sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Inserção

Geopolítica
A inauguração do porto em Mariel, em Cuba, onde aportados recursos oriundos do Brasil, inclusive financiados pelo BNDES, geraram uma histeria em noticiários televisivos. Como anunciam parece que o Brasil doou recursos do povo brasileiro aos cubanos a fundo perdido.

A má fé é tamanha que não entram no cerne da questão: os recursos financiaram empresas brasileiras (gerando empregos no Brasil) que estarão com uma cabeça de ponte no Caribe para ocupar comercialmente aquela região. Isso para não dizer que foram gerados mais de uma centena de milhar de empregos com o porto cubano, em produtos comprados aqui, trabalhados por brasileiros.

O volume financeiro é elevado a cântaros de cornucópia (esvaindo pelo ralo) como se tais recursos resolvessem o problema do Brasil. A esse propósito ninguém pergunta os cerca de 500 milhões dólares da sonegação da Globo – só em 2002 – ou os bilhões de propina (que podem alcançar a cifra de 9 bilhões de dólares) desviados do metrô e trens de São Paulo etc. Há muito Cacciola foi esquecido, apesar de levar 1,5 bilhão de dólares. Ninguém se lembra de patrimônios originados do povo através de empresas estatais doadas/entregues a preço vil pelo neoliberalismo tucano de FHC, como a Vale do Rio Doce, a Telebras, apenas para ilustrar

A sanha dos discursos coléricos busca se amparar em apoiar uma ditadura. Como se não fossem ditaduras a China, Arábia Saudita, Afeganistão etc., todos amigos e parceiros de negócios para os Estados Unidos.

No fundo, no fundo, coisa de colunismo colonialista. Se fossem os Estados Unidos em Cuba tudo bem... Brasil, não!

Para os céticos recomendamos uma entrevista a Heródoto Barbeiro de Thomaz Zannoto, diretor de departamento de relações internacionais e comerciais da FIESP através de http://jornalggn.com.br/noticia/a-importancia-do-porto-de-mariel-para-a-economia-brasileira 

Detalhe: o entrevistado informa que recursos brasileiros para Cuba se iniciaram ainda com Fernando Henrique Cardoso.

É preciso compreender que negócios são negócios. Dinheiro não tem pátria. E que ninguém dá dinheiro a ninguém: empresta. E de Cuba o Brasil tem recebido regularmente as parcelas emprestadas.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A Gramática de Jânio

E a resposta ideal
Para a turma da oposição – acuada com as denúncias do metrô e trens em São Paulo e com a possibilidade de julgamento do mensalão mineiro ainda este ano – tudo que possa desviar a atenção entra no vale-tudo. Atrasos em obras para a Copa do Mundo estão na moda. E, de vez em quando, um extra, como a passagem de Dilma por Portugal. Tanto que surgem os pedidos de informação dos Álvaro Dias da vida, que espera – oh! sonho – causar uma hecatombe na imagem do Governo e da candidata Dilma Rousseff.

Insinua a existência de graves irregularidades em razão de uma estada de algumas horas em Portugal, necessária segundo as regras aeronáuticas por medida de segurança. É de todos sabido que a travessia atlântica, em circunstâncias normais (ausência de turbulências, tempestades etc.) praticamente consome 80% do combustível em aviões do tipo do presidencial. Isso não configura a segurança ideal.

O vôo da Suíça até Havana exigiria, portanto, um pouso para reabastecimento ou ainda na Europa (Portugal ou Espanha) ou em território estadunidense. Assim, tecnicamente nenhum absurdo a descida do avião presidencial em Portugal.

Caso houvesse de prosseguir depois de abastecido voaria à noite (sem falar nas condições atmosféricas). Essas circunstâncias levaram a Presidente e sua comitiva a pernoitarem em Portugal por cerca de dezesseis horas.

A turma não perdeu oportunidade e quer explicações. Ao que parece gostaria a oposição que a Chefe da Nação se hospedasse num pardieiro (com pulgas, percevejos e muriçocas, se possível), comesse em restaurante a quilo ou em boteco de esquina caso não optasse pela dieta do jejum.

Próceres do Governo ainda se debruçam em explicar – dando espaços à mídia ávida por factóides – coisas dispensáveis. Melhor que deixasse Dilma Rousseff publicar uma nota de esclarecimento simples e objetiva no estilo da ironia anedótica atribuída a Jânio Quadros, respondendo a jornalistas no imediato da renúncia, quando indagado das razões que o teriam levado ao ato extremo:

– Fi-lo porque qui-lo.

Também a Jânio, respondendo à pergunta provocativa de um jornalista “se bebia” (dizem que gostava de umas), quando em campanha em Belo Horizonte para presidente, é atribuída a seguinte resposta:

– Bebo-o porque é líquido; se fosse sólido comê-lo-ia.

Poucos sabem que Jânio foi professor de português, escritor, gramático e lexicógrafo. Publicou um bom Dicionário da Língua Portuguesa, sendo a sua obra mais conhecida uma Gramática Histórica, em meados dos anos 60, sobre a qual muitos nos debruçamos.

Como estaria melhor assessorada e distante do anedótico, diria a Presidente em escorreito Português, aos que a questionem:

– Fi-lo porque o quis.

Para respeitar a regra gramatical, visto que a conjunção subordinativa ‘porque’ atrai o pronome oblíquo átono ‘o’, daí a próclise ser a construção correta – e não a ênclise atribuída a Jânio, que ele negou tê-la pronunciado.


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O sistema

Presente
Este 2014 não é um ano qualquer. Muitos estarão voltados para dois eventos que nele se destacarão: a realização da Copa do Mundo (64 anos depois da primeira – bem provavelmente a última no continente sulamericano, como já o sinalizou a própria FIFA) e as eleições presidenciais, que podem alimentar mais quatro anos para o PT e sua gestão de centro-esquerda no Brasil.

A Copa é criatura do Governo do PT, que incomoda com a possibilidade concreta de permanecer no poder. Aí reside o conflito: sucesso para a Copa representa propaganda indireta para o Governo (leia-se, PT). Então, os que lhe fazem oposição ficam contra a Copa, não importa o que traga ela de vantagem para o Brasil. É a luta e o embate político eleitoral que estão em jogo. Em ringue de vale-tudo.

Não nos devemos pautar, no entanto, tão somente nos dois eventos. Mas tomar outros dois a serem lembrados neste mesmo ano e que, de uma forma ou de outra, apresentam lições para o observador em relação aos vários elementos que se interligam e se fazem presentes em todos.

