domingo, 28 de junho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Redimindo-se
No início dos anos 60 nos víamos alimentado por manifestações da Igreja Católica que iam ao encontro dos sofridos, oprimidos de sempre. Dava sequência ao nascido com a Rerum Novarum, de Leão XIII, de 1891, desaguara na Mater et Magistra, de João XXII, em 1961, que ainda nos consolava com a Pacem in Terris, de 1963, tudo depois da intermediária Quadragesimo Anno, de Pio XI, de 1931.

Vem-nos a encíclica Laudato Si', do papa Francisco, a quem e a que Leonardo Boff eleva encômios pela força da mensagem em defesa do que denomina Boff de uma ecologia integral para respaldo "do grito da Terra / grito dos pobres" aqui.

Alvíssaras a esta Igreja de Francisco, que se redime de passado recente. Para quem "Devemos dizer não ao modelo baseado no capital e na produção" como saída para a Humanidade.



Descubra quem
De acordo com a ação, o governo estadual, por 10 anos, entre 2003 e 2012, descumpriu sistematicamente preceitos legais e constitucionais, “em total e absurda indiferença ao Estado de Direito”, efetuando manobras contábeis para aparentar o cumprimento da EC 29.

Na prática, “R$ 9.571.062.581,53 (nove bilhões, quinhentos e setenta e um milhões, sessenta e dois mil reais e cinquenta e três centavos) deixaram de ser aplicados no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Estado de...”, quantia que, em valores atualizados, “corresponde a um desfalque de R$ 14.226.267.397,38″.

No entanto, para os governos que administraram o estado naquele período, entraram como se fossem gastos com saúde pública até “despesas com animais e vegetais”, já que verbas direcionadas ao IMA e à Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) foram computadas como gastos com saúde.

“Para além disso, o Governo de ... chegou ao absurdo de incluir como se fossem aplicações em ASPS serviços veterinários prestados ao canil da 2ª CIA, reforma da maternidade da 4ª CIA Canil do BPE, serviços de atendimento veterinário para cães e semoventes, aquisição de medicamentos para uso veterinário, aquisição de vacinas para o plantel de semoventes”, relata a ação. 

O Ministério Público Federal ajuizou a ação  clique para detalhes e aqui para a íntegra da ação proposta pelo MPF  de onde extraídos os enxertos acima. Diante do insistente e apressado leitor de logo avisamos que o Estado em questão é o de Minas Gerais.

Caso imagine que envolve governo de Aécio Neves cabe apenas indagar se será alcançado pela ação. 

Afinal, o rapaz é do PSDB, partido dos perfeitos.

Não o fosse já estaria respondendo pela denúncia de Alberto Yousseff na Lava Jato, de que recebia entre 100 e 120 mil dólares mensais, através de Janene, desviados de Furnas.

 para espanto do leitor  a ação acima referida, desde março de 2008, aguardava julgamento de recurso do Estado junto ao TRF1.

De lá para cá o rapaz elegeu-se senador, candidatou-se a presidente da República e galgou o ápice da moralidade dentre os Catões do PSDB.

O boi de piranha
Todo o acima exposto está contido na Ação Civil Pública ajuizada agora neste 15 de junho de 2015, onde há pedido de antecipação de tutela para que a União condicione o repasse dos recursos federais para a Saúde nos termos seguintes, verbis:

2) seja concedida a antecipação dos efeitos da tutela reclamada para determinar à União (Ministério da Fazenda – Secretaria do Tesouro Nacional - STN) que

 a) condicione a entrega do Fundo de Participação dos Estados – FPE (artigos 157 e 159 da Constituição) ao Estado de Minas Gerais , pelos próximos anos, até atingir o valor total de R$14.226.267.397,38 (quatorze bilhões, duzentos e vinte e seis milhões, trezentos e noventa e sete mil reais e trinta e oito centavos) (DOC 20-A) , ao cumprimento do disposto no artigo 198, § 2º, incisos I e II, da Constituição Federal, nos exatos termos do artigo 160, II daquele mesmo diploma e do art. 26, §1º, da Lei Complementar 141/12.

Para o caro leitor melhor entender: a falcatrua cometida pelo PSDB governando Minas Gerais sacrificará a atual gestão  naturalmente do petista Pimentel, que ousou vencer o partido dos perfeitos nas Gerais.

Fica explicado em que lombo cai a chibata.

Du-vi-d-o-dó
Familiares de Marin – o ilustre aprisionado na Suíça às vésperas da eleição da FIFA – sentem-se – e sentem-no – abandonado(s). A ‘vítima’, segundo eles, não encontra apoio em qualquer dimensão: jurídica, amorosa, cordial, fraternal etc.

A solução é dar com a língua nos dentes.

E esperam que ele conte tudo AQUI

DU-VI-D-O-DÓ

A não ser que revele haver ajudado financeiramente a campanha de Lula, de Dilma ou de qualquer outro petista por aí.

Trapalhões
Ridículo imaginar-se que um empresário preso – depois de meses sabendo que poderia ser alcançado pela perseguição – redija um bilhete e o entregue justamente a um agente policial para produzir prova contra si.

O ridículo chegou ao nonsense.

Toma lá dá cá
A república de Eduardo Cunha funciona assim. Ainda que o Governo tenha encaminhado um ajuste fiscal – e instrumentá-lo com leis, para economizar em despesas e ampliar a arrecadação – embutiram uma anistia aos senhores evangélicos.

Ainda há tempo
Depois do fiasco da empresa – ridicularizada por quem tem bom senso – seria oportuno ao ‘general de retirada’ Aécio Neves levar sua troupe – depois de ensaiá-la – a percorrer as prisões brasileiras.

