sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Melhor

Que fosse real
A petição do PSDB anunciada como caminho para 'apaziguar' dúvidas tucanas sobre a lisura e a legitimidade do pleito em que derrotado o seu candidato não deixa de conter uma certa razão: ainda que impossível a alteração do resultado (a não ser com um golpe nas instituições democráticas) levanta dúvida em relação ao processo eleitoral no que diz respeito à votação eletrônica, nos moldes existentes no Brasil.

Adiantamos  o que é em nós uma reiteração  que não confiamos na urna eletrônica brasileira, até que seja possível o manuseio do recurso clássico da recontagem dos votos, caso postulado tempestivamente.

A pretendida criação de uma comissão para fiscalizar o processo eleitoral findo, da captação dos votos à totalização, resultará inócua. Apenas alimento para quem não tem o que fazer e busca questionar um grão de areia na infinitude da praia.

Dizemos inócua a iniciativa em razão de um fato singular: a denunciada existência de um programa manipulável para ser utilizado (como há suspeita) no instante do ato de votação  em tendo sido utilizado  certamente já se desfez assim que encerrada a votação.

Mas  acatando a dúvida do PSDB  aproveitamos para alimentá-la com a nossa dúvida: a de não confiar em votação que não possa ser recontada/questionada.

E assim estamos esperançosos por aplaudir uma iniciativa do PSDB para moralizar de vez a urna eletrônica brasileira: impressão do voto para posterior conferência, em caso de dúvida quanto ao resultado. E mais: que a mudança na legislação faça determinar ao TSE a conferência por amostragem, independente de requerimento de cidadão ou partido.

Como ocorre na eleição venezuelana. Considerada por Jimmy Carter a mais perfeita do planeta.

Ressaltamos que estamos acatando o raciocínio expresso por Carter e não por Chávez. Razão por que a nossa recomendação deixa de ser originada da Venezuela para sê-lo de um ex-presidente dos Estados Unidos que em mais de uma eleição acompanhou como observador internacional eleições naquele país.

Ultrapassar o Rubicão se impõe. Que o dorido PSDB seja o César. Terá em nós outros os legionários.

E certamente Roberto Requião. Que já tentou no Senado ver concretizado este sonho democrático.

Melhor que fosse real e efetivamente útil o recente trilhar tucano.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Investigador

Sob suspeita
O jornal O Globo, na edição de quarta-feira, publicou matéria dizendo haver suspeita, por parte da Polícia Federal, de uma montagem do advogado de Yousseff para que justificasse a capa 'bala de prata' da revista Veja às vésperas da eleição, com edição antecipada para produzir resultados para influenciar na votação.

A gravidade da denúncia mais agrava o denunciante porque haver apenas presumindo aleatoriamente e não indicando qualquer prova do quanto alegava. 

Simplesmente uma eleição presidencial manipulada escancarada e criminosamente.

Os mais elementares indícios remetem a um conluio entre advogado, 'delator', revista, sob o pálio da delação premiada correndo sob segredo de justiça.

O que o povo espera é a apuração dos fatos e responsabilização dos culpados. Para tanto, dois elementos são imperativos: a prova da inocência da presidente Dilma e do ex-presidente Lula e da inexistência de declaração anterior de Yousseff até que levado a retificar seu depoimento para tão somente responder a uma única indagação do advogado: quem mais, além das pessoas já citadas sabia da fraude na Petrobras” e expressar no vazio “acreditar que, pela dimensão do caso, não teria como Lula e Dilma não saberem”.

A Polícia Federal levanta a dúvida, afirma O Globo. A ela compete investigar.

Não sabemos seu chefe maior, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem tutano para tanto.

Pela condução de Sua Excelência diante de fatos vários o temos como investigador sob suspeita.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O espelho

Da realidade
Aécio Neves sai, inegavelmente, com um cabedal eleitoral considerável, se tomamos o resultado nacional. 

No entanto, o espelho da realidade do que representa o candidato está em seu estado natal: derrotado com um percentual de 4,8% dos votos. Superior aos 3,27% obtido por Dilma em nível nacional.

Entre a 'família' que o conhece e os 'de fora' que o conheceram pelo viés da propaganda deve permanecer, para o analista, a realidade expressa por Minas Gerais.

Fosse Aécio aquele propagandeado governador aprovado por mais de 90% dos mineiros e teria derrotado Dilma Rousseff em nível nacional. Bastava vencer em Minas.