Para que o leitor possa melhor entender o raciocínio, partamos para os dois outros fatos históricos de significação a que nos referimos acima, que devem ser lembrados este ano, especialmente por suas contradições e íntimas relações: a campanha das “Diretas Já”, em 1984 e o golpe de 1964. Separados por exatos 20 anos. 

Um para ser lembrado com alegria, por ter sido o móvel do processo da retomada da Democracia no país, completando trinta anos; outro, para não ser esquecido, já que o esquecimento sobre as razões que o levaram a ocorrer não podem escorrer para o limbo; mesmo porque ainda se fazem presentes, por outros meios, neste mesmo ano eleitoral, ainda que vetusto em suas bodas de ouro.

As eleições deste ano, por exemplo, trazem projetos antagônicos no âmbito de anseios políticos: as forças que enfrentam o poder instituído trabalham da mesma forma como trabalharam as que levaram ao golpe. Em 1964 um governo que buscava implementar reformas ‘de base’ e políticas públicas de caráter nacionalista e distributivista – reformas agrária e educacional, tributação sobre a riqueza etc. – foi destituído pelos ideais conservadores, que alimentaram e beberam não na vontade popular, mas na manipulação da informação e na distorção dos fatos acontecidos, parte deles custeada e promovida pelo reacionarismo, como meio de gerar o caos social, como hoje acontece através de manifestações de classe média alta nos mesmos moldes das ‘marchas’ da família com Deus pela liberdade e pela democracia naquele fatídico ano para a contemporaneidade brasileira.

Alguns movimentos ou mobilizações hoje correntes movem-se no mesmo ideário – se assim podemos chamá-lo – que norteou a atuação de elites em 1964: frustrar políticas que alcançam camadas mais miseráveis da sociedade. Em 1964, ainda em projeto; em 2014, já implantadas e em curso de aperfeiçoamento.

Hoje, como ontem
A presença de veículos de comunicação em um e outro merece consideração especial, porque a atuação permanece. Estiveram ao lado do golpe militar e, caso consigam o que insinuam, não seriam contrários a outro, desde que lhes fosse – e aos que defendem – assegurados o controle e a hegemonia político-administrativa.

Não se diga que contra a Copa do Mundo não está sendo desenvolvida uma campanha solerte, de conteúdo político-eleitoral para gerar factóides a serem utilizados na presidencial. Tal campanha encontra nos meios de comunicação um baluarte especial: a TV Globo.

(A propósito da Globo, a Polícia Federal finalmente instaurou inquérito para apurar o crimes fiscais e financeiros cometidos em 2002 e que hoje representam mais de 1 bilhão de reais de sonegação fiscal).

Não passa por nós apenas insinuar que tanto no golpe militar como na campanha das “Diretas Já” o sistema Globo atuou exemplarmente. Com o golpe ganhou o sistema de televisão, com o qual ignorou a campanha pela aprovação da emenda Dante de Oliveira.

Hoje, em relação à Copa do Mundo – ainda que detenha os direitos de transmissão – faz dela mote para campanha contra o Governo. Tornou-se lugar comum em sua programação jornalística o “imagine na Copa” para anunciar um caos que só ela enxerga.

Não à toa torna-se lugar comum palavras de ordem em manifestações, como “a verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”.

Difícil será, para a maioria da população, compreender que o sistema – ontem e hoje – continua presente para derrubar o que seja melhor para o povo. 

Objeto, objetivo e meios são os mesmos.


domingo, 26 de janeiro de 2014

Alguns destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Da turma de Davos
Um empresário canadense, em televisivo local, exultou diante da informação de que 3,5 bilhões de pessoas vivem na pobreza, enquanto 1% de terráqueos detém 50% dela. A sua alegria reside no fato de ser “o 1%” magnífico exemplo: “É uma grande coisa, porque isso inspira todo o mundo. Faz com que as pessoas olhem para o 1% e diga – quero fazer parte desta turma – passe a trabalhar duro para chegar ao topo”. (Da BBC Brasil).

Apenas esqueceu de falar em reduzir os ganhos do 1% para distribuição (com trabalho, educação etc.) com os miseráveis que ele deseja ver “chegar ao topo”. Muito menos conhece conceitos para ‘mais valia’ e ‘lucro’.

Claro que o ilustre fala de comércio. Não de Humanidade. Justamente por não explicar: 1. Por que não oferece trabalho aos miseráveis; 2. Como um faminto terá forças para trabalhar.

O Brasil chegou antes
Enquanto os Estados respondem por nevascas, em Bruxelas, na Bélgica, os 28 membros da União Europeia iniciam processo de degelo em relação a Cuba. A partir de fevereiro iniciam conversas para efetivação de um acordo bilateral que pode já vigorar a partir de 2015. Negócios são negócios. Giram em torno de interesses.

O Brasil chegou bem antes. Desde que o visionário Lula iniciou a descoberta da África, da América Latina e do Caribe (Cuba como cabeça de ponte).

Preocupante
Empresários e banqueiros mostraram-se satisfeitos com o discurso da presidente Dilma Rousseff em Davos, na Suíça. Perante a banca disse Dilma o que eles gostaram/esperavam ouvir.

Caso não tenha falado para inglês ver – para conter arroubos do sistema financeiro na próxima campanha presidencial – quem fica com a pulga atrás da orelha é a brazucada.

Afinal, todos sabemos que o que agrada banqueiro não agrada ao povo.

Deu no Diário do Centro do Mundo
“Em 2005, o ministério público do Estado de São Paulo enviou à prefeitura 147 requerimentos de informação, em média 12 a cada mês. De janeiro a setembro do ano passado – nove meses, portanto –, os promotores do Estado trabalharam bem mais nos assuntos relacionados à prefeitura paulistana. Foram 658 requerimentos, média mensal de 73 ofícios.
Uma diferença de 608%.

Em 2005, o prefeito era José Serra, do PSDB. Em 2013, Fernando Haddad, do PT.”

Não precisa explicar o que está sobejamente explicado. E tem gente que duvida de politização no Ministério Público no Brasil.

Não fora esse raciocínio, o MP de São Paulo prevaricou no tempo de Serra.

Recado
A considerar as declarações de Joaquim Barbosa em Paris, afirmando que se sentia incomodado com a exposição alimentada pelas transmissões da TV Justiça, razão por que – disse Sua Excelência – a superexposição contamina os julgamentos da corte.

O recado é claro: como brevemente estará na pauta do STF o mensalão do PSDB preparemo-nos para proteger o tucanato.

