domingo, 26 de abril de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Em busca do poder
A Constituição Federal não dotou o Ministério Público de poder além daquele delegado nas competências para ele fixadas. Assim como não outorgou a Polícia Federal autonomia específica além da que lhe incumbe. A cada uma das instituições, respectivamente, sob respeito à legislação, as funções de denunciar, fiscalizar a aplicação da lei e investigar. A primeira dependendo em muitos casos da terceira. Uma atuação conjunta lhes é salutar.

Estranha-nos, pois, delegados, por associação, divulgarem nota em que seus pares “manifestam preocupação com os prejuízos à investigação criminal e o atraso de diligências em cerca de nove inquéritos da operação Lava Jato, que tramitam no STF, os quais estão muito aquém daqueles em andamento na Justiça Federal do Paraná”.

Mais que isso, o expressado pelo presidente da Associação dos Delegados ao Estadão: “A Polícia Federal quer trabalhar. Se o Supremo entender que tem que ser exclusivamente do jeito que o procurador-geral quer, a PF não assume a responsabilidade nem os riscos dos resultados. Se a PF não tiver como contribuir na forma como entender mais adequada e se o procurador-geral quiser assumir integralmente a responsabilidade, paciência.” 

Algo maior paira no ar. Nada disfarçado. O poder. Que no Estado Democrático de Direito existe sob a égide de contrapesos e em relação ao Executivo e Legislativo decorre da legitimação pelo voto.

Já o disse Bertrand Russell:  “Dos infinitos desejos do homem os principais são o poder e a glória.”

Parece-nos que os senhores delegados buscam o que expressa Russell. 

A glória tem lhes assegurado a mídia. Falta-lhes o poder. Que pretendem sem voto.

Juízes x juízes
Há quem pense diversamente. E tenha na magistratura moriana a solução que o país exige. Ainda que feridos os valores que sustentam a Democracia, premissa de garantias constitucionais para o cidadão.

Na semana em que o mesmo juiz que legitimara uma prisão a desligitima por que desamparada nos fatos, a lição do desembargador mineiro (abaixo) chama à reflexão.




O pesadelo se foi
Ainda que os áulicos da catástrofe não se sintam satisfeitos a pressão sofrida pela Petrobras, jogada em águas turbulentas, está passando ao largo. Os inequívocos objetivos de torná-la factível de entrega a grupos estrangeiros perdem-se no estuário como espuma de ondas desfeitas em praia.

A manipulação de que foi vítima, como se fora ela – e não um punhado de bandidos – a criminosa da vez, ultrapassa a prova da verdade com a publicação de um balanço que mais a consolida.

Mesmo anunciando – temos que sob pressão – venda de alguns anéis acalmou parcela dos abutres sem que tenha que sacrificar a jóia da coroa: o pré-sal.

Sai vitoriosa. Derrotados os que queriam vendê-la e ao pré-sal.

Assim que retome os pagamentos às empresas que lhe prestam serviços voltará a manter a cadeia produtiva que gera com seus investimentos.

A tormenta se foi. Não mais que pesadelo.

Reunião
O movimento dos que lutam pelo terceiro turno anda para trás. Dilma anuncia reunião com ministro do Planejamento. 

Sinais concretos de que o ajuste fiscal não está voltado para parar o Brasil.

Caindo
A escolha da Globo para o seu horário nobre de novelas tornou-se um desastre. Que o diga a audiência que vem tendo a concorrente "Os Dez Mandamentos", na Record.

A ponto de  como o afirma o jornal O Dia  estarem os atores da platinada proibidos de comentar sobre a audiência do fracasso.



Não engana I
A Globo sabe que não tem como fugir à pecha de que apoiou e viveu às custas da ditadura civil/militar. Nos seus 50 anos traz ao público que a ouvirá, pela primeira vez sobre o período, que nele sofreu como suvaco de aleijado no caminho da Lapa.

Fala para os de depois.

Porque os de antes não enganará.



Não engana II
Para os de agora cabe informar que a Globo conseguiu liminar judicial proibindo a exibição em território nacional do documentário “Muito além do Cidadão Kane”, do britânico Simon Hartog, exibido pela primeira vez no Channel Four, televisão do Reino Unido.

