sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A quem

Interessa
Ocupa a pauta de qualquer avaliação séria o papel da imprensa no mundo contemporâneo em sua função primordial para a sociedade: informar, o que não dispensa investigar. Indagação em torno do a quem interessa tal informação encontrará na sociedade o seu destinatário. 

No entanto quando aquela se desvia de sua finalidade cabe também indagar: a quem interessa?

Montanha de textos já foram escritos, dezenas de filmes para o cinema e séries para a televisão. Todos tratando da fuga ao objetivo que justificou a existência da imprensa.

Mais uma denúncia contra a atuação criminosa da informação manipulada vem da Alemanha, um dos países-símbolo da Civilização Ocidental. Destaca Assis Ribeiro, no GGN:

"O jornalista e ex-assessor do Governo Federal da Alemanha, Udo Ulfkotte revelou seu envolvimento no chamado 'jornalismo negro', confessando que teve que mentir repetidamente. O destacado jornalista expõe a campanha anti-russa na imprensa ocidental.

'Ele mentiu, traiu, recebendo propina e escondendo a verdade do público', diz o jornalista em seu livro "Gekaufte Journalisten" ('Os jornalistas comprados'), enfatizando que 'o que eu estava fazendo não era jornalismo, mas propaganda'. Para Ulfkotte, o auge da campanha anti-russa na imprensa ocidental, começou há um ano, sob a liderança da CIA, conforme registrado pelo portal Sputnikbig. Em sua opinião, a cobertura da mídia ocidental dos eventos na Ucrânia é um exemplo claro de manipulação da opinião pública. 'É nojento!', Diz Udo."
Tomando o exemplo alemão cabe-nos apenas indagar, partindo da premissa para nós essencial: a quem interessa a campanha  que beira a sordidez  contra a Petrobras?

Uma certeza temos: não é contra a corrupção política. Casso fosse, muito melhor a imprensa cobrar do ministro Gilmar Mendes que devolva a ação  em que já é voto vencido por 6 x 1  contra o financiamento privado de campanhas políticas. 

Mas, isso já envolve outros interesses!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Postes

Desesperados
Fernando Brito, no Tijolaço, levantou dados que confirmam a dimensão do 'aperto' de água em São Paulo. Por lá já xiste até um "Disque Água", para orientar o sedento paulista/paulistano. A peça ensaiada pelo tucanato para assegurar a reeleição começa a custar bem mais caro. Serão 18 horas sem fornecimento, diariamente.

Ironicamente Brito foca a mídia - que não perdoa nem espirro de governo petista:

"Como a redução do fornecimento de um ano para cá chega a 15 ou 16 litros por segundo, 60% disso representam perto de 10 mil litros por segundo, ou 850 milhões de litros por dia.

Quer tornar isso concreto? Essa quantidade de água corresponde 85 mil caminhões- pipa, todos os dias. Uma fila de veículos  que iria e voltaria toda a distância entre São Paulo e Curitiba.

Este é o tamanho da 'restrição hídrica' do governador Geraldo Alckmin.

Que a seca é grave, gravíssima, ninguém deixa de reconhecer e, ontem, aqui se mostrou a dramática restrição das chuvas.

Mas não é possível que 15 ou vinte minutos de queda de energia elétrica num dia sejam um escândalo e 18 horas sem água todos sejam 'coisa da vida'."

Cuidamos de registrar Brito como contribuição à consciência que devemos adquirir para 'ler' a grade mídia.

E, para não perder o mote, Bessinha não perdeu a viagem ao pote.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Martírio I
Há 70 anos, feitos no último dia 27, os soviéticos libertavam Auschwtz, salvando os remanescentes dos 1,1 milhão que ali foram mortos nos crematórios. O mundo se via conhecedor de uma tragédia inominável.


Martírio II
Ultrapassados os 70 anos de libertação dos presos em Auschwitz permanece o mundo convivendo com outro martírio. 

Este causado não pelo nazismo, mas pela inominável concentração da riqueza.




De cortar o coração I
Sensibiliza sobremodo a situação de crianças pelo mundo. Onde a miséria campeia são elas as maiores vítimas.

Há quem seja contra o Programa Bolsa Família. 

Ainda que se sinta abalada emocionalmente com o quadro além país.