Mais petróleo
Fernando Brito, do Tijolaço, traz a informação de que a Petrobras pretende concentrar esforços em pesquisas no campo de Carcará, que sinaliza com a possibilidade de um mega reservatório com 470 metros de espessura e que pode render 40 mil barris diários de óleo de excelente qualidade por poço perfurado.

A espessura do Carcará é cerca de 50% maior que o de Libra.

Justifica-se o interesse da Petrobras: a exploração dá a empresa 76% do obtido. O restante está dividido entre a Petrogal, portuguesa em sociedade com chineses (14%) e a Queiroz Galvão (10%).

Pode ser o pimpolho!
Registramos em postagem neste sábado 25 no http://adylsonmachado.blogspot.com que o ministro Ricardo Lewandovski concedeu a advogados de réus condenados na AP 470 acesso ao inquérito 2474 que o ministro Joaquim Barbosa escondia nos escaninhos do STF sob o condão do segredo de justiça.

A dúvida levantada em torno das razões por que Joaquim Barbosa escondeu a peça pode não se limitar tão somente à presença de Daniel Dantas e de outras figuras (tucanas, inclusive) no imbróglio, mas, talvez – e bem possível que principalmente – ao fato de que os recursos da Visanet (alegados como públicos) também irrigaram uma empresa (a Tombrasil) onde trabalhava um filho de Joaquim Barbosa.

Caso confirmado tal fato – e seja essa uma possível razão para Joaquim Barbosa ter escondido a peça – o ministro relator/acusador pode ser desnudado, ainda que não no altar em que o incensam.

Ex-homem
Famosa a expressão “ex-mulher”, como metáfora, para definir o que representa de radicalidade numa pessoa diante do que foi anteriormente. “Isso é pior do que ex-mulher”.

Pincelamos o presente rodapé a partir de um acontecido em Goiânia – que levaria Stanislaw Ponte preta a frouxos de risos e de textos, depois de confabular com Tia Zulmira – onde “Thiago virou Laura e vai assumir a Delegacia da Mulher”, como noticiado no Diário da Manhã.

Tudo normal e natural neste mundo de Deus, amparado inclusive no discurso pela tolerância do papa Francisco. Exercitando o seu direito à personalidade e ao gênero um delegado (que já foi casado e tem dois filhos) fez cirurgia para mudança de sexo, alterou seu nome civil e, amparado na nova condição/circunstância, assumirá a Delegacia da Mulher.

Na função que exercerá, em razão da competência funcional – apurar crimes contra a mulher – ficamos a imaginar como serão tratados os homens que ali respondam por agressões ao sexo frágil.

É que – a partir da expressão ‘pior que ex-mulher’ – nos fica a inovadora “pior do que ex-homem”.

Miruna
A multa de Genoíno já foi paga. Junto com ela a visibilidade alcançando Miruna, filha do ex-deputado. Que pode levá-la a ocupar vaga na Câmara dos Deputados.

Tucanato na muda
O maior vexame da Copa do Mundo está para acontecer: a transferência dos jogos que seriam realizados na ‘Arena da Baixada’, em Curitiba, no Paraná, pelo atraso – e dificuldades, quase impossibilidade – de conclusão do estádio a tempo da realização da Copa.

O fato tem ocupado o noticiário. Não se tem ouvido, no entanto, no mesmo noticiário, quem é o governador do Paraná, responsável por parte das despesas – quando nada da gestão do empreendimento.

Como posta a mensagem televisiva parece que o ônus recairá sobre o Governo Federal, quando parcela considerável da responsabilidade é do governo do Estado.

Como o noticiário das grandes redes tem natureza política entende-se porque não se fala do governo do Paraná: o governador é Beto Richa, do PSDB.

Isto dito e posto, de compreender por que o tucanato pode entrar na muda quando o tema for Copa do Mundo.

Mais tucanato paranaense
Não bastasse, a OAB-PR denunciou o uso pelo Governo de Beto Richa dos recursos depositados em contas judiciais. Ainda que autorizado para sacar depósitos em demandas tributárias, o Beto atacou com voracidade de fazer inveja ao Leão do imposto de Renda, as contas não-tributárias – inclusive alimentares – o que é vedado em lei.

No fundo o governo de lá afanou os depósitos.

Para rir
Para os que assistiram a entrevista de Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza, ao Manhattan Connection, sabem da calça justa em que ficou Diogo Mainardi, diante dos argumentos da entrevistada, a ponto de desafiá-lo com o futuro envio de dados por e-mail que demonstrariam (o que veio a ser confirmado, quanto à inadimplência) com dados oficiais amplamente divulgados pela imprensa nacional. E que registra a “década do varejo” (últimos 10 anos, depois de 30 perdidos – segundo declara).

Para quem não assistiu, assista através de http://www.youtube.com/watch?v=oA2r3-VDhAw destacando a partir dos 4 minutos do vídeo.

Quem pariu Mateus que o embale
De Paris – sob diárias pagas por nós, na ordem de 14 mil reais – Joaquim Barbosa esculhamba (a palavra não pode ser outra) e esculacha os pares que não assinaram o que competia a ele. Caso lhe faltava tempo, deixasse para depois. Mas pretendia os louros, tanto que deixou que fosse anunciada a sua iniciativa. 

Conta outra Joaquim.

De lá clama pela existência de um STF como colegiado, mas aqui se calou quando a imprensa o incensou personalizando-o como STF. Antes trazia para si toda a responsabilidade – de acusador e de julgador, de manipulador de prova (como em relação à data da morte de Martinez, sem falar que engavetou o inquérito 2474) – maltratava e agredia quem ousasse questionar uma só alegação sua. Simplesmente personalizou o STF em si tornando-se arauto e salvador da pátria, caçador de corruptos.

Pensou que todos teriam obrigação de cumprir o que decidiu, transferindo a eles os trâmites burocráticos. Ouvir-se-ia – da imprensa cândida e encantada – que Joaquim Barbosa assinara a prisão e os ‘colegas’ cumpriram a ordem de Joaquim. Subordinação.

Por aqui é possível que a caneta usada por Barbosa estivesse suja demais a ponto de enojar os plantonistas. Que não se sentem como subordinados de Joaquim Barbosa.

E simplesmente puseram em prática o famoso ‘quem pariu Mateus que o embale”.

Endoidou
Dia desses o PSDB entrou com representação junto ao TSE contra a fala da presidente Dilma Rousseff no final de 2014. Causou espécie a inovação conceitual de considerar fala presidencial como propaganda eleitoral antecipada.

