terça-feira, 30 de setembro de 2014

Vida dura

Não há como esquecer
Vida dura a de ex-ministro! Especialmente se ele é Joaquim Barbosa.

Em tantas pedras mexeu o ilustre/ilustrado magistrado – dublê de acusador e executor de pena em Inquisição – que os fantasmas começam a atormentá-lo. 

Como a reação da OAB-DF que acaba de indeferir-lhe registro para atuar como advogado, por considerar a sua conduta em conflito com a ética profissional desde quando, do alto do poder que detinha e abusivamente utilizava, agrediu advogados no exercício da função. 

Não adianta cara feia. Vai ter de contratar advogado!

Para que o leitor perceba os detalhes reproduzimos postagem do jornal GGN

Sem registro da OAB, Barbosa terá que recorrer à Justiça, torcendo para não encontrar outro Barbosa

Jornal GGN – A Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal rejeitou um pedido de Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal de ter direito a registro para exercer a advocacia. Ibanez Rocha, presidente da OAB-DF indeferiu o registro alegando que a conduta do ex-ministro feriu a ética profissional e citou dois desagravos feitos pela entidade em defesa de advogados que foram ofendidos por ele.
Um dos ofendidos por Barbosa foi o ex-ministro Maurício Correa, já falecido e que foi acusado por ele de usar o prestígio como ex-ministro para ações que transitavam no STF. O outro alvo de Barbosa foi o advogado José Geraldo Grossi, que teria sido ofendido pelo ex-ministro quando presidente do STF que afirmou haver um conluio de advogados para defender os mensaleiros.
A OAB já notificou Joaquim Barbosa da decisão de seu presidente. Agora, o ex-ministro terá que recorrer à comissão de seleção para pedir que o despacho de Ibanez Rocha seja anulado. Outra opção de Barbosa será recorrer à Justiça para ter direito ao registro da Ordem. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

De PF, ministro e doleiros

Ministro fraco dá nisso I
Dentre os mais fracassados Ministros da República não tememos afirmar ser o atual, José Eduardo Cardozo, o mais medíocre. Seus fracassos à frente do Ministério podem ser reduzidos a um só: a falta de controle sobre a Polícia Federal.

Ninguém deseja uma Polícia Federal submissa a interesses de quem quer que seja, onde se inclui o Governo Federal. Dela se espera a isenção plena no trato de suas investigações. Disso a repercussão que deve acontecer em nível judiciário, destino de sua atuação para concretude da punição a que deve se sujeitar todo o que cometa ilícito a ser apurado pela instituição policial.

Não de agora se percebe uma atuação política na Polícia Federal, com viés político-eleitoral. Há um aparelhamento ideológico e de comprometimento a vieses políticos. Antes – anteriormente ao período Dilma/Lula – poderia ser atribuído às indicações de superintendentes; hoje – permanecendo o comportamento na forma em que se expressa – denotado fica aquele ‘aparelhamento’ plantado para produzir resultados no instante necessário.

Estranho – e como é estranho – que investigações sob comando da PF, em fase de investigação e consolidação de provas para indiciamento, sejam vazadas para órgãos da imprensa de atuação político-partidária, os principais dentre aqueles que substituem a “oposição fragilizada”, e sejam estampados em manchetes.

Pior que isso, tais vazamentos o são de forma seletiva. O Paulo Roberto teria denunciado em torno de sete dezenas de políticos de diversos partidos (atente-se que começou a exercer cargo de confiança na Petrobras no tempo de FHC) mas o vazamento não alcança duas dezenas e só envolve gente do PT e dos partidos da base do Governo.

As denúncias de Paulo Roberto não redundaram no resultado pretendido. Agora, no imediato da eleição, surge a ‘delação premiada’ de Yousseff, figura ligada ao PSDB de priscas era. Inclusive como doleiro do tesoureiro de campanhas do PSDB, Ricardo Sérgio.