Sessões contemporâneas
Em tempos mais idos, quando a cidadezinha provinciana deste Brasil varonil possuía uma cineminha (e muitas o possuíam)  com projetor de 16mm que fosse – não havia consumidor para projeções diárias. Umas as promovia às quartas-feiras. Mas no fim de semana era sagrado. 

Os cartazes postos nas esquinas anunciavam o Tarzan, o Tom Mix, o espadachim ou a clássico faroeste daquele fim de semana. Projetado no sábado, e na matinée e soirée no domingo.

Podia faltar tudo, mas nunca o filmezinho nosso de cada sábado e domingo.

Nesta terra brasilis  em que pese tempos outros  também não falta aquele cartaz para o fim de semana. Anunciado às sextas-feiras para consumo nos sagrados sábados e domingos imediatos. A cada semana um novo filme da mesma série.

Bessinha pesquisou e descobriu a companhia que os produz, distribui e anuncia.



Descobrindo a pólvora
Setores do PT, reunidos na quinta 25, segundo o Estadão, classificam o ministro José Eduardo Cardozo como 'inoperante' e 'omisso' aqui.

Descobriram a pólvora.

Manipulando
A matéria do Estadão mantém a tradição de manipular a informação a contento do jogo político-eleitoral a que serve.

A colocar no subtítulo O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,pt-cobra-explicacao-de-ministro-da-justica-sobre-acao-da-pf-na-lava-jato,1714909"Direção do partido faz convite formal para petista José Eduardo Cardozo esclarecer prisões de empreiteiros próximos a Lula" simplesmente nega o próprio título, que se refere a ver cobrado do ministro a forma seletiva com que a Polícia Federal exercita sua ação na Lava Jato.


Outro “erramos’
Há muito a investigação jornalística na terra brasilis tornou-se avis rara para a denominada grande imprensa, difícil de encontrar. Escreve-se a partir de qualquer coisa ou se inventa o ‘qualquer coisa’. 

Mais uma vez, outra vez envolvendo Lula, em pretenso pedido de habeas corpus preventivo que teria sido interposto em seu favor por temer ser envolvido pela Lava Jato.

Como deixou de ler a ironia crítico-jurídica de Maurício Ramos Thomaz aqui – que nada tem a ver com Lula – foi na onda do texto gozador e anárquico, onde Maurício chama o juiz Moro de ‘Sérgio Futuro do Pretérito Moro’ porque “A autoridade coatora decreta prisões preventivas ao seu gosto usando termos especulativos e o futuro do pretérito".

A ironia textuada por Maurício Ramos Thomaz tornou-se para a Folha de São Paulo manifesta proposta ao Judiciário para proteger o ex-presidente que poderia – segundo o gozador Maurício – “ser preso também porque talvez tenha jantado com alguém da Odebrecht ou dito bom dia para algum réu”.

O HC de Maurício virou piada na rede, assim como o ‘acredito’ da Folha. 

Mas o ridículo mereceu apenas um “erramos” de quem o publicou, a Folha de São Paulo.


Estado x estado
Vivemos o absurdo de um ‘estado’ dentro do Estado. A anarquia campeia pela incompetência. Nenhuma segurança jurídica. 

Nem para o advogado trabalhar em defesa de seu constituinte. 

Esta imoralidade – em sede visível – quando alcançar a sociedade invisível (miseráveis e marginalizados) fará com que peçamos para morrer, como alertam os profetas do Apocalipse, para fugir a tanta inquidade.

Bahia x Monte Pascoal
Ainda nos cueiros do curso de Direito na então FESPI ouvimos do deputado Henrique Cardoso a proposta para divisão territorial da Bahia e criação de um novo estado, o de Santa Cruz. Posteriormente, como constituinte, o deputado Fernando Gomes reiterou a proposta de Cardoso.

A proposta atual de criar o Estado de Monte Pascoal  defendida pelo médico Amilton Gomes  foi abordada no programa Alô Cidade, da TVI, ancorado por Joel Filho.

São imensas as dificuldades para efetivação do projeto. Mas, com certeza, bem menos que as enfrentadas por Henrique Cardoso e Fernando Gomes.

A proposta aberta por Dr. Amilton traz no bojo uma vantagem política, dentro do Congresso, para enfrentar a hegemonia do pensamento da classe política baiana: integrar Minas Gerais à luta, dotando os mineiros de uma saída para o Atlântico (sonho secular) entre Caravelas e a fronteira do Espírito Santo.

Este é um trunfo considerável, capaz de inibir em número de votos a resistência baiana.

Viabilizar o projeto é o que está de imediato. Porque em nível de votação tende a ficar bem mais fácil.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Humorístico

Duvivier
Neste curso da recente história de debates jornalísticos  onde se destaca o sucesso da delicadeza Malaia x Boechat, ou vice-versa  uma pérola, para análise, do ator, escritor, roteirista, humorista e poeta brasileiro, Gregório Duvivier, na Folha.

Aproveitando a deixa, reveja o leitor, em torno de uma vertente do texto  que deve se tornar tema de discussões nacionais (mormente em tempos de ajuste fiscal)  o 'Idade Média', publicado no DE RODAPÉS E DE ACHADOS de 14 de junho.

