Naturalmente
os 55% dos que dizem não votar em Lula de jeito nenhum alimentam o noticiário.
Muito mais do que ser ele também o detentor do maior percentual de quem votaria
nele definitivamente: 23% (já foi 33%).
O
que fica subliminado no resultado da pesquisa Ibope é o fato de que todos os
demais candidatos avaliados superam os 50% para o não votaria de jeito nenhum,
incluindo Marina Silva, agraciada com 50% (superando os 31% anterior, o que não
deixa de surpreender), escapando do patamar somente Aécio, que fica na casa de
47%. Na esteira da alta rejeição, Serra (com 54%), Alckmin e Ciro (52%).
De
imediato, uma conclusão: nenhum avaliado foi beneficiado pela rejeição dos
demais. O que sinaliza uma generalizada rejeição aos políticos tradicionais.
Mais
a considerar: o percentual de eleitores que afirmam que votariam com certeza em
Lula ainda é maior, disparado, do que o dos demais (todos) rivais: se ele cai
para 23% (ante 33% em maio de 2014) as coisas não melhoram para Aécio (com 15%),
seguido por Marina (com 11%), Serra (com 8%), Alckmin (com 7%) e Ciro (com 4%).
Não deixa de ser significativo o fato de
que – à exceção de Ciro – os avaliados foram candidatos em eleições recentes (Serra
há dois anos). Ou seja, estiveram nos holofotes bem recentemente. Sob esse viés, Ciro aparece mais positivamente do que os números
o traduzem, já que sua última eleição nacional o foi em 2002, como candidato a presidente da república.
Por fim – tomando a abertura deste texto –
55% dizem não votar em Lula de jeito nenhum. Em si – caso a eleição fosse hoje – uma rejeição que inviabiliza qualquer eleição.
Por que teme a oposição a sua
candidatura?
Outra perguntinha: por que ninguém cita
FHC?
Manchete
II
A
Operação Zelotes – que envolve um escândalo que supera 19 bilhões de reais –
ainda que tenha entre os apurados a Globo RBS, a Gerdau, o Bradesco, o Banco
Safra, o Santander, políticos e quejandos vários de porte social e financeiro –
encontrou o prato feito: uma empresa de um filho de Lula. Por coincidência, a operação foi deflagrada no imediato do 70º aniversario do ex-presidente. Não que tenha o rebento e sua empresa qualquer relação com a Zelotes, mas porque alguma ilação investigativa encontrou elementos para suspeitar de patrocínios ou mesmo – ainda que risível – de influência como lobista na aprovação de Medidas Provisórias.
A
operação policial, apoiada em determinação judicial, passa então a repercutir
no campo político. Quiçá na sucessão de 2018 quando se tem o próprio Lula como
candidato ou artífice maior da construção de uma candidatura que assegure a
continuidade das políticas de Estado postas em prática a partir de suas
gestões.
Afastado
o fato político – que enche manchetes – ficamos com um raciocinar imediato:
para os que somos contra a corrupção e gostaríamos que todos eles (corruptos)
estivessem na cadeia (lamentamos a seletividade nas apurações que somente
enxergam bandidos num lado e mocinhos inatacáveis no outro, ainda que bandidos
de escopo) não há exemplo tão salutar (que se estendessem aos beneficiados da
Lista de Furnas, aos que traficam cocaína em helicóptero, aos da Castelo de
Areia, do Banestado etc. etc.) que alcançar um nome como o de um filho de um
ex-presidente da república (ainda que escolhido).
Como
caso de polícia cabe a ele se defender. Sairá engrandecido quando inocentado
(se o for).
Como
caso de política, melhor ainda para o pai.
Em
princípio – até ações em contrário – Lula vai ficando a cavalheiro na Lava
Jato. Tanto que a Zelotes entra em cena para atingi-lo através de um filho.
De
tanta apuração citando Lula tende a sair pela culatra o tiro e passar um
atestado de idoneidade nunca antes imaginado: nunca antes nenhum ex-presidente
(nem mesmo Juscelino, perseguido pelos militares) foi tão investigado e – até agora
– nada encontrado que o desabone.
Em
nível de guerra convencional – afirmam especialistas – a Rússia superou os Estados Unidos. Desenvolveu um sistema de interceptação de comunicações – o Khibiny (L175V) – que
deixou atônita a OTAN e, naturalmente, o próprio Tio Sam. O que pode ser confirmado desde o incidente do US Donald Cook, em 2014, e na recente intervenção na Síria. É o que registra Thierry Meyssan no Red Voltaire, ora disponibilizado por Ricardo Cavalcanti-Schiel em tradução
Simplesmente o
sistema de interferência russo deixou surdos e cegos as forças e aparatos
bélicos da OTAN, o que inclui também os radares (todos cegos).