O adversário de Dilma Rousseff é a atuação da Polícia Federal (sem comando) e seus vazamentos seletivos em véspera de eleição. Quem mais produz factóides é a PF. Quando desmentidos já terão cumprido o seu papel.

E o Ministro da Justiça... Ah! Deixa pra lá!

Ministro fraco dá nisso II
Para compreendermos o que representa Sua Excelência como ministro da República o ‘seu’ Ministério da Justiça acaba de emitir ‘nota de esclarecimento’ em razão de manipulação/mentira da Folha de São Paulo e da revista Veja envolvendo a sua pasta indevida e criminosamente. 

Fosse macho – ou não tivesse algum rabo preso – gastaria papel e tinta para algo efetivo: mover uma ação judicial contra ambos.

Nesse trilhar Eduardo Cardoso caminha para dirigir o Ministério da não-Justiça, a ser criado na Cochinchina, aquela imprecisa e incerta localidade como vista pelos navegadores portugueses no início do século XVI. 

Para onde já deveria ter ido, não fosse a tolerância do governo Dilma com algumas inoperantes figuras ministeriais.

A propósito de Yousseff
Ricardo Melo, na Folha, ironiza a “bala de prata’ com que anseia/dispõe o conservadorismo/entreguismo nacional para inviabilizar a reeleição de Dilma Rousseff.

Afinal, quando o argumento vazio sucumbe à realidade tudo vale e qualquer peça serve.

"(…)


O frisson do momento é a delação premiada de Alberto Youssef. Mas quem é Youssef? Um mergulho num passado não tão distante mostra que ele foi um dos doleiros usados pelo então operador do caixa do PSDB, Ricardo Sérgio, para “externalizar”, num linguajar ao gosto da legenda, propinas da privatização selvagem dos anos 1990.


Youssef é velho de guerra tanto em delitos com em delação premiada. Já fez uma em 2004, na época da CPI do Banestado, quando se comprometeu a nunca mais sair da linha. O tamanho de sua confiabilidade aparece em sua situação atual. Está preso de novo. Quem diz é o Ministério Público: “Mesmo tendo feito termo de colaboração com a Justiça (…), voltou a delinquir, indicando que transformou o crime em verdadeiro meio de vida.” É num sujeito com tal reputação que oposicionistas apostam suas fichas.


(…)"


Trecho imperdível do livro "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Junior

domingo, 28 de setembro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
________________

A falta que faz
Fernando Sabino escreveu, dentre muitos livros de crônicas, “A falta que ela me faz” (1980). Não o trazemos à memória em razão do trabalho em si, mas pelo título, para aplicá-lo a uma lembrança que se impõe neste final de setembro. No início da Primavera, mais precisamente no dia 30 daquele 1968, morria Sérgio Marcus Rangel Porto.Talvez para que não tivesse que viver o 13 de dezembro que viria.

Foi poupado do golpe dentro do golpe mas golpeou-nos a todos quando levou com ele Stanislaw Ponte Preta. O singular cronista da sociedade brasileira, certamente o que melhor traduzia o instante que viveu, vertendo-o em outros versos do panteão nacional que passava a ocupar e onde recepcionaria o Barão de Itararé três anos depois.

No FEBEAPÁ 2 mostrou a complexidade da fonte de suas observações: “É difícil o historiador precisar o dia em que o Festival de Besteiras começou a assolar o País”. Afinal, na obra sinalizava tais dificuldades com pérolas como “O mal do Brasil é ter sido descoberto por estrangeiros”, expressa na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por uma de suas mais profícuas ‘fontes’, o deputado Índio da Costa.

De 1961, com “Tia Zulmira e Eu”, a 1968, quando lançou “FEBEAPÁ 3”, “Na Terra do Crioulo Doido” e “A Máquina de Fazer Doido”, o heterônimo superou o próprio Sérgio Porto de “A Casa Demolida” e “As Cariocas”.

A obra de Sérgio/Stanislaw precisa ser relida. Deveria mesmo – podemos afirmá-lo – tornar-se leitura obrigatória nas escolas (em todos os níveis).