Mas, vamos ao proposto aqui

Saraiva
E para não perder o embalo, no viés de uma outra histórica manifestação humorística, descubra o caro leitor, com Sérgio Saraiva, quem é o 'General de Retirada', o 'Amarelão' e quem estava incumbido de 'cuidar das mulas', na réplica da marcha conhecida como "os seis da estrada" clicando

domingo, 21 de junho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Explicando o mundo
Não só classes em dimensão econômica. Também em gênero etc. A leitura de Domenico Losurdo para a “luta de classes” refletida em Karl Marx ultrapassa a relação de conflito burguesia-proletariado. O racial, entre outros – pontua o sociólogo italiano – norteou parte da história do séc. XX. Assim – ainda observa – a flagrante tentativa da Alemanha e do Japão – na primeira metade do século passado – de desenvolverem um processo contemporâneo de escravidão nada mais foi que reflexo de uma ancestral luta de classes.

A atualidade do conceito marxista leva-o a dele se utilizar para analisar os fatos da história contemporânea. Historiador da Filosofia e professor emérito da Universidade de Ursino, na Itália, este outro Domenico (o outro, De Masi) esteve em São Paulo para um seminário (Cidades Rebeldes) e lançamento do seu Luta de Classes, pela Editora Boitempo, como registrado na entrevista concedida a Claudio Bernabucci (revista Carta Capital), onde destacou a ascensão dos emergentes e uma singular observação: "Afirmar que na China o capitalismo venceu para sempre é uma colossal besteira".

Vemos razão na afirmação de Losurdo. Afinal  partindo-se do como observa Naomir Chomsky  nestes tempos em que as corporações dominam o Estado/Nação há em curso um avassalador domínio de uma corporação chamada China. Que se utiliza do Estado e dos recursos privados para seu projeto hegemônico.

E lá não há propósito capitalista além do asseguramento desta hegemonia.

Hermanos em último
Britânicos em primeiro seguidos de suíços, belgas, austríacos e dinamarqueses. Os argentinos, por se recusarem a cumprir as exigências do Concurso Mundial de Churrasco, realizado na Suécia  uma delas o uso do molho barbecue, depois de haverem exigido assar no chão em vez de na churrasqueira  levou-os ao último lugar (do G1  Argentinos ficam em último em concurso mundial de churrasco).

Ainda que os brasileiros não tenham participado  e que possam gozar com o alheio  não deixa de ser estranho que a Europa queira dar lições ao modo de churrascar que torna o argentino uma referência internacional em qualidade.



Uma questão de empatia
O ridículo a que se expuseram parlamentares brasileiros capitaneados por Aécio Neves só pode ser compreendido como uma questão de empatia e afinidade: os discursos da direita venezuelana são os mesmos da brasileira. Ou seja, simplesmente derrubar governos democraticamente eleitos.

Por outro lado, o alardeado apoio não passa – pura e simplesmente – de intervenção de um país em outro, o que fere o princípio da autodeterminação dos povos, do qual o Brasil (que Aécio desconhece) é subscritor.

O ridículo a que chegou Aécio e comandados leva-nos à conclusão de que efetivamente não temos oposição, e sim fantocheiros.

Como política um desastre, como realidade um ato de comicidade ridícula. E politicamente irresponsável. Uma inconsequente conduta pondo em risco o comércio exterior do Brasil, a teor do observado por Helena Stephanowitz, na RBA aqui  

Coisa de desesperado. Tanto que a resposta logo veio do PSDB de São Paulo: Alckmin para presidente.

Em fuga I
Dirão os acólitos que não. Mas, na verdade, Aécio e turma amarelaram, sob liderança do mineiro. A invasão promovida deu com os burros n’água. Talvez não, caso entendamos que o objetivo estava em criar factóides para o consumo interno.

Na terra do bolivarianismo – homenagem ao libertador Simon Bolívar – Aécio e turma não passavam de invasores. Exercitaram a provocação e não aguentaram o tranco.

O pastelão do cinema reeditado de forma medíocre. Ao ‘exército de Brancaleone’ aeciano faltou Mauro Monicelli. 

Não faltou Aroeira.



Em fuga II
A propósito da provocação bem acentuou Fernando Morais, a partir do 2:40 minuto do vídeo:

“Em oito anos como deputado federal, um deles como presidente da Câmara, oito anos como senador, oito anos como governador de Minas, [Aécio Neves] nunca abriu a boca para defender direitos humanos em parte alguma do planeta. Nunca falou sobre a prisão de Guantánamo, onde estão quase 900 afegãos e iraquianos, há 13 anos, sem nenhum processo judicial e submetidos a torturas brutais”, questionou.

“O que se vê é uma provocação política. Não sou do PT, do partido que está no governo, não estou aqui por uma questão partidária, mas para denunciar uma provocação diplomática de um grupo de senadores de direita contra a Venezuela”, disse. “Esta visita é uma provocação política não apenas contra a Venezuela, mas contra o governo do Brasil. Aécio disse muito claramente ‘estamos fazendo aquilo que não fez o governo brasileiro’. Ele tem que por na cabeça que perdeu as eleições, a política externa brasileira quem determina é a presidenta da República, Dilma Rousseff.”



Estratégia I
Houve quem imaginasse que a liderança de Aécio no comando da tropa a Venezuela estivesse na mesma dimensão de sua atuação aqui: comando de panelaço.

Estratégia II
De um gozador, na rede: “Sem Neymar, Brasil vai atacar a Venezuela com Aécio Neves”.

Estratégia III
Há quem afirme que o próximo passo de Aécio (especialmente depois da iniciativa do PSDB paulista lançar Alckmin para 2018) será participar de um filme de espionagem ou aventura.

Apenas faltar-lhe-á talento para Intriga Internacional. Nem mesmo para O Incrível Exército de Brancaleone.