A disponibilização do link abaixo, do documentário no YouTube – como contribuição deste blog à verdade – está amparada no seguinte texto:

O filme mostra, didaticamente, como a Rede Globo trabalha para defender os interesses da elite brasileira através da manipulação e alienação do povo de nosso país. Em março de 1994, o filme seria exibido pela primeira vez no Brasil, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, mas uma ordem judicial expedida a pedido da família Marinho vetou sua exibição. Posteriormente, a Globo tentou, sem sucesso, apreender as cópias disponíveis nos arquivos da USP. A partir do ano 2000, com a popularização da internet, o filme enfim pode ser amplamente visto pela população brasileira.”

Pesquisas
Nomes vários ocupam espaço na pretensão ao Centro Administrativo Firmino Alves. Um deles  ainda que não integre a lista dos institutos  se diz candidato e trabalha para tal fim. E teria apoio do próprio Vane.

Nome?

Descubra o leitor. Observando a ciumeira interna e os gastos com a propaganda que o eleva aos píncaros da redenção administrativa.


domingo, 19 de abril de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Freud explica
Muito comum ouvir-se que o Governo Federal financia este ou aquele blog  daqueles denominados 'blogs sujos'  para defendê-lo. Sustentaria, assim, uma rede de mídia alternativa a seu favor. Para essa turma de crítica dinheiro público somente para a Globo e quejandos.

Afastada a ciumeira  mesmo porque não comprovada a 'denúncia' fica ela muito mais no âmbito de si mesma  descobre-se que a prática (antiga, como aquela profissão, desde que surgiu imprensa) faz parte da atuação oposicionista.

Sabido e consabido que Aécio Neves  através da irmã Andréa  controlava com mãos de ferro os recursos do governo mineiro dirigindo-os para os que liam em sua cartilha. E dizem as más línguas que ainda financiava veículos de comunicação da família etc. Além de encarcerar jornalista que lhe fazia oposição.

Desta vez escancarada remuneração  diante do comum motivo  de um advogado que escreve sob o pseudônimo Gravataí Merengue recebendo 70 mil mensais do governo Geraldo Alckmin para exercer a gloriosa missão de falar mal do PT e de Dilma Rousseff.

Como recebe para falar mal deduz-se que só o faz porque recebe, não por ser contra efetivamente. Se o fosse não carecia de um garangauzinho.

É, a turma fala em defesa própria, para confundir. E assim caminha essa particular humanidade de varões de Plutarco.


Que venham mais protestos
A considerar o nível em que se desdobra o conteúdo dos protestos – baixaria verbal – seria absurdo imaginar que a população em geral venha a concordar com o objetivo ali posto.

Não à toa mínguam de manifestantes as mobilizações.

A falta de propostas – além da saída de Dilma e a grita contra a corrupção – está cansando. 

O esvaziamento decorre da falta de propostas, não fora a mesmice do ‘fora Dilma, fora PT’. 

O impacto político não se sustenta.

Tudo vai se transformando em lugar-comum.

Insensatez
Faltando só alcançar a unanimidade parece estar a sociedade brasileira aguardando apenas a aprovação da redução da maioridade penal para 16 anos para que a pátria esteja salva. A mídia que a sustenta (a redução) demonstra força.

Tudo está a aparentar um consenso (naquilo que nunca foi discutido dentro dos parâmetros exigidos): a cadeia resolverá a criminalidade e os índices alarmantes da atualidade começarão a despencar.

Só não funcionará se não forem construídas as cadeias necessárias.

Nem mesmo é levado em conta que somente em torno de 1% de menores cometem homicídio, por exemplo, enquanto cerca de 30% são dele vítimas.

Para quem perguntar a razão por que tal entender basta ligar a programação sensacionalista da TV aberta. Onde sangue pelo sangue é a expressão-chave.

A verdade para um tipo de telespectador que existe como fruto dela, por ela e para ela. 

Muito a propósito Humberto Eco:

“O futuro nos reserva um populismo qualitativo via TV ou Internet, no qual a reação emocional de um grupo seleto de cidadãos pode ser apresentado e aceito como a Voz do Povo.

Jabuti em árvore
Atribui-se a Vitorino Freire – liderança política do Maranhão antes de Sarney – a pergunta-resposta ‘se há jabuti na árvore alguém o pôs lá’. É o que sempre fez o deputado Eduardo Cunha, inserindo dispositivos em Medidas Provisórias – alheias ao seu conteúdo – para beneficiar interesses particulares com dinheiro alheio (de governos). Como o fez para favorecer a Ford do Rio Grande do Sul, facilitando suas obrigações fiscais.