Mas não ficou nisso. Revela Gerson Camaroti em seu blog que o PSDB vai denunciar reforma ministerial como crime eleitoral. Partindo da premissa de que a informação tem procedência – de tão absurda que é – estamos vivendo a esculhambação plena da atuação junto ao Judiciário.

Das duas uma: ou o PSDB endoidou de vez (pela falta de discurso) ou conta com o Poder Judiciário para um golpe branco.

Tempos outros...
Quando nos entendemos por gente exercendo função municipal aprendemos – ouvindo do setor de finanças – que gastos com festejos eram investimentos (Carnaval, Natal, São João, Dia da Cidade). Dizia-nos, por exemplo, João Manuel Afonso, que para cada real investido retornavam quatro aos cofres públicos.

No caso local havia uma proposta privada de quase total custeio do carnaval. Assim, o município conseguiria receita sem haver investido. De certa forma, um presente, uma receita extraordinária!

O que precisa ocorrer – afirmava João Manuel – é planejamento, para que desperdícios não venham constituir redução nos ingressos.

O que parece faltar ao município de Itabuna.

... melhor para Ilhéus
Pela lógica do expressado pelo senhor Secretário de Indústria, Comércio e Turismo é melhor que o itabunense não tenha renda em Itabuna e, junto com o folião, gaste seu dinheirinho e vá gerar trabalho, impostos e renda na praieira Ilhéus.

Que agradece, comovida, à postura itabunense!

Para não faltar nada
Considerando as explicações do Secretário de Indústria e Comércio de Itabuna para “analisar” a viabilidade de evento de caráter momesco por iniciativa privada, como difundido em O Trombone, vem-nos a ironia de que não tarda a administração municipal decretar festa sem povo.

Ne me quite pas
Não sabemos a que nos emociona mais: se a interpretação de Édith Piaf ou esta de Maysa. Que ouça o leitor. Destacamos a brasileira, em vídeo, mas disponibilizamos a de Piaff em http://www.youtube.com/watch?v=slHjkszSAKs


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* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br 


sábado, 25 de janeiro de 2014

Abrindo

A porteira
As condenações decorrentes do julgamento da AP 470 encontram-se sob o crivo da coisa julgada, definitivas. Tanto que o cumprimento das penas já ocorre – ainda que fatiadamente. Neste particular nada a estranhar, desde que Joaquim Barbosa tornou-se um julgador de dois pesos e duas medidas.

Uma coisa, no entanto, cheira a mofo (para não usar o M para outra palavra): o que existe no famoso Inquérito 2474, feito desmembrar por Joaquim Barbosa a fim de não incluir suas apurações na AP 470, a ponto de correr – e permanecer – em segredo de Justiça.

Ao que parece o ‘mofo’ virá à tona, desde que o ministro Ricardo Lewandovski acatou – o que antes fora negado por Joaquim Barbosa – pedido de advogados para terem acesso ao conteúdo dos 78 volumes. O que há ali pode abalar pilares que se encontram sob proteção do sigilo, onde pode estar a figura de Daniel Dantas (identificado pelo delegado Zampronha, da PF, por relacionamentos com Marcos Valério) e nomes menos ‘influentes’ – como de diretores do Banco do Brasil indicados pelo governo tucano de FHC que autorizaram as operações da Visanet – todos afastados deliberadamente por Joaquim Barbosa do cenário da AP 470. Protegidos pela providencial ‘engavetada’ do 2474 efetivada pelo ministro-relator.

Falar em Daniel Dantas significa mexer em nó górdio com ramificações inclusive no Poder Judiciário e no STF em particular, este expressado na figura do ministro Gilmar Mendes (para Noblat Gilmar “Dantas”, tamanha a intimidade e interesses nutridos entre ambos).

Como escreve Paulo Moreira Leite na IstoÉ, “A experiência ensina que documentos mantidos em segredo não fazem bem à Justiça, que pede transparência e lealdade a todos”.

A suspeita que paira no homem comum está voltada para as razões por que Joaquim Barbosa tanto insistiu para que as apurações da Polícia Federal envolvendo fatos e personagens vinculados a AP 470 fossem desmembrados e escondidos de advogados e partes.

Ao acatar o pedido de advogados de Pizzolato para acesso ao inquérito 2474 o ministro Ricardo Lewandovski pode estar abrindo a porteira para uma boiada agitada, que sem rumo atingirá cercas diversas. Inclusive a fraude montada para condenar muitos dos que talvez não fossem condenados se as provas contidas no inquérito integrassem os autos da AP 470.

Que, no caso concreto, pode levar a uma revisão criminal. Ou, quando nada, comprovar um julgamento de exceção.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Não estamos

Fora de órbita
Alguém pessoalmente nos questionou diante do que registramos em "Efeito viral, antídoto" publicado neste espaço na terça 21. Sentimos na ponderação a atávica postura - pautada no inconsciente coletivo de nossa sociedade - de admitir a discriminação social como fenômeno imutável, imperceptível quando não enfrentada em debate.

Os denominados 'rolezinhos' geram análises - já o dissemos. Aprofundam-se estas, como a de Eliseu Neto, psicanalista, psicólogo e gestor, veiculada no www.advivo.com.br desta sexta 24, que apenas perspassa por fato concreto que aprofundaremos em análise futura, mas que está contida no texto de Eliseu: a sua lógica econômica. 

No mais, é compreender um fenômeno tão velho quanto a existência da sociedade organizada: jovem sempre tem uma demanda reprimida - pelo menos a da necessidade de aparecer, se fazer presente/existente. Mas, vamos a Eliseu:

