domingo, 30 de agosto de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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China
O gigante asiático estaria ‘estourando’ uma bolha. O vertiginoso crescimento do seu PIB nos últimos anos estaria a embutir uma ficção. Não há afirmação de que nos moldes daquela alimentada pelo sistema de derivativos posto em andamento pelo mercado imobiliário estadunidense, pipocado com pompa e circunstância entre 2007/2008.

A expectativa de queda no consumo interno da China assusta as economias que dependem das importações do país asiático. Brasil entre elas.

Particularmente vemos as alegadas dificuldades econômicas da China – analisadas sob o teorismo neoliberal – como uma hábil jogada para ocupar espaço (dentro da ótica praticada pelo Ocidente). Tanto que o método traçado envolve câmbio (encarecendo as exportações) e redução de importações (como a mostrar ‘dificuldades’ de processamento e venda internamente).

O que pouco tem sido lembrado é o volume das reservas chinesas em dólar americano (próximas a 4 trilhões) e seus investimentos ao redor do planeta. Da Ásia à Europa (Leste-Oeste) e à África e América Central e do Sul (Norte-Sul).

Há – reiteramos – aquilo que pode ser compreendido como um lance de xadrez no tabuleiro da geopolítica: China como solução ou forçando soluções não tão ortodoxas para Estados Unidos e Europa.

Não bastasse, o contraponto entre as tradicionais agências de controle e fomento internacionais – sob tutela dos Estados Unidos e Europa – já não é absoluto.

De nossa parte nos filiamos à compreensão que os olhos fechados dos chineses estão sempre bem abertos. Há milênios.


Quem diria!

Habilitação para velocípedes, como chamadas aquelas bicicletas de imensa roda dianteira.

Levando-se em conta que há paulistano revoltado com a política público-municipal de São Paulo de incentivar o uso da 'maca' bem que poderia sugerir a habilitação para condutores.

Afinal, para quem vê o mundo  recomenda importar a experiência da Licença de condução de Velocípedes, implantada em Palmela, em Portugal. Bem como retornar aos clássicos e primordiais veículos.

  Setúbal - Delcampe.net

Embate I
Ao pedido de investigação do ministro Gilmar Mendes sobre contas de campanha da então candidata Dilma Rousseff o Procurador-Geral da República pede o correspondente arquivamento por não encontrar no arrazoado do ministro a “justa causa” que nortearia a iniciativa.

A destacar  do posicionamento de Rodrigo Janot  as alfinetadas a Gilmar Mendes, como lembrar que cabe ao Judiciário o papel de pacificador social e estabilizador da Justiça

E a mais contundente: a de que os efetivos “atores principais” de uma eleição são “candidatos e eleitores”, não cabendo – pela inconveniência – tornarem-se Justiça Eleitoral e Ministério Público Eleitoral exagerados “protagonistas” da democracia tornada espetáculo.

Há quem interprete o passo dado por Janot como em direção à História e o de Gilmar Mendes – pelo que tem feito – rumo à latrina.

Embate II
Considerando a fama albergada por Gilmar Mendes como jurista e estudioso do Direito a postura de Rodrigo Janot escancara o lado de Gilmar que a mídia não quer apresentar: o lado nu.

O que implica em entender que a figura/membro do STF/TSE esquece o Direito para fazer política. E neste aspecto o faz tecnicamente de forma sofrível.

O que Janot não pode dispor em texto técnico é que Gilmar – em tudo que faz – está fazendo para ser repercutido na mídia que o acoberta. Jogando para o palco. Que – ao que parece – está sem cortinas depois da iniciativa da PGR.

Gilmar, réu
O blogueiro Luiz Nassif está processando o ministro Gilmar Mendes. As razões da iniciativa estão aqui.

Não sabemos se haverá lugar para aqueles habeas corpus tipo canguru, da lavra de Sua Excelência, como lembra Bessinha ao vinculá-los ao lúdico de Gilmar.


Números e (in)decisões
Os dados referentes à atividade econômica do segundo semestre demonstram uma economia em recessão. Tal não se recupera com discursos.

Uma clara percepção de que a receita neoliberal – que anda estourando o mundo em benefício tão só do mercado financeiro – também não funciona aqui. Atende aos reclamos de bancos e quejandos, basta acompanhar o lucro dos bancos no período. A sociedade – pelo conjunto de cidadãos – fica à deriva para que um punhado de aplicadores viva como nababos.

