domingo, 18 de setembro de 2016

Outros ecos

Menos traumático
Não conhece nem os integrantes do BRICS. Ainda que responsável pela diplomacia do país. 

O vídeo – para muitos – disponibilizado aqui,  mostra um decrépito. 

Preferimos perdoá-lo pela presumida amnésia alcoólica. 

Menos traumático que tê-lo como burro mesmo. Ressalvando, de logo, lamentar que dos asnos (nada ‘burros’) tenha sido gerado tal adjetivo para qualificar tipos como o dito cujo.

Decepção I
Ainda escreveremos mais densamente – e menos pontualmente – sobre o que representa o instante vivido pela nação – ou o que sonhamos para ela – neste 2016 e o quanto repercute em nós particularmente.

Tudo resumido na palavra-chave: decepção. A mais profunda, para quem sonhou viver para ver superadas as crises institucionais que viveu.

E quem a expressa não é um rapazola fruto dos escaninhos da escola contemporânea, tampouco dos meios pelos quais se informa. São sete décadas no lombo.

Incluindo os tempos em que imaginamos que o fortalecimento de certas instituições seria contributivo para a construção da Nação, dentre elas o Ministério Público. (O que aqui dizemos está materializado através de um personagem em nosso romance, Amendoeiras de Outono”).

Avacalha-nos o quão néscios se tornaram alguns de seus membros. 

De memória curta quando provas há – à sorrelfa – envolvendo os partidos adversários do PT e seus projetos/políticas de estado. 

E mais: saber que o são muito bem remunerados por nós outros, plebe ignara (obrigado Stanislaw Ponte Preta).

Que imaginamos em algum instante da existência que exercício de função institucional nunca seria defesa de casta.

Decepção II
Como preciosamente observa Márcio Sotelo Felippe (Carta Capital) padecemos da síndrome aventada por Joaquim Nabuco, que afirmou – durante a campanha abolicionista, da extensão dos danos causados – e sua duração no tempo histórico – pela escravidão, contaminada que ficou a ‘nação’ sob rédeas da mesma sociedade escravagista.

Muito a propósito – partindo da premissa aventada por Nabuco – ainda que quase treze décadas passadas – observa Sotelo em seu texto:

Nunca haverá um power point denunciando FHC e a compra de votos para a sua reeleição. Fernando Henrique Cardoso se perpetuou no poder graças a um dos mais escandalosos delitos da história política do país: a compra de votos para a emenda da reeleição. Todo o aparato repressivo do Estado sabe. Existem gravações e recentemente a delação premiada do ex-deputado Pedro Correa fez emergir o assunto.

Foram gravados confessando a venda de votos os ex-deputados Ronivon Santiago, Osmir Lima, Chicão Brígido e Zilla Bezerra. Os “operadores”, como são designados no mundo da política brasileira aqueles que fazem o trabalho sujo de aliciar e fazer com que o dinheiro chegue aos bolsos dos corrompidos, seriam Sérgio Motta, Luiz Eduardo Magalhães, Pauderney Avelino, Amazonino Mendes, Orleir Camelli."
Janio: covardia e conveniência fazem calar
Desnecessárias outras ‘convicções’. Provas encontram-se escancaradas. O que não há é caráter individual e responsabilidade/compromisso funcional.

A degeneração que atribuem aos outros se faz presente, em essência, em suas origens. 

De Torquemada a capitão do mato e feitor cada um assume a seu tempo e oportunidade.

(Não)Lógica
Denúncia contra Lula. Até que enfim – imaginamos – puseram na rua o que guardavam a sete chaves: as provas contra o ex-presidente.

Decepção. Tudo o mesmo de sempre!

A não ser o deplorável espetáculo, da convicção como elemento da denúncia.


Ou seja, a conclusão como premissa. 

Quando tal ocorre deixa de ser filosofia para tornar-se dogma de fé.