Poderíamos compreender o que ocorre hoje, onde ainda impera – bastante piorada – a ‘máquina de fazer doido’, como naquele programa em que a ‘expert’ tardou a acatar o vigor da intérprete que, antes de tudo, dominava a técnica lírica, estudada há anos. Pior não foi tardar a reconhecer, mas a explicação por que não o fizera.

Por tais coisas Deus poupou Sérgio/Stanislaw de viver o presente. Mas, que 'falta ele nos faz!'.
Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto

Carro
Só para os ricos. É o que insinua a RBS, afiliada da Globo, em relação ao número de veículos circulando em Santa Catarina. A matéria culpa o Governo petista pelo ‘desmando’.

Sob a visão dos interesses que defende a afiliada da Globo podemos concluir: caso somente os ricos continuassem a poder comprar um carro o trânsito estaria uma maravilha!

Que o leitor 'beba' a sapiência da 'toupeira comentarista' da RBS clique em https://www.facebook.com/video.php?v=749176371821587

Ainda que tardia
Ainda que tomada uma iniciativa contra a incitação ao crime cheira a tardia. Quase a mofo. Tudo pela gravidade das indigitadas declarações, de flagrante incitação ao crime em veículo de radiodifusão.

“O que resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite”.

A declaração de Sherazade pode custar-lhe uma retratação ao vivo e uma indenização de 532 mil reais ao SBT.

Falta a responsabilização penal pelos crimes cometidos.

Que tenhamos como tardia a iniciativa do Ministério Público. É um fato, para algo acontecido há sete meses, escancaradamente, refletido nos meios de comunicação. 

Mas, não deixa de ser positiva a circunstância de que não estamos na terra de ninguém, como certamente se imaginou e se sentiu a ‘justiceira’ do SBT.



Ainda os grotões I
Os números do Ibope divulgados nesta sexta 26 provocam uma análise, se tomamos o universo dos estados alcançados pela pesquisa: 11, mais o Distrito Federal (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal), totalizando 74% do universo de eleitores, onde a candidata a reeleição lidera em dez (exceção a São Paulo – que participa com 22,4% do eleitorado nacional – e Distrito Federal – com 1,3%).

O que representam os demais estados não avaliados pelo Ibope traria, provavelmente, a definição da eleição presidencial no primeiro turno se levarmos em conta o que o peso de Dilma/PT pode representar no imaginário de estados como Paraná, Tocantins, Pará, Maranhão, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Piauí, Amazonas. Flagrantemente contrário à reeleição somente o Espírito Santo.

Afinal, representam 26% do eleitorado brasileiro, cerca de 36 milhões de eleitores em números absolutos. Caso neles Dilma Rousseff, por exemplo disponha de uma vantagem de 10 pontos percentuais na média isto representaria – depois de afastados os 12% de brancos/nulos/não sabe, de cerca de 4,3 milhões de eleitores – o equivalente a 3,1 milhões de votos a mais para Dilma, suficiente para inibir a vantagem marinista em São Paulo, em 7% para a pesquisa, o que representa em torno de 2 a 3 milhões de votos.

Atente-se, ainda, que Marina  pela própria pesquisa Ibope  perdeu, em São Paulo, 3% (tinha 35% em 26 de agosto e agora 32%) ao passo que Dilma subiu no período de 23% para 25%, reduzindo a diferença de 12% para 7%.

Ainda nos grotões II 
Ainda que não seja este aspecto o fiel da balança, há um outro: a parcela que migrará da avaliação regular do Governo, oscilando entre 35% a 39%. 

Bastará a Dilma a captura de um terço deste contingente, por si só, para ganhar no primeiro turno.

Nenhuma linha
O fato passou despercebido. E, certamente não fosse o que representa em termos de tomada de posição judicial, teria sido execrada como aparelhamento do Judiciário pelo Governo/PT.