Não aguentou
A senadora Lúcia Vânia deixou o PSDB (Do Congresso em Foco). Não suportou a fúria do debate oposição x situação. Em seu pronunciamento, no Senado, afirmou:

 “Saio em busca de um novo espaço que me traga motivação, uma nova compreensão deste momento ímpar que vivenciamos no país. Não acredito em uma oposição movida a ódio. Na minha visão, esse confronto que se estabeleceu no Congresso Nacional entre situação e oposição para dar resposta a uma sociedade órfã de lideranças é simplesmente irracional. O nosso papel, mais do que nunca, precisa ser de equilíbrio e sensatez sem, contudo, deixar de condenar os desvios, a má gestão, o descompromisso com o dinheiro público. Mas isso deve ser feito com a preocupação de oferecer alternativas e reavivar esperanças. Saio em busca dessa utopia”.

Temos que a senadora busca fugir das salivadas e gosmadas dos que discursam como cães raivosos ou com olhares que referenciam aquele coro entoado no Mineirão no jogo Brasil x Argentina da Copa América em 2007.

Insensatez ou insanidade
Circula documentário sobre as idéias de Chomsky na rede. Vejo-o mais amiudamente na programação do CurtaTV ou do CineBrasilTV. Em relação ao que ora ocorre no país da Lava Jato de Moro o considerado por Chomsky como limites do Estado/Nação – muito mais controlados pelas corporações do que pode imaginar o vil mortal que aplaude Moro e quejandos – leva à insensatez de promoção (em nome do combate ao crime) para destruir as corporações nacionais, que levaram décadas para firmar-se no mercado interno e externo.

O capitalismo se fez concentrando riqueza – extraída da força de trabalho – em mãos das corporações contemporâneas (que substituíram aquelas, de natureza burguesa dos primórdios da experiência capitalista). E em torno delas os países trabalham e por eles são defendidas em seus interesses. 

Justamente porque são elas que sustentam o Estado gerando empregos e assegurando a arrecadação de impostos.

Nossas empresas pagam impostos, geram emprego, exportam serviços e bens. Abusos e violações à legislação devem ser punidos sem quebrá-las, porque quebrando-as quebra-se, de roldão, o país.

Reside aí – muito provavelmente – a insanidade decorrente da insensatez.

E, por mais que pareça ativismo, não está descartada a finalidade político-eleitoral. 

Haja vista os atingidos pela seletividade, quando se trata de partidos políticos

Insanidade ou insensatez
Ao falarmos de corporações, temos hoje no Brasil – como interpretação do fortalecimento do Estado Democrático – o surgimento de corporações funcionais no interior do Estado que as sustenta. Formam-se castas no contexto do Estado, não só com remunerações que mais se constituem ofensa aos demais estamentos sociais, abonadas com vantagens absurdas, caso comparadas a idênticas atividades em países outros.

O país lhes paga. E muitos deles – que em concursos não são avaliados em História, Geografia, Sociologia, Filosofia, Antropologia, Economia Política etc., muito menos em Geopolítica – não se preocupam com as conseqüências.

Afinal, o seu dinheiro cai sagradamente na conta bancária. Diferentemente daquele que sobrevive dependendo do trabalho que presta às empresas.

E por falar em insanidade ou insensatez
Apropriado às considerações acima o pontuado por Mauro Santayana, extraído de A EMENDA E O SONETO  

   
Como mostrou a Suíça, no caso do HSBC, não se pode exagerar na dose para não matar o paciente, ou as galinhas de ovos de ouro, de uma economia, com a desculpa de desinfetar o galinheiro. Por lá, o segundo maior banco do mundo, envolvido em um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo milhares de clientes, pagou uma multa que não chega a 500 milhões de reais e encerrou-se o assunto.
Uma soma que é uma fração dos bilhões de reais em multas e subjetivas indenizações por “danos morais” que o MP quer impor a construtoras brasileiras muito menores que o HSBC, e uma quantia irrisória frente às gravíssimas, irreparáveis, consequências, que essa decisão que pretende ser exemplarmente punitiva pode provocar no mercado brasileiro de engenharia e de infraestrutura.

Boechat x Malafaia
Há evangélicos e evangélicos. Mesmo diria – lembrando de tempos pretéritos – há evangélicos e crentes, considerando como eram citados os que professavam o protestantismo, se consideramos o evangelismo corrente como uma vertente do protestantismo clássico em razão dos métodos utilizados por alguns para arrebanhar adeptos/fiéis, onde o despojamento dos próprios bens materiais são a prova e melhor expressão da conversão. Não mais o dízimo basta, mas a expropriação.

Sob essa vertente – a exploração da fé para enriquecimento pessoal, forma contemporânea de pirataria – o confronto Boechat x Malafaia poderia gerar o debate que levaria a sociedade a perceber a diferença entre algumas ‘igrejas’ protestantes (tipo as de Malafaia e quejandos) e as tradicionais (batista, presbiteriana etc.).

Boechat x Malafaia

Alguns estão entendendo que neste debate o Malafaia ficou enROLAdo.


Da série perguntar não ofende
O articulista Ricardo Melo, na terça 16 (Estupro constitucional) trouxe à baila um questionamento que deveria ser elementar, na análise (que não ocorre) de parcela considerável da imprensa:

ONDE ESTÁ O LADRÃO

A tentativa de liquidar antecipadamente a candidatura de Lula em 2018 tem proporcionado momentos hilários.