Não
bastasse, os sistema russo de mísseis de cruzeiro 3M-14T (tipo os Tomawauk americanos) teve acerto de 100%, voando entre 50 e 100 metros do solo para
atingir alvos a 1.500 quilômetros de distância, que invalida o famoso escudo da
OTAN que deu origem à expressão ‘guerra nas estrelas’.
No atual estágio os EUA estão com as calças na mão, em caso de uma guerra convencional.
Ótima
oportunidade para as partes sentarem à mesa em defesa da paz mundial, incluindo
no cardápio a reformulação do Conselho de Segurança da ONU e uma nova
Conferência de Yalta para a redivisão geopolítica do planeta.
Nossa
utopia é que tal se desse desenvolvendo um grande pacto em que a cooperação
internacional fosse a razão de uma nova geopolítica. Tendo como ponto central reduzir as desigualdades e extinguir a fome no planeta.
Paranoia
ou conspiração, que seja!
Mas
não custa duvidar, mesmo que não se venha a admitir ou a acreditar. O que Paulo
Henrique Amorim (clique) especula em texto se fosse dito nos imediatos antecedentes do
pretérito 1964 seria descrito como fantasia. Mas – detalhe – aconteceu. E
ninguém brinque com interesses de potências no que diz respeito à geopolítica.
E petróleo é o móvel da geopolítica contemporânea.
Destacamos
do que está dito por PHA:
“A Presidenta Dilma Rousseff recebeu uma análise minuciosa, que
associa os americanos à fúria vingadora do Moro.
Os agentes da inteligência russa que fizeram a análise encontraram
o portador adequado para depositá-la na mesa presidencial.
A Lava Jato tem o objetivo central de prender o
Lula.
...
Bumlai se tornou o “batom na cueca” do Lula –
segundo os moristas pendurados no PiG.
Mas, a Lava Jato, segundo a análise russa, vai
além da cana do Lula.
A Lava Jato é um instrumento para desmontar a
Petrobras.
E destruir o campo político que mantém a Petrobras
sob o controle do povo brasileiro!”
Também disponibilizamos a entrevista de André Araújo ao Desenvolvimentistas
Neste
espaço temos afirmado – como o fazemos em conversas com amigos – que o que está
por trás de toda a crise política ora gerada no Brasil é o pré-sal. O controle do
pré-sal. Envolver a Petrobras por falcatrua deste ou daquele que a vem
mutilando desde tempos idos (de Sigeaki Ueki, passando por Joel Rennó...) não justifica destruí-la.
Mais
que isso: a destruição passa, necessariamente, por quem a defenda ou políticas
que a fortaleçam.
São
trilhões de dólares em jogo. O que valem as reservas do pré-sal.
O
século XXI no Brasil não se distingue dos anos 50 e 60 do século XX quando em disputa áreas para corresponder aos interesses de potências hegemônicas.
Nem o
método difere.
Perigo
à vista
Declarações
de militares enquanto no exercício da função deveriam limitar-se à sua dimensão
institucional. Nunca política. Quando militar envereda por emitir opinião
política está a serviço de alguma coisa nada producente às instituições
democráticas.
É
que para ver seus interesses pessoais e corporativos atendidos não falta na
chamada sociedade civil quem legitime futuras noites escuras e tenebrosas.
Lição
chilena
Caso
a televisão brasileira seguisse o exemplo é bem possível que os casos de pedido
de volta da ditadura se reduzissem.
FHC confessa que sabia. Afinal, não há como negar a confissão por ele posta em
livro de que tinha conhecimento de que a Petrobras era um ‘escândalo’ em seu
tempo (dele). E, o mais grave: de que não tomou qualquer iniciativa para coibi-la.
Não
nos esqueçamos que o guru do entreguismo nacional não se bastou em entregar a
Petrobras; dispensou-a da licitação obrigatória através do Decreto 2745,
abrindo caminho para o aprofundamento dos ‘escândalos’.
Para
quem arrotava que as apurações em torno da Petrobras – no viés da Lava Jato –
deveriam alcançar os “altos hierarcas”, para insinuar responsabilidades de Lula
e Dilma a confissão deixa claro a seguinte interpretação: considerando que
praticou o crime de prevaricação (não fora o de responsabilidade) ao insinuar a
responsabilidade alheia fê-lo (obrigado, Jânio) porque sabia que em relação a
si mesmo estava prescrito o crime.
Resta-lhe,
no entanto, com sua moral de ocasião, a imoralidade e a hipocrisia de quem tem
a cara de pau para jogar pedra no telhado alheio quando de vidro é o seu.