Quem o derrotou não foi o Nordeste  dos 'ignorantes' para o letrado FHC  mas a sua terra natal.

Que o conhece melhor que o Brasil.

Esta a lição de Minas Gerais. 

Que parte considerável do Brasil certamente evitará enxergar, apesar de ver.

domingo, 26 de outubro de 2014

Finalmente

A segunda reeleição
O ex-presidente Lula, assim que concluída a apuração do primeiro turno, afirmou que o segundo seria "o mais longo" dos turnos decisivos de uma presidencial no Brasil.

O resultado  depois da campanha (e o nível a que chegou em debates)  confirma o visionário intérprete da realidade política brasileira.

Ultrapassados os obstáculos todos, a eleição representa mais uma etapa da construção da democracia no Brasil. Que espera ver-se unido para avançar mais.

Para Dilma Rousseff, a reeleição. Para o PT, o tetra, com a quarta eleição seguida.

sábado, 25 de outubro de 2014

Supeitas

Confirmadas
Os números divulgados pelo Ibope e Datafolha confirmam nossa suspeita de uma fraude no processo eleitoral de amanhã.

Os números permitem, tranquilamente, legitimar uma fraude. A variação posta com referência a Dilma Rousseff, oferece o argumento de que ela estava em queda.

Motivo da queda: a capa da Veja refletida no noticiário. Inclusive global.

A variação entre 4% e 6% na vantagem da petista desaparecerá na boca de urna, para dar credibilidade ao que, cremos, está armado.

Que não nos chamem de maluco!

Mais argumentos para nossa suspeita em http://jornalggn.com.br/noticia/pedro-rezende-as-urnas-e-o-sistema-fraudavel-sem-riscos-para-o-fraudador de onde extraímos os seguintes trechos.

Pedro Rezende: As urnas e o sistema fraudável sem riscos para o fraudador

Por Pedro Rezende
Um dos maiores especialistas em urnas eletrônicas, PHD em Matemática Aplicada, professor do Departamento de Ciência da Computação da UNB. Integra o CMind (Comitê Multidisciplinar Independente), que investiga o voto eletrônico.
Especial para o Jornal GGN
Sobre o sistema de votação do TSE, o que posso dizer, atuando academicamente na área de segurança computacional na UnB há 17 anos, de onde publico há mais de 14, baseia-se no meu envolvimento com o tema, que tem sido pela perspectiva da sua concepção, desde o início da informatização até hoje. Meu envolvimento começou em um debate num congresso de segurança na Informática realizado em 2001, no ITA, onde eu fui palestrar como convidado. Ali constatei que as únicas defesas apresentadas em favor dessa concepção não eram técnicas, como se esperaria em um evento como aquele, mas apenas argumentos de autoridade e ataques ad-hominem a quem a criticasse. 
...
Passo-a-passo da investigação
Pelo ordenamento jurídico vigente, a investigação externa deveria ser aberta pelo Ministério Público, através da Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), a partir do de uma denúncia de irregularidade registrada por um eleitor ou Partido político. No caso que ensejou esta série de reportagens pelo Jornal GGN, todos os passos previstos em lei em busca de mediadas preventivas foram seguidos, mas sem nenhuma consequência até agora. O caso começou com a descoberta de vulnerabilidades no subsistema de instalação e segurança (SIS), nos primeiros dias de setembro de 2014, por um auditor externo devidamente cadastrado junto ao TSE. Esse auditor estava, junto com outros analistas, exercendo o direito de fiscalizar o código dos programas do sistema de votação de 2014 em nome do Partido que os cadastrou, sob as condições impostas por quem o desenvolve. Além dessas restrições, a lei limita esse direito de "auditoria" à OAB, Ministério Público (MP) e Partidos, mas tanto a OAB quanto o MP haviam se recusado a exercê-lo e a credenciá-los.

Como esse tipo de auditoria "pro forma" tem sido permitida somente sob compromisso de confidencialidade, as vulnerabilidades descobertas, e as respostas insatisfatórias dos técnicos do TSE sobre por que ocorriam, foram relatadas com pedido de providências, pela advogada do Partido credenciada para isso, através da Petição TSE Nº 23.891, dirigida ao presidente do TSE em 4 de setembro de 2014. Mas a Petição foi tratada pelo Secretário da Presidência do Tribunal como reclamação sobre votação -- que ainda não havia ocorrido --, e não como impugnação de programas analisados, conforme o contexto -- previsto na Resolução 23.397/2013 que disciplina essa auditoria "pro forma" dos programas --, o que propiciou-lhe uma espetaculosa manobra de saída pela tangente.

