandando-o "baixar a bola".

Única solução

A proposta da anunciada reforma previdenciária, no quesito idade, tende a exigir uma outra reforma: na legislação civil, para dotar o nascituro, quando nada o recém nascido, de capacidade jurídico-postulatória para assegurar pretensão à aposentadoria.

Análise externa
Confirma golpe midiático liderado pelo sistema Globo. Trabalho acadêmico no exterior o debulha e expõe as vísceras. 

Tem origem em Teun A. van Dijk, da Universidade Pompeu Fabra, Barcelona



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