O instituto criado pelo petista é "acusado" de receber dinheiro da empreiteira Camargo Corrêa. Aí surge uma reportagem de anos atrás, da revista "Época", descrevendo como FHC arrumou seu futuro ainda no governo, passando o chapéu num jantar no Alvorada com figuras carimbadas do PIB nacional.

Duas questões. A primeira: a qual político influente a Camargo Corrêa e outras empreiteiras não doaram dinheiro neste país?


A segunda: você conhece algum ex-presidente, mesmo fracassado, que não cobra por palestras após o fim do mandato? 

Da redação do blog: interessante perguntar a quem alude o articulista da Folha quando expressa "...ex-presidente, mesmo fracassado".

Solla
O deputado baiano tem sido  observação pessoal  o melhor defensor do Governo na Câmara dos deputados, considerando sua atuação na CPI da Petrobras.

Madrugando
O escriba na Los Pampas, ouvindo Silvano e Carla, na quinta 18.

Não tardou descobrir que o espaço de festas da casa estava disponibilizado para gente que secretaria o Município de Itabuna. Em campanha.

Não sabemos quem pagou a conta: se o próprio, se a viúva ou se os "amigos".

Ficou-nos a certeza de que estamos assistindo a campanha de vereador mais cara da história de Itabuna.

Um mestre no São João
Em tempos de fogueira uma tradicional peça do clássico nordestino na leitura de Aderbal Duarte.

domingo, 14 de junho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Caolhismo I
O pior cego é o que não quer ver – afirma a sabedoria popular. No Brasil – considerando a análise político-econômica encetada pela mídia conservadora – a coisa assume foros de absurdo quando o técnico é utilizado ao sabor da crítica político-partidária submissa ao discurso oposicionista.

Isto leva a não enxergar o que “os meus” fizeram. Interessa tão somente o que “os outros” (adversários, na situação) deixaram de fazer ou não fizeram ao contento dos humores que defendo.

Temos ouvido – e o debate fica difícil porque quem nos contraria somente lê e ouve o quer ouvir – que a crise que nos assola leva ao caos o país. Os números apresentados exibem o Armagedon: o desemprego ultrapassa 8%, tarifas administradas incomodam o consumidor comum, a inflação à sorrelfa.

A gravidade existiria se olhada só sob o viés imediato e não comparativo. Aí reside a hipocrisia e a falta de critério.

Houvéssemos de observar a postura ortodoxa posta em prática pelo governo Dilma neste primeiro ano de mandato deveríamos nos assustar realmente.

Mas quando o comparamos com o que fez FHC no mesmo período do segundo mandato acabaríamos mandando celebrar missas e cultos de agradecimento. 

Não só pela dimensão de cada um (período) como pelos resultados.

Artigo de Márcio Pochmann  OPOSIÇÃO CRITICA AJUSTE FISCAL, MAS NA ÉPOCA DE FHC MEDIDAS RECESSIVAS ERAM REGRA – no Rede Brasil Atual, ilustra – com precisão –, para fins de comparação, o que foi o de FHC.

Compare o leitor com o de Dilma. Rogando – naturalmente – que não reproduza o final do FHC.

Caolhismo III 
O mais grave, no entanto, não é o caolhismo de parcela considerável de analistas econômico-políticos. É a solução que desejam para o caos que anteveem. Que passa – necessariamente – pelo caminho ultrapassado na experiência nacional: a política da subserviência colonialista aliada à exacerbação de complexo de vira-lata.

Há por aqui quem somente enxergue saída se ombreados estivermos aos Estados Unidos, ainda que tirando os sapatos em aeroportos de lá.

Nem mesmo são vistas como positivas as análises de órgãos criados e aos EUA vinculados, como FMI, Banco Mundial e quejandos, que encontram no Brasil exemplos para o mundo em políticas sociais.

Para a turma o ajuste ideal é aquele exposto naquela carta de intenções de FHC para o ‘ajuste fiscal’, em março de 1999, que se comprometia a entregar o que ainda restava da soberania nacional.



Muito a sofrer...
O Partido dos Trabalhadores sai de seu Congresso Nacional, (re)discutindo e (re)fazendo propostas. No fundo voltar a ser original.

O PT, como partido político que nasceu amparado em ideário de centro esquerda, ainda muito vai penar por ter se tornado uma agremiação viável para o poder. Paga caro, muito caro, por essa circunstância. O oportunismo de inúmeros quadros que nele aportaram e não bebem em sua cartilha original tornaram-no um partido igual aos outros, não fora o empenho da ação governamental.

A declaração do senador Delcídio Amaral líder do Governo no Senado – é um reflexo da tal confusão. Defende o ilustre – em nome pessoal, ainda que deva defender o governo que lidera – a flexibilização do pré-sal. 

Mais está para liderado de José Serra que para líder do Governo. A Presidente Dilma já afirmou como inegociável tanto o conteúdo nacional como os 30% de obrigatoriedade de participação da Petrobras na exploração do pré-sal.

A ideia de Delcídio casa muito bem com a proposta de ‘ajuste fiscal’ de FHC ao FMI, em março de 1999 – depois de pedir bilhões de dólares para cobrir a terceira quebra do Brasil, assim que reeleito – ilustrada acima em seus pontos principais. 

Como o defendido por Aécio Neves durante a campanha e alimentados – no que diz respeito ao pré-sal – por Delcídio Amaral.

...muito a aprender
O mal que aflige o PT também alcançou outras siglas nascidas originariamente à esquerda. Que o diga o PSB, recentemente em vias de fundir-se ao PTB – um partido que já foi trabalhista.

Quem quiser entender o que representa o Partido Socialista Brasileiro basta analisá-lo a partir de nossa região: nele estão representantes do mais puro carlismo, travestidos de ‘socialistas’.