Nesse particular, a incerta e temerária condução da economia brasileira – uma guinada de 180° em relação ao que ocorreu no início da crise de 2007/2008 – não assegura tranquilidade aos agentes econômicos e faz com que o investimento empresarial seja substituído (para quem tenha disponibilidade) pela certeza de ganhos em aplicações em títulos do tesouro, garantido por uma Selic estratosférica para o instante.

Se os números não agradam, muito menos a condução da crise política, onde presentes um Ministro da Justiça que não tem controle sobre subordinados e uma condução com o Congresso a cargo de um Mercadante antipático e prepotente.

Aí reside a circunstância de o Governo andar matando leão a todo instante.

Às calendas
Os indícios são fortes de que na chacina em Osasco e Barueri – onde foram assassinadas 18 pessoas em três horas (vindo uma outra a falecer depois de hospitalizada) – tenha havido participação de policiais.

Quem imaginar que algum culpado venha a ser punido que espere. E peça vida longa para esquecer.

2018
Pesquisa recente aponta derrota de Lula para Aécio, Alckmin e Serra. Qualquer deles venceria o petista.

Difícil de entender que com tanta força eleitoral o PSDB ainda insista na derrubada de Dilma para chegar ao poder.

Justiça tributária I
Não é questão de gostar ou não, mas a antiga CPMF – venha com que nome vier – é dos impostos o mais justo. Iguala a todos perante sua cobrança. Basta que haja depósito em instituição financeira. 

Através dela os crimes financeiros ficam mais à vista, fáceis de apuração.

Por isso que sonegar para transferir para o HSBC (vide Wikileaks) somente ocorre em razão de os fluxos financeiros não disporem de uma tributação imediata.

Bem poderia ser a inspiração para uma reforma tributária.

Justiça tributária II
A sociedade facilmente será convencida da utilidade de uma CPMF desde que a transparência marque a sua aprovação. Ou seja: a conta da contribuição estará permanentemente disponibilizada para o cidadão. Para evitar que aventureiros (como aconteceu antes) desviem a finalidade de sua utilização.

Considerando o ‘dize-me com quem andas e te direi quem é” dos que são contra confirma a justiça tributária que dela advém.

Pirado
Não nos atemos a gastar tinta com quem não a justifica. No entanto, aquele Lobão de antigamente encontra aqui registro para que se demonstre quão enlouquecido anda o rapaz.

Diz o indigitado que o Ministro da Justiça anda telefonando pros teatros para cancelar seus shows. E mesmo o Ministro da Defesa o teria em nível de ministério como inimigo.

Pirou de vez!

Certamente por não entender que o seu público o era “de Lobão” e não do ativista insensato. Daquele Lobão só lhe resta uma expressão, única que o diminutivo nos recomenda lembrar: ‘Loló’. Ou outra rima que melhor lhe sirva.

Socorro
A informação para a massa – assim se presume o alcance de jornais e revistas – não chega, nunca, quando no centro algum prócer do PSDB. Mais recentemente, o senador Aécio Neves.

A denúncia de Yousseff na CPI repercutiu no exterior. Por aqui, nada!

O partidarismo e conluio (a palavra se faz precisa) entre a imprensa e Aécio (e tucanos outros) beira o hilário (porque melhor rir do que chorar, ou para não chorar) como bem expresso em Eliane Catanhêde: quando cobrada por não divulgar o fato tornado público e notório, com repercussão na imprensa internacional saiu-se com essa:

"Era muita informação ao mesmo tempo e acabei passando batido, mas vou tentar encaixar amanhã em algum comentário".

Ou seja, ainda que os holofotes recaíssem sobre um candidato a Presidente, que continua em evidência como liderança em busca golpear as instituições como meio de superar a derrota, e de tudo já apurado desde 2010, tudo “era muita informação ao mesmo tempo”.

Na esteira o portal UOL cuidou de proteger o pupilo e substituiu 'Aécio' por 'tucanos'.

Não há dificuldade
A confirmação de Yousseff de que Aécio se beneficiava com valores superiores a 100 mil dólares mensais oriundos do esquema de desvio de recursos de Furnas pode ser facilmente comprovada. Se já não o foi. 

Como a Baruerense repassava a propina basta acompanhar o caminho dos recursos e alcançar o destinatário.

Questão de querer!

Por outro lado
Caso o Ministério Público não leve adiante a apuração sobre denúncias de Yousseff contra Aécio Neves, diante de indícios fortes da existência de prática criminosa, comete simplesmente crime de prevaricação (art. 319, do Código Penal).