Na função de juiz "auxiliar", esse secretário desqualificou a advogada e o pedido, indeferiu e mandou arquivar tudo, como se os fatos narrados nos autos fossem irrelevantes. Ao invés de enviar esses autos para análise do Ministério Público, nomear um juiz Relator que daria parecer para julgamento em plenário, como manda a supracitada norma do próprio Tribunal para esses casos, ele saciou-se com aquela intempestividade e com um parecer parcialmente secreto da sua Secretaria de Informática (STI). A STI, que com a empresa privada que desenvolveu e mantém o SIS deveriam responder como réus, explicou-se num documento cujo trecho nos autos não tem pé nem cabeça: o Inserator -- programa indistinguível de uma porta de fundos escamoteada para permitir invasões sorrateiras ao sistema -- , relatado como a principal vulnerabilidade descoberta, está no SIS mas não é mais usado, embora continua lá porque ainda é usado "noutros projetos". 

Extertores

Do golpe
O Jornal Nacional de ontem, sexta, não repercutiu a capa da revista Veja. Sabia que Dilma Rousseff entraria de sola dentro do debate que ocorreria mais tarde.

No entanto, ainda que o TSE tenha decidido por proibir a utilização da nefanda capa como propaganda eleitoral, o seu conteúdo foi utilizado pelo Jornal Hoje deste sábado.

A barca furada lança o sistema Globo, com sua televisão na proa, no buraco sem fundo em que se lançou a Veja. Esta (como registramos em postagem anterior) se encontra no desespero. Aquele (sistema Globo), ao assumir remos do mesmo barco, sinaliza idêntica preocupação.

Em que se fiar
No entanto  e escrevemos antes do anúncio das últimas pesquisas de intenção de votos  pode estar em curso uma articulação que permita o verdadeiro tiro e a legítima bala de prata: uma fraude eleitoral a partir da manipulação do programa de votação eletrônica.

É essa a bala de prata em que confia o sistema Globo.

Particularmente (repetimos) não confiamos na urna eletrônica brasileira pela simples circunstância de não permitir recontagem/conferência dos votos.

Daí porque nossa dúvida permanece. Esperamos estar errado. Mas não duvidamos de resultado adverso para Dilma Rousseff se as pesquisas apresentarem diferença em torno de 5% para a candidata à reeleição. Se ficar no empate técnico a mutreta estará definida.

A propósito, descolamos dois textos no sítio Jornal GGN, destacando, de um deles, o seguinte:

"A fraude na era eletrônica
Vamos supor que estivesse em curso, no Brasil, alguma tentativa de fraudar as eleições. Como seria?
Teria que se valer de um quadro eleitoralmente equilibrado. Temos.
Na véspera da eleição, terias que ocorrer algum fato novo que "explicasse" eventual reviravolta do candidato da oposição. Poderia ser a indicação de um Joaquim Barbosa para Ministro da Fazenda? Alguma denúncia nova, sobre a qual se fizesse enorme alarido?
Depois, teria que ter o controle sobre pontos chave do sistema eletrônico.  A volatilidade dos votos, nessas eleições encobriria eventuais golpes e as ondas captadas pelas pesquisas poderiam ser potencializadas nos lugares certos.
Obviamente estamos falando em tese, com uma visão nitidamente conspiratória.
Mas, digamos que em pontos chave dos desenvolvedores do sistema de votação existissem empresas no mínimo suspeitas, A matéria O histórico de favorecimento e irregularidades nas licitações das urnas eletrônicas  sobre as licitações no TSE mostra um quadro bastante confuso.
Ficaria mais confuso se se levantassem os novos controladores dessas empresas.
Uma das líderes é a Módulo, empresa tradicional que trabalha no segmento de segurança desde os anos 90.
Recentemente, ela foi adquirida por Sérgio Thompson Flores. Quem é ele?
Funcionário público de carreira, nos anos 90, ele foi beneficiado pelo BNDES de Fernando Henrique Cardoso com consultoria na área de privatização. Ganhou dinheiro e sede de sangue.
Depois disso, meteu-se em várias embrulhadas sempre buscando a bala de prata, a grande jogada. Jamais se contentou com o trabalho normal de fazer crescer sua empresa.
Aliou-se a Luiz Fernando Levy, da Gazeta Mercantil, e tentou um golpe para assumir a empresa. Depois, meteu-se em rolos com Tanure, que adquiriu a Mercantil. Mais tarde, passou a prestar serviços a Daniel Dantas, do Opportunity, Na auditoria realizada na Brasil Telecom, depois que saiu das mãos de Dantas, Thompson Flores aparece em inúmeras reuniões com Humberto Braz, o executivo operacional junto à mídia.
Quando começou a febre do etanol, montou um fundo de investimento sediado em Londres, captou dinheiro de incautos para um projeto amalucado de comprar usinas antigas em regiões economicamente inviáveis. Quebrou.
Depois disso, adquiriu a Módulo. Qual sua intenção? Desenvolve-la sem balas de prata? Um empresário que passou a vida tentando a grande tacada tentando agora uma carreira convencional?
A segunda empresa-chave das apurações é um rolo interminável. É do mesmo grupo que controlava a empresa anterior, entrou em nome de parentes e, durante algum tempo, teve participação acionária de Wilson Nélio Brumer, atualmente caixa de campanha de Aécio Neves.
Pode ser coincidência, teoria conspiratória. Mas seria medida de prudência se a Abin e a Policia Federal colocassem seus técnicos para uma auditoria completa e um acompanhamento do sistema antes da apuração."
De estarrecer, caro leitor, que a empresa que controla o programa do TSE para a urna eletrônica seja propriedade de alguém vinculado (e beneficiado) pelos tucanos. 