Não mais podendo ‘emendar’ manda alguém do seu quintal fazê-lo, o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). Então foi incluída na MP 661/2014 a obrigação de o BNDES indenizar com 50 milhões de reais um incêndio no Shopping Nova América, no Rio de Janeiro, criando a figura do “desastre natural” indenizável fora dos limites da apólice de seguro, obrigando o BNDES.

Desastre realmente. Uma Câmara Federal a soldo de um Eduardo Cunha solto.

Outro jabuti
Eduardo Cunha processa Luiz Nassif por havê-lo incluído no esquema de captação de recursos para Collor através de PC Farias.

Descobriram a denúncia. Em matéria de O Globo. Eduardo Cunha diz que não integrou o esquema de arrecadação de PC Farias.

 

Bodas de ouro
50 anos não são qualquer coisa na curta existência humana. Tanto que de ouro são chamadas as bodas quando completado o período de cinco décadas.

No próximo 26 de abril a TV Globo completa 50 anos de existência.

Uns acham que tem muito a comemorar. Outros, que não.

Nós, particularmente, entendemos que de comemoração mesmo o jornalismo amparado na Lava Jato do juiz Sérgio Moro. 

Que o premia com delações vazadas. E da platinada recebe prêmios.


Dirceu
Há risco – afirmam muitos – de José Dirceu voltar a ser preso. Seria 'espetacular'.

Duvidar não podemos. Afinal, foi condenado por corrupção sem que houvesse provas de desvio de dinheiro público que o beneficiasse. 

Que o diga o inquérito 2474. Escondido por Joaquim Barbosa. Que para condená-lo aplicou  à sua maneira  a teoria do domínio do fato.

Fugindo da cruz
O calvário petista passou a se chamar financiamento de empreiteira para campanha eleitoral. Passa por uma devassa.

Foge da pesada cruz anunciando que pretende não mais receber financiamento privado.

Esquece de perguntar ao ministro Gilmar Mendes o que acha da proposta.

E ao PSDB, ao DEM, ao PMDB, ao PPS etc. se seguirão o exemplo.

Transferindo a cruz
Como tem sido o partido político massacrado pela culpa de todos a iniciativa  a ser confirmada em junho  deixa um recado claro: se o problema é esse não mais faço parte dele.

Não faltará mídia para chamar de jogo sujo. 



A festa
Como não haverá quem siga a decisão do PT a festa está lança 'lá no meu ap'.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A salvação

Da lavoura
Balanço de jornais acusam prejuízo. Audiências televisivas amargam índices despencando. O valor patrimonial de empresas jornalísticas acompanha o ladeira abaixo. As demissões que o digam..

Eufóricos, o PSDB e penduricalhos uniram-se em torno de uma campanha nacional pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ao que parece os da oposição político-jornalista compreenderam que só o impeachment os salva.

Uns para salvar balanços; outros, para voltar ao poder.

Falta saber se a receita dá certo para salvar a lavoura.


terça-feira, 14 de abril de 2015

Entre o riso

E a piada
Rir pode não encontrar origem na piada. Daí por que nem sempre o rir vem da piada. Mas a piada sempre gera o riso.

As mobilizações das categorias  e estamentos sociais traduzem os mais variados perfis analíticos. Dentre eles, o anedótico.

Sob este viés  para o anedótico do riso originado de mobilizações  quem mais contribui é a imprensa ao traduzi-las.

A propósito, no último domingo soaram as trombetas do Apocalipse  mais uma vez, renitentemente  contra o Governo, o partido que emplacou a presidência, e  por que não dizer?  a própria Presidente.

Em torno do pouco que observamos ficou-nos o detalhe de que  no plano quantitativo – houve menos aplausos que antes.

Particularmente tivemos oportunidade de testemunhar os aplausos em Itabuna. Vimo-los, ao vivo e em cores.

Como vimos a primeira página da edição do jornal Agora, lida nesta terça. 

Lá estava  em letras garrafais  que a manifestação em Itabuna levara às ruas 3.000 pessoas.

Como não encontramos 5% do anunciado no Agora nas ruas itabunenses e presumindo que os números nacionais traduzam o publicado no jornal local  lá como aqui, terra de Jorge Amado  podemos afirmar que o riso que nos veio se sustentava na piada editada em Itabuna.

Quiçá, nacionalmente!


domingo, 12 de abril de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Para acompanhar
O jogo aberto pela Grécia – ao cobrar da Alemanha uma dívida causada pela invasão/ocupação do país na Segunda Guerra – despertou a atenção dos analistas. Mais atenção ainda pelo simples fato de que a iniciativa pode desencadear outras.