Revelação bombástica
Ouça o vídeo abaixo e veja como a Globo derrubou o grupo Time-Life e a ditadura militar pagou a conta da platinada com dinheiro nosso.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Confissão

Confessante
A imagem de uma administração público-municipal mais próxima está da avaliação de seus cidadãos, porque diretamente a eles vinculada e por eles sentida cotidianamente. A propaganda que se faz de suas excelências repercutem em cobranças. Nada mais que exigências para que corresponda ao que expressa como virtudes.

A atual gestão itabunense nasceu com propostas ambiciosas, onde a moralidade e a marca a que se propunha – uma cidade da Paz – materializavam o sonho de fazer seu administrador lembrado no inconsciente coletivo futuro como referência. Mormente – quanto ao primeiro aspecto – por suceder a gestões mais imediatas que não poderiam ser consideradas paradigmas de moralidade.

Por outro lado, a abstração ‘paz’ – como marca da gestão – trilhava em torno de uma circunstância eminentemente utópica. E como tal, impossível. Justamente por não depender da vontade unilateral de um gestor, mas de um universo complexo de políticas públicas onde o município, isolado, não detém controle absoluto sobre a quase totalidade delas, razão por que – caso obtido sucesso – estaria ele tão somente no plano de coadjuvante. É possível que alguém imaginou que pedir, buscar e orar com fervor pela paz bastasse. Que o espiritual vencesse milagrosamente o material, pela força da Fé, assim que se expressasse.

Ainda que trilhando por caminhos que refletiam a preocupação com o administrar ideal, não há que se dizer que tal pretensão tenha alcançado o êxito sonhado. Denúncias ocorreram e, não fora a credibilidade individual do prefeito municipal, estaria sua gestão no rol do igual à outras.

Há algo que ora assoma na gestão e tem sido objeto de atenção e crítica: a possível existência de uma ‘indústria’ da multa para encher as burras do erário. A dificuldade em negá-la fica flagrante, revelada na postura de agentes de trânsito e seus ‘caderninhos’ de multas. Até mesmo a ‘zona azul’ apareceu no rol das críticas, quando alguém se descobriu cobrado por estacionar quando não lá estava. 

Exagero que seja, a conversa surgiu. E – como afirma a sabedoria popular – onde há fumaça há fogo.

O fato se desenvolveu e chamou-nos a atenção uma recente Nota de Esclarecimento emitida pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Itabuna. Feita divulgar na quinta 27. Com singular universo de fatos esclarecidos.

Em sete parágrafos a Nota se expõe em:

1. Assumir uma responsabilidade de defender o que não lhe diz respeito institucionalmente uma vez que tal ‘indústria’, em existindo, não é posta em prática pelo sindicato e sim pela administração municipal. Na hipótese de estar se beneficiando de dita ‘indústria’ no mínimo ocorreria uma estranha relação de caráter criminoso, em torno da qual não enveredamos por discriminar em torno de possíveis ilícitos praticados;

2. Expor a existência de legislação municipal, desde 2004, a legitimar a ‘produtividade’ que beneficia os diversos agentes fiscais do município (Tributos, Indústria e Comércio, Sedur, Vigilância Sanitária e agentes de trânsito, “dentre outros”);

3. Particularmente, para a produtividade “No caso dos agentes de trânsito são levados em consideração os registros de acidente de trânsito, condução por embriaguez, participação em blitz, operações extraordinárias, escalas especiais, palestras educativas e vistorias veiculares”;

4. Trazer a público que “Desde o governo passado não se paga hora extra nem adicional noturno para estes profissionais” e que tais direitos são convertidos “em pontuação” para a produtividade;

5. Denunciar que “Em maio deste ano o Sindserv procurou a Câmara de Vereadores para garantir a distribuição equilibrada e a adoção de critérios claros e objetivos para a pontuação, que na gestão passada contemplava apenas os apaniguados da Settran e excluía quem trabalhava arduamente, especificamente os agentes de trânsito”;

6. Registrar que “Infelizmente a Secretaria de Transporte e Trânsito preferiu condenar todos os agentes de trânsito de Itabuna sem as devidas apurações, comprovação ou direito de defesa ”.

Diante desta última revelação tem-se que os agentes de trânsito foram punidos, sem o devido processo, pela Secretaria competente por praticarem a indústria da multa. E como essa Secretaria tem titular – a quem cabe a última palavra, ou pelo menos a iniciativa –  teria realizado manu militari a punição.