De cortar o coração II
Hoje 1% da população mundial detém quase 50% da riqueza do planeta. O que representa um total de 263 TRILHÕES DE DÓLARES em números de 2014

Bastaria 1% dos lucros dessa riqueza para aliviar/eliminar a miséria e a fome no mundo.

No entanto, alimentam os urubus com crianças.


Recado
Evo Morales – que preside um país antes nem mesmo com direito a ser chamado de ‘república de bananas’ – afirmou, no discurso de posse, que em sua economia “no mandan los gringos, mandan los índios”.

Prestigiando a posse lá estava a presidente Dilma Rousseff. 

Que levou um gringo para seu Ministério da Fazenda. Que já abriu seu saco de maldades.

Premiando o criminoso I
Houve época em que a corrupção rendia 10%. Que o diga o famoso Relatório Saraiva, nos anos 70, denunciando Delfin Neto enquanto embaixador na França.

Caminha-se no Brasil, conforme denuncia Paulo Moreira Leite no Brasil 247 (clique em, http://paulomoreiraleite.com/2015/01/25/operacao-escancarada/) para uma vergonhosa ‘negociação’ onde o doleiro Yousseff perceberá 2% dos recursos por ele desviados que retornem ao Brasil. Para ganhar seus 2% basta ‘dedurar’.

Ou seja: o ladrão passa a ser premiado pelo crime.

Premiando o criminoso II
O que mais espanta é a bandidagem encontrar apoio nas autoridades. O escândalo está respaldado pelo juiz Sérgio Moro.

A indignação alcança o mundo jurídico. Registra PML: “Para Claudio José Lagroiva Pereira, professor de Direito Processual Penal na PUC paulista, instituição da qual foi vice-reitor, a decisão envolve uma medida absurda: ‘como é que o Estado brasileiro vai tirar uma porcentagem de um dinheiro que deve ser devolvido ao povo brasileiro, pois é fruto da corrupção, para entregar a um bandido?’”

Indagação outra que se faz: O que leva o juiz Moro a promover tal absurdo?

Racionamento I
Claro que pode ocorrer um racionamento. Afinal, a matriz da energia brasileira em muito está centrada em hidroelétricas. 

E as do Sudeste apresentam nível nada ideal para suportar uma estiagem prolongada.

Racionamento II
Ninguém é louco de hospício para colocar a mão no fogo sem correr o risco de ficar maneta. Mas a insistência com que vem sendo afirmada a iminência de um apagão seguido de um racionamento prolongado no fornecimento de energia elétrica (modelo FHC 2001/2002) deixa entrever falta de análise técnica.

Em 2001/2002 não ocorreu falta de energia, mas investimentos em linhas de transmissão que fizessem transportar energia gerada em uma região para outra.

Os investimentos em linhas de transmissão foram efetivados nos últimos anos.

Não bastasse, o aumento da oferta de energia ocorre com a entrada em funcionamento de novas hidroelétrica sediadas na Região Norte.

Racionamento III
O Brasil tem feito uma opção, inclusive por pressão de parte da sociedade, e insiste em não produzir mais energia nuclear. Que independe de chuvas.

Além do mais, o Brasil poderia dispor de muito mais energia gerada em hidroelétricas se não houvesse a resistência de órgãos governamentais, ONGs e povos indígenas. Que chegaram a atrasar a construção de hidroelétricas por mais de 30 anos.

Agora mesmo uma área está sendo questionada para que não sejam afetados os seus ‘encantados’.

Descobrindo a pólvora
Há sinais de que descobriram a pólvora. Afinal, é o que depreendemos a partir da veiculação, alardeada : aqueles que zeraram a prova de redação do ENEN estão entre os que têm o hábito da leitura como função biológica.

As declarações de alguns dos próprios estudantes afirma ter sido a leitura, como hábito, um elemento capital para o sucesso.

Eis a pólvora descoberta.

Das lições mais antigas: quem lê escreve e raciocina melhor, tem melhor concordância e e salutar vocabulário.

Alarde deve ser à escola. Que não desenvolve o hábito e o gosto pela leitura.


Ataque mortal
Já comentamos em outro instante neste blog que os ataques a Petrobras (mais acentuados que aos que rouba(ram) a estatal) têm objetivo definido: enfraquecê-la para alimentar a sanha dos que desejam tê-la, como hoje têm a Vale do Rio Doce, a Telebras, os bancos estaduais etc.