Mangabeira chacoalha no túmulo a cada segundo.

Falta o áudio
Difícil de o leigo entender – a não ser que bem conheça as ‘razões de estado’ de Sua Excelência – o ministro Gilmar Mendes absolver a Delta das picaretagens envolvendo Cavendish, Cachoeira e a Veja no contraponto.

Carlinhos Cachoeira, a Delta, a Veja do Caneta e quejandos, circulando sob apoio do ex-senador Demóstenes, fizeram parte de uma história suja onde o ministro buscou se tornar peça importante, a ponto de fazer-se ator na famosa fase dos grampos sem áudio.



Na ferida
O leitor pode não gostar de Lula. Mas do que disse em relação à gestão de alguns órgãos da imprensa nacional, em Salvador, ninguém pode duvidar. 

Muito menos desmentir.

Essas empresas que atacam tanto o nosso governo, não são capazes de administrar a própria crise sem jogar o peso nas costas dos trabalhadores. E acham que podem nos ensinar como se governa um país com mais de 200 milhões de habitantes”.

E fechou
:

Proporcionalmente ao seu tamanho reduzido, o setor que mais desemprega hoje no Brasil é a imprensa. Só neste ano, tivemos 50 demissões de jornalistas na Folha de S.Paulo. Foram 120 demissões no Globo, 100 demissões no Estadão, 50 na Band e 120 na Editora Abril. A Editora Abril, que publica a revista mais sórdida deste país, teve de entregar metade do seu edifício-sede, teve de vender ou fechar 20 títulos de revistas. E temos grupos jornalísticos inteiros à venda. Parece que as pessoas não querem continuar lendo as mentiras que eles publicam.”

“Troféu acadêmico”
Nassif cunhou a expressão, que vemos perfeita para a empáfia de FHC.

Que maldade a do rapaz!

A razão
A insistência com que a oposição – e quejandos – busca criminalizar Lula demonstra, à saciedade, que dificilmente o incriminarão, razão por que criar factoides que possam gerar noticiário muito interessa. Mormente quando o ex-presidente se afirma como grande liderança mundial, não só brasileira.

A dor de cotovelo tem suas razões: quem do PSDB, do DEM, do PPS, do PMDB etc. etc. etc. é aplaudido lá fora como o Lula? E o pior: Lula recebe o dobro de FHC por palestra.

No fundo, no fundo – como diria Tormeza – o que move a turma é a inveja.

Inclusive do legado político-eleitoral do ex-presidente.



O macaco tá certo!
Personagens televisivo-humorísticos, na Globo de outros(?) tempos, envolviam-se em diálogo concluído com a expressão "O macaco está certo!". 

Dizia respeito àquilo que não percebíamos mas traduzia a verdade real.

Lembramo-nos dos tempos de antanho  não tão antanhos  levando em conta o dito por Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, diante das permanentes tentativas de vincular a pessoa do ex-presidente a algum escândalo, especialmente o que permita algemar Lula no dia da Proclamação da República, da Independência etc. etc. etc.

Disse Okamoto, diante da CPI para a qual fora convocado:

— Há uma tentativa clara de criminalizar o PT— referindo-se às denúncias de recebimento de propina pelo partido durante a Operação Lava-Jato: — Parece que só o PT arrecadou. Por que, para arrecadar, só o PT teria de ter cometido malfeitos?

Naturalmente  como já o disse Lula, ironizando  o PSDB, o DEM, o PPS, o PMDB e quejandos arrecadam dinheiro para suas campanhas fazendo quermesses.

O macaco Okamoto tá certo!

Com os fundilhos de fora
O Catão senador Aécio Neves – que age como presidente eleito, que pelas circunstâncias de um golpe tentado e frustrado ainda não tomou posse – como mineiro, onde a religiosidade é marca cultural, deve mandar celebrar missas e cultos diariamente, desde que Alberto Yousseff o citou em delação premiada durante depoimento na Lava Jato de Moro, afirmando-o beneficiário de recursos oriundos do esquema de Furnas (dinheiro público), em módicas parcelas variáveis entre 100 e 120 mil dólares mensais.

Com os fundilhos de fora (até agora misteriosamente protegidos) corre o risco de alguém se apropriar do aeroporto.

Idade Média
A imunidade tributária de que gozam os templos (hoje, de qualquer culto) – insculpida no art. 150, VI, “b”, § 4º, da Constituição Federal – tem raízes em tempos pretéritos, em muito acentuada na Idade Média. Desde os tempos em que os que dominavam o universo da espiritualidade (mesmo a primitiva) se fizeram essenciais ao exercício do poder. 

Roma os insculpiu no contexto de religião do Estado no séc. IV d.C.

Querem ampliá-la agora. Não enfrentemos o oportunismo de uma Câmara Federal ampliada em sua representação evangélica.

Mas fiquemos com a dura realidade de até onde a imunidade contribui para a sociedade.

Abril despedaçada 
Não estamos a feminilizar o filme de igual título, dirigido por Walter Salles. Mas de observar a situação da editora de igual nome (http://jornalggn.com.br/noticia/por-tras-da-reestruturacao-da-abril).

A salvação  através da existência da Veja no currículo da Abril  passa por duas eleições: a manutenção do tucanato em São Paulo e da derrota do PT em 2018.



GS
Não temos informações da participação de Geraldo Simões em eventos do PT baiano ou itabunense.