Tal aspecto – a punição – promovida (conforme a denúncia sindical) ao arrepio da lei, remete-nos a levantar uma dúvida: dois anos e oito meses de gestão e tal comportamento irregular somente veio a lume agora.

Duas considerações ainda emergem da Nota de Esclarecimento: 1. Quando ao soneto – existência ou inexistência de tal indústria de multas – se põe emenda – impossibilidade de existência (da 'indústria) em razão dos procedimentos fiscalizatórios internos – tal não tem o condão de impedir “que casos isolados ocorram”, o que constitui uma afirmação do procedimento que aflige o contribuinte municipal. Um segundo aspecto: no âmbito da Settran, “apaniguados” foram beneficiados em detrimento de outros que também puseram em prática o questionado procedimento.

Para nossa análise a Nota de Esclarecimento do Sindicato é a confissão que a sociedade esperava. Da existência de algo que – ainda que amparado em lei – pode ter se tornado uma máfia. Que ainda pode envolver a cobrança por guinchamentos, pátios de estacionamento etc.

E mais: tal fato, se confirmado, dificilmente beneficia agentes de trânsito.

Um bom prato para ser servido ao Ministério Público. Completo. Confissão e confessante que deixam a nu a atual gestão no modo de tratar do dinheiro que explora do contribuinte.

domingo, 23 de agosto de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Ainda que tenhamos avançado
Há duas versões da Carta Testamento de Getúlio Vargas: a manuscrita e a datilografada. Na primeira  para os fins a que ora nos propomos  destacamos:

“Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.
... 
"Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas."

A versão datilografada, que veio a público na manhã daquele 24 de agosto, acentua as fontes da reação às políticas de Estado postas em andamento por seu governo.

"A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.

Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o povo seja independente.

...
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio.

Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”

61 anos passados. De voltas e reviravoltas. Ainda que no geral pareça que tenhamos avançado não neguemos que as mesmas forças e os mesmos interesses continuam presentes hoje como ontem. E mais: com os mesmos atores.

Talvez mais vitoriosos do que pensamos.

Daquele 24 de agosto a lembrança do suicídio de Getúlio Vargas, para evitar o golpe que se armava a partir da república do Galeão.

A insensatez que o levou ao gesto extremo permanece atavicamente no imaginário de uma parcela da elite brasileira, encastelada secularmente nas benesses originadas da promiscuidade público-privada.

Getúlio retardou o golpe. Que vingou em 1964. Que muitos querem fazer retornar.

O sonho de Getúlio
A extração de óleo do pré-sal já atingira 800 mil barris/dia em abril. Em apenas oito anos um patamar que a produção em outras áreas da plataforma continental levara mais de 20 anos para alcançar. Um sucesso econômico e singular demonstração da capacidade técnica da Petrobras.

Ainda assim não falta quem queira entregar ao capital estrangeiro as conquistas da estatal. Que será  permanecendo sob controle brasileiro  a redenção deste país.

Afinal, as estimativas para as reservas encontram-se entre 70 e 300 bilhões de barris em dados mais recentes.

Do resultado da parcela que ficará com o país – integrando o Fundo Soberano  50% para a Educação, 25% para a Pesquisa e o restante para a Saúde.

Certo é que  ainda que existindo a Petrobras  não esqueçamos a campanha "O Petróleo É Nosso", na atual versão: evitar a entrega do arduamente conquistado.



Grotesco
Não se pode negar que  não fora o direito de exercer a liberdade de expressar e protestar  muitos dos que estiveram nas ruas no domingo passado não deixaram exemplo de fidelidade ao que tanto anunciavam: defesa da democracia.

Viu-se de uso da infância em ato para ela incompreensível ao absurdo de manifestante empunhando a bandeira dos Estados Unidos. E mesmo quem pedisse (em inglês, naturalmente) a intervenção da Army USA.

 
                                        Outros tempos
Parte da transposição do São Francisco foi entregue na sexta 21, em ato onde presente a presidente Dilma Rousseff. Águas captadas do “velho Chico” começaram a correr a partir de Cabrobó(PE) rumo ao semiárido.

Enquanto o Nordeste caminha para solucionar o secular problema, São Paulo vai vivendo seu tempo de escassez. 

O que inclui haver gasto R$ 28,9 milhões para captar água e ver o investimento tornar-se obsoleto por falta do que captar aqui.

Nas fotos os dois retratos. Inimagináveis em outros tempos. 
Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação/PR  

Fotografia pensante
A fotografia abaixo colheu instante em que manifestantes passavam em frente a uma lanchonete.