Artigo do economista Adriano Benayon traduz à perfeição o que está ocorrendo. Clique em http://jornalggn.com.br/noticia/golpe-final-na-soberania-do-pais-por-adriano-benayon 

Caso o leitor lembre das campanhas que levaram Getúlio a suicidar-se, à origem do parlamentarismo, ao golpe de 1964 perceberá que tudo se repete. Com os mesmos personagens travestidos em outros nomes.

Duvide quem quiser
Por mais que diga não difícil não existir o dedo de Geraldo Simões na divulgação de apurações na DIREC em relação a ex-dirigentes dos órgão.

Mais se aperfeiçoa este raciocínio a circunstância de o fato ter ocorrido (se ocorreu) há muito tempo e somente agora ser levantada a poeira.

Mormente quando alguém que não interessa a GS pretende (re)assumir a função.

Razões
Geraldo manda um recado: o de que não pensem que está morto.

No contraponto: conquistar um espaço que ora não dispõe no atual governo.

A tal sindicância pode ser seu último trunfo. Ou o único de que dispõe.


sábado, 24 de janeiro de 2015

Como você

É enganado



Destacamos do http://www.institutojoaogoulart.org.br/ um texto de Noir Chomsky, publicado em julho de 2010.

Caso o leitor encontre 'meras' semelhanças com o que se passa no Brasil não fique afobado. Reaja, desenvolvendo o espírito crítico.

Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática

O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

"Os abutres

Têm fome"



Há o filme faroeste de Don Siegel, Two Mules For Sister Sara ( 1970) exibido no Brasil como Os Abutres Têm Fome. Como se vê do título, a partir do original, nenhuma relação há etre duas mulas para irmã Sara e o contido na tradução. No entanto nos aproveitamos do título versado ao Português para registrar uma típica rapina, muito comum no universo da capitalismo.

A fome dos detentores privados dos meios de produção ultrapassa qualquer raciocínio lógico se este gira em torno do ser humano como objetivo. A indústria farmacêutica se destaca em meio a de alimentos, a armamentista etc., por sua insensibilidade. Justamente por trabalhar com medicamentos, alguns dos quais essenciais à sobrevivência de incontáveis seres humanos.

Disponibiliazmos aqui o site https://secure.avaaz.org/po/save_cheap_medicines_loc_/?bsbsYbb&v=52089 para que o leitor contribua com sua assinatura para enfrentamento ao lobby da indústria farmacêutica, que ora utiliza como instrumento de pressão o governo estadunidense.

O motivo é mais que justo: como registra o texto da avaaz:

"A Índia produz medicamentos baratos contra o HIV, malária e drogas contra o câncer. Mas a indústria farmacêutica quer impedir essa produção para vender mais de seus próprios produtos a preços mais altos. O lobby dessa indústria forçou o governo dos EUA a ser duro com a Índia, inclusive com ameaças de sanções comerciais se os indianos não mudarem as leis de patentes que atualmente priorizam as pessoas antes dos lucros. Agora a pressão está aumentando já que negociações de um novo tratado de comércio entre os dois países estão prestes a começar. 

Antes que Obama pegue seu voo, vamos juntar 1 milhão de assinaturas em apoio ao papel orgulhoso exercido pela Índia – o de farmácia mundial para os mais pobres do mundo. Depois, vamos fazer deste caso uma grande história na imprensa mundial enquanto Obama estiver no país e entregar as assinaturas com nossa própria proposta do acordo comercial desenvolvida por especialistas e que visa proteger os medicamentos. Assine agora:

https://secure.avaaz.org/po/save_cheap_medicines_loc_/?bsbsYbb&v=52089

Os gigantes da indústria farmacêutica dizem que as leis de patentes da Índia permitem que empresas indianas cobrem menos do que outras, desencorajando investimentos da indústria em novos medicamentos. Mas sabemos que as grandes empresas de medicamentos priorizam as pesquisas de remédios para os ricos, não para os pobres e, com frequência, vendem os remédios a preços exorbitantes – uma nova droga para o tratamento da Hepatite C está custando U$1000 por comprimido! 

Em um café da manhã na Casa Branca em outubro passado, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu aos diretores de empresas da indústria farmacêutica presentes que investissem em medicamentos baratos, ao invés de usarem artimanhas jurídicas para lucrar até a última gota de suas próprias patentes. Ao mesmo tempo, ele aceitou a criação de um fórum Índia-EUA para discutir as patentes de medicamentos, e a publicação do rascunho de uma nova lei com concessões para incentivar o investimento de empresas farmacêuticas americanas
..."