Ele
sabia II
Não
faltará quem o veja – ele sempre encontra quem o explique até no inexplicável –
como quem presta serviço à pátria. O (des)serviço posto em sua confissão de que a Petrobras era um “escândalo” em seu
tempo – já no primeiro mandato – não passa
de exercício de uma ‘verdade’ que não podia esconder. Ou falava ou ficava como
omisso.
O
fato de que Joel Rennó era um escroque está às claras na denúncia de Paulo
Francis – que o levou ao enfarte assim que processado nos EUA e não tinha como comprovar
o que dissera (em 2005 Rennó foi condenado a devolver quantia superior a 47 milhões) – e escancarada está não só nos arquivos do programa Manhattan Connection (idos de
outubro/novembro de 1996) como no documentário “Caro Francis” (2010), de Nelson
Hoineff (disponível no Youtube), que trata sobre sua vida onde – sem pejo algum – há depoimentos de José Serra e do próprio FHC reconhecendo ciência dos fatos denunciados
por Francis, posto aqui em um de seus trechos.
Outra
de Haddad
Redução de impostos em defesa da sustentabilidade urbana. Isso o que pretende o prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, ao sinalizar com a redução do IPTU para quem dê destino de sustentabilidade a prédios e moradias no espaço paulistano.
Para tanto, basta haver certificação da existência de reúso de água, uso de energia solar, tratamento de resíduos sólidos e cobertura de teto com vegetação.
O prefeito de São Paulo que anda pagando por inovar (agora mesmo o Ministério Público paulista está multando a Prefeitura porque está utilizando - aos domingos - a Avenida Paulista para gente e não só para carros) corre o risco de se ver obstado por querer mais vida sadia para a população.
Entre a seca de Geraldo Alckmin e as inovações de Haddad há quem prefira – sem perguntar ao povo paulistano o que acha – o primeiro.
A razão reside no fato de que Haddad é do PT e Alckmin, do 'inatacável' PSDB.
Cenário
decepcionante
Não
se trata do Brasil especificamente, como gostariam muitos ‘brasileiros’ de
nascimento e estadunidenses de coração e alma.
O
‘decepcionante cenário’ é o da economia mundial, como observa Paul Krugman em
entrevista a Folha de São Paulo. (clique)
Não está lá
O
ministro Teori Zavaski negou acesso ao filho de Lula à delação premiada de Fernando
Baiano fundado num fato elementar: Lulinha não era citado na delação.
O
advogado do filho de Lula conseguiu – naturalmente onde deveria conseguir,
porque por lá vazamento é da natureza escorpiônica dos processos que ali
tramitam (desde que a delação cite petista) – o inteiro teor da referida
delação.
Em nenhuma vez fora citado.
Mas
o Globo escancarou em manchete que fora ele beneficiado de esquema, segundo a (não) afirmara Baiano em delação.
Só
resta processar o Globo e a Globo. Depois do estrago na imagem, fruto da
repercussão das matérias.
Condenado
e exonerado
Coisas
desta terra brasilis; a exoneração do
delegado Protógenes Queiroz em decorrência de sua condenação, pelo STF, mostra
a quantas monta a interpretação pretória neste país e – de singular
consideração – a rapidez que o judiciário oferta ao processo quando o quer.
A
espetacularização foi a razão da condenação judicial contra Protógenes, tido
como responsável por vazar para a Globo a imediata prisão de Celso Pitta, já
que não foi acolhida a outra acusação: de que manipulara a prova processual.
Já
as espetacularizações e vazamentos na atualidade... ficam para outro instante.
Não vêem ao caso.
Contra Dirceu, um
Janot, contra Aécio, outro
Posicionamento assumido pela PGR/Rodrigo Janot contra Dirceu
nos leva a estranhar porque, diante de provas contundentes, contra Aécio Neves
Sua Excelência retarda ou recusa promover pedido de investigação ou denúncia contra o senador mineiro.
Movimentações
Ainda
que não confirmadas (estariam contidas em denúncia de Janot ao STF, baseadas em documentos da Suíça), as
movimentações de Eduardo Cunha em contas no exterior podem superar os 400
milhões de reais.
São
– até este instante – 58 transações por 29 contas bancáriasaqui
Blasfêmia
Provoca
o jornalista Juan Arias, do espanhol El Pais, considerando as posses de Eduardo
Cunha, que envolvem oito veículos de luxo, incluindo um Porsche Cayenne de meio
milhão de reais:
"Lendo a notícia sobre o Porsche Cayenne
registrado em nome da empresa Jesus.com, propriedade da família Cunha, não pude
deixar de me perguntar o que pensam essas centenas de milhares de evangélicos
sinceros, que, fiéis a seus princípios religiosos, sacrificam, cada mês, de boa
fé, uma parte de seus pequenos recursos para alimentar uma Igreja cujos membros
mais responsáveis se revelam milionários e, o que é pior, acusados de
enriquecimento ilícito."