No entanto, de grande significação o TSE haver condenado a Veja a publicar direito de resposta por ter assacado injúrias contra a presidente Dilma Rousseff e o PT. Tão viciada está a revista que faz como e nada tivesse a responder.

Nenhuma linha na mídia - que sempre exalta 'notícias' contra o Governo e o partido que está no Poder.

Ficamos com os que entendem que o uso do direito de resposta deve limitar-se, em fundo preto, a 'Esta revista foi condenada pelo TSE por CALÚNIA e INJÚRIA ao PT'.

Dilma conquista uma página da Veja em direito de resposta
Jornal GGN - O Tribunal Superior Eleitoral entregou uma página da revista Veja à presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). Os ministros entenderam que a revista ofendeu a honra do partido, na  reportagem "O PT sob Chantagem" publicada em 17 de setembro, e concedeu o direito de resposta. 
A matéria afirmava, sem comprovação, que a legenda teria supostamente pago propina em dólares a um chantagista para se calar sobre a "participação dos principais líderes petistas num desfalque milionário" nos cofres da Petrobras. Segundo a revista, "no cenário menos otimista, os segredos dos criminosos, se revelados, prenunciariam uma tragédia eleitoral", afirmando ainda que "o PT conhece como poucos o que o dinheiro sujo é capaz de comprar", dizia a reportagem.
O Plenário do TSE julgou que a Veja "extrapolou os limites da crítica ácida, ofendendo a imagem do partido". Com a chamada de capa "O PT paga Chantagistas para Escapar do Escândalo da Petrobras”, a revista publicou, ainda, uma fotografia dos dólares que teriam sido parte do pagamento da suposta propina. 
O ministro Admar Gonzaga questionou: "se aquele que supostamente recebeu os dólares não quis se manifestar, de que forma a representada conseguiu a fotografia das cédulas que, taxativamente, afirmou terem sido utilizadas para pagamento da chantagem? A revista não explica". Caracterizou, ainda, como "ofensa infundada" e "situação de extravasamento da liberdade jornalística". 

A ministra Rosa Weber afirmou que o texto "desborda da simples manifestação e contém afirmações peremptórias e ofensivas". Teori Zavascki defendeu que o direito de resposta também é parte da liberdade de expressão, como está na nossa Constituição: "direito de resposta não significa punição", disse. A mesma linha de pensamento foi seguida pelo ministro Dias Toffoli, completando que não se pode admitir a calúnia, "algo que não se sabe até que ponto é ou não verdadeiro", como o fez a Veja.

Biografia na lama I
Não pode contribuir para a biografia de Marina Silva ir aos Estados Unidos, em véspera de eleição, admitir abertura de canais entre Brasil e States. Só falta pedir apoio da IV Frota.

O expressado pela revista Exame nos deixa a todos preocupados, tamanho o retrocesso da proposta. Sem falar na ausência de oportunidade.

"A candidata à presidência Marina Silva, do PSB, explora novos laços com os Estados Unidos, na visita nesta sexta-feira a Washington acompanhada de um de seus assessores, que defendeu a possibilidade de alianças comerciais e energéticas entre os dois países.

O Brasil terá uma “política externa muito aberta para desenvolver os laços com os Estados Unidos”, se Marina ganhar as eleições, prometeu seu coordenador de Programa de Governo, Mauricio Rands, à plateia composta por empresários.

Segundo Rands, “há uma grande possibilidade para integrar os dois países” em áreas como energia, tecnologia e investimento, retomando a ideia de um tratado de livre comércio entre os dois países.

Devemos nos esforçar seriamente em um tratado de comércio e investimentos com os Estados Unidos, afirmou Rands...".
Biografia na lama II
Que parceria pode buscar um candidato a presidente em final de campanha para o primeiro turno viajando aos Estados Unidos? Prometer alguma coisa em busca de apoio.

As propostas contidas no programa de governo de Marina Silva, no que dizem respeito à diplomacia brasileira, deixam arrepiados os cabelos dos que têm a defesa da nacionalidade como elemento de integração e de defesa da capacidade de conquistarmos espaços no planeta no âmbito da participação na geopolítica mundial. 