Esperamos que o presidente Barack Obama exercite a sua dimensão de Prêmio Nobel da Paz e não faça de seu país um condutor de 'abutres com fome'


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Apocalipse

Iminente
Temos abordado - de modo constante - a crise que ameaça São Paulo. No período de campanha levantamos a hipocrisia tucano-paulista, amparada e respaldada na mídia que somente visa o trabalhismo, de que não havia risco de racionamento, quando já o havia. Mas, fundamental era reeleger Alckmin e o PSDB. Ainda que representasse o exemplo mais expressivo (ainda que grotesco) da incompetência administrativa.

Em postagens recentes ("Choque de gestão" e "Culpado antecipadamente definido" e o irônico "Objeto de desejo") temos levantado a gravidade do problema. Já afirmamos que São Paulo vai quebrar o Brasil.

Oded Grajev, no "Rede Nossa São Paulo" da sexta 16, publicou um texto apocalíptico, ALARMEonde nos três primeiros parágrafos delimita a crise iminente:

"A cidade de São Paulo está diante de uma catástrofe social, econômica e ambiental sem precedentes. O nível do sistema Cantareira está em cerca de 6% e segue baixando por volta de 0,1% ao dia. O que significa que, em aproximadamente 60 dias, o sistema pode secar COMPLETAMENTE!

O presidente da Sabesp declarou que o sistema pode ZERAR em março ou, na melhor das hipóteses, em junho deste ano. E NÃO HÁ UM PLANO B em curto prazo. Isto significa que seis milhões de pessoas ficarão praticamente SEM UMA GOTA DE ÁGUA ou com enorme escassez.  Não é que haverá apenas racionamento ou restrição. Poderá haver ZERO de água, NEM UMA GOTA.

Você já se deu conta do que isto significa em termos sociais, econômicos (milhares de estabelecimentos inviabilizados e enorme desemprego) e ambientais? Você já se deu conta de que no primeiro momento a catástrofe atingirá os mais vulneráveis (pobres, crianças e idosos) e depois todos nós
O que está por acontecer a São Paulo é uma tragédia de porte descomunal. Tudo por inteira irresponsabilidade de seus governantes (tucanos, nos últimos 20 anos). Ainda que alertados, há pelo menos 10 anos, para o problema que se avizinhava nada fizeram além de privatizar a SABESP e a ELETROPAULO.

Como na história do escorpião, não poderiam fazer outra coisa: é da essência de seus projetos o estado mínimo. E não há como chorar pelo leite/água derramados.

Mas, fica-nos uma conclusão: o tucanato/PSDB de São Paulo demonstra uma patologia mental de profunda gravidade, de alienação da realidade, de típico trânsito entre o autismo e a esquizofrenia.

Não fora este estado mental - para não falar no masoquismo de assumir a crise - difícil entender porque insistir em vencer a eleição para administrar o caos criado, quando poderia entregar o pepino ao PT de Padilha e enterrar para sempre o petismo na pauliceia, assegurando outras várias décadas para seus 'choques de gestão'.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Objeto

De desejo
Tende a ser o objeto de desejo para uma parcela de São Paulo. Inclusive para os desgarrados que buscam o alheio.

Entre a hipocrisia

E a manipulação


Barack Obama assim que assumiu o primeiro mandato foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Difícil de entender, naquele instante, as razões do agraciamento. Talvez as promessas de campanha, dentre elas Paz para o mundo, a libertação dos presos de Guantânamo (lá postos para serem torturados pela CIA), a retirada dos soldados americanos do Iraque. 

A premiação poderia estar no contexto de motivação para que as promessas se cumprissem. Um lance de 'pagando para ver' na mesa do pôquer planetário.

O fato concreto é que a possibilidade de Paz se desmancha no ar, presos ainda há em Guantânamo e soldados dos EUA ainda morrem no Iraque. 

Mas a hipocrisia grassa entre os que deveriam divulgar o que efetivamente acontece pelo mundo. E mais: quem o causador do muito que ocorre.

Mas, como costumamos repetir neste espaço, a informação é manipulada, tornada desinformação. Através dela bandidos são somente os outros.