Não bastasse, põe em cheque o próprio sistema especulativo comandado/controlado pela Alemanha na Europa.

De certa forma, a Grécia  ao apresentar uma conta de 278,7 bilhões de euros  acuou a Alemanha abrindo o velho baú das responsabilidades causadas pela eclosão da guerra, indenizadas em outros instantes e beneficiando outros países.

A Alemanha fica sob pressões. E caso renegue a dívida abrirá a possibilidade de a Grécia simplesmente utilizar o argumento para não pagar a que lhe atribuem. Afinal, muito mais legítima a pretensão  reconhecida em outras circunstâncias em relação a outros países – que a conta cobrada, baseada em agências de risco, sempre a serviço da especulação financeira.

Recuperando o tempo perdido
A reaproximação entre Cuba e Estados Unidos amadureceu na Cúpula das Américas, no Panamá. Para dimensionarmos o fato, lá estavam reunidos todos os 35 chefes de Estado integrantes da Cúpula.

O capitalismo estadunidense – que comanda qualquer governo por lá, republicano ou democrata – não pode se dar ao luxo de entregar um espaço potencialmente promissor a outros atores mundiais, especialmente China e Brasil, que já puseram os pés em Cuba.

O isolamento imposto pelos EUA a Cuba desfaz-se e a inexorabilidade da realidade – sob a ótica da geopolítica empresarial – exige urgente recuperação do tempo perdido.

Que começa com a retirada de Cuba da lista de países que abrigam o terrorismo. 

Não fora o encontro entre Obama e Castro, o primeiro em quase 60 anos entre dirigentes dos dois países, quando Eisenhower encontrou-se com Fulgêncio Batista em 1956.




“Dai a César...”
A presidente Dilma Rousseff ao delegar poderes ao vice Michel Temer não fez somente uma jogada no xadrez político. Também delegou ao PMDB resolver os problemas causados pelo próprio PMDB. Em outras palavras: ao PMDB de Temer a responsabilidade de controlar/sustar os danos causados pelo PMDB de Eduardo Cunha.

Para análise do leitor: Michel temer assume funções da extinta Secretaria de Relações Institucionais como – dentre outras – a de nomear quase a totalidade dos cargos do segundo escalão do Governo Federal e a priorização dos recursos do Orçamento da União às prefeituras.

Nas prefeituras estão as bases eleitorais de todos os deputados. Um canal permanente de diálogo com parlamentares, hoje sob o condão de Eduardo Cunha.

Sendo o partido dos problemas de Dilma a ele a solução cabe. Dai ao PMDB o que é do PMDB...”.


Um aninho!
Que lindo! Um aninho de Gilmar Mendes segurando a picaretagem do financiamento privado de campanha.

Ainda que não estivesse a prevaricar (art. 319, do Código Penal) evidentemente desafia Resolução do STF, a sociedade e os seis pares que já condenaram o financiamento privado.

Simplesmente zomba de todos!


Falando pelos cotovelos
No instante em que propostas bizarras vêm à tona – ferindo a plenitude de um Estado de Direito – membros do MPF (dentro da tônica do matar a rês para curá-la do berne) estão a de propor ao Congresso a modificação do CPP para inserir a prova ilícita (aquela obtida sem autorização judicial ou por meios que só Deus sabe como) e juízes clamam por prisão antecipada como solução para crimes graves.

É que os juízes Sérgio Moro e Antônio César Bochenek defendem prisão definitiva antecedente à condenação.

E pedindo apoio
O que mais estranha em relação a quem fala pelos cotovelos é a mais recente investida de algumas figuras do MPF: pedem apoio à mídia para que a apuração nãos se dilua na Justiça.

Cheira a quem fez coisa errada (e sabemos que o há).

Em declaração ao jornalggn.com.br pontuou o jurista Celso Antônio Bandeira de Melo: 

“Está evidente que este processo [Lava Jato] está coberto de erros e imprudências jurídicas. Eu apontaria desde logo o erro de querer transformar prisões preventivas em instrumentos de coação para que indivíduos submetidos a condições desumanas tentem se livrar disso por meio da delação premiada. O instituto da delação premiada não é isso! Esse juiz Moro me parece um homem muito pouco equilibrado. Não está se comportando como um juiz. Está se comportando como um acusador”.

Outro jurista, Luiz Flávio Gomes, ao mesmo GGN, não deixa por menos:

“Quem faz tudo dentro da lei não precisa de apoio da mídia. O juiz não tem necessidade de apoio popular ou midiático. O juiz existe para cumprir os preceitos da lei e acabou."

