domingo, 6 de novembro de 2016

Começo do fim

Findando
O 2016 começa finar-se. Nada dele mais se espera. Os projetos individuais, congelados, na insegurança do dia de amanhã. Insegurança que passa a ser um componente do cotidiano. 

Desemprego alcançando patamares de Grécia, Portugal e Espanha na crise. Dos oficiais quase 12% de desempregados tem-se que o número é bem maior. Beira os 20%.

Indústria aprofundando a retração. Comércio rezando para que a queda nas vendas não mais se acentue além do que já acontece.

O ano acabou-se. O desencanto se apossou do que antes era esperança de dias melhores e ocupou – parece que de vez – a leva de desvalidos que vai se formando país afora.

Falta de dinheiro é a palavra da vez. No mundo dos particulares. e dos governos.

Nada está acontecendo por acaso. O projeto posto a andar vai obtendo sucesso. Para os mesmos. Que se diziam prejudicados com ganhos reais de salário mínimo e distribuição de renda.

O ano poderia acabar hoje. Não seria percebido.


Malhando em ferro frio
Estamos resistindo a fechar o espaço. Não por falta recursos financeiros porque – como o percebe o leitor – não o vendemos. Mas, fundamentalmente, por desencanto.

No país controlado – ao modo 1984 ou Admirável Mundo Novo, sem qualquer perspectiva literária – estamos na viela do resistir até quando?

Mas, continuaremos.

Papa Francisco I
Papa: para os bancos há dinheiro. Para pobres, não!Não salvamos o homem, a humanidade. Mas os bancos. Na crise entre um e outro a ação governamental privilegia os últimos.

Papa Francisco II
Nos “olhos das crianças” nos campos de refugiados a “bancarrota da humanidade” – diz o Francisco.

Que a Igreja Católica neste Brasil ponha em prática as palavras do Papa.

E muitos de seus setores renunciem ao ganho material como construção do espiritual.

Teatro do absurdo
Ainda que invertendo o ônus da prova – como pretensão de defesa – o escritório que defende o ex-presidente Lula se vê diante do absurdo: não há prova na acusação, mas nem mesmo posso provar que sou inocente.

PPP
Nota do portal Lula.com.br ironiza a masturbação por que passa o ex-presidente sob o condão da espúria relação Ministério Público-Globo-Judiciário, denominando-a de parceria público privada.

Sem esquecer de inseri-la no processo de lawfare que busca desconstruir a imagem de Lula e inviabilizá-lo para 2018.

Faz sentido.

Caloteiro
O filho de Lula, o Lulinha, torna-se matéria no Estadão, por dar “calote” na Anatel.

O 'calote' a que se refere a matéria é a fortuna que envolve uma cobrança de 500 reais.

Publicada duas horas depois da invasão de uma escola do MST pela polícia do tucano Geraldo Alckmin.

Justificada! 

O povo paga a conta
No Brasil midiático, nada mais natural que juízes aceitarem homenagens e patrocínios de empresas que – em muitos casos – deveriam ser investigadas por eles. Que o diga Sérgio Moro, homenageado pela Globo e quejandos.

Mas o interessante é o pagamento de diárias para membros do Judiciário que participem do evento em Arraial d’Ajuda, Porto seguro. 

Claro que é o povo pagando a conta.

Há quem veja no evento uma reprodução do Baile da Ilha Fiscal. 

Certamente a república não cairá, tampouco será restaurada a monarquia. 

Mas a natureza dos participantes, em essência, é a mesma.

Porrada comendo solta
Estudante apanha, professor apanha, o povo apanha. Uns, fisicamente; outros, indiretamente. 

Tucanos_Tecnologia_de_Ponta.jpgPesquisa Datafolha confirma o temor que a população sente da polícia.

Que age cumprindo ordens superiores.

Voltam a apanhar
Mudança. Imaginávamos que ocorrera. Que neste ano de segunda década do século XXI nunca repetiriam aquela segunda metade da década de 60 do século XX. Ledo engano.

A polícia é a mesma. E governantes há, como aqueles.

Tortura chegando
Justiça de Brasília autoriza práticas de tortura contra estudantes.

Na ditadura militar a tortura estava a cargo da repressão escondida nos porões.

Boaventura
Do sociólogo português Boaventura Santos, à CartaCapital:

"O que mais custa aceitar é a participação agressiva do sistema judiciário na concretização do golpe."

“O sistema judicial deve uma resposta à sociedade brasileira.” 

Lula sai na frente
O conteúdo da palestra de Lula a estudantes da USP, a teor do lido na Folha, nos desperta para uma situação concreta: Lula saiu na frente – ou assumiu – a defesa da nação, a convocação da juventude e a denúncia da conspiração (que ele diz não acreditar, acreditando) para solapar o país.

Entrevista

                    

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