Do contundente artigo de Mauro Santayana (abaixo disponibilizado), destacamos o que entendemos repetido nesta aldeia brasileira em outros motes, outros interesses. Prenhe da mesma hipocrisia e manipulação. E de desejos de derrubar instituições, construídas muitas a custo de suor e sangue brasileiro. Incluindo o que nos resta da noção de nacionalismo.

Tudo em defesa de interesses apenas individuais. Egoisticamente individuais. De quem sonha ver-se membro desta ordem internacional que avilta o bom senso e conduz o planeta à barbárie e à hecatombe em nome de hipócritas conceitos.

"...
Raivosas, autoritárias, intempestivas, numerosas vozes se alçaram, em vários países, incluído o Brasil, para gritar – em raciocínio tão ignorante quanto irascível – que o terrorismo não tem que ser “compreendido” e, sim, “combatido”.

Os filósofos e estrategistas chineses ensinam, há séculos, que sem conhecê-los, não é possível vencer os eventuais adversários, nem mudar o mundo.

Além disso, não podemos, por aqui, por mais que muitos queiram emular os países “ocidentais”, em seu ardoroso “norte-americanismo” e “eurocentrismo”, esquecer que existem diferenças históricas, e de política externa, entre o Brasil, os EUA, e países da OTAN como a França. 

Podemos dizer que Somos Charlie, porque defendemos a liberdade e a democracia, e não aceitamos que alguém morra por fazer uma caricatura, do mesmo jeito que não podemos aceitar que uma criança pereça bombardeada pela OTAN no Afeganistão ou na Líbia, ou porque estava de passagem, no momento em que explodiu um carro-bomba, por um posto de controle em Aleppo, na Síria.   

Mas é preciso lembrar que, ao contrário da França, nunca colonizamos países árabes e africanos, não temos o costume de fazer charges sobre deuses alheios em nossos jornais, não jogamos bombas sobre países como a Líbia, não temos bases militares fora do nosso território, não colaboramos com os EUA em sua política de expansão e manutenção de uma certa “ordem” ocidental e imperial, e, talvez, por isso mesmo – graças a sábia e responsável política de Estado, que inclui o princípio constitucional de não intervenção em assuntos de outros países – não sejamos atacados por terroristas em nosso território.

As raízes dos atentados de Paris, e do mergulho do Oriente Médio na maior, e, com certeza, mais profunda  tragédia de sua história, não está no Al Corão ou nas charges contra o Profeta Maomé, embora estas últimas possam ter servido de pretexto para ataques como o que ocorreu em Paris.

Elas começaram a se tornar mais fortes, nos últimos anos,  quando o “ocidente”, mais especificamente alguns países da Europa e os EUA, tomaram a iniciativa de apoiar e insuflar, usando também as redes sociais, o “conto do vigário” da Primavera Árabe em diversos países, com a intenção de derrubar regimes nacionalistas  que, com todos os seus defeitos, tinham conquistado certo grau de paz, desenvolvimento e estabilidade para seus países nas últimas décadas."


Leia a íntegra de "O terror, o Ocidente e a semeadura do caos" clicando em http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2015/01/18/o-terror-o-ocidente-e-a-semeadura-do-caos/


domingo, 18 de janeiro de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
___________________

Pesos diversos
Os fatos recentes em Paris envolvendo o Charlie Hebdo desperta várias vertentes para considerações. Destas várias desejamos destacar duas.

A primeira. A evidente manipulação da opinião pública a partir de um fato concreto. Lamentável o atentado. Mas os desdobramentos em razão dele, pretendidos por diferentes atores, não enseja nenhuma contribuição para a democracia.

Segundo. Na esteira da manipulação, a seleção do que mais interessa. Não se ouve falar, com o destaque que o fato exige, da chacina de milhares em Baga (que pode ter superado 2 mil vítimas), no norte da Nigéria, consumada por extremistas do Boko Karan, no mesmo dia em que ocorreu o do Charlie Hebdo, onde nem mesmo uma mulher em pleno parto escapou.

Aos parisienses, a solidariedade, que falta aos de África, para os quais só resta o choro.

Mulher chora diante da chegada de vítimas em hospital após ataque do Boko Haram. Grupo extremista islâmico aterroriza a Nigéria desde 2009

Dilma culpada
"Indonésia nega a Dilma a clemência a brasileiro", "Governo (Dilma) recorreu ao Papa", "Indonésia nega apelo de Dilma". 