Para muitos a fotografia fala a verdade, onde a placa traduziria a composição social do movimento.


Dado interessante
Pesquisa nacional do Data Popular, divulgada pela Rede Brasil Atual aqui, realizada antes da mobilização de domingo passado, levantou dados interessantes. Como o de que para 92% dos entrevistados "Todo político é ladrão".

E o ainda mais interessante: "71% dos eleitores brasileiros avaliam que os partidos de oposição à presidenta da República, Dilma Rousseff, 'agem por interesse próprio, não pelo bem do país'”. 

Ah! Gilmar
Na busca de não perder o protagonismo dentre os conspiradores desta terra brasilis o ministro Gilmar Mendes (aquele que no STF segura a decisão vitoriosa contra o financiamento privado de campanha com um pedido de vistas desde abril de 2014), no exercício da função no STE, acaba de pedir investigação sobre as contas de campanha da presidente Diulma Rousseff.

O detalhe fica a conta de que as ditas contas já foram aprovadas pelo próprio TSE.

Coisa assim tipo o colega ministro Barroso de autorizar a prisão preventiva de quem já cumpre prisão por condenação.

No caso do pedido de Gilmar Mendes entendemos que o grave crime cometido por Dilma reside no fato de a presidente haver sido reeleita.

A espatafúrdia cria de FHC – Gilmar Mendes – permanece onde sempre esteve: desrespeitando as leis que sustentam o Estado Democrático de Direito. 

Afinal, mesmo afirmando que o TSE não tem como cassar Dilma aqui o ilustre ministro vai alimentando a crise política.

A resposta
A resposta do Governo veio de pronto. Certamente o ministro Gilmar mendes não imaginava ser 'chamado às falas' para respeitar a Constituição.

Nota à imprensa

1 – A decisão tomada pelo Ministro Gilmar Mendes em relação à prestação de contas da campanha da presidenta Dilma Rousseff será devidamente questionada no TSE. Desde o final do segundo
turno eleitoral, outros três processos estão em curso na Justiça Eleitoral, com o claro objetivo por parte do PSDB de questionar uma vitória eleitoral conquistada legitimamente na eleição presidencial de 2014.

2 – Mais uma vez, líderes oposicionistas procuram, a partir de processo judicial criar, de forma oportunista, um factoide político completamente descabido. Aliás, o PSDB chegou a solicitar até mesmo uma auditoria das urnas eletrônicas, que são sabidamente seguras.

3 – Reitera-se, novamente, que todos os recursos financeiros utilizados na campanha da presidenta Dilma Rousseff foram arrecadados de forma absolutamente legal e lícita. As contas de campanha da presidenta Dilma foram aprovadas por unanimidade pelo TSE, com parecer favorável do procurador eleitoral do Ministério Público Federal, após rigorosa auditoria.

4 – Felizmente, o Brasil é uma democracia sólida e aqueles que perdem as eleições devem respeitar o resultado das urnas.

Edinho Silva

Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom)



Pouco sabemos
Ainda que não chegue à consciência do eleitor o que efetivamente ocorre, não deixa de ser interessante manter-se na mira o financiamento privado de campanhas eleitorais. Por sua dimensão nociva. 

Apenas para ilustrar: dos 513 deputados federais cerca de 430 receberam dinheiro de empresas investigadas pela Lava Jato para suas campanhas.

Um escândalo que deixa a Lava Jato na rasteira está no quanto apurado pela Operação Zelotes, que envolve o Carf e seus conselheiros, em propinas para liberar obrigações tributárias de contribuintes, que geraram prejuízo aos cofres públicos na ordem de 19 BILHÕES de reais.

Na CPI que investiga o caso, no Senado, 10 dos 11 senadores tiveram suas campanhas financiadas com dinheiro de ditas empresas. Mais detalhes aqui

Crise I
A Folha de São Paulo destacou aqui o aumento de embarques e desembarques no primeiro semestre deste 2015. Incluindo também aumento nos voos regionais. 

Não temos como duvidar dos dados divulgados. Testemunhamos, em viagem recente entre Ilhéus e Recife (com conexão em Salvador): nenhuma poltrona vazia entre as mais de duzentas.

Crise II
Ironia que seja, a situação anda relativamente boa para a população em geral (poderia estar bem melhor), tanto que a arrecadação federal vem em mais de 90% da classe média, já que os ricos deste país – com renda média de 341 mil reais mensais – pagam apenas em torno de 6% da arrecadação total do Imposto de renda.