por Eliseu Neto
Jovem suburbano percebeu que está excluído e resolveu incomodar a classe média com o que tem de mais simples: sua presença
Rio - Dias atrás, quando o rolezinho do Shopping Leblon ainda estava de pé, vi muito preconceito vir à tona. Quando apoiei o ato no Facebook, a primeira palavra que apareceu foi “vagabundos”, seguida de “Engraçado você apoiar baderna. Ter livre acesso é uma coisa, causar pânico na sociedade é outra”. Um amigo espanhol, que vive aqui, escreveu “Shopping é lugar de família, odeio quem atrapalha meu lazer”. O que as pessoas não veem é que o pobre não tem obrigação de sair da pobreza, ele tem o direito de sair dela.
Temos uma economia de mercado baseada no consumo, mas ele é dividido: existem, por exemplo, no Rio, locais ditos populares, como a Saara. E existem lugares de maioria branca e maior renda da Zona Sul.
Essa é toda a questão do rolezinho. O jovem suburbano percebeu que está excluído e, num ato corajoso e inteligente, resolveu incomodar a classe média com o que tem de mais simples: sua presença. Shoppings fazem todo tipo de promoção para nos levar para dentro deles, sorteiam carros, fazem shows, decoram. Mas jovens pobres não são bem-vindos em certos locais. Descobriram finalmente o apartheid brasileiro.
Um amigo disse: “Eu faço a minha parte, ajudo deficientes no asilo.” Esse é o pensamento da classe média: o deficiente fica no asilo, o pobre, nos shoppings populares, a classe C, na econômica do avião.
“Trabalhar, ninguém quer...”, continuam os críticos. Mas qual a diferença entre o jovem de classe média que não precisa trabalhar e vai ao shopping e esses meninos? Por que presumimos que logo os pobres são vagabundos, se todos estão no mesmo lugar fazendo a mesma coisa, nada, só andando de lá pra cá (dando um rolé)? Mas o rolé dos pobres é logo definido como “baderna, arruaça e confusão”.
Num país com 75% de analfabetos funcionais e com 20% da população sem acesso nem a saneamento básico, o que sobra é a resposta das classes média e alta: pobre e negro tem que trabalhar — apenas trabalhar — sem reclamar. Não queremos ver aqueles que nos servem usufruindo a mesma coisa que nós, isso “atrapalha nosso lazer”.
O rolezinho é um dos movimentos mais legítimos e inteligentes que já vi. Usa o medo, o preconceito e os valores podres e deturpados de uma camada social contra ela mesma. Afinal, na maioria dos casos, não existe crime, existe pânico e histeria coletiva.
Eliseu Neto é psicanalista, psicólogo e gestor de carreira


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

De trapalhões

E trapalhadas
As razões que levaram o prefeito Claudevane Leite a cancelar o carnaval antecipado de Itabuna ainda chacoalham nas mentes grapiúnas que se embalavam para a folia. Os motivos imediatos apontados por Sua Excelência – risco de epidemia de dengue e de instauração da violência – beiram o senso do ridículo. Não fora uma certa confissão de que nas hostes administrativas – lançadas nos escalões superiores da gestão como exemplo de competência quando da anunciada equipe de governo – paira uma desarrumação de fazer inveja ao caos que se atribui à origem do Universo sob o condão da Ciência.

Talvez aí – no conflito entre Ciência e Religião – venha a ser encontrada a verdadeira razão a justificar o vai e vem do Prefeito, que transitou nos últimos dias em afirmar – e demonstrar porque o fazia – que o reinado de Momo aconteceria, ainda que – como o disse em programa repercutido pela radiodifusão – perdesse o vetusto e temporário “rei” a chave da cidade para Jesus.

Contou-nos uma fonte que o Carnaval 2014 em Itabuna - sob o crivo de variadas pressões - conteria o inusitado de duas praças para a folia: uma tradicionalmente ‘pecadora’ – como a pagã saturnália de priscas eras – e outra redentora. Tudo porque – entenda o paciente leitor – também haveria palcos (com pouca distância entre si) para algumas manifestações de caráter religioso como contraponto espiritual (gospel) para os males originados dos centros de dancinhas na boquinha da garrafa, poucas vestes, umbigos de fora e quejandos.

Mas, chama-nos a atenção – ainda que pouco convincentes em si – os motivos alegados para suspender o que já estava definido: risco de uma epidemia de dengue e instauração da violência. Ninguém diga que tais razões não seriam previsíveis. E por sê-lo mais demonstram os limites do modus operandi da gestão municipal.

Ora, dengue por aqui impera há muito e resiste brava e competentemente ao combate(?) que lhe enceta a administração; instauração da violência – por seu turno – exige compreensão do morador comum (mormente o das periferias, para não colocarmos no mesmo saco de gatos muitos comerciantes do centro) tão habituado a tiroteios que deles sente falta quando não ocorrem.

No fundo vemos a confessa falência do “pensamento/ideário” que norteou a gênese da administração atual: por temer a dengue não teve competência em fazê-la tolerável; por temer mais violência reconhece sua existência e jogou por terra a construção da “cidade da Paz”.

Não duvidemos que o carnaval apenas serviu como desculpa. Para confirmar que o laico não tem como se submeter às coisas do espírito – a não ser buscado este como apoio metafísico para aquele. Lembrando a lição de Cristo através do ‘dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” misturar uma e outra apenas consolidou uma trapalhada de fazer inveja aos “Trapalhões”.

Nesta ‘trapalhada’ perdem muitos. Não os foliões – já acostumados a não terem um período momesco de mais dias há anos; estes se contentarão com a Lavagem do Beco do Fuxico. Mas os pequenos comerciantes e vendedores, empresários de blocos e negociantes instalados, que já haviam investido recursos em produções e compras para os festejos.

E – naturalmente – a administração. Que perdeu credibilidade, quando o próprio prefeito disse e desdisse. Para este a cidade levantará orações pelos mais diversos motivos, entre louvor e lamento.

Para ele não sabemos o prêmio que lhe erá outorgado. Assumiu o que não merece.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Efeito viral

Antídoto
Os denominados rolezinhos começam a chamar a atenção de observadores e estudiosos. Para estes não se trata de um fenômeno de desajustamento de parcela da sociedade, como querem alguns que pretendem sua criminalização. 

Neles está presente - afirmam muitos - a força da comunicação da rede, que multiplica o chamamento. A ferramenta utilizada, portanto, torna-se mais preciosa que a razão em si para o observador. Não que a "razão" não contenha importância. Afinal, ela (a razão) está a constituir a repercussão de um outro fenômeno: a descoberta da luta, desprovida de conteúdo ideológico, por participação e igualdade de acesso.

A propósito da vertente aqui abordada, lembramos de uma festa de 15 anos programada em uma cidade de interior provinciano, de menos de duas dezenas de milhares de habitantes. O universo de convidados não ultrapassava 300. Quase mil 'convidados' compareceram. Não fora a precaução do promovente teria passado vergonha.

O que aconteceu na festinha da província está a acontecer nos denominados rolezinhos. A diferença de convocação difere para a sua multiplicação participativa: na cidadezinha o denominado "convite de orelha'; para os shoppings a rede social.

Alguns denominam o processo de 'efeito viral', metáfora para permitir a compreensão de como se espalha/multiplica a convocação, como fora de um vírus em determinado corpo físico vital.