Pelo que mancheteiam O Globo e o Estadão não há dúvida: Dilma é culpada pela execução do brasileiro preso e condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas.

Comparando
Por causa de 13 Kgs traficados o brasileiro foi condenado à morte na Indonésia.

No Brasil um helicóptero com 450 Kgs de pasta de cocaína foi pego pela Polícia Federal. E nada mais se sabe além de que o helicóptero pertencia a um político mineiro, amigo de outro político mineiro... etc. etc. etc.

Choque de gestão
Considerando a proeza conseguida  fazer faltar água em São Paulo  o PSDB paulista rivaliza com outra proeza, de FHC: a do racionamento de energia em 2001/2002.

Difere, entretanto, um e outro caso: FHC (que dispunha de geração mas não tinha como distribuí-la) não teve como evitar o racionamento e, tomando as medidas administrativas que o imediato exigia (limitar e taxar consumo etc.), terminou por sacrificar a eleição de Serra em 2002.

Como o tucanato adora falar em choque de gestão aproveitamos para disponibilizar parte do texto de Saul Leblon, no Carta Maior, bastante ilustrativo.

O que não é nada ilustrável é o fato de que a crise em São Paulo pode quebrar o Brasil. (leia, neste blog, "Culpado antecipadamente definido").

O PSDB e sua obra-prima de gestão: o racionamento em SP

'Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água', admitiu presidente da Sabesp. Esse é o legado do choque de gestão?

por: Saul Leblon 

Arquivo

Após um ano de dissimulações, o PSDB oficializou o racionamento de água em SP nesta 4ª feira.

O novo presidente da Sabesp , Jerson Kelman, em entrevista ao SPTV, da Globo, anunciou um corte  drástico no fornecimento, que caiu de 16 mil litros/s na 3ª feira, para 13 mil l/s a partir de agora.

O racionamento anunciado  oficializa uma realidade que já atinge mais de seis milhões de habitantes, cujo abastecimento declina há um ano acumulando um corte de 60% no fornecimento padrão da Sabesp às suas torneiras (de 33 mil l/s para 13 mil l/s).

E isso é só o começo.

 'Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água', admitiu presidente da Sabesp na entrevista.

Nada como um copo após o outro.

Na reta final da campanha presidencial de 2014, quando o então diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, advertiu na Assembleia Legislativa de São Paulo, que o abastecimento da cidade estava, literalmente, por um fio de água, foi chamado de ‘bandido’ pelo grão tucano, vereador Andrea Matarazzo

Brinquedo perigoso
Uma criança de 11 anos soltava pipa perto de sua casa, no Rio de Janeiro, próximo a uma UPP. Foi assassinada por policiais. Que disseram ao pai da criança que ela estava armada.

Certamente será mais um caso para as calendas. Afinal, auto de resistência existe para isso.

No mais, fica o alerta: soltar pipa no Rio de Janeiro é um brinquedo perigoso.

Natural que o seja
A cada dia mais se expressa a razão por que Gilmar Mendes retém o processo que condena o financiamento empresarial de campanhas políticas. Sua Excelência – já vencido por 6 x 1 – apenas retarda o que o STF já decidiu.

O Congresso em Foco (clique em http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/quem-bancou-a-campanha-dos-senadores/) exibe Antônio Anastasia (PSDB-MG), com arrecadação de R$ 18,3 milhões e José Serra (PSDB-SP), com R$ 10,7 dentre os que mais obtiveram recursos nas eleições de 2014.

Caso entendamos as respectivas eleições em decorrência dos gastos fica fácil compreender porque o ministro Gilmar Mendes segurou desde abril de 2014 o processo.

Como bom tucano, fiel a quem o indicou (FHC), Gilmar cumpre o seu papel de agente político-partidário no STF.

Do PSDB, naturalmente.

Fonte de corrupção
Para o juiz Márlon Reis, coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e um dos que idealizaram a Lei da Ficha Limpa, “Doação por empresa é corrupção legalizada”. Íntegra do texto em http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/%E2%80%9Cdoacao-por-empresa-e-corrupcao-legalizada%E2%80%9D/

Ao segurar o processo que elimina o financiamento de empresas a campanhas políticas o ministro Gilmar Mendes – a teor da declaração do juiz Márlon – simplesmente legitima, em nível de STF, a corrupção eleitoral.