São dados apresentados pela Carta Capital que mostram que apenas 71,4 mil brasileiros, detendo 21,7% da renda nacional e 29,4% dos bens declarados à Receita, são beneficiados pelo atual sistema fiscal do país.

É a turma que fala em crise.

Já o milionário que perceba acima de R$ 1.904,00 já começa a ser dentado pelo leão, em 7,5%. E se cair na besteira de superar 4.665,00 'contribuirá com 27,5%.  

É a turma que deu de viajar de avião. Para irritação daquela.

Ainda que tardia
A verdade é lenta mas sempre chega. A sabedoria popular pode – caso haja juízes – se materializar no alcance aos tucanos. Ainda que a realidade insista em demonstrar que ilícitos cometidos por tucanos não são tão ‘ilícitos’ assim.

Matéria de Helena Stephanowitz, aqui, publicada no Rede Brasil Atual, aventa a possibilidade de os tempos da ‘privataria’ estarem referidos na denúncia de Janot, como observou a articulista a partir da folha 40 da peça denunciante.

Os fatos correspondem ao denunciado em “A Privataria Tucana”, documentados por Amaury Jr. e aparecem na denúncia de Janot contra Eduardo Cunha – quando é estabelecido o elo entre movimentações em paraísos fiscais por pessoas próximas de Serra, incluindo o sócio oculto de Cunha, Fernando Baiano – como a sinalizar que o PSDB pode estar na mira. 

Caso haja interesse e vontade em apurar/confirmar o que é já de domínio público.

privataria

Cunha acunhado
Na sentença de condenação de Nestor Cerveró, Fernando Baiano e Júlio Camargo o juiz Sérgio Moro faz expressa menção ao deputado Eduardo Cunha, limitando-se – no entanto  a registrar que a competência para julgá-lo está reservada ao STF.



Primeirão
Nem concedeu ao indigitado denunciado o benefício da dúvida. Assim agiu Silas Malafaia em relação a Eduardo Cunha: antes elogios; agora, desdiz os encômios.

Acompanhe os estágios da solidariedade de Silas Malafaia a Eduardo Cunha aqui

Metralhadora bumerangue
Atirando para todos os lados o deputado Eduardo Cunha chega até a ameaçar em interferir/influenciar na sabatina de Rodrigo Janot no Senado.

O efeito bumerangue pode atingi-lo e a outros políticos envolvidos. Afinal, Janot foi o mais votado para a lista tríplice, com mais votos que para a anterior. E sua não-recondução pode ativar a atuação dos pares contra a políticos.

É pagar para ver!

Revelações arrasadoras

O vídeo – ou parte dele – de entrevista de Paulo Henrique Amorim a Carta Capital (Mino Carta e Sérgio Lírio) é uma sinopse de quão arrasadoras são as revelações contidas em “O Quarto Poder  uma outra história”, livro de PHA recém lançado.

domingo, 16 de agosto de 2015

Destaques


DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Na ponta da língua
Particularmente temos profundo respeito por quem não se cala diante de provocações. Especialmente quando venham de poderosos. Razão por que de nossos encômios ao chanceler cubano Bruno Rodriguez.

À indelicada postura de John Kerr de que os cubanos estariam bem melhor se numa “democracia genuína, em que as pessoas são livres para escolher seus líderes, expressar ideias e praticar sua fé” não só fere a autodeterminação do povo cubano como demonstra a arrogância dos EUA no instante em que – depois de 54 anos de um estúpido bloqueio econômico – reabre embaixada na ilha.

A inaceitável deselegância diplomática encontrou repercussão, naturalmente, na imprensa tupiniquim. Que não reproduziu a resposta cubana do chanceler Bruno Rodriguez ao repórter que o indagou na entrevista coletiva sobre como viu a declaração de Kerr e veio na ponta da língua como um punhal em área melindrosa dentro dos direitos universais do Homem:

Nós também temos preocupação com os direitos humanos nos EUA. Cuba não é um país que tem discriminação racial ou brutalidade policial, nem pratica tortura em um território sob sua jurisdição.”

Para não exigir muito do leitor – e dispensá-lo de remontar à diferentes épocas de luta em defesa da igualdade pelos direitos civis entre brancos e negros nos Estados Unidos, ou mesmo lembrar da ainda viva Klu Klus Kan – basta citar o recente caso Michael Brow aqui ou a tragédia de Charleston, na Carolina do Sul aqui. Não fora as denunciadas e permanentes práticas de tortura em Guantânamo, fato até admitido pelo FBI aqui.