A compreensão desta dimensão comunicativa - pela extensão que em si encerram as redes sociais - pode reduzir a conceituação criminalizadora de que há pré-elaborada convocação, organizada para fins definidos, com o fito de ocupar espaços discriminativos em plano de participação social.

Não há que ser negado que ocorre - assim pensamos - uma confluência entre sociedade de consumo em sua dimensão de consumismo (como extremo, de natureza patológica, compreendido como o consumo do supérfluo e do dispensável) e a busca pelo espaço onde ofertado, propagandizado e propagado. Propagandizado - porque a propaganda é o seu alimento - propagado - porque a rede se incumbe de convocar um outro grupo (não)destinatário do quanto disponibilizado em espaços tais (shoppings).

Está a ocorrer - outra visão pessoal, passível de contradição - uma reação químico-física para conformação de um 'universo'. Prótons, elétrons e neutros perdidos em sua gênese começam a confluir para a constituição de futuros organismos.

Estamos diante da saída de um funil que a sociedade de consumo desenvolveu e que começa a produzir desdobramentos. A propaganda e os meios de realizá-la - em suas várias dimensões, como rádio, televisão, revistas etc. - destinada a motivar e convocar consumidores em potencial encontra destinatários alijados de um sistema antes discriminador pela força do poder aquisitivo (shoppings) que passam a exercer o direito de 'conhecer' ditos espaços. 

Convocados pelas redes sociais. Que já se apresentam como vetores de vírus e seus efeitos multiplicadores.

No entanto, não há, neste instante, procedimentos químico/normativos para conter a expansão.

Quem sabe? mais igualdade, melhor distribuição da riqueza. Talvez o único antídoto capaz de conter o espanto ora causado. Que está em poder de quem não pretende (nunca pretendeu) socializá-lo.


domingo, 19 de janeiro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *

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Natureza em foco
Indivíduo recentemente avistado na costa piauiense media dois metros de comprimento. Alguns podem chegar a 900 quilos. A chamada tartaruga de couro também visita e desova na costa do Espírito Santo.

Cometa brasileiro
O dia 12 de janeiro pode tornar-se histórico para a história da astronomia tupiniquim. Os astrônomos Cristóvão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros, a partir de um telescópio de 450 milímetros instalado no interior de Minas Gerais, detectaram o primeiro cometa descoberto por brasileiros – batizado de C/2014 A4 SONEAR – fato confirmado e reconhecido pela União Astronômica Internacional no último dia 16.

Se a moda pega por aqui
Um protesto singular – pelo conteúdo físico – ocorreu na França. Um caminhão – e uma faixa com um “Fora Hollande e toda a classe política” – despejou uma carga de estrume em frente ao edifício da Assembleia Nacional.

Não há informações na France Press para as razões do protesto: se o denunciado caso extraconjugal de Hollande ou o aumento recente, para 75%, do imposto sobre as maiores rendas (lá rico paga mais imposto).

Certo é que se tomarmos o conteúdo do protesto – farto no Brasil – teríamos estranhas alegorias em frente ao STF, Palácio dos Bandeirantes, Congresso Nacional e uma porção de prefeituras país a fora.

Parcerias e tropeços
Dado como definido: o PSB de Eduardo Campos – atendendo aos reclamos de Marina Silva – não apoiará a reeleição de Geraldo Alckmin.

Problemas para Aécio, caso chegue ao segundo turno. Mais ainda se Alckmin não vencer no primeiro.

Nada impede que o feitiço se volte contra o feiticeiro, em sendo Eduardo Campos o que dispute a presidencial num segundo momento.

Se não houver segundo turno pior ainda para Alckmin, que enfrentará o “poste” de Lula já com a presidencial definida.

Nova é a forma de convocação
O rolezinho – a moda de verão – não pode ser descartado como resultante da possibilidade de comunicação entre os interessados, facilitada pelas redes sociais. Como a mesma rede abre espaço – através do comportamento de grupos que se sentem marginalizados – de conscientização para reação destes grupos diante de práticas que antes eram esquecidas nas prateleiras mofadas de apartheids sociais.

Locais destinados aos bem aquinhoados sempre discriminaram quem lá chegasse apenas para observar. O ir i vir ficava condicionado ao poder aquisitivo para entrar e sair de tais locais.

O processo – que pode envolver matizes de racismo – teve início nos Estados Unidos, em fevereiro de 1960, quando um grupo de jovens negros pretendeu (sem conseguir) atendimento igualitário em uma lanchonete em Greensboro, na Carolina do Norte.

Como registra a BBC Brasil ‘rolezinhos’ são uma realidade há anos em shoppings dos EUA e têm aberto um debate sobre o papel dos shoppings centers como local de reunião e encontro destes jovens de poder aquisitivo distinto dos frequentadores habituais.

O fato não é tão recente, tampouco privilégio brasileiro. Nova é a forma de convocação.

Também petistas
Já convocamos nossos leitores para folhearem “Operação Banqueiro” de Rubens Valente. Para uma interessante arrumação que beneficiou Daniel Dantas – que pode ter lhe rendido 1 bilhão de reais – não imaginemos que somente tucanos e quejandos. Também petistas de coturno. Um deles advogando e fazendo lobby para Dantas; o outro arquitetando os interesses do banqueiro, ainda que expressão do diretório nacional. Daqueles que muito contribuem para gerar páginas negativas para o partido.

Tanto que se encontram entre os protegidos da imprensa. Os nomes estão no livro. E para detalhes preliminares Paulo Henrique Amorim no http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/01/18/os-dois-petistas-da-%E2%80%9Coperacao-banqueiro%E2%80%9D/

Informação(?)
O Estadão, na quinta 16, promoveu mais uma das suas, sensacionalizando o fato de Genoíno haver alugado uma casa “com 450 metros quadrados” em área de classe média em Brasília por 4 mil reais. Com trem e metrô de São Paulo, bloqueio de recursos do DEM do Distrito Federal pela justiça suíça – da Suiça, da Suiça – não saem do pé de Genoíno.

A forma como o jornal noticiou o aluguel alimenta a rede até para informar que as doações para o pagamento da multa de Genoíno estão sendo utilizadas para a “mordomia”. Esquece – por conveniência – que o aluguel em Brasília se tornou imperativo depois que Joaquim Barbosa negou transferência para São Paulo, fato ocorrido bem antes da determinação do cumprimento da sentença no que diz respeito ao pagamento da multa.