Belluzzo e a (des)Constituição
A propósito, de Luiz Gonzaga Belluzzo (A proposta de Moro), na Carta Capital: 
...
Nada pode ser mais trágico para uma sociedade enredada na malha das relações mercantis e da diversidade de interesses do que a invasão da vingança particularista na prestação da justiça. No Brasil, essa forma deformada da aplicação da norma abstrata e impessoal denuncia a capitulação dos órgãos encarregados de vigiar e punir aos ditames da sociedade-espetáculo. Os brasileiros de todas as classes assistem – uns embevecidos, outros atônitos – ao espetáculo da Justiça ou às façanhas da Justiça-Espetáculo.

As relações promíscuas entre as autoridades judiciais e a mídia colocam os cidadãos brasileiros diante da pior das incertezas: a absoluta imprecisão dos limites da legalidade. As garantias da publicidade do procedimento legal são, na verdade, uma defesa do cidadão acusado – e ainda inocente – contra os arcanos do poder, sobretudo das predações do poder não eleito. Pois essas conquistas da modernidade, das quais não se pode abrir mão, vêm sendo pisoteadas por quem deveria defendê-las. Ocultam à sociedade, em cujo nome dizem agir, a dedicação com que laboram para tecer a corda em que enforcarão as garantias individuais. É comum e corriqueira entre nós a transformação das prerrogativas funcionais em privilégios individuais e pessoais.

Interessante
Significativamente interessante saber-se que o COAF-Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda, órgão incumbido de fiscalizar o trânsito de recursos financeiros para 'Prevenir a utilização dos setores econômicos para a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, promovendo a cooperação e o intercâmbio de informações entre os Setores Público e Privado'. tenha se utilizado do HSBC para orientá-lo.

A denúncia de Antônio Barros circulou no GGN, onde afirma que em 2011 o HSBC ministrou Treinamento Especial em Inteligência Financeira

Cabe aplicar a sabedoria popular: o galinheiro cuidado e orientado pela raposa.


O perigo
Assanhada a classe trabalhadora contra a PEC da Terceirização. Tem razão. Nada poderia significar se não fosse defendida justamente por empresários e afins, com larga representação no Congresso.

Mas o que deveria assanhar – e assustar – é o fato simples de que o andamento de tudo que pode derrubar conquistas históricas da classe trabalhadora tenha sido disparado por iniciativa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

É que a força de Cunha é a força dos lobbies do poder econômico (empresarial, bancário e agropecuário). Tudo sustentado em bancada que controla porque a montou, ajudando-a financeiramente com dinheiro alheio (do empresariado).

Mordacidade
Paulo Henrique Amorim tem sido dos mais mordazes jornalistas na atualidade. Dia desses – criticando matéria de O Estado de São Paulo, em que pedia autonomia para a Polícia Federal – lembrou PHA que autonomia é o que não falta a PF (que ele denomina de “PF do Zé”, em razão da incompetência gerencial do atual Ministro da Justiça sobre a instituição que a ele está subordinada). Autonomia para fazer e não fazer. O seja, faz o que quer, quando quer e como quer. E ilustrou:

"- só descobre tucano morto na Lava Jato (o Anastasia, coitado, é o bode expiatório);

- a PF não sabe quem é o dono do jatinho em que a Bláblá (assim PHA denomina Marina Silva) pegava carona;

- ignora a relação da cocaína do helicóptero com grupos políticos associados ao Machão do Leblão".

Tem sobejas razões o PHA.

Aprendizado
Dia desses encontramos na rede um comentário que nos chamou a atenção: “Há muito constatei que posso perfeitamente viver sem a Globo!”

E descobrimos – em conversas com amigos – que tal fato vai se tornando corriqueiro.

A programação global não se sustenta mais no padrão que a tornara imbatível.

Já usou de tudo. Inclusive o famoso BV (bônus de veiculação), disfarçada forma de corromper agências de publicidade, que recebem antecipadamente o percentual que lhes cabe por aquilo que veicularão antes que a empresa receba do cliente.

E por cima muita gente na rua se mobilizando contra a platinada.


"Aonde a vaca vai..."
Tocando um violão de uma corda só o maranhense João da Praia cantou a vendeu muito: Aonde a vaca vai / o boi vai atrás...

A mais recente vaca é o deputado Eduardo Cunha. Aonde o boi vaia vai atrás.