Isso mesmo, caro leitor: o que causa espécie
ao jornalista, de natureza blasfematória: dito Porsche em nome de uma de 'suas' empresas, a Jesus.com
Barrigômetro
Em
jornalismo “barriga” é o noticiamento que não corresponde aos fatos e à
verdade. Coisa muito comum em nível de Veja, Época, Folha de São Paulo, O
Globo, JN, Estadão etc. nesta contemporaneidade.
Nada
a estranhar que o Estadão – aumentativo que não mais corresponde ao que
representa em termos de jornalismo – tenha expressado a 'verdade' de que Fernando Haddad cogitava deixar o PT AQUI logo desmentida
em
...
Quosque
tandem
A
indagação levada a termo em Latim metaforiza o surrealismo que ‘legitima’ a
aquisição pela TV Globo da TV Excelsior de São Paulo.
Ainda
que vejamos senões aqui e ali em falas de Ciro Gomes está mais certo que errado.
Em uma delas
certíssimo: “A covardia do PT..." em enfrentar o instante em que vive, como posto em entrevista a Hélder Lima, na RBA aqui. Complexo
Nosso
complexo de vira-lata – expressão cunhada por Nelson Rodrigues em relação ao
humor do futebol brasileiro de então, resquício do maracanaço de 1950 (bem
menos que aquele 7 x 1 de 2014) – alastrou-se em todas as vertentes.
Na
arquitetura esquecemos a universalidade de Oscar Niemayer para transformar rincões
do Rio de Janeiro em cópias urbano-estadunidenses.
Qualquer porcaria lá de fora
– se dos EUA – é venerada e reproduzida.
No
que diz respeito à corrupção, no entanto, somos postos (em outra vertente do
viralatismo) como primeirões. Afinal, faz parte do complexo sermos bandidos,
porque menores ficamos. Há quem até aceite ser ‘bandida brasileira’ em filme
estadunidense, como a Bundchen.
Podridão
Para
demonstrar quão espúria é a atuação do ministro Gilmar Mendes – que nada fica a
dever a qualquer escroque em qualquer parte do mundo – não custa relembrar que
Sua Excelência determinou, agora em 2014, o arquivamento de denúncias contra o
deputado Eduardo Cunha que o envolviam na prática de crimes financeiros. AQUI
É
este Gilmar, na condição de ministro na alta corte judiciária do país, que se
senta com o próprio Eduardo Cunha em café da manhã para planejamento do impeachment
de um presidente da República.
Mais
podridão
Também
não custa relembrar que ditas acusações contra Eduardo Cunha remontam a 2006,
quando então encaminhadas ao STF pelo Procurador-Geral da República Antônio
Fernando de Souza, mantida nos escaninhos da Corte pelo ministro Joaquim
Barbosa.
Detalhe:
o ex-Procurador-Geral da República Antônio Fernando de Souza é hoje o advogado de Eduardo Cunha.
“Recorta
e cola”
Qualquer
aprendiz de informática sabe que “recorta e cola” nada mais é que ctrl-c x
ctrl-v. Ou seja, aproveitar algo pré-existente para texto recente/novo. Nenhum
professor tolera o ctrl-c/ctrl-v.
A
declaração de Reale Jr. de que o novo pedido de impeachment contra a presidente
Dilma Rousseff muito se sustenta no famoso ctrl-c/ctrl-c bem dimensiona o que
representa em si em termos de seriedade e fundamentos: a mesma coisa/nada. E
acresce um dos ícones do golpismo, o Reale: “com grande esforço intelectual”.
Na
prática, alimento para o furdunço que alguns ofertam às instituições
democráticas. Em um país sério não
mereceria um rodapé de página; aqui gera manchetes. “Vamos
ver até onde vai o Supremo. Não é de confiança”, afirma-o, em comentário no
Conversa Afiada, Geraldo Simões.
Não sabemos se o grapiúna ou um homônimo.
Antônio
Lopes
Fingindo
como poeta, que finge que é dor a dor que deveras sente (obrigado Pessoa) o
macuquense Antônio Lopes nos envia sutil recado.
Na
próxima segunda 26, na Feira de Livros da UESC, às 18h30min, primeiro
lançamento de seu “Com o Mar Entre os Dedos”, saindo do forno.