O Estadão – agindo de má fé – não divulga que o aluguel é por temporada (o que o torna mais caro), em casa mobiliada e que o terreno é que tem 450 metros quadrados. Não fora o caso de toda a família do deputado está ali residindo: mulher, filhos, genros e netos, ao todo 10 pessoas para três quartos.

Outra: não discute o absurdo de um condenado ao regime domiciliar estar pagando para residir fora de seu domicílio.

Ele merece!
Enquanto isso o ministro Joaquim Barbosa – que nega a Genoíno o cumprimento do direito ao regime domiciliar em sua própria residência – flana em Paris, com diárias do STF. Remuneradas para corresponder a palestras em pleno período de férias do STF.

Poste
O que um poste não pode fazer. Desde que o seja “de Lula”. Assim podemos denominar ‘todo aquele que sem suficiente bagagem político-administrativa é guindado a candidato de cargo majoritário importante por recomendação pessoal de Lula’.

À guisa de exemplo: presidente da república, prefeito de megalópole. Por enquanto.

Feitiço contra o feiticeiro
Somente os apaixonados pelos ideais/métodos tucanos não reconhecerão o uso político-eleitoral que o PSDB deu ao julgamento da AP 470 – o mensalão petista. Uma notícia veiculada no Estadão traduz a possibilidade de o mensalão mineiro ser julgado no curso de 2014 – correndo o risco de ocorrer durante o período eleitoral.

Como o ministro Joaquim Barbosa – aquele de dois pesos e duas medidas – havia desmembrado o mensalão do PSDB (o que não fez com o do PT) serão julgados no STF apenas o ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) e o vice Clésio Andrade (PMDB).

Não sabemos se holofotes da imprensa e de acessos a TV Justiça darão o mesmo tratamento ao tucano como o deram ao petista.

Maracanã
A campanha contra a Copa do Mundo continua nas ruas. Somente no Brasil, que se vê pelo espelho de elites, um evento desta dimensão é criticado. (Claro que muito das críticas reside no fato de tudo acontecer quando o PT está no Governo).

O Maracanã que fica – ainda que alcançado por uma série de denúncias de irregularidades – certamente é mais positivo que as críticas à Copa do Mundo que nele encenará o espetáculo da final.

A vestal e o véu partido
Ou Gilmar Mendes inviabiliza a circulação de “Operação Banqueiro” ou verá sua biografia moral – que não é lá essas coisas nos meios mais nobres do mundo jurídico (afastados os que integram o seu círculo íntimo) – mais chafurdar em pântanos mais profundos.

Dele já dissera o jurista Dalmo de Abreu Dallari – em artigo publicado na Folha de São Paulo em 08.05.2002, sob o título “Degradação do Judiciário” – antes de sua aprovação pelo Senado, assim que indicado por FHC:

“Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.

Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.

Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente — pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga –, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.

É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.

É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas.

Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.

Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.

Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.

Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado “Manicômio Judiciário” e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.

E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na “indústria de liminares”.


A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista “Época” (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público — do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários — para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.

Quando o rabo preso é solução
Não bastasse o registro arrasador de Dallari aí está a participação espúria do ministro Gilmar Mendes em favor de Daniel Dantas, fartamente exposta e documentada em “Operação Banqueiro”.

O caso é para impeachment. Não sabemos se o rabo preso de muitos parlamentares deixará acontecer.

Boicote na rede
Se a Globo não anda bem das pernas no quesito audiência os que lhe combatem andam mais vitaminados. Não mais bastam gritos de ordem por onde passem jornalistas em trabalho, com o já clássico refrão “a verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. Na rede compartilham uma campanha de boicote à sua programação.

Encruzilhada I
A oposição na Bahia fala em consenso para composição da chapa majoritária. Da largada disputam a chegada apenas o ex-governador Paulo Souto e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Os ventos – assim vemos – já bafejaram Geddel como melhor brisa. Para quem pauta em seu diário político o projeto Ondina a cabeça de chapa de 2014 já esteve mais próxima, quando sinalizada a senatoria para Paulo Souto.

Trabalhando para sua sobrevivência – pelo menos imediata – o PFL/DEM encontra no momento baiano singular oportunidade: real possibilidade de vencer, o que anima o partido para saracotear com alegria de pinto no lixo em torno de encabeçar a majoritária. As pesquisas contribuem para alimentar a aventura amparada em possibilidades concretas de vitória.

Antes a quase certeza de que Geddel congregaria em torno de si a unanimidade da candidatura a governador. Hoje Paulo Souto se sente o pólo de convergência.

Encruzilhada II
Aí reside a encruzilhada de Geddel: alimentar a pretensão a governador – com chances de vitória – ou adiá-la para futuro mais distante. Bem mais distante.
Isto porque quase certa em 2018 a candidatura de ACM Neto a governador, depois de uma reeleição em Salvador como prefeito, assegurando a Paulo Souto uma senatoria depois (ainda hipotética) de passagem por Ondina.
Restaria a Geddel uma das vagas para senador em 2018, como propõe o consenso ensaiado pela oposição para 2014.

Não sabemos se tudo está conforme os planos de Geddel. Que novamente pode se contentar com uma sinecura no Governo Federal. De um PT que tudo aceita (premissa menor) pela governabilidade (premissa maior). Até empregar quem o critica e à sua administração.

Everaldo está certo
Evidentemente que o melhor candidato para ser enfrentado pelo PT/Governo é aquele que possibilite comparação/debate entre dois modelos. Nesse aspecto o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, está coberto de razão quando espera que o candidato governista tenha Paulo Souto como adversário.

O carlismo – do qual Souto foi expressão de proa – privatizou o BANEB e a COELBA. No plano das ideias uma oportunidade para comparar privatização com concessão.

Não fora o que pode acontecer: Souto sofrer outra derrota para o PT ou deste se vingar, retomando Ondina para o PFL/DEM.

Entre a política e a realidade
A declaração do prefeito Claudevane Leite de que não realizará reforma no secretariado denota uma circunstância eminentemente de trato político, para não afetar alianças em ano eleitoral.

Não porque a máquina esteja produzindo o ideal. A Saúde que o diga!

Aderbal Duarte
O baiano de Boa Nova, radicado em Salvador, que não perde um São João em Itapetinga – a ponto de dispensar concertos na Europa se propostos para o período junino – não somente é a maior referência em João Gilberto no mundo. Compositor e regente, famosa cabeça pensante do antológico “Sexteto do Beco”, oferta dimensão estética singular a sua obra.

