Ainda os grotões I
Os números do Ibope divulgados nesta sexta 26 provocam uma análise, se tomamos o universo dos estados alcançados pela pesquisa: 11,
mais o Distrito Federal (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio
Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul e o Distrito Federal), totalizando 74% do universo de eleitores, onde a candidata a reeleição lidera em dez
(exceção a São Paulo – que participa com 22,4% do eleitorado nacional – e Distrito Federal – com 1,3%).
O que representam os demais estados não avaliados
pelo Ibope traria, provavelmente, a definição da eleição presidencial no primeiro
turno se levarmos em conta o que o peso de Dilma/PT pode representar no imaginário de estados como
Paraná, Tocantins, Pará, Maranhão, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Piauí, Amazonas. Flagrantemente contrário à reeleição somente o Espírito Santo.
Afinal, representam 26% do eleitorado brasileiro,
cerca de 36 milhões de eleitores em números absolutos. Caso neles Dilma
Rousseff, por exemplo disponha de uma vantagem de 10 pontos percentuais na média isto
representaria – depois de afastados os 12% de brancos/nulos/não sabe, de cerca de 4,3 milhões de eleitores – o equivalente a 3,1 milhões de votos a mais para
Dilma, suficiente para inibir a vantagem marinista em São Paulo, em 7% para a
pesquisa, o que representa em torno de 2 a 3 milhões de votos.
Atente-se, ainda, que Marina – pela própria pesquisa Ibope – perdeu, em São Paulo, 3% (tinha 35% em 26 de agosto e agora 32%) ao passo que Dilma subiu no período de 23% para 25%, reduzindo a diferença de 12% para 7%.
Ainda nos grotões II
Ainda que não seja este aspecto o fiel da
balança, há um outro: a parcela que migrará da avaliação regular do Governo,
oscilando entre 35% a 39%.
Bastará a Dilma a captura de um terço deste
contingente, por si só, para ganhar no primeiro turno.
Nenhuma linha
O fato passou despercebido. E, certamente não fosse o que representa em termos de tomada de posição judicial, teria sido execrada como aparelhamento do Judiciário pelo Governo/PT.
No entanto, de grande significação o TSE haver condenado a Veja a publicar direito de resposta por ter assacado injúrias contra a presidente Dilma Rousseff e o PT. Tão viciada está a revista que faz como e nada tivesse a responder.
Nenhuma linha na mídia - que sempre exalta 'notícias' contra o Governo e o partido que está no Poder.
Ficamos com os que entendem que o uso do direito de resposta deve limitar-se, em fundo preto, a 'Esta revista foi condenada pelo TSE por CALÚNIA e INJÚRIA ao PT'.
Dilma conquista uma página da Veja em direito de resposta
SEX, 26/09/2014 - 09:44
ATUALIZADO EM 26/09/2014 - 09:45
Jornal GGN - O Tribunal Superior Eleitoral entregou uma página da revista Veja à presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). Os ministros entenderam que a revista ofendeu a honra do partido, na reportagem "
O PT sob Chantagem" publicada em 17 de setembro, e concedeu o direito de resposta.
A matéria afirmava, sem comprovação, que a legenda teria supostamente pago propina em dólares a um chantagista para se calar sobre a "participação dos principais líderes petistas num desfalque milionário" nos cofres da Petrobras. Segundo a revista, "no cenário menos otimista, os segredos dos criminosos, se revelados, prenunciariam uma tragédia eleitoral", afirmando ainda que "o PT conhece como poucos o que o dinheiro sujo é capaz de comprar", dizia a reportagem.
O Plenário do TSE julgou que a Veja "extrapolou os limites da crítica ácida, ofendendo a imagem do partido". Com a chamada de capa "O PT paga Chantagistas para Escapar do Escândalo da Petrobras”, a revista publicou, ainda, uma fotografia dos dólares que teriam sido parte do pagamento da suposta propina.
O ministro Admar Gonzaga questionou: "se aquele que supostamente recebeu os dólares não quis se manifestar, de que forma a representada conseguiu a fotografia das cédulas que, taxativamente, afirmou terem sido utilizadas para pagamento da chantagem? A revista não explica". Caracterizou, ainda, como "ofensa infundada" e "situação de extravasamento da liberdade jornalística".