Que
todos busquem a prosa leve de Lopes, ainda que outros que na Feira estejam
lançando obras se sintam em ‘desvantagem’ com tanto ‘privilégio’.
A
semana continua – apesar de denúncias contra o presidente da Câmara dos
deputados Eduardo Cunha – como se tudo estivesse sob controle daqueles que se
imaginam timoneiros da opinião pública e vestais da moralidade nacional. Os
graves fatos que implicam diretamente Eduardo Cunha no escândalo oriundo da
Petrobras, como um de seus maiores beneficiários (a se confirmarem
judicialmente os valores escancarados pela administração de bancos suíços)
transitam como coisa de somenos valia por linhas editoriais comprometidas não
com apurações em todos os níveis de responsabilidade dos que tenham se
beneficiado de desvios de recursos de instituições públicas mas – pura e
simplesmente – em ver defenestrada a presidente da república por humores e
enxaquecas da oposição derrotada nas últimas eleições.
A
Petrobras – por exemplo – bem poderia estar em todas as manchetes a partir da
confissão de FHC em livro que será publicado mui brevemente. Para o
ex-presidente – ora guru da desestabilidade institucional – aquela mesma
Petrobras que ora satura manchetes de primeira página era um verdadeiro “escândalo”
a seu tempo. Registra ele que, sob regência de Joel Rennó, percebeu que se
tratava de caso para intervenção estatal não fora evitar a iniciativa (afirma-o)
para não prejudicar a tramitação no Congresso do desmantelo da empresa através
da alteração constitucional que promovia para quebra do monopólio, como
publicado em O Globo:
“O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso revela, em ‘Diários da Presidência -
volume 1’, que foi alertado em 16 de outubro de 1996 de que um ‘escândalo’
acontecia na Petrobras. O assunto foi tratado num almoço entre FH e o dono da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch. O executivo havia
sido nomeado por Fernando Henrique para o conselho da estatal.
‘Eu queria ouvi-lo sobre a Petrobras. Ele me
disse que a Petrobras é um escândalo. Quem manobra tudo e manda mesmo é o
Orlando Galvão Filho, embora Joel Rennó tenha autoridade sobre Orlando Galvão’,
diz FH no livro, que será lançado no dia 29.”
Causa
espécie o fato de que ocorre visível e escancarada tentativa de derrubada de um
Chefe de Estado sem que haja contra ele o mínimo fundamento legal, a não ser
aquele que se origina na rabulagem da conveniência. A propósito, um filho de
Hélio Bicudo diz do próprio pai, em carta publicada recentemente:
“Suas
recentes ações têm encorajado a aproximação de grupos de extrema direita, os
quais têm se aproveitado da espantosa guinada na sua trajetória pessoal e
política nos últimos dez anos, para se promoverem à sua custa. A visão ciclotímica dos acontecimentos no nosso país, amplamente difundida
pela mídia conservadora, apostando sempre na indigência intelectual e na falta
de senso crítico, tem estimulado pessoas, as quais no passado o criticavam, a
defendê-lo agora.
...
Não há,
portanto, como isentá-lo de responsabilidades, ainda mais que ele continua a se
manifestar de maneira raivosa e grotesca, com argumentos que contradizem a sua
história de vida de até há pouco tempo atrás.
Esperemos apenas que aqueles que o cercam no momento, se ainda lhes resta
um mínimo de sobriedade, demovam-no das luzes dos holofotes, as quais, se
outrora lhe deram alguma projeção e prestígio, hoje apenas servem para dar vida
aos oportunistas que posam ao seu lado.”
E
voltando ao olho do furacão – Eduardo Cunha – continua fanfando, como se nada
estivesse a ocorrer. Como o diz o mesmo O Globo – que o incensou até há pouco,
Eduardo Cunha não pode mais presidir a Câmara.
Mas, para quem acompanhou a sessão daquela casa ontem parece que tudo está sob o absoluto
controle do achacador (como o disse ao vivo e em cores Cid Gomes).
Na
abertura do editorial acima disponibilizado é lembrado que Severino Cavalcanti
recebia um “’mensalinho’ de R$ 10 mil de
um concessionário de restaurante”, fato que motivou a sua destituição/cassação.
Mas,
tudo anda conforme pensam Hélio Bicudo, Eduardo Cunha e os quejandos (incluindo
o TSE de Tóffoli/Cunha, em sua afirmação de competência para cassar a
Presidente). Todos que se alimentam dos holofotes que iluminam a derrocada de
instituições republicanas, conquistadas a duras penas.
E
não se cobre aqui – porque não é o objetivo deste texto – a posição republicana
cabível ao Procurador-Geral da República em relação às denúncias que envolvem o
senador Aécio Neves.