Nada mais, nada menos que o Sr. "Sérgio Thompson Flores,... beneficiado pelo BNDES de Fernando Henrique Cardoso", que prestou serviços a Daniel Dantas etc.

O outro texto oferta as evidência da possibilidade concreta de fraude, pela manipulação do programa, já inserido no próprio processo:

"O TSE e a descoberta do programa de fraude nas urnas eletrônicas

Jornal GGN - Há menos de três meses, um jovem hacker recém formado pela Universidade de Brasília acessou o sistema das urnas eletrônicas no TSE e descobriu, entre 90 mil arquivos, um software que possibilita a instalação de programas fraudados: o “Inserator CPT”. A ação foi planejada pela CMind (Comitê Multidisciplinar Independente), formado por especialistas em tecnologia.
A advogada Maria Aparecida Cortiz, que participa do grupo, articulou a estratégia dentro do Tribunal Superior Eleitoral, representando o PDT, depois que o presidente da Corte Dias Toffolli anunciou que não abriria edital para testes nas urnas das eleições 2014. “Não vai fazer teste? Então vamos por um hacker lá dentro para descobrir o que tem de errado”, disse em entrevista ao GGN.
Cortiz descobriu outra brecha no sistema: além do Inserator, o programa comandado pela empresa Módulo Security S/A – conforme relato do GGN a única proprietária do serviço por 13 anos com contratos irregulares – é transmitido de Brasília para os estados por meio da insegura rede da Internet.
As denúncias de irregularidades foram enviadas ao TSE em uma petição. Entretanto, a petição não virou processo e foi arquivada por um juiz da Secretaria de Informática. Além da omissão do próprio ministro Dias Toffoli, a advogada ainda denuncia o desaparecimento de quatro páginas do documento. 'É o crime perfeito. O réu julga suas próprias ações', conclui.
Leia a entrevista completa:"
...
Eis a íntegra dos textos (basta clicar em cima) para acesso do leitor:

 http://jornalggn.com.br/noticia/como-se-montam-as-fraudes-eleitorais e 

http://jornalggn.com.br/noticia/o-tse-e-a-descoberta-do-programa-de-fraude-nas-urnas-eletronicas


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A razão do desespero

Da Veja
Credibilidade no que anda escrevendo a revista Veja há muito foi para o ralo. Utilidade somente para produzir factóides que alimentem discursos e interesses político-eleitorais. Quando se apura nada é encontrado. Não custa lembrar do 'grampo sem áudio' e quejandos.

Mas por a cabeça na guilhotina, como o faz esta semana, em flagrante jogo eleitoral, em desesperada tentativa de refrear uma candidatura em crescimento às vésperas do pleito, apresentando-se como um Midas de poder imensurável capaz de eleger Aécio e derrotar Dilma, foge ao raciocínio lógico.

Algo grandioso está em jogo.

