domingo, 20 de novembro de 2016

O crime compensa

Golpe, sim
Que o golpe – que hoje já nos custa o futuro de gerações – nasceu nos Estados Unidos nenhuma dúvida há. Que agentes internos (brasileiros) estiveram a serviço nem mesmo apresenta relevância, tamanha a desfaçatez de suas ações. De José Serra – que já havia prometido o pré-sal a Chevron, em 2010 – a Sérgio Moro (denunciado como agente judicial a serviço dos EUA) – que se utiliza da corrupção, como lugar comum e de fácil introjeção no imaginário popular, para quebrar empresas e causar um baque sem precedentes na economia, meio eficaz de facilitar a entrega do patrimônio nacional na bacia das almas. 

Nem um, nem outro está só. Regimento reforçado os apoia. De congressistas a procuradores, juízes, desembargadores e ministros do STF fazem-lhes a corte, sonham com uma passagem para Orlando ou a Disney, onde não lhes faltará tapete vermelho. E nem se fale do governo que assumiu, pleno de serviçais nos mais diferentes espaços.

Oliver Stone esteve recentemente no Brasil para lançar o seu “Snowden” (que aqui se chamará “Snowden: traidor ou herói”). 

Não poupou críticas aos EUA como agente de intervenções mundo afora, incluindo o Brasil.

No filme a ilustração das denúncias, como tudo ocorre.


Tô nem aí
Que se quebre o país. Para quem ganha o que ganha desemprego de pais de família nada representa. E não está só o juiz Sérgio Moro em nível de remuneração. Aqui os últimos valores percebidos por Moro e Dellagnol, onde a regra é a ultrapassagem do teto estabelecido constitucionalmente.

Contracheque.jpgO presidente do Senado, Renan Calheiros, abriu baterias para descobrir os super salários.

Que certamente alcançará os contracheques de promotores e procuradores de Minas Gerais, que somente em auxílio-moradia estão a perceber retroativamente – corrigido pelo INPC e juros – desde 1994 valores que baqueiam o estado em 1 bilhão de reais. A sinecura, de R$ 4.377,00 mensais é um tapa na cara do brasileiro comum.

“Promotores e procuradores têm salários que variam entre R$ 26,1 mil e R$ 30,4 mil. Além do salário, têm direito a auxílio-saúde mensal, no valor de 10% da remuneração, e auxílio-alimentação, de R$ 751,96” – registra o Jornal GGN.

Tudo amparado em decisão do STF que acolheu pretensão à retroatividade em ação de magistrados que a pretendiam em pé de igualdade com parlamentares, que a ele tinham direito desde 1994.

O Rio de Janeiro começou a farra, hoje estendidas a muitos outros estados.

Gilmar Mendes disse, dias desses, que o Bolsa Família era uma disfarçada compra de votos institucionalizada. 

Sua Excelência não deixa de ter razão: ajuda a pobre retira dinheiro de tão magníficas figuras desta República.

E depois dizem que não temos um país de castas!

O republicano Geddel
Alguns ministros do governo interino tornado permanente foram destronados por denúncias de corrupção. Um outro, por não ser corrompível, tampouco aceitar pressões. 

O que acaba de sair o fez para não se sujar em meio às pressões de Geddel Vieira Lima, que pretende liberação federal para um prédio de 30 andares a ser construído na Barra, em Salvador, onde – diz Geddel – comprou o trigésimo andar e a análise técnica limita-o a 13.

O registro, ou melhor, o roteiro/diário das pressões geddelinas foram denunciadas pelo ex-Ministro da Cultura, Marcelo Calero, em entrevista a Folha de São Paulo.


O republicano Geddel continua ministro. Afinal, quem destoava do modus operandi era o que saiu.

                   

Apenas 200 milhões
O crime compensa. Decididamente. Que o digam os senhores delatores – ladrões reconhecidos – gozando a fortuna em suas mansões e com fortuna assegurada em acordos.

Com direito à mídia os senhores da Lava Jato alardeiam o repasse de 200 milhões de reais do dinheiro roubado da Petrobras à estatal.