Afinal, entre a sordidez dos Bicudos e a leniência de Janot não sabemos o que de pior para o Brasil.
A
ciência econômica não pode ser aplicada como se fora suas teses de natureza
axiomática. O retrato atual da economia brasileira demonstra – a partir de
exemplo recente, a crise de 2007 – que o remédio a ser aplicado deve estar conforme
a intensidade do mal. Para dimensionarmos tal intensidade não deve ser levado a
cabo o teorismo seco desta ou daquela escola econômica. A circunstância cobra a dieta.
Artigo
de André Araújo (A economia da circunstância), veiculado no GGN, aborda, com preciosa observação, as lições de Lord Keynes, que deveriam tornar-se preciosas para os que traçam
nosso destino atual, mesmo porque há uma lição recente, posta em prática por
Lula para enfrentar o débâcle que acompanhou o estouro da bolha imobiliária no
pós 2007. Diz Araújo:
"O grande valor das ideias de Lord Keynes não
foram suas recomendações ao Presidente Roosevelt para executar uma política
anti-recessão consubstanciada no New Deal. A lição mais importante de Keynes,
rigoroso economista ortodoxo como só poderia ser um alto funcionário do Tesouro
de Sua Majestade Britânica, foi mostrar o óbvio: uma política econômica deve
ser desenhada de acordo com as circunstâncias, NÃO EXISTEM REGRAS FIXAS.”
A política econômica brasileira posta em
prática no imediato da crise de 2007 foi elogiada e referida por sua eficiência. Nada
mais fez – aplicando Keynes – que corresponder às exigências circunstanciais.
Naquele instante, pautadas nos investimentos públicos, redução de juros,
expansão do crédito etc. Simplesmente fugiu à fórmulas pré-definidas como universais, caso específico do teorismo Escola de Chicado, "uma visão do sistema bancário americano sobre a economia ideal para esse sistema. Os ativos bancários são referenciados em moeda e não em produtos, portanto é crucial que a moeda seja estável, uma moeda que se desvaloriza prejudica o credor e beneficia o devedor." - como observa Araújo.
A inversão posta pelo atual governo Dilma
Rousseff não resultará em benefício para o país e sim para o mercado financeiro
em sua dimensão meramente especulativa.
Não nos esqueçamos que o capitalismo de
produção – que se ampliava reaplicando seus lucros e expandindo a sua atividade –
perdeu espaço para o inerte capitalismo financeiro, que se basta em obter
lucros pela especulação.
Sob este viés a atividade econômica não se sustenta
quando analisada em defesa da sociedade como um todo, que carece de emprego e
renda.
Por assim entender, concluímos com trecho do
artigo de Araujo:
“Keynes ensinou que a
política econômica não é uma religião, seus maestros não podem ser
principístas, se guiarem por princípios e modelos. Eles devem ser pragmáticos e
suas ações baseadas nas circunstâncias.
O
ajuste fiscal pretendido pelo Plano Levy no atual quadro não se realizará em 1,
2, 5 ou 10 anos porque suas premissas são auto destrutivas, quanto mais
recessão menos arrecadação e maior a carga dos juros sobre a economia, é uma
rosca espanada girando em falso. Mas como é possível um grupo de economistas
desenhar um plano tão absurdo?”
Petição Estamos solidários à petição aqui que busca enfrentar mais uma sórdida iniciativa do senador José Serra para prejudicar o país. Lembremo-nos que o dito cujo ensaia a entrega do pré-sal às petroleiras internacionais. Leia o leitor o manifesto que instrui a petição. Assine-a se a entender justa.
Apoie este Abaixo-Assinado. Assine e divulgue. O seu apoio é muito importante.
Contra o golpe fiscal na democracia brasileira
Para: Senado Federal
Durma com essa I Para o Carta Maior o Ministério Público Eleitoral está atacando a democracia ao processar jovens que doaram de R$ 20,00 a R$ 50,00 na última eleição. A informação – pautada em fatos – não deixa de ser surrealista. Mais acentuadamente no Rio de Janeiro, mas também na Bahia, no Piauí, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco e Distrito Federal. Até o trabalho voluntário está gerando processos. O MPE se baseia – assim o diz – nos cruzamentos de dados oferecidos pela Receita Federal, o que leva a que alguém seja interpretado como doando valores superiores a 10% de sua renda declarada. Mais surrealismo ocorre quando a declaração é de isento. A leitura integral do texto (disponibilizado através do clique) dispensa repetições neste espaço. Para que fiquemos com nossas conclusões. Dispensando os 'rigores da lei' o MPE está levando o país a gastos ora não contabilizados em razão de doações variáveis entre R$ 20,00 e R$ 50,00. Horas de trabalho intelectual, de atuação judiciária, de expedição e cumprimento de mandados etc. Muitos destes meninos do MP – acuados por suas chefias, que dele querem estatísticas – sustentam uma circunstância dolorosa: a de que a plicação pura e simples da lei nem sempre é a melhor forma de fazer e praticar Justiça. Que o digam os presídios brasileiros superlotados em decorrência de condenações oriundas de delitos de pequeno potencial ofensivo.