Lendo as informações de Luiz Nassif fica fácil de entender. É desespero mesmo, de quem se afogou e tem o último fôlego para forçar o braço para fora d´água pedindo socorro.

A última tacada de Fábio Barbosa e da Editora Abril

O amigo liga em pânico: “A imprensa vai acabar com a democracia no Brasil”. Respondo: “É a democracia que vai acabar com a imprensa e implantar o jornalismo”.
A aventura irresponsável de Veja – recorrendo a uma matéria provavelmente falsa para pedir o impeachment de um presidente da República - não se deve a receios de bolivarianos armados invadindo a Esplanada. Ela está sendo derrotada pelo mercado, pelo fato de que, pela primeira vez na história, a Internet trouxe o mercado para o setor fechado, derrubando as barreiras de entrada que permitiram a sobrevida de um jornalismo anacrônico, subdesenvolvido, a parte do país que mais se assemelha a uma republiqueta latino-americana.
É um caso único, de uma publicação que se aliou a uma organização criminosa - de Carlinhos Cachoeira - e continuou impune, fora do alcance do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
A capa de Veja não surpreende. Há muito a revista abandonou qualquer veleidade de jornalismo.
Acusa a presidente da República Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de conhecerem os esquemas Petrobras com base no seguinte trecho, de uma suposta confissão do doleiro Alberto Yousseff:
- O Planalto sabia de tudo - disse Youssef.
- Mas quem no Planalto? - perguntou o delegado.
- Lula e Dilma - respondeu o doleiro.
Era blefe.
Na sequência, a reportagem diz:
“O doleiro não apresentou - e nem lhe foram pedidas - provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades”.
Na primeira fase da delação premiada tem-se o criminoso falando o que quer. Enquanto não apresentar provas, a declaração não terá o menor valor. E Veja tem a fama de colocar o que quer nas declarações de fontes.
Ligado ao PSDB do Paraná, o advogado de Yousseff desmentiu as informações. Mas não se sabe ainda qual é o seu jogo.

As apostas erradas da Abril

...".

_______

A propósito da bala de prata da Veja, ainda que inconsistente, como observa Nassif em seu texto, o Muda Mais trouxe o seguinte, a partir do advogado do Yousseff:

ADVOGADO DESCONHECE DECLARAÇÃO DE YOUSSEFF SOBRE DILMA E ALERTA PARA ESPECULAÇÃO ELEITORAL


Em matéria postada na noite desta quinta-feira (23), O GLOBO traz declarações de Antonio Figueiredo Basto , advogado do doleiro Alberto Yousseff, sobre suposta revelação de seu cliente DIVULGADA PELA VEJA.


O advogado foi enfático: “eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso “. Ele ainda disse que conversou com toda a sua equipe e ninguém teria conhecimento de declarações desse teor: ” Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo. É preciso ter cuidado porque está havendo muita especulação”.


A última esperança

A última bala de prata


Hoje o último debate da campanha presidencial. Na TV Globo. Por coincidência, a revista Veja antecipou sua edição com uma capa onde insinua que Lula e Dilma sabiam do que ocorria na Petrobras.

Certo que nenhum interesse há de mostrar que quem exonerou Paulo Roberto foi a presidente Dilma. Isso não é 'bala de prata'.

Importante mesmo é a Veja publicar e o sistema Globo, com o Jornal Nacional na cabeceira, repercutir.

Caso alguém fale que somente há denúncias e nada de provas, não importa. É a última esperança.

A propósito, destacamos a experiência/testemunho de Luiz Carlos Azenha, ex-jornalista da TV Globo, veiculado no www.jornalggn.com. É o modus operandi da dobradinha Veja/TV Globo em eleições anteriores, prestes a ocorrer. 

A leitura é preciosa.