As ações tem sido claras nos últimos 12 anos, começando por recusar a participação na Alca e não-entrega da base de Alcântara, prometidos por FHC e José Serra. 

Paralelamente, desenvolvemos políticas de fortalecimento em relação à América Latina e África, sem desprezar (e compreender) a necessidade de compartilhar tais conquistas com outros povos que possam contribuir para a superação da dicotomia EUA-Rússia dissipada na queda do Muro de Berlim, quando EUA e Europa se tornaram partido único no comando.

Os interesses são imensos. Os Estados Unidos, que tem matriz energética pautada no fóssil e no átomo, que em relação ao petróleo enceta campanhas bélicas para ter assegurado o fornecimento que atenda à sua demanda, deve estar ouriçado para dispor do pré-sal.

“O Brasil que nós perdemos”
A expressão do título está em "50 anos do golpe: o Brasil que nós perdemos", palestra de João Vicente Goulart, para manter viva a lembrança que muitos querem jogar no limbo da História. E faz parte da campanha para construir (projeto de Oscar Niemeyer) o Memorial Liberdade e Democracia João Goulart, em Brasília.

O Brasil que lutava para consolidar a Democracia e vertia suor para defender seus valores nacionalistas se viu lançado às brumas com o golpe civil/militar de 1964. Ganhou a elite a serviço dos Estados Unidos.

A História não pode ser esquecida. E quando lembrada o é para que não repitamos erros.


Voto útil
Temos observado – ainda que poucos os interlocutores permitimo-nos tê-los como amostra estatística – uma velada reação ao voto em Eliana Calmon. A partir de figuras vinculadas ao PSB.

Como não há segundo turno para senador e dos que temos escutado não há o menor desejo de ver Geddel Vieira Lima vencedor na disputa, o voto útil em Otto Alencar começa a ser um fato concreto. 

Em semana decisiva o trabalho formiguinha está em andamento.

Melhor calada I
Marina Silva demonstrou ‘inaptidão’ – obrigado Juvenal – para conduzir-se no caudal da emocionalidade que a catapultara à posição de líder e quase eleita depois que ocupou o espaço de Eduardo Campos.

Analisam muitos que sua imagem poderia estar atrelada a do adversário perfeito para Dilma/PT porque tinha em seu currículo justamente a origem petista.

Sob este viés seria, como muitos a anunciaram, a “Lula de saias”. A menina pobre e sofrida – como Lula – que chegaria à presidência da República não para dar nova roupagem ao Brasil, mas para dar continuidade ao que estava sendo realizado.

Discurso fácil e de mais facílima digestão. A encarnação ideal do paradigma petista de governar caiu-lhe no colo. Não soube aproveitar a deixa.

Melhor calada II
No entanto, Marina começou a falar. E descobre-se que camuflava no discurso vertentes antagônicas ao que dissera ter sido. Suas alianças e assessoramento pautaram-na aos interesses inconciliáveis e ela não percebeu que se tornara espingarda de Satanás. 

Assumiu-se antítese de Lula/Dilma. Banda neoliberal disputando com a tucanagem tupiniquim quem fará melhor, passou a disputar o mesmo território adversário e deixou-se levar pelos cantos de sereia que lhe alcançaram os ouvidos. Encantou-se. E ficou imediatisticamente ambiciosa.

Pior que isso, passou a jogar com tudo e com todos que de alguma forma pudesse traduzir votos. Perdeu-se.

Deu o álibi que Dilma precisava: de ser ela (Dilma) a única a manter políticas sociais de Lula etc.

Para completar, viagem aos Estados Unidos.

Confessou a quem servia ou a quem quer servir.

Erro
A tônica da sistema financeiro – leia-se, bancos no particular – não é a de fazer-se aparecer. Imagem pessoal não faz parte de sua atuação midiática.