Durma
com essa II
Recente
artigo de Mino Carta na Carta Capital deixou-nos atônito em razão de sua
conclusão (do artigo):
"Excelente
exemplo dos comportamentos da mídia nativa o recente seminário sobre jornalismo
promovido pela revista Piauí. Convidado especial do evento, Daniel Dantas, o
banqueiro do Opportunity. Condenado em Nova York, Londres e Cayman, não
pode sair do Brasil sem correr o risco de ser preso, como, mais cedo ou mais
tarde, se dará, por exemplo, com Marco Polo Del Nero e os senhores da Globo. Ao
cabo de sua palestra em São Paulo, Dantas foi aplaudido de pé."
Apenas
para que o leitor não esqueça: Daniel Dantas é aquele condenado à prisão em
decorrência dos escândalos financeiros apurados na Satiagraha e beneficiado com
dois habeas corpus lavrados pelo ministro
Gilmar Mendes.
Aplaudido
de pé! Isso nos leva à conclusão do quanto importante é roubar neste país.
Desde que ladrão graúdo, naturalmente!
Ao vivo e em cores
Alguém
– exercendo a liberdade de convencimento – pode até discordar de uma ou outra
de suas colocações (não do contexto). No entanto, não poderá discordar da coragem de quem –diretamente da tribuna da Casa –afirmou
ser “ladrão” o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Millôr
Millôr Fernandes (1923-2012) nunca pensou que
sua sátira e ironia se tornariam axioma pratica e definitivamente – em relação ao Congresso brasileiro – ao dizer que “No Congresso Nacional uma mão suja
a outra”.
Não mais estava vivo para axiomar: Eduardo
Cunha é seu profeta.
Caso
de polícia I
O
Proer – invenção neoliberal do governo FHC pautada na privatização dos lucros e
na socialização dos prejuízos – beneficiou muita gente (vide Cacciola). Não sabíamos – sinceramente –
que a família materna de Aécio Neves, então proprietária do Banco Bandeirantes
também se beneficiou da tramóia.
Apenas
1,25 bilhão de reais. Para ‘quebrar’ dois anos depois.
Que
o caso é de polícia afirma-o procedimento apuratório que rola há oitos anos. E que envolve o atual senador Aécio.
"Os
casos envolvendo Aécio Neves vão se acumulando e lotando gavetas: lista de
Furnas, bafômetro e carros de luxo pessoais em nome de rádio, Proer, primo
tesoureiro de campanha na diretoria da Cemig, Mineirão sem licitação, negócios
ruins para a Cemig e bons para a Andrade Gutierrez, construção de aeroporto em
fazenda de tio etc.
Será
que para o Ministério Público Federal abrir essa gaveta será preciso esperar
que o MP de Lichtenstein ou da Suíça aja primeiro? Assim como ocorreu com
Cunha, cuja investigação veio da Suíça, enquanto no Brasil o processo contra o
deputado estava na gaveta desde 2006." Caso de polícia II Para demonstrar quão hipócritas são muitos dos políticos que criticam a corrupção quando se beneficiam dela, novamente o senador Aécio Neves em tela, a partir de denúncias de Joaquim Carvalho capituladas no DCM: Como Aécio e aliados abafaram a investigação da Lista de Furnas
Foto para arquivo
Há
quem entenda que a foto acima (em O Globo) mais se destina às páginas policiais.
Mesmo que
moralmente.
Jogando
no limbo
O
estarrecimento não basta. A confirmação da existência de grampos instalados em
celas premeditadas da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, para onde destinados
presos da Operação Lava Jato, fato anteriormente denunciado por Alberto
Yousseff, está a exigir uma irrepreensiva postura das autoridades responsáveis.
Já confirmadas em torno de 100 horas de gravações, o equivalente a mais de
quatro dias de 24 horas ininterruptas.
Infelizmente
o desrespeito à lei tende a levar a Lava Jato e seus desdobramentos para o
vazio de um poço sem fundo de ilegalidade nas apurações.