"Eleições presidenciais de 2010: Primeiro turno em 03/10 e segundo turno em 31/10; Dilma vs. Serra
por Luiz Carlos Azenha*
Em 2006 eu era repórter da TV Globo de São Paulo. Foi a primeira cobertura de eleição presidencial de minha carreira. Minha tarefa nas semanas finais da campanha foi a de acompanhar o candidato tucano Geraldo Alckmin. De volta à redação paulista da emissora, ouvia reclamações de colegas sobre a cobertura desigual. As reclamações partiam de uma dúzia de colegas, alguns dos quais continuam na Globo.
Explico: a Globo havia destinado todos os recursos e os melhores repórteres e produtores investigativos para levantar tudo que se relacionasse ao mensalão petista ao longo de 2005.
Numa ocasião, num plantão de fim de semana, fui deslocado para São Bernardo do Campo para fazer a repercussão de uma denúncia de Veja:
Captura de Tela 2014-10-24 às 00.02.12
Não consegui encontrar Vavá, o irmão de Lula, na casa dele.
Quando voltei à redação, disse ao chefe do plantão que achava estranho repercutir acriticamente uma reportagem de outra empresa sem que nós, da Globo, fizessemos uma checagem independente do conteúdo. E se as denúncias se provassem falsas?
A resposta: era pedido do Rio e deveríamos simplesmente reproduzir trechos do texto da revista no Jornal Nacional.
Percebi pessoalmente, então, como funcionava o esquema: a Veja apresentava as denúncias, o Jornal Nacional repercutia e os jornalões entravam no caso no fim-de-semana. Era uma forma de colocar a bola para rolar. Depois, se ficasse demonstrado que as denúncias não tinham cabimento, o estrago estava feito. Quando muito, saia uma notinha aqui ou ali. Nunca, obviamente, no Jornal Nacional ou com o mesmo alcance.
Em 2006, portanto, o desconforto de colegas tinha antecedentes. O primeiro deles a se manifestar na redação foi Marco Aurélio Mello, editor de economia do JN. São Paulo sempre foi a principal praça para a cobertura econômica, por motivos óbvios. Naquele período, os índices econômicos batiam recordes, especialmente na construção civil. O consumo bombava. Era comum fazer reportagens a respeito. Segundo Aurélio, repentinamente ele recebeu orientação para “tirar o pé” desse tipo de reportagem, que poderia beneficiar a reeleição de Lula.
Quando o repórter Carlos Dornelles, em uma palestra no Sul, disse que não apenas o mensalão, mas também os barões da mídia deveriam ser investigados, foi imediatamente colocado nageladeira, de onde saiu para o Globo Rural.
Num comentário para o Jornal da Globo, Arnaldo Jabor comparou o presidente e candidato Lula ao então ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il.
De repente, o comentarista de política Alexandre Garcia passou a fazer aparições no programa de Ana Maria Braga.
Na cobertura do dia dos candidatos, com 90 segundos para cada, em geral eram três contra um. As denúncias do noticiário eram repercutidas com Alckmin, Heloisa Helena e Cristovam Buarque: 270 segundos. Lula tinha 90 segundos para se defender.
A situação chegou a tal ponto que os colegas decidiram protestar formalmente, numa reunião com o diretor regional da Globo.
Para colocar panos quentes ficou decidido que, sim, a Globo também investigaria os tucanos. A base era a capa de uma revista IstoÉ que trazia detalhes que poderiam ser comprometedores para o então candidato a governador de São Paulo, o ex-ministro da Saúde José Serra. Era sobre o envolvimento dele com a Máfia das Ambulâncias superfaturadas, que até então era atribuída completamente ao PT.
Porém, no caso da IstoÉ, a Globo não fez a repercussão acrítica que fazia da Veja.
Como eu não estava presente na reunião, acabei escalado para tratar do assunto, de forma independente. Porém, não nos foram dados recursos para investigar. A produtora Cecília Negrão, hoje no Sindicato dos Bancários, teve de se virar por telefone. Nem uma viagem até Piracicaba foi autorizada. Era a cidade de Barjas Negri, ex-prefeito, homem que havia substituído Serra no Ministério da Saúde quando ele se licenciou para sair candidato ao Planalto em 2002.
Ainda assim, conseguimos algumas informações importantes: de fato, a máfia das ambulâncias que havia atuado no Ministério da Saúde de Lula era herança do que a Globo chamava, quando era de seu interesse, de “governo anterior”. Governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Confirmamos também que das 891 ambulâncias superfaturadas negociadas pela máfia, 70% tinham sido entregues antes de Lula assumir! Esse era o dado crucial. A reportagem nunca foi ao ar, mas por sorte eu escrevi o texto em um bloquinho de anotações e pude rememorar o caso aqui.
Naquela temporada eleitoral também aconteceu o caso dos aloprados, os petistas que supostamente tentaram comprar um dossiê contra o candidato Serra. As fotos do dinheiro apreendido com eles, coincidentemente, vazaram para a mídia na antevéspera do primeiro turno. Contei este caso mais recentemente aqui. Nunca vou me esquecer de um colega, diante do prédio da Polícia Federal em São Paulo, ligando para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para alertá-lo que a Globo estava disposta a levar a eleição para o segundo turno a qualquer custo.
De tudo o que vivi naquele 2006, no entanto, o mais marcante foi a descoberta in loco, não como observador externo, mas como testemunha ocular, da “venda casada” entre a revista Veja e o Jornal Nacional. Ela se repetiu em 2010 e já aconteceu em 2014. Hoje, dia do debate entre Dilma Rousseff e Aécio Neves na emissora, teremos ocasião de ver se a parceria está em pleno vigor. Vamos ver quantos minutos o JN dedicará à capa da Veja horas antes do debate final que antecede o segundo turno. Façam suas apostas."