Violência contida
Não há que falar que “contida” para a violência em São Paulo diga respeito a esta estar ou ter sido controlada. Mas ao pouco que se diz dela, ainda que na dimensão em que se expressa. Não se trata daquela fomentada pelos meios de comunicação, que alimenta audiências banalizando a violência, tornando-a coisa natural, como se fora parte da convivência em sociedade.

Mas daquela nutrida pelo Estado, como instrumento de repressão, tornada vingança. Uma violência contra as instituições, onde a reação deste ou daquele agente executor substitui instrumentos inerentes ao estado democrático como investigação, indiciamento e denúncia, processo e condenação. E pior: a execução se torna outra violação (e gravíssima), por instituir o que não existe no ordenamento jurídico: a pena de morte.

Em curso outra onda de chacinas em São Paulo. Daquele(a) São Paulo que até já negociou acordos com organizações criminosas para contê-la. Como em 2006, aqui lembrado No acordo com o pcc, o tabu da grande chacina de maio

Na realidade ‘contida’ está a análise das raízes profundas que alimentam a violência paulista(ana). Onde o aparelho estatal mantém ainda resquícios nada superficiais do tempo em que a repressão política se dispensava de respeitar a lei.

Que o digam as vítimas dos muitos que deram nome a logradouros paulistanos. 

Como no Brasil a fora.

Ainda falta
Grande furor há de ser desencadeado em razão da iniciativa do prefeito Fernando Haddad, que pretende substituir nomes de logradouros paulistanos que tenham vínculo com a ditadura em sua dimensão repressora. Pode ser compreendida por quem quiser analisar friamente a relação de “homenageados” AQUI

Considerando que os nomes estão vinculados a quem apoiou a ditadura militar (o que também significa quem a defendeu e a legitimou) não falta quem reclame da não inclusão da Avenida Roberto Marinho na relação de nomes a serem substituídos. 

E como há uma referência ao ‘jornalista’ Roberto Marinho (que sempre foi patrão) na placa da antiga Águas Espraiadas há quem recomende substituição por Avenida jornalista Vladimir Herzog, uma das vítimas da ditadura.

Há quem aplauda
"Haitianos, vocês roubam nossos empregos", teria gritado um dos que estavam no carro de onde partiram os disparos que feriram seis haitianos, na região central da capital paulista. Leia mais detalhes e ações côngeneres aqui

Na São Paulo quatrocentona  diante da reação da imprensa ao fato  tudo parece normal.

Quando a intolerância se faz imperar, diante da inércia do Estado em coibi-la, tudo se torna possível.

A pressa...
De Serra, se explica. Promessa antiga de entregar o que restasse da Petrobras. Imagine depois que a dita cuja descobre o pré-sal!

O que não se explica – a não ser que andou escondido no mesmo time de entreguistas – é a atitude do presidente do Senado, Renan Calheiros, em querer precipitar a decisão.

A reação de nacionalistas começou aqui

Projeto retira obrigatoriedade da Petrobras ser a operadora em todos os campos do pré-sal

O custo
Estudo de um assessor parlamentar já mostrou o que perderá (somente) a Educação brasileira caso os recursos oriundos do pré-sal não sejam mantidos pelo atual sistema de partilha. 

Releia mais detalhes a partir de "Presente de grego... ops!, de Serra" no DE RODAPÉS de domingo passado.

A fala da inconsistência
O dito por Mercadante na Câmara é aquilo que nunca imaginamos nele: incompetência política. Justamente para quem assume uma função de típica coordenação política, a quem cumpre amarrar as linhas e desatar os nós nas relações entre o Congresso e o Poder Executivo.

Elogiar o PSDB e reconhecer erros do Governo sem citá-los é o que de melhor poderia ocorrer para oposição em sua postura de busca do caos. É o próprio expoente posto por Dilma Rousseff acenando para uma oposição que não tem outro compromisso que não o da busca pelo poder (que, se legítima enquanto tal, peca pelo errôneo método).

E continua ministro. 

Presumindo que tenha falado com o consentimento da Presidente da República não há como não dizer que Dilma Rousseff capitulou.

Para quem não perceba que o que ora vivemos é uma luta de classes – diante da possibilidade de descontinuidade de políticas de Estado que beneficiam os mais desvalidos defendida pelas propostas da oposição/PSDB – Mercadante negando reconhecê-la demonstra, além da incompetência, curta visão.