Isso mesmo, caro leitor, roubaram bilhões da empresa e ela – a vítima – recebe a merreca acima.

Quebraram a empresa e o Brasil e fazem festa para R$ 200 milhões.

Os olhos da conveniência
No embalo midiático os que sonham com métodos típicos de ditadura – entre eles alguns promotores e procuradores – buscaram legitimar junto à população uma proposta de combate à corrupção. Montaram barracas em pontos estratégicos do país e anunciaram-se anjos anunciadores do Messias. Tal proposta chegou ao Congresso e por lá tramita.

Eles_Tinham.jpgUma emenda propôs – mais que justo, em razão do princípio da igualdade de todos perante a lei – que juízes e promotores pudessem ser submetidos a julgamento em razão da prática de crimes de responsabilidade. Gente da Lava Jato (Dellaggnol) chiou e fez pressão sobre o relator na Câmara Federal para retirada da emenda.

Paulo Moreira Leite elenca uma série de fatos acontecidos (aqui reproduzido a partir do Conversa Afiada, de onde extraímos a montagem). 

Não lembrou de incluir o mistério do helicóptero com meia tonelada de pasta de cocaína pura. 



Fichinha
Alckmin teria sido alimentado, em nível de caixa 2, com R$ 2 milhões da Odebrecht.

Fichinha em relação aos 23 milhões depositados pela empresa para José Serra no exterior.

Mesuras
O juiz Sérgio Moro não acunhou a mulher de Eduardo Cunha, que se recusou a responder perguntas suas. Entendeu estar ela no limite de sua defesa. 

O que não ocorreu com Marcelo Odebrecht, a quem – ainda que apresentada a defesa por escrito – insistiu (e disponibilizou o MP a fazê-lo) perguntas e mais perguntas.

Coisas do Moro. No caso da mulher de Cunha “não vem ao caso”.


O que dá não ser do PSDB
⁠⁠⁠Dallagnol tem<BR>marqueteiro tucanoGarotinho e Sérgio Cabral presos. Nenhuma restrição cabe em suas defesas. No entanto, no mesmo país que prende uns outros deixa soltos. Mesmo que trafique meia tonelada de pasta de cocaína, desvie milhões do Estado de Minas Gerais, receba propina de Furnas etc. etc.

Para não enveredar por metrô e trens de São Paulo.

Já Youssef – depois de cumprida a missão – acaba de ser beneficiado por Sérgio Moro. Está solto.


Muito apropriado
No Congresso desejam proibir as transmissões das sessões de tribunais. 

Muito a propósito descobriu-se que Suas Excelências – algumas delas muito mais que outras – mais estão para boteco de ponta de rua discutindo futebol de várzea.


Invalidez mental
Assim se refere Nassif à proposição de Meireles em relação à aposentadoria por invalidez. 

Sua Excelência vê – sempre no lombo do pobre – a aposentadoria especial como uma espécie de fraude.

A coisa beira o hilário, aventada a hipótese de que alguém corte um braço para se aposentar mais cedo, como ilustra Nassif


O hábito do cachimbo
Quando a figura é medíocre aparecer em algum espaço jornalístico decorre ou do cargo que exerce ou do quanto paga (direta ou indiretamente) para ali estar.

É o caso do interino tornado permanente. Que agradeceu, ao vivo, ao Roda Viva tê-lo levado para uma amena entrevista. “Eu cumprimento vocês por mais essa propaganda”.

Como dizem em Sergipe: o hábito do tibero (cachimbo) deixa a boca torta. 

Literalmente.

Ciro Gomes
"A gente tem que ir pra rua”, diante da economia pretendida pela PEC 55 em relação aos gastos de custeio deixando de fora os juros pagos à especulação financeira.

A quem serve Juvenal Maynart?
Ao assumir o cargo de Diretor Geral da Ceplac – ainda que pareça prestígio – nos fica a sensação de mancha no currículo. Por integrar um governo contrário aos interesses do povo. 

Pelos méritos que possui não merecia essa nota. Mas, por acreditar que poderá realizar sonhos onde é proibido sonhar. 

Assim sentimos. Afinal, a quem serve Maynart?

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