Talvez esse seja o erro de Neca Setúbel, que pode contribuir para a derrota de Marina Silva: assumiu protagonismo, inclusive de parecer ser a pessoa que sugeriu a ideia de um Banco Central independente.

Sabemos que o povão não morre de amores por bancos e agiotas. Pode também não morrer de amores por quem esteja vinculado diretamente a banco. Ou os defenda, e a suas idéias.

Para completar, circula na rede que Setúbal contribuiu com 1 milhão de reais para o Instituto de Marina, o que representou 83% dos recursos obtidos em 2013.

Semana decisiva I
Quando estivermos redigindo as postagens desta coluna no próximo domingo o processo de votação estará em andamento.

Até lá  no curso da semana  a onça vai beber água. Nossa 'onça' é a mídia que ocupa o espaço da "oposição fragilizada".

Tentará barrar  ou reverter  a tendência que sinaliza para a presidencial decidida no primeiro turno.

Olhando pelo retrovisor para não esquecer dos métodos, trazemos as 'lembranças' de Edivaldo Dias Oliveira, na rede:


Rede Brasil Atual
Em 1989, sequestro de Abílio Diniz foi relacionado ao PT e desmentido logo após eleições, mostra pesquisa
Investigação apontou que não houve envolvimento do Partido dos Trabalhadores no sequestro de Diniz. Envolvidos acusaram polícia de obrigá-los a vestir camisa da campanha de Lula. Clique aqui.

Teoria e Debate 
2002: Lula derrota a velha mídia
Apesar de simular neutralidade, como mostramos no artigo anterior, depois de ajudar a eliminar Roseana Sarney e afastar Ciro Gomes, o partido midiático coloca toda a sua artilharia contra o inimigo principal, Lula, até porque sua possibilidade de vitória era real, e esse risco a mídia não queria correr. Mas Lula, no segundo turno, no dia 27 de outubro, obteve mais de 61% dos votos válidos, contra pouco mais de 38% para Serra. Clique aqui.

Carta Capital
Aloprados e aloprados

Em 2006, jornalista contou a araponga de Cachoeira como escândalo da mala de dinheiro foi usado para prejudicar campanha petista. Clique aqui.

Semana decisiva II
E para fechar a campanha que o leitor acompanhe a programação dos institutos de pesquisa, conforme registrado no TSE.



BR-00888/2014----VOX POPULI/Rede Record---Data de divulgação: 29/09/2014

BR-00892/2014---MDA/CNT---Data de divulgação: 29/09/2014

BR-00905/2014 ---DATAFOLHA/Folha de São Paulo---Data de divulgação: 30/09/2014

BR-00909/2014--IBOPE/Globo-Estadão---Data de divulgação: 30/09/2014

BR-00918/2014---Sensus/Isto É---Data de divulgação: 01/10/2014

BR-00933/2014---DATAFOLHA/Globo-Folha de São Paulo---Data de divulgação: 01/10/2014

Data de divulgação: 29/09/2014

Data de início: 27/09/14 Data de término: 28/09/14 Entrevistados: 2000

Questionário completo aplicado ou a ser aplicado (formato PDF): 



URL:


sábado, 27 de setembro de 2014

Luz

No túnel
O lugar comum de que há luz no fim do túnel se torna imperativo quando  uma situação encontra-se em em típico beco sem saída, mas a esperança, ou um sinal dela, se apresenta.

O pessimismo que campeia a informação veiculada pelos grandes representantes da mídia nacional nos deixa à beira de uma sensação de que estamos perdidos, aguardando apenas o empurrão no precipício.

Pinçamos na rede o texto abaixo, do Brasil Debate. Mais um entre muitos, dentre os que não se alinham com o lugar-comum midiático-conservador e trazem ao debate a outra vertente/versão. Também no estrangeiro  afastados os mentores do pensamento único  não há o escândalo que muitos insistem em anunciar sob o estardalhaço de trombetas do Apocalipse.

Talvez sejamos otimista em demasia. Ou  bem provável  integremos o universo dos que percebem que o Brasil é a luz para fugir do túnel.