Aqui um trabalho de Aderbal, interpretado pelo violonista e compositor Babuca durante homenagem feita em 2010, no teatro do SESI, em Salvador.

Destaque-se em “Samba da Promessa” o balanço (swing), que não está contido no andamento, mas nas próprias síncopes da arquitetura da composição.


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* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Não há

Como cobrar
Acontecendo em Recife o III Congresso Nacional da Juventude Camponesa. O evento reúne mais de dois mil jovens de 17 estados brasileiros, discutindo o tema "Terra, Pão e Dignidade - Na Caminhada pela Terra Brasil Livre", desde a terça 14. (Do Brasil de Fato).

Não vemos no noticiário referência sobre o Congresso. Afastamos a Globo porque foi expulsa pelos jovens quando uma equipe da local pernambucana queria registrar o evento e foi repelida sob o refrão "a realidade é dura, a Globo apoiou a ditadura".

Passando

Ao largo
Apesar de posto em prática o programa Braços Abertos - da prefeitura de São Paulo - não temos visto, em nível de noticiário, a repercussão que merece pelo que demonstra estar realizando. Não se afirme que há algo ousado na iniciativa paulistana. Estudos recomendam o processo como a melhor solução, em muito distinta do combate pela repressão. Em si o Braços Abertos está tratando o problema da droga e usuários de rua como um problema de saúde pública. O que no fundo é.

O que parecia incrível já começa a acontecer: na manhã desta quinta 16 já foram vistos os primeiros afastados da rua trabalhando. Uma atividade como ocupação - remunerada, como o é - alimenta a autoestima. Esse, certamente, o principal aspecto contido no programa. Ao lado dele a moradia e a alimentação dignas. Com um detalhe: sem obrigar - o que seria uma condicionante repressora - a deixar o vício. Isto acontecerá no curso do processo, até porque sem a contribuição do viciado/doente nada pode ser feito.

Do pouco que vimos e assistimos até agora somente críticas ao prefeito Fernando Haddad por viabilizar o programa, centradas nas 'despesas' que dará ao município. (A propósito, não encontramos nos críticos nenhuma determinação crítica em relação aos desvios de recursos envolvendo trens e metrô paulistanos, um fato também recentemente ampliado em divulgação).

Ainda que cedo para cantar loas por resultados que não se materializaram plenamente (por demandarem tempo) não custava levantar as informações (destituindo-as de proselitismo político-partidário) que levem a um debate em torno da experiência.

No entanto esta triste imprensa - que se assume  partido político - passa ao largo de assunto tão candente. Como ao largo de tudo que seja positivo em relação a iniciativas de governos petistas.

Cadeia e segregação social: a solução de sempre. Assim imaginam.

Ainda que exista

Passa ao largo
A Petrobras está anunciando um crescimento de 43% nas reservas provadas do pré-sal, o que já permite a extração recorde de 390 mil barris diários, ultrapassando os 371 extraídos em dezembro último. As bacias de Campos e de Santos já contribuem com 51% deste recorde. E, em oito anos de operação, as reservas do pré-sal permitiram uma produção superior a 290 milhões de barris, o dobro do extraído no campo de Garoupa em 35 anos.

Simplesmente a tão alimentada dúvida quanto à viabilidade econômica das reservas naquele patamar físico está sendo superada.

Os resultados são impressionantes. No entanto não vemos referência ao fato na imprensa. É que a preocupação desta mídia político-partidária se volta para o que de negativo ocorra. Afinal - para ela - as eleições presidenciais não podem ser alimentadas com notícias positivas para o Governo.

Sob esse viés, ainda que haja sucesso na extração de óleo do pré-sal melhor passar ao largo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Evasão escolar

E qualidade de ensino
Dentre os vários pontos de estrangulamento que acometem a educação brasileira – de péssima avaliação quando comparada aos níveis internacionais – a evasão escolar sempre esteve dentre fatores consideráveis. A partir de tal premissa a presença do aluno em sala em pelo menos 75% das aulas seria elemento contributivo para o aprendizado. Em dimensão aritmética não pode haver dúvida, partindo-se do fato elementar de que maior quantitativo de recepção teórico-prática do ofertado em cada aula traduziria maior apreensão da informação por cada aluno presente.

Há anos o Brasil se utiliza de políticas para assegurar/motivar a presença do aluno na escola: do fornecimento de merenda ao recente condicionamento da frequência para a percepção no programa Bolsa Família. (Não é pretensão nesse instante analisar o que falta – e não é pouco – apenas observando experiências bem sucedidas realizadas no país).

O Blog do Planalto destacou, na quarta 15, comentário da Presidente Dilma Rousseff em sua conta no twitter, “que nos meses de outubro e novembro do ano passado 96% dos estudantes da rede pública atendidos pelo Bolsa Família e acompanhados pelos estados e municípios cumpriram a frequência escolar exigida para permanência no programa. Esse índice representa mais de 15,4 milhões de alunos que alcançaram no mínimo 85% de frequência, no caso dos estudantes de 6 a 15 anos, e 75% para os de 16 e 17 anos”, onde destacados “Os alunos do Norte e do Nordeste” como “os que apresentaram maior índice de cumprimento da frequência escolar em 2013 – 97,7% e 97,5% respectivamente. Em seguida, vêm as regiões Centro-Oeste (96,3%), Sul (93,2%) e Sudeste (92,7%). Os cinco estados campeões da frequência escolar foram Amapá (99%), Maranhão (98,6%), Piauí (98,5%), Acre (98,4%) e Alagoas (98,1%)”.

O otimismo da Presidente leva-a a outra consideração: Aprovação dos alunos do Bolsa Família tem sido superior à média registrada por alunos da rede pública não atendidos pelo programa”.

Tudo o aqui dito está voltado para reconhecimento e conclusão de que a melhora dos índices de avaliação da educação brasileira não mais depende da frequência como paradigma absoluto. Pelo menos recentemente.

Portanto, para compreendermos as razões da baixa qualidade repercutida pelo ensino no Brasil necessário debruçar sobre o que de muita água existe embaixo da ponte pedindo atenção e repensamento: estrutura física, oferta de equipamentos, outras carreiras inseridas nos planos de carreira (psicólogos, assistentes sociais etc.), conteúdos e grade curricular, programas e projetos de valorização e reconhecimento das identidades culturais regionais (naturalmente acompanhados em nível de conteúdos), regionalização da elaboração e da edição do livro didático (hoje submissos ao eixo Rio-São Paulo) etc.