Fogo amigo
Estranha a intenção ‘informativa’ de um blog regional a partir do quanto publicado no Diário Oficial do Estado em relação à aprovação de contas de uma ex-dirigente da DIREC-Itabuna e a desaprovação daquela que a sucedeu.

Somente entenderá o que perceber quem exonerou àquela e nomeou estoutra. 


domingo, 7 de junho de 2015

Detalhes

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Arrecadação em queda
A queda acumulada na arrecadação do Governo Federal alcançou 2,7% (entre janeiro a março alcançara 2,03%) segundo divulgação na Agência Brasil.

Sinaliza acompanhar os passos da Europa. (Que não chegue à Grécia, para glória da economia neoliberal). Expressa na ‘economia’ em torno de 1% do PIB e aumentando juros de 8% para 14% (estamos chegando) para gáudio e festa da especulação.

Não podia dar outra coisa o ajuste fiscal, ao reduzir a atividade econômica e o consumo, aliando-os à alta dos juros.



O bom combate
Divulgação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome registra a assinatura, pelo Brasil, da Carta de Milão, no encerramento do Seminário Internacional de Políticas Sociais para o Desenvolvimento, na quinta 4, ao fim da  participação brasileira na Expo Milão 2015 com o tema “Brasil: Superar a Fome é Possível”. Na oportunidade, declarou a ministra Tereza Campello: “Hoje eu assino a Carta de Milão porque ela fornece um ponto estratégico para a luta contra a fome e a pobreza: a comida é um direito de todos”.

Destacando o desenvolvimento sustentável, fomento à agricultura responsável, redução de desigualdades nas áreas urbanas e o respeito à identidade sociocultural que o alimento como os quatro pontos centrais da Carta de Milão, ainda acrescentou: “É necessário que os governos e as empresas trabalhem em conjunto para desenvolver políticas públicas que garantam esse direito”.

Os números impressionam a comunidade internacional, que olha com atenção o Brasil: desde 2002, o país reduziu em 82,1% o número de subalimentados, como resultado de um conjunto de políticas de aumento da renda, fortalecimento da agricultura familiar e do Programa Nacional de Merenda Escolar, que fornece alimentação a 43 milhões de crianças e jovens em escolas públicas no país, levando ao “grande mérito da superação da fome no Brasil é que o combate à subalimentação deixou de ser uma questão filantrópica para ser o centro das políticas públicas”, expressou a ministra.

Dados da FAO mostram que, devido ao aumento da oferta de alimentos no país, a disponibilidade diária de calorias passou de 2.900 para 3.190, entre 2002 e 2013. A considerar que o aumento da oferta de alimentos está associado ao fortalecimento da agricultura familiar, que permitiu – somente em 2014 – através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS),  que o governo federal investisse R$ 536,5 milhões na compra de 291 mil toneladas de alimentos de mais de 100 mil agricultores familiares.

Levando em conta os programas sociais postos em prática nos últimos anos, onde o Bolsa Família merece ser destacado, ao lado da merenda escolar, afirmou a ministra Campello: “Hoje temos a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome e que está na escola”.

O avanço nas políticas público-sociais levou à redução da chamada desnutrição crônica, medida pelo aumento da estatura das crianças. O déficit de estatura média das crianças beneficiárias acompanhadas nas condicionalidades de saúde caiu pela metade (51%) em quatro anos, no período de 2008 a 2012.

A revista The Lancet, já em 2013, destacava que esta ação, associada ao crescimento do Programa Saúde na Família, reduziu a mortalidade infantil em 19,4% entre os anos de 2004 e 2009. E aquela em relação à mortalidade por causas relacionadas à pobreza é ainda maior: 46% de redução da mortalidade por diarreia e 58%, por desnutrição. 

Todo o dito é visível, para o observador isento. Josué de Castro teria que escrever "Geografia da Fome" e "Geopolítica da Fome" com outros números, em relação ao Brasil. A Patativa do Assaré faltaria inspiração. Vladimir Carvalho menos filmaria. Graciliano Ramos não publicaria Vidas Secas. E João Cabral de Melo Neto escreveria tão somente no plano da licença poética a abertura de Morte e Vida severina:

" O meu nome é Severino
Não tenho outro de pia
...
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte..."

de fome, um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida)."

...
Crise há
Não se negue que há uma crise. O que se torna impositivo é a dimensão (tamanho) da crise. Dia desses observávamos um ‘queima’ de uma loja local. Onde só se pode comprar à vista, no dinheiro vivo (no balcão ou banco).

Levantamos a dúvida – amparado no que tanto divulga na imprensa – se a crise em que está o país é aquela ou uma outra, real, a que vemos e enxergamos.
Uma foto (abaixo) estampada no Conversa Afiada (pode até ser manipulação do autor) mostra este feriadão na 25 de Março, em São Paulo. Crise de espaço para as pessoas.

Marcos Coimbra – em artigo publicado na Carta Capital –, a partir de pesquisa Vox Populi, alerta que a dimensão da crise não se encontra traduzida no dia a dia do brasileiro e muito na forma como o editorialismo econômico a constrói.

Comparando o que vimos em Itabuna parece que realmente há uma crise. Não na dimensão que alardeiam.


Com todas as letras
Há um caso famoso no anedótico da imprensa: jornal cearense publicou na primeira página que “Metade da Câmara é de Ladrões”, gerando indignação e reação da casa ofendida, que encontrou resposta para apaziguar os ânimos com outra manchete na primeira: “Metade da Câmara NÃO é de ladrões”. 

Ninguém por lá levantou qualquer outro questionamento.