                   

A bomba que vira traque

Ninguém há de acreditar – a não ser os que militam na campanha ‘prenda o Lula’ – que as requentadas fontes da denúncia do MPF valham além do que se propõem.

Quiá-quiá-quiá-quiá

Não tenho como provar
Nem indício de prova há
Mas tenho a convicção
De que 'sou' condenação


Está explicado
Enfrentar não temos como, isolado. Resta-nos a gloriosa ironia. 

Xarope.jpg
Ou a nossa ou a de outrem. 

Como a relatada por Armando Coelho Neto, referindo-se um magistrado carioca ao dito procurador. 

Naturalmente!

Que esperar de alguém que tem nome de laxante?

Como laxante, nada contra. O duro é pagarmos seu supersalário. 

Lula perdura
De Lula muito provavelmente a história registrará a injustiça e a perseguição que ora sofre. Pelo menos até que provem materialmente contra ele e dispensem ‘convicções’. 

Getúlio Vargas detinha um ‘mar de lama’ que precisava ser extirpado para que a pátria fosse salva. Aquele apartamento de Juscelino Kubitschek na Vieira Souto o levou a constrangimentos como o maior dos corruptos deste país.

O devassado Lula – e não lhe basta o próprio, mas a todos que o cercam – vai-se tornando mártir.

E palavra de mártir perdura. E sempre encontra ouvidos.

Copiando a quem servem
No imediato do 11 de Setembro – o estadunidense, não o chileno – só faltou ser dito que Lula planejou com Bin Laden o ataque que os próprios Estados Unidos fizeram para garantir o ataque ao Iraque.

Planejado a partir de um espetáculo com o power point de Colin Powell...

Entregou a rapadura
A denúncia contra Lula, dentro da Lava Jato, sustentada em não-provas, além do surrealismo a que chegou a atuação de parcela da PGR (na qual incluído o atual Procurador-Geral) demonstra – de uma vez por todas – o que o juiz Sérgio Moro e ‘sua’ Lava Jato representam como instrumento de golpe às instituições republicanas. 

Naturalmente apoiados por outras figuras – até agora omissas – como Supremo Tribunal Federal.

Unindo a reação
Nenhuma dúvida de que o Partido dos Trabalhadores anda acuado. Há muito. Mais precisamente, desde o ‘mensalão’ (‘petista’, porque o tucano anda de asas e bicos leve e solto).

Aquela parcela da sociedade – a concurseira por excelência – que se imagina deus porque conseguiu passar num concurso não suportou o nordestino, torneiro-mecânico, assumir a presidência da república e ter se tornado o que eles nunca conseguirão.

Utilizar dos meios de que dispõem – claro que com a mídia, porque sem ela nada ocorreria – passaram a massacrar o PT e suas lideranças. 

Condenações ao arrepio do direito e na ausência de prova, ou de provas adredemente escolhidas ou omitidas fazem a festa.

Mas a turma gostou do que fez até agora. E deu certo.

Mas está indo com sede demais ao pote.

Podem estar unindo a reação do PT em frangalhos. Que tem militância. Que pode deixar de ser ressabiada e partir para o ataque.

Vai dar chabu
Mobilização contra procuradores e Moro. Em Curitiba. Pedindo cadeia para Moro e o nome de laxante. 

Ainda que tardia
A Nota do Partido dos Trabalhadores trouxe expressões duras.

Antes tarde, que nunca. Houvesse agido em tempos mais pretéritos – PT e governos petistas – certamente o Brasil não estaria vivendo o estágio de obscurantismo presente.

O regime de polícia política nada caricato assumido por figuras do Ministério Público. 

A carta
Sem sombra de dúvida um histórico documento a Carta Aberta de Eugênio Aragão ao Procurador-Geral da República Rodrigo Janot falando a partir de fatos vividos e vivenciados. Inclusive as traições. 

A ser estendido a todos os setores institucionais desta combalida República. 

Sejam eles do Judiciário ou do Legislativo. 

Porque do Executivo não mais os há. 


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