Aprimorando a campanha deram de premiá-lo com ovos sobre o palanque onde esteja.

Como aconteceu recentemente na Paraíba.

Matando a galinha
Um carro de som circulou na cidade (re)convocando para os protestos contra a Presidente Dilma Rousseff. Ainda não completado um mês do último.

Parece-nos que estão matando a galinha dos ovos de ouro de muitas "lideranças".

Acomodação
Até quem não está vinculado diretamente à política vai percebendo que o assunto já ocupa mesas de bares e restaurantes.

E a pergunta é sempre a mesma: quando Geraldo Simões sai do PT?

Há quem já queira afirmar até para qual partido irá.

Abril começou e nenhuma melhora nas relações entre GS, PT e Governo.

Basta ver o preenchimento de cargos em Itabuna.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Tratando



De 'p'

Em 1880 Guy de Maupassant traduziu em conto uma visão da realidade burguesa da França, tendo como palco o imediato da guerra franco-prussiana de 1870. Nele uma prostituta  Bola de Sebo, tão roliça o era  também vive a fuga a partir de Rouen, conseguindo passagem na mesma carruagem onde estão próceres da sociedade de então.

O centro do relato é o fato de que aquela marginalizada salvará a todos entregando-se a um comandante prussiano que isso exigia para liberar a viagem de todos. Satisfazendo-o contra a vontade, Bola de Sebo põe em prática altruístico desprendimento, mesmo em defesa dos que a fazem de simples ralé.

O tema  não bissexto  é aproveitado por John Ford, em 1939, para Stagecoach (aqui exibido como "No tempo das diligências"), uma das mais expressivas páginas do faroeste. 

Caso nada existisse no plano musical, "Geni", de Chico Buarque, é plena versão de Maupassant. 

Ainda na Literatura há um conto "Chuva"  tido entre os melhores de todos os tempos  de William Somerset Maughan (1874-1965), em "Histórias dos Mares do Sul", abordando a desintegração moral de um missionário diante de uma prostituta a quem insistiu em converter.

O que nos faz lembrar de prostitutas  buscando referência em Maupassant  é o fato de que contra elas reside um dos mais radicais comportamentos no campo do preconceito. O mais antigo, certamente.

Em Maupassant expressada a sordidez humana (muito bem sintetizada por Chico Buarque) de quem constrói mundos para si, somente olhando o semelhante na condição de escória.

Na esteira do preconceito contra as mulheres marginalizadas em decorrência de sua 'profissão'  de caráter moral  o desenvolvido contra pretos e pobres  nas searas racial e sociológica  fazem-nos integrar, com aquelas, ao tradicional tríduo de pês contemporâneos.

Afirmam os que se sentem ora marginalizados político-partidariamente que um outro 'p' passou a integrar o rol de preconceitos.

Pode ser e pode não ser  diria aquele filósofo de almanaque, para fugir à resposta que não domina.

Mas, quando fazemos comparações entre vários indicadores sociais, econômicos e financeiros do país em décadas recentes nos vem um quê de Bola de Sebo no espelho.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Choque


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Na gestão
Tanto ouve-se  e mais ouviu-se no curso da campanha presidencial  como último apelo em verso político para redenção dos povos  que quase estamos a buscar em poema o canto que só a abstração literário-poética poderia abarcar.

Assim, nos vimos diante dos fatos concretos  longe do concretismo poético  minimalizados em (não)melodia a ser composta por Gilberto Mendes.

Aturdido em surrealista espaço textual o choque de gestão embala o canto revolucionário. 

Assim o expôs quem diz havê-lo praticado.

O dito acima se fez necessário  como para compreender o fiat lux  depois de vermos/ouvirmos/lermos sobre o estado das finanças públicas do estado de Minas Gerais, como encontrado pelo governador empossado em janeiro último.

Tem-se como desmoronado o conceito exposto por quem no choque de gestão apresentava o paradigma da redenção para a administração pública, personalizada em quem o pusera em prática.

É que  caso tenha o choque de gestão de ser analisado sob o prisma dos mineiros que governaram o estado em tempos recentes e o levaram a termo  temos que não passaria de um estágio a ser estudado pela Física Quântica contemporâneo-mineira, diante da ação humana tratando de novos elementos ali descobertos e suas reações para novos conceitos científicos em torno do curto-circuito.

O que está posto no noticiário nacional sobre o praticado choque de gestão no estado de Minas Gerais nos leva à conclusão  sem sombra de dúvidas  que houve ali, sim, um choque sim, um choque na gestão