Números importantes da conjuntura desmentem a “grande crise”

Artigo do Brasil Debate
Por Clemente Ganz Lúcio*
Lippy e Hardy é uma série de desenho animado da década de 1960, produzida por Hanna-Barbera. Lippy era um leão otimista, que andava com o amigo Hardy, uma hiena pessimista.
Diante das aventuras de Lippy, Hardy dizia: “Eu sabia que não ia dar certo… Oh, dia, oh, céus, oh, azar…”. Em períodos especiais da vida democrática, como os processos eleitorais, essas duas figuras adquirem vida e Hardy ganha muita evidência, o que faz parte do jogo.
Ganham destaque, há algum tempo, dados e declarações que procuram demonstrar que há no Brasil grande crise e descontrole da economia: o País está em recessão (técnica!), a inflação, descontrolada, o desemprego chegou, o déficit comercial subiu etc.
A vida não anda fácil no mundo e no Brasil, é verdade. A partir de 2007/2008, as economias desenvolvidas provocaram a mais grave crise do capitalismo desde 1929.
“A grande recessão”, segundo economistas, trouxe aos países desenvolvidos alto desemprego, arrocho salarial, perda de direitos e da proteção social como remédio para a crise.
A atividade econômica caiu nos países em desenvolvimento e a China passou a mostrar seu poder econômico.
Com políticas anticíclicas, o Brasil permaneceu em pé, garantindo empregos, preservando salários e políticas sociais, bem como protegendo e incentivando a atividade produtiva. É muito difícil enfrentar essa crise. Há acertos e erros que fazem parte do risco de quem governa e decide diante de tantas incertezas.
O Brasil enfrenta inúmeros desafios de curto prazo: a pressão dos preços internacionais de alimentos; a severa seca, a mais grave dos últimos 60 anos, que comprometeu a safra agrícola, elevando preços de insumos, alimentos e energia elétrica; a Copa do Mundo, que reduziu a quantidade de dias úteis, com impacto sobre a atividade econômica; a desvalorização do Real (R$ 1,6 para R$ 2,3 por dólar), que ajuda a proteger a indústria, mas tem impactos sobre preços;
E ainda a queda na receita fiscal do governo; a redução na venda de manufaturados para a Argentina; a China ganhando espaço comercial na América Latina e no nosso mercado interno; a enorme pressão dos rentistas pelo aumento dos juros, entre outros.
Apesar disso, os números da atual conjuntura evidenciam que ainda estamos em pé, senão vejamos:
• No primeiro semestre de 2014, houve aumento salarial em 93% das Convenções Coletivas,com ganhos reais entre 1% e 3%;
• O preço da cesta básica caiu nas 18 capitais pesquisadas pelo DIEESE, entre julho e agosto (-7,69% a -0,48%).
• O Índice do Custo de Vida do DIEESE, na cidade de São Paulo, variou 0,68% em julho e 0,02% em agosto, arrefecendo.
• O mercado de trabalho formal criou mais de 100 mil postos de trabalho em agosto.
• O comércio calcula que serão criadas mais de 135 mil vagas no final do ano.
• O BC estimou a variação positiva do PIB para julho em 1,5% e indicou trajetória de queda da inflação.
• A atividade produtiva da indústria cresceu 0,7% em julho.
A ciência dos números é insubstituível para dar qualidade ao debate público e apoiar um olhar criterioso sobre a dinâmica da realidade. O desafio é correlacionar as informações para produzir o conhecimento e compreender o movimento do real.
* Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES - Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Invertendo

As bolas
O jornalismo clássico – aquele em que a informação é o objetivo – sempre a entrevista, em qualquer área (política, cultural, profissional etc.) foi o meio de levar ao leitor, ouvinte ou telespectador o máximo de informação dentro da área dominada pelo entrevistado.