A propósito é que trazemos a declaração da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), inserida no texto em que critica a financiamento empresarial de campanhas eleitorais:

"A realidade é que campanhas no Brasil são caras. E para manter esses custos, as disputas tornaram-se hollywoodianas. As chances são mínimas para candidatos sem apoio de máquinas públicas, com menos recursos, ou que não sejam celebridades com intensa exposição midiática. Neste jogo, lideranças políticas com base social estão, cada vez mais, marginalizadas.

O resultado disso tudo é a baixa representatividade popular e as distorções que revelam um Congresso com 10% de mulheres, 4% de afrodescendentes e somente um parlamentar homossexual declarado. Essa Legislatura não reflete verdadeiramente o rosto de nossa sociedade."

Lembramos do jornal cearense em razão daquele "...somente um parlamentar homossexual declarado".

Huuummm! 

Oportunista
Ronaldo, o Fenômeno, é personagem estranha em diferentes circunstâncias. Dispense-se aquela suspeita escalação no final da Copa de 1998 e seu gosto por travestis que dizia desconhecer em sua condição.

Andou com o Governo e depois passou a dele falar mal. Como símbolo do futebol brasileiro, participou da organização da Copa do Mundo no Brasil.

Há muito tornou-se empresário de sucesso no setor esportivo. Suas parcerias, no entanto, estão dando o que falar. A ponto de – conforme denunciado por setores da imprensa – hoje ser passível de criminalização no escândalo da FIFA caso o delator Hawilla relate tudo que sabe e não esqueça de que o teve como sócio.

Esteve – durante muito tempo, até recentemente – defendendo a FIFA e a CBF. Na quarta-feira 3, como noticiado pelo Jornal do Brasil, pediu a renúncia do presidente da CBF.

Bem o analisa o chargista Duke.

Descaradamente
A Veja não perde sua natureza escorpiônica. Denunciou atentado às instalações da Polícia Federal em Curitiba (Suspeita de atentado). A PF desmentiu em Nota, lamentando “não ter sido procurada pela revista Veja para esclarecer o fato”.

Caso fosse possível resolver a métrica e a rima bem poderíamos aplicar ao fato os versos de Fernando Pessoa e dizer que “A Veja mente tão descaradamente que chega a dizer que é mentira a mentira que deveras (m)sente/publica”.

Mentir e latir são inerentes à Veja e aos cães. 

A crise ou editora fechou

Quem pensa negativamente para si atrai o negativo. De tanto anunciar o caos a editora Abril – através da revista Veja – mostra o quanto atingida.

Demissão de meia centena de jornalistas e fechando mais três revistas. 


Crise!!!! I
Em torno das críticas à Petrobras a verdadeira crise é a de credibilidade de quem critica.

Que o diga o lançamento de títulos da estatal – com prazo de resgate em 100 anos – nos EUA. 

Não deu para quem queria. Apenas US$ 2,5 bilhões, quando a procura o era para 100 bilhões.

Não faltou quem caísse de pau. Achando os juros muito altos. De 8,25 anuais.

De nossa parte tudo não passou de uma jogada da Petrobras. Pagou 8,25% para ver a aceitação. Lançará depois pagando o que entender melhor... para a empresa.

Crise!!!! II
Mais um poço na área do pré-sal sergipano, no Poço Verde, noticia o blog Fatos e Dados. 

A crise mesmo reside na vitória de José Serra, e comandados (leia-se tucanos e quejandos), que deseja entregar o pré-sal.

MapaPocoVerde.jpg

Por explicar
O Ministério Público poderia contribuir para a sua imagem e justificar o porquê de o indiciamento de Ricardo Teixeira correr sob sigilo absoluto.

Alegar que tal ocorre em defesa dos resultados pretendidos exigiria que explicasse por que o ‘tal’ não acontece com apurações que envolvem petistas e outros quejandos que estejam na base do governo.

Suspeição suspeita
Dar-se por suspeito é um direito assegurado a qualquer magistrado. Dispensa, inclusive, quando exercido, de fundamentação. Basta declarar-se.

Estranho, no entanto, que algum magistrado despache e dê andamento ao processo para depois de meses dar-se por suspeito. 

É uma suspeição muito suspeita.

Aconteceu com o ex-ministro Joaquim Barbosa. Em processo que tinha por acusado Ricardo Teixeira, então presidente da CBF.


Desvio
Pouco e ouve falar. Mas as denúncias de desvios que representaram R$ 2 milhões para a campanha de Beto Richa, nas eleições de 2014.


Que são dois milhões para políticos do PSDB? Seriam alguma coisa caso a denúncia envolvesse dois derréis de mel coado de gente do PT.


Cedraz
O baiano Aroldo Cedraz – hoje presidente do Tribunal de Contas da União – foi do PFL e integrou a bancada de choque de ACM onde se encontrasse. 

Sem entrarmos no mérito – não é oportuno – foi indicado pela Câmara dos Deputados para o TCU como reação da Casa ao Governo Federal (Lula).

Seu filho advogar em 150 processos no TCU por si só já é suspeito. Muito mais grave que esteja citado na Lava Jato.

Vigor, de Itabuna para o mundo
Liberdade poética expressa por uma mangueira nascida na terra de Jorge Amado, mais precisamente no bairro Fonseca, descoberta pelo amigo Ancelmo "Macarrão", parceiro de conveniência, que a fotografou.

Ancelmo está preocupado com a quantidade de pedidos... da semente. Por não poder atendê-los. Muitos, pedidos com voz suavemente melosa.


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O blog se dispensou registrar qualquer outro fato originário de Itabuna, reservando para o vigor da mangueira o destaque grapiúna.