A ministra Rosa Weber afirmou que o texto "desborda da simples manifestação e contém afirmações peremptórias e ofensivas". Teori Zavascki defendeu que o direito de resposta também é parte da liberdade de expressão, como está na nossa Constituição: "direito de resposta não significa punição", disse. A mesma linha de pensamento foi seguida pelo ministro Dias Toffoli, completando que não se pode admitir a calúnia, "algo que não se sabe até que ponto é ou não verdadeiro", como o fez a Veja.
Biografia na lama I
Não pode contribuir para a biografia de Marina Silva ir aos
Estados Unidos, em véspera de eleição, admitir abertura de canais entre Brasil
e States. Só falta pedir apoio da IV Frota.
O expressado pela revista Exame nos deixa a todos
preocupados, tamanho o retrocesso da proposta. Sem falar na ausência de
oportunidade.
"A candidata
à presidência Marina Silva, do PSB, explora novos laços com os Estados Unidos,
na visita nesta sexta-feira a Washington acompanhada de um de seus assessores,
que defendeu a possibilidade de alianças comerciais e energéticas entre os dois
países.
O Brasil terá uma “política externa muito aberta para desenvolver
os laços com os Estados Unidos”, se Marina ganhar as eleições, prometeu seu
coordenador de Programa de Governo, Mauricio Rands, à plateia composta por
empresários.
Segundo Rands, “há uma grande possibilidade para integrar os dois
países” em áreas como energia, tecnologia e investimento, retomando a ideia de
um tratado de livre comércio entre os dois países.
Devemos nos esforçar seriamente em um tratado de comércio e investimentos com os Estados Unidos, afirmou Rands...".
Biografia na lama II
Que parceria pode buscar um candidato a
presidente em final de campanha para o primeiro turno viajando aos Estados
Unidos? Prometer alguma coisa em busca de apoio.
As propostas contidas no programa de governo de
Marina Silva, no que dizem respeito à diplomacia brasileira, deixam arrepiados
os cabelos dos que têm a defesa da nacionalidade como elemento de integração e
de defesa da capacidade de conquistarmos espaços no planeta no âmbito da
participação na geopolítica mundial.
As ações tem sido claras nos últimos 12
anos, começando por recusar a participação na Alca e não-entrega da base de
Alcântara, prometidos por FHC e José Serra.
Paralelamente, desenvolvemos
políticas de fortalecimento em relação à
América Latina e África, sem desprezar (e compreender) a necessidade de
compartilhar tais conquistas com outros povos que possam contribuir para a
superação da dicotomia EUA-Rússia dissipada na queda do Muro de Berlim, quando
EUA e Europa se tornaram partido único no comando.
Os interesses são imensos. Os Estados Unidos, que
tem matriz energética pautada no fóssil e no átomo, que em relação ao petróleo
enceta campanhas bélicas para ter assegurado o fornecimento que atenda à sua
demanda, deve estar ouriçado para dispor do pré-sal.
“O Brasil que nós perdemos”
A expressão do título está em "50 anos do golpe: o Brasil que nós perdemos", palestra de João Vicente Goulart, para manter viva a lembrança que muitos querem jogar no limbo da História. E faz parte da campanha para construir (projeto de Oscar Niemeyer) o Memorial Liberdade e Democracia João Goulart, em Brasília.
O Brasil que lutava para consolidar a Democracia
e vertia suor para defender seus valores nacionalistas se viu lançado às brumas
com o golpe civil/militar de 1964. Ganhou a elite a serviço dos Estados Unidos.
A História não pode ser esquecida. E quando
lembrada o é para que não repitamos erros.
Voto útil
Temos observado – ainda que poucos os interlocutores
permitimo-nos tê-los como amostra estatística – uma velada reação ao voto em
Eliana Calmon. A partir de figuras vinculadas ao PSB.
Como não há segundo turno para senador e dos que
temos escutado não há o menor desejo de ver Geddel Vieira Lima vencedor na
disputa, o voto útil em Otto Alencar começa a ser um fato concreto.
Em semana decisiva o trabalho formiguinha está em
andamento.
Melhor calada I
Marina Silva demonstrou ‘inaptidão’ – obrigado
Juvenal – para conduzir-se no caudal da emocionalidade que a catapultara à
posição de líder e quase eleita depois que ocupou o espaço de Eduardo Campos.
Analisam muitos que sua imagem poderia estar
atrelada a do adversário perfeito para Dilma/PT porque tinha em seu currículo
justamente a origem petista.
Sob este viés seria, como muitos a anunciaram, a
“Lula de saias”. A menina pobre e sofrida – como Lula – que chegaria à
presidência da República não para dar nova roupagem ao Brasil, mas para dar continuidade
ao que estava sendo realizado.