Sob esse prisma a recomendação natural gira em perguntar, esperar a resposta em sua integridade, novamente perguntar. Este o ciclo. Ou, quando não suficientemente esclarecido (o que decorre da capacidade e domínio do entrevistador no assunto), uma pergunta para aprofundar a resposta, em dimensão de esclarecimento. Tudo para que quem lê, escuta ou vê/escuta possa absorver o dito e extraia o máximo de informação e conhecimento sobre o assunto.

Não temos a percepção – ou não podemos afirmá-lo – que o fenômeno da entrevista massacre tenha encontrado foros como neste instante da vida política nacional. Dizemos 'entrevista massacre' porque nela não vemos a menor preocupação com a informação ou o esclarecimento e sim com o produzir uma imagem negativa do entrevistado, que é o ator do espetáculo entrevista. Neste diapasão, temos visto o(s) entrevistado(s) como típica vítima do(s) entrevistador(es), tornados atores (assim o pretendem) do espetáculo.

O que ora registramos não diz respeito tão somente à reação – e mesmo indignação – que se nos acomete diante de certas 'entrevistas'. Tanto que estamos aprendendo a dispensá-las. Especialmente se produzidas pelo novo 'padrão Globo' de entrevistar.

Mas, o registro que fazemos é para levar à reflexão uma outra circunstância que está derivando do indigitado comportamento de certos "entrevistadores" da TV aberta: a antipatia que estão gerando na opinião pública.

Nesta quarta ouvimos de um cidadão: "a ... está insuportável. Pergunta e não deixa responder".

Disponibilizamos – para que o confira o leitor – a íntegra da entrevista observada na crítica. 

No original, incluindo vídeo e texto. Basta clicar em http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/09/bom-dia-brasil-entrevista-dilma-rousseff.html



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Futuro

Pouco dimensionado
O anúncio da licença do IBAMA, autorizando a construção do Porto Sul, não mereceu  como entendemos devesse  as festas a que a região competia promover. A importância do empreendimento  parte do complexo intermodal  deve constituir-se no divisor de águas para todos, não somente Ilhéus e Itabuna, seus imediatos beneficiários. 

A Bahia aporta investimentos que repercutirão na geração de milhares de empregos e fará convergir, especificamente para o eixo regional considerável contingente populacional.

Independente do outro lado  a ausência de planejamento nos municípios para o que está por acontecer, inclusive no âmbito da mobilidade urbana  o retardamento na autorização do IBAMA não prejudica o futuro que está à vista.

Temos que a região ainda não dimensionou o que está por acontecer com o complexo intermodal. Não percebemos o debate no patamar correspondente.

Em nível nacional  tamanho o volume de recursos financeiros para os investimentos  o anúncio da licença pelo IBAMA repercutiu muito mais do que por aqui.

Ainda que não perdendo a sua vertente irônica (para sacudir consciências), o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada, não só traduziu a importância do Porto Sul como até emitiu sugestão para nominar a ferrovia Oeste-Leste.

"...
O mesmo PiG cheiroso, na mesma página A4, revela que depois de QUATRO ANOS  – QUATRO ANOS, amigo navegante –, o Ibama aprovou o mega-projeto de R$ 2,2 bilhões para construir um super-porto no sul da Bahia, perto de Ilhéus.

(Só no Brasil do verdismo entreguista se admite atrasar uma obra dessa relevância por causa da cópula dos bagres.)

Serão dois terminais – um para embarcar minério de ferro que vem de Caitité, na Bahia, e outro, de propriedade do Estado da Bahia, para carga em geral.

O mega-projeto se casará com a FIOL, a Ferrovia Oeste Leste, ainda em obras.

A FIOL sai de Figueirópolis (TO), passa por Caitité e vai a Ilhéus.

Na verdade, na modesta opinião do Conversa Afiada, essa ferrovia deveria se chamar “Ferrovia Gabriela”, madrinha de Ilhéus."

Lembremo-nos todos do futuro promissor que se está a nos oferecer. preparemo-nos para ele. Pelo menos dimensionando-o em nível da importância que representa.