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Manifestação

Sem povo
FHC é um gênio. Não aparece no horário eleitoral do candidato Aécio Neves. Mas, incensado pelos mesmos, julga-se acima de tudo e de todos, guru e oráculo da 'modernidade'. Imagina-se o sociólogo com vasto conhecimento em psicologia social, a ponto de presumir "ignorante" o eleitor nordestino que votou em Dilma, pelo fato de que o Nordeste a ela assegurou vantagem considerável nos votos do primeiro turno.

Mas - dizíamos  FHC é um gênio. A tal ponto de convocar  enquanto a gente de São Paulo reza para guardar alguns pingos que caiam da torneira  um protesto para o dia de ontem contra o que denominou de "podridão".

Convocou as massas com o apelo de que “sou neto de nordestino, tenho orgulho disso. Nós aqui de São Paulo precisamos estar juntos com vocês todos, nós todos juntos em indignação contra essa podridão que está havendo no Brasil.”

Certamente imaginou-se superar o líder popular chamado Lula, capaz de levar alguns gatos pingados vestidos de vermelho por ruas e avenidas do país.

Diante da convocação de seu guru, Aécio Neves foi enfático: “nesta quarta-feira, a partir das 19h, o Brasil inteiro vai estar mobilizado pela mudança.”

E não faltou apoio à convocação: jornais e sites engajados vibraram de civismo tucano em favor da mudança por eles ansiada. "...todo articulista do bico comprido se referiu ao movimento, denominado #‎VemPraRua22, pulularam videos no face, no twitter, no Zap… com depoimentos de FHC, Pedro Simon e o próprio Aécio."

Não vimos imagens da 'multidão' em noticiários de televisão. Dizem os críticos que lá estavam para 'assustar-se' com a multidão, que não tinha ninguém, além do punhado de bem arrumados. Um ou outro negro. Nem mesmo FHC, que em tempos mais pretéritos afirmara ter um pé na senzala.

Dizem que foi um sucesso, como 'marcha anticomunista', de fazer inveja aos tempos de guerra-fria, como veiculado no Viomundo:

O repertório de xingamentos a Dilma Rousseff (PT), ao PT e a símbolos da esquerda foi vasto. “Dilma terrorista!” / “Ei, ebola, leva a Dilma embora” / “Ai que maravilha, a Dilma vai pra Cuba e o Aécio pra Brasília”. Sobrou também para o compositor Chico Buarque, apoiador da candidata petista. “Chico Buarque, vai cantar Geni na m*”. A preocupação com o comunismo permeou todo o ato: “A nossa bandeira jamais será vermelha”, gritavam os mais exaltados. Um cartaz com os dizeres “Viva a liberdade! Fora o comunismo!” foi afixado na frente do carro de som que levava as celebridades. Os simpatizantes do tucano também fizeram uma versão de “Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, hino da resistência à ditadura militar. “Dilma vai embora que o Brasil não quer você / aproveita e leva embora os vagabundos do PT.”

Não temos informação da presença daquela loura que preside o movimento negro do PSDB paulista. 



A genialidade de FHC nos fez lembrar o apelo desesperado de Fernando Collor, em setembro de 1992, quando convocou a juventude para ir às ruas no 7 de setembro vestida de verde e amarelo em defesa do Brasil.

A turma foi. De preto/luto.

Na convocação de FHC não podia haver preto/luto. Mas faltou gente. 

O gênio FHC conseguiu realizar uma manifestação sem povo.

Ecos da genialidade
Provável que não saibamos de todos os detalhes da grandiosa manifestação convocada por FHC. 

Mas podemos delimitar o "alto nível" do debate pelo expressado em alguns cartazes, como abaixo.