Em defesa dos amigos, claro.

Sobras
Sérgio Motta, na campanha de 1994, arrecadou recursos tantos que conseguiu sobras de campanha na ordem de R$ 120 milhões.

Esta informação (documentada) está num destes livros: “O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dórea, ou “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr.

Razão por que há quem ponha em dúvida a fonte de recursos para a compra de um certo apartamento adquirido em Paris, na Avenida Foch, e de uma certa fazenda em Buritis, em nome de Motta e FHC. 


A fonte da informação 


A arte...
Um dos mais hilários comediantes – Louis de Funès – protagoniza “As loucas aventuras de Rabbi Jacob” (1973), de Gerard Oury.

Um filme que recomendamos. 

Uma lição para compreender – pela crítica humorística ali levantada em defesa da tolerância – o que ocorre na França contemporânea. Ou melhor, o que ocorre desde muito na França.

...imita a vida
Para quem desejar descobrir origens das contradições desta França assista “A Batalha de Argel” (1966), de Gillo Pentecorvo e “Lacombe, Lucien” (1974), de Louis Malle.

Vida sem arte
Podemos perceber a quantas anda Itabuna, no plano do debate das idéias, passeando pelo facebook. Temos de tudo.

Mas nos chama a atenção uma parcela de internautas que se arvora a conhecer e dominar a política. Uma lástima, os que se entendem o suprassumo da perfeição.

Percebe-se facilmente a sua fonte de (des)informação.

Atestado
Sabemos – porque não é difícil a análise – que dificilmente o prefeito Claudevane Leite aceitará a reeleição. Para muitos não nega o fastio por manter-se no poder.

Para quem não conseguiu, em dois anos, apaziguar os interesses divergentes em permanente guerra interna, tentar a reeleição é passo certo para um derrame/enfarto.

Especulações em aberto
Para as eleições de 2016 uma disputa fica flagrante à esquerda: PT x PCdoB. 

O PT precisaria estar unido para viabilizar Geraldo Simões. 

O PCdoB está mais credenciado e fortalecido para candidatar-se a representante da esquerda por dispor de mandatos (deputado federal, a assumir, e vice-prefeito).

Geraldo Simões terá pela frente a tentativa de convencer todos por ele alijados a retornarem ao seio de sua liderança.

Em política tudo pode acontecer. 

Mas tende a um resultado mais visível: candidatura de Geraldo – caso tenha o controle do partido – e uma ala dissidente apoiando um nome diverso. 

Detalhe: o PCdoB também não traduz confiança para muitas lideranças petistas.

Razão por que há no PT quem tenha a reeleição do prefeito como saída. Que Sua Excelência não quer.

Especulações em aberto.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Culpado

Antecipadamente definido
Registramos em trecho na postagem anterior que a concentração do pensamento nacional centrava-se na ‘infalibilidade’ com que a mídia hegemônica também dotava São Paulo de locomotiva do país, tornando tal pensamento em axioma das ciências exatas por ela estabelecido.

A força econômica de São Paulo, às custas do restante do país, é inegável. O percentual de investimentos no curso de um século todo se concentrou na pauliceia, assim que o café deixou de ser a riqueza e Getúlio Vargas começa a implantar o processo de industrialização.

Ainda que nos últimos anos a descentralização dos investimentos industriais tenha se deslocado também para outras regiões em São Paulo não deixou de aportar parcela considerável dos recursos investidos.

Durante a campanha eleitoral aquela mídia hegemônica – que defende os seus interesses e dos que a sustentam – deixou passar ao largo a crise no abastecimento de água que ocorria em São Paulo. Tudo para salvaguardar a reeleição de Geraldo Alckmin e o feudo tucano de duas décadas.

Os anos todos de PSDB governando o estado mais rico da federação mais está para descontrole e incompetência. Além da privatização do sistema de água da região metropolitana, da venda da companhia de energia elétrica – e não incluímos aqui sua contribuição à roubalheira que grassa (e sempre grassou) o país – o governo paulista não cuidou das lições de casa tanto em um como outro caso. Hoje São Paulo vive crise de energia e de água. Por falta de investimentos. Ou seja, de planejamento.

Mas. Alckmin e seu PSDB foram reeleitos. E tem os aplausos da mídia hegemônica.