Em razão dos elogios ao PSD e suas políticas postas no período em que FHC capitaneou o país não custa lembrar a Mercadante as maravilhas tucanas por ele (Mercadante) esquecidas, dentre elas haver quebrado o Brasil por três vezes.

Ou  quem sabe?  recomendá-lo indicar FHC ao papa Francisco para beatificação, com as homenagens e milagres avaliados por Bessinha.


A culpa de Lula
Considerando o elogio de Mercadante a FHC/PSDB, não custa analisar a culpa de Lula, na visão de quem escreve na rede:

Lula é culpado, sim, de ter promovido a maior ascensão social na história País. É culpado por ter tirado o Brasil do vergonhoso Mapa da Fome. É culpado por abrir as portas da Universidade aos pobres e aos pretos. Por ter aberto oportunidades que a maioria dos brasileiros nunca teve. É culpado de ter feito o melhor governo desse País em que os doutores sempre governaram. De ter mostrado que o Brasil pode ter o tamanho dos nossos sonhos.
Isso, sim, é imperdoável. E é por isso que eles têm tanto medo do Lula. 

Também porque “Lula é culpado de ter posto o Brasil a se postar e andar ereto diante das demais nações do mundo; e isso é inadmissível àqueles com complexo de vira-latas que queriam que o país vivesse “de quatro” ou, no máximo, de joelhos e descalços”.

Homenagem
Dentre muita coisa que o Judiciário se escusa apurar  especificamente onde não haja petista  há uma determinada chuva de dinheiro, lá em João Pessoa, na Paraíba, envolvendo a campanha de um senador.

Em homenagem ao trabalho da campanha trazemos a hilariedade nordestina em "Campanha Eleitoral", de Maviael Melo, com o próprio.



É o Lula
Caso consideremos a sanha com que pretendem envolver o ex-presidente Lula em malfeito não tarda aparecer alguém para afirmar que foi ele aquele “Cão” que enganou o senador (vídeo acima) e que tal postura exige prisão preventiva na Curitiba de Moro.

Tal sanha pode ser avaliada a partir de matéria publicada no Estadão aqui, oriunda de vazamentos de escutas da Polícia Federal, em razão do terrível e imperdoável crime de o ex-presidente haver falado com Odebrecht, em 15 de junho  como denuncia Fernando Brito no Tijolaço , "De um artigo de Delfim Netto, que você pode ler aqui, defendendo o BNDES e do elogio feito pelo velho Emílio Odebrecht a uma nota publicada três dias antes pelo Instituto Lula, rebatendo acusações feitas pela Veja sobre seus contratos para palestras."

E se for de Lula?
Completado um ano da morte de Eduardo Campos, no acidente em Santos, encontram-se dificultadas as conclusões em torno da responsabilidade de indenizar as vítimas (inclusive em terra) pelos danos. Tudo porque até agora não houve como identificar a propriedade do avião que transportava Campos e assessores. aqui

Ninguém duvide de que o jatinho seja de Lula. Basta algum dos presos em Curitiba delatar. Que pode incluir na denúncia o Lulinha. Melhor aperfeiçoado que D. Marise seja sócia.

Democracia ideal
A democracia brasileira – ainda aprendiz, em razão de muitos de seus atores não terem ido ao catecismo do que sustenta o moderno Estado Democrático de Direito – tem sofrido esbarrões.

Para muitos – dentre eles Aécio e quejandos – urge que surja o sistema democrático ideal: no qual o ‘seu’ partido (PSDB e quejandos) escolha o povo.

A campanha continua. Com o "povo" nas ruas. como neste 16.

Itabuna
Hoje se encerra a Semana de Aniversário de Jorge Amado, onde é lembrado. O vídeo abaixo, lançado em agosto de 2010, tratava de um projeto grandioso para Itabuna e pretendia antecipar os festejos em honra do ferradense ilustre, para que ocorressem durante o período que antecedia o centenário de Jorge, em 2012.

Do muito ali pensado e sonhado ficaram a estátua na entrada de Ferradas e a reconstrução da casa onde viveu Jorge enquanto morador de Ferradas, ainda na administração do prefeito José Nilton Azevedo, que aceitou e se empenhou no que lhe foi possível naquele projeto (JORGE 100 anos AMADO).

Faltou ao então prefeito a assessoria que permitisse desenvolver na plenitude aquele projeto, que o vídeo destaca em detalhes quanto aos objetivos.

Melhor (re)vê-lo para senti-lo. E perceber que perdemos não só a estátua que indicava a quem passava por Ferradas que o filho mundialmente conhecido ali nascera.