Choca
– mais ainda – o fato de que o Ministério Público, em todos os níveis, defender a sua legitimidade na atuação investigativa em paralelo ou independente das polícias conviver e aceitar tais desvios.
O
procedimento que alimentou a coleta de provas na Lava jato – em razão da ilegalidade
– já fez naufragar outras operações exitosas, como a Satiagraha e a Castelo de
Areia.
Triste,
para os que esperamos a punição de responsáveis por falcatruas, perceber que
tudo corre o risco de cair no limbo da ilegalidade e destruir tudo o que até
aqui foi feito.
E
mais triste, muito mais triste, que quem está pondo em prática não é nenhum
delegado calça-curta, como chamadas aquelas indicações políticas de compadrio –
para assegurar o cumprimento da lei em
relação aos adversários, porque para os amigos tudo era possível – mas bacharéis
concursados e bem remunerados. Universo em Desencanto
Para
o mundo evangélico – aquele que tributou a Eduardo Cunha o exemplo de um deus
vivo em defesa da moralidade – difícil reconhecer que o onipotente líder tenha cometido deslize que não esteja planejado por inspiração superior em defesa de nós vis
mortais.
Não
faltará quem o defenda até a última gota de sangue. Uns, por fanatismo
ideológico; outros, (aí o x da questão) porque não podem abandoná-lo, sob pena
de sucumbirem a si mesmos e à sua inutilidade. Entre
a cruz e a espada Eduardo Cunha pode não corresponder aos que o servem e que
dele esperam que seja outra peça descartável.
Em construção um outro Universo em Desencanto.
A rede não perdoa
“Cunha está por um R: da
cadeira para a cadeia”
Descrédito
Emergem das apurações externas que lançam por terra as argumentações de Eduardo Cunha fatos bastante interessantes, além - naturalmente - da documentação enviada ao Brasil, como cópia de passaporte, número de contas secretas etc. etc.
O ilustre nem mesmo crê em órgãos brasileiros. Assim, para
Eduardo Cunha nossos serviços postais “não são seguros”, razão por que
determinou ao Julius Baer (antigo Merril Lynch) para enviar as correspondências
a ele destinadas para endereço que mantém nos Estados Unidos.
Profético A considerar as intervenções do STF para assegurar o respeito à lei (e não à rabulagem de Eduardo Cunha) terminou profética aquela afirmação de FHC de que "por enquanto, não" quanto ao tempo do impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Só depois" – teria ainda ponderado o ilustre guru do pensamento neoliberal nesta terra brasilis. Fica à conta do Enigma da Esfinge – muito enigmático – aquele "só depois".
Talvez Nani tenha matado a charada efeagaceana.
Outro
tucano
Ninguém
pode negar o que representa André Lara Rezende para o PSDB. Não a lógica da
vingança ou do conflito para encontrar solução para a corrupção sistêmica que
existe no país, mas a pacificação entre as partes (situação e oposição) para
gerar os meios de encontrá-la – são palavras expressas por Lara Rezende em
conferência proferida em Nova York.
Mais
disse: "Minha impressão é que, quando você tem
uma crise como a que temos no Brasil, a forma que podemos usá-la para provocar
uma mudança é dizer: Vamos começar do zero, vamos superar o passado".
Dia
desses Alberto Goldman disse – sem pedir reservas – que o PSDB não tinha
projeto político para o país. Recentemente, Arnaldo Madeira mais acentuou que a
atuação da oposição mais voltada estava para atrapalhar o governo.
Nada
a declarar. A não ser que figuras históricas do PSDB parecem não se aliar ao catastrofismo defendido por Aécio Neves. Traidor
no governo
Temos
criticado o senador José Serra por sua postura (intransigente) em defesa da
entrega do pré-sal às petroleiras internacionais.
Mas
não só opositores ao Governo fazem das suas em matéria de lesa-pátria. O
ministro Levy – como o denuncia Luiz Nassif AQUI– escancara outra iniciativa de
fazer inveja ao neoliberalismo tucano/demista/pepepista e quejandos: entregar
ao empreiteiro estrangeiro a construção de obras no país.
Para
os de fora todas as facilidades; para os de cá todas as exigências. E
inviabilizações. Waldick
Soriano x Cláudia Barroso O
primeiro já se fora. Cláudia, neste outubro. Um dia, em Itororó – segunda
metade dos anos 70 – encontramos Waldick que se ‘preparava’ para um espetáculo.
Conversa vai, conversa vem lembrei de “Você Mudou Demais”, sob a visão de um
verso melódico e poético que lembrava os melhores momentos de Dolores Duran e
que fizera estourar Cláudia Barroso. Então nos disse que fora uma de suas
mulheres, o que até então não sabíamos.