Passadas as eleições, e logo que reempossado, anuncia Sua Excelência que São Paulo vive estado de ‘restrição hídrica’. É racionamento anunciado, para a grave crise de desabastecimento. O novo presidente da SABESP, Jerson Kelman, já disse com todas as letras: ‘Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água.'

Não explica Geraldo Alckmin como manterá o PIB paulista (o maior do país), a ponto de sua redução comprometer o nacional. Não terá como dizer o que acontecerá com a atividade econômica do estado que governa, sem água (e energia) para indústria, restaurantes, agricultura, aeroportos, hotéis etc.

A redução do PIB paulista repercutirá em qualquer evolução do PIB brasileiro. Todo o esforço que venha a fazer o Governo Federal para avançar na economia encontrará o efeito negativo do paulista, o maior do Brasil.

No Nordeste de ontem conhecemos por demais ‘restrição hídrica’ pelo nome natural: seca, falta d’água. Quem nos salvou – os nordestinos – quando tal ocorria foram os jumentos e ancorotes.

Mas São Paulo é muito grande para a quantidade de jumentos que precisa. E mais: a indústria de ancorotes não terá como atender à demanda.

Por outro lado, São Paulo não tem rio São Francisco nem governo para planejar (e realizar) uma transposição.

Não há jeito. São Paulo vai parar. E quebrar o Brasil.

Culpa do PT, dirá a mídia hegemônica.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Informação

E conhecimento
Sentimo-nos no dever, pautado na cidadania, de trabalhar com informações não centradas na mídia tradicional. Mais que isso: de denunciar o mais que pudermos a manipulação da informação – que leva à desinformação – como posta por muitos em torno da realidade.

Entendemos que o acesso à informação qualificada somente o será quando polemizada na expressão, amparada em visões distintas, o que leva muito mais à plena consciência do domínio dos fatos que a pura e simples pauta escolhida ‘a dedo’ por quem detém o seu controle, onde se encontra em especial destaque a mídia hegemônica.

Neste particular – a mídia hegemônica – é necessário a tomada de consciência de que ela existe, como feudo, na concentração do pensamento brasileiro a partir do eixo Rio de Janeiro e São Paulo, como se o Brasil contemporâneo estivesse obrigado a reconhecer caráter de infalibilidade à política do café-com-leite e a paulicéia ainda fosse a locomotiva a arrastar os pesados vagões da federação.

A ruptura é um processo em andamento. Ainda que a resistência se esgarce para manter-se centro de ideias, expostas como dogma de fé e elevadas à circunstância de axiomas das ‘ciências exatas’ por aquela estabelecida.

No entanto, já é visível, o teorema esvai-se no sopro ao castelo de cartas que o sustentou durante décadas desde que levantada a cortina por quem decidiu gritar que o rei está nu.

Nesse passo é inegável – em nível de importância – o papel desenvolvido pelos blogues via internet. Na esteira deles e dela jornais vários espalhados por este país podem ser lidos sob viés crítico, ainda que não o sejam na dimensão que sonhamos.

A esse propósito, de reconhecida importância a atuação de jornalistas que enfrentam a mesma mídia hegemônica – muitos dela originados – abrindo espaços antes nunca imaginados, para a discussão e o debate de fatos e de ideias.

Não será exagero afirmar que há na mídia tradicional quem viva hoje mais da fama do que de leitores, ouvintes ou telespectadores. Os que deixaram de ver certos programas televisivos, por exemplo  e mesmo certas redes  não são poucos e já pesam nos índices de audiência.

Por tal razão não falta quem tema a universalização da rede, o acesso à banda larga nos moldes prometidos pelo atual governo brasileiro.

É sabido que o acesso certamente levará o internauta a buscar música de péssima qualidade, programações chinfrins veiculadas pela televisão e leituras oriundas do pensamento tradicional aqui criticado. Natural, porque isso o que lhe ensinaram e ofereceram.

Mas será também o caminho para a curiosidade. Que poderá levá-lo a descobrir de Beethoven a João Gilberto, de Fernando Pessoa a Machado de Assis, da National Geografic a TV Educativa.

O resto fica a débito do que possa fazer a escola. Para que nossa juventude não tenha na redação uma Hidra de Lerna.

Afinal é ela (a redação) o mais singular instrumento que demonstra conhecimento. O que depende – e muito – de qualificada informação.