Discurso fácil e de mais facílima digestão. A
encarnação ideal do paradigma petista de governar caiu-lhe no colo. Não soube
aproveitar a deixa.
Melhor calada II
No entanto, Marina começou a falar. E descobre-se
que camuflava no discurso vertentes antagônicas ao que dissera ter sido. Suas
alianças e assessoramento pautaram-na aos interesses inconciliáveis e ela não
percebeu que se tornara espingarda de Satanás.
Assumiu-se antítese de
Lula/Dilma. Banda neoliberal disputando com a tucanagem tupiniquim quem fará
melhor, passou a disputar o mesmo território adversário e deixou-se levar pelos
cantos de sereia que lhe alcançaram os ouvidos. Encantou-se. E ficou
imediatisticamente ambiciosa.
Pior que isso, passou a jogar com tudo e com todos
que de alguma forma pudesse traduzir votos. Perdeu-se.
Deu o álibi que Dilma precisava: de ser ela
(Dilma) a única a manter políticas sociais de Lula etc.
Para completar, viagem aos Estados Unidos.
Confessou a quem servia ou a quem quer servir.
Erro
A tônica da sistema financeiro – leia-se, bancos
no particular – não é a de fazer-se aparecer. Imagem pessoal não faz parte de
sua atuação midiática.
Talvez esse seja o erro de Neca Setúbel, que pode
contribuir para a derrota de Marina Silva: assumiu protagonismo, inclusive de
parecer ser a pessoa que sugeriu a ideia de um Banco Central independente.
Sabemos que o povão não morre de amores por
bancos e agiotas. Pode também não morrer de amores por quem esteja vinculado
diretamente a banco. Ou os defenda, e a suas idéias.
Para completar, circula na rede que Setúbal contribuiu com 1 milhão de reais para o Instituto de Marina, o que representou 83% dos recursos obtidos em 2013.
Semana decisiva I
Quando estivermos redigindo as postagens desta coluna no próximo domingo o processo de votação estará em andamento.
Até lá – no curso da semana – a onça vai beber água. Nossa 'onça' é a mídia que ocupa o espaço da "oposição fragilizada".
Tentará barrar – ou reverter – a tendência que sinaliza para a presidencial decidida no primeiro turno.
Olhando pelo retrovisor para não esquecer dos métodos, trazemos as 'lembranças' de Edivaldo Dias Oliveira, na rede:
Rede
Brasil Atual
Em
1989, sequestro de Abílio Diniz foi relacionado ao PT e desmentido logo após
eleições, mostra pesquisa
Investigação
apontou que não houve envolvimento do Partido dos Trabalhadores no sequestro de
Diniz. Envolvidos acusaram polícia de obrigá-los a vestir camisa da campanha de
Lula. Clique
aqui.
Teoria
e Debate
2002:
Lula derrota a velha mídia
Apesar
de simular neutralidade, como mostramos no artigo anterior, depois de ajudar a
eliminar Roseana Sarney e afastar Ciro Gomes, o partido midiático coloca toda a
sua artilharia contra o inimigo principal, Lula, até porque sua possibilidade
de vitória era real, e esse risco a mídia não queria correr. Mas Lula, no
segundo turno, no dia 27 de outubro, obteve mais de 61% dos votos válidos,
contra pouco mais de 38% para Serra. Clique aqui.
Carta
Capital
Aloprados
e aloprados
Em
2006, jornalista contou a araponga de Cachoeira como escândalo da mala de
dinheiro foi usado para prejudicar campanha petista. Clique aqui.
Semana decisiva II
E para fechar a campanha que o leitor acompanhe a programação dos institutos de pesquisa, conforme registrado no TSE.
BR-00888/2014----VOX POPULI/Rede Record---Data de divulgação: 29/09/2014
BR-00892/2014---MDA/CNT---Data de divulgação: 29/09/2014
BR-00905/2014 ---DATAFOLHA/Folha de São Paulo---Data de divulgação: 30/09/2014
BR-00909/2014--IBOPE/Globo-Estadão---Data de divulgação: 30/09/2014
BR-00918/2014---Sensus/Isto É---Data de divulgação: 01/10/2014
BR-00933/2014---DATAFOLHA/Globo-Folha de São Paulo---Data de divulgação:
01/10/2014
Data de divulgação: 29/09/2014
Data de início: 27/09/14 Data de término: 28/09/14 Entrevistados: 2000
Questionário completo aplicado ou a ser aplicado (formato PDF):
URL: