domingo, 28 de dezembro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Inimaginável
No plano internacional o final do ano trouxe a notícia desejada e ansiada por muitos e inimaginável para outros tantos: EUA iniciaram as tratativas para o reatamento das relações diplomáticas com Cuba, unilateralmente rompidas desde o limiar dos anos 60.

Pelo tempo que durou (desnecessário) não tememos mudança de planos. Caminhamos para testemunhar o fim da Guerra Fria na América.

Os sinais já são visíveis em Cuba, refletindo a nova era entre os históricos adversários.



Ciência
Pernambucano traz valorosa contribuição à Ciência, desenvolvendo meios de solução para o tratamento de infecções sem uso de antibióticos. A descoberta já foi testada.

Destacamos a matéria veiculada na rede, a partir do asboasnovas.com:

Ao invés de antibióticos que agridem o estômago, luzes capazes de tratar infecções. Essa foi a ideia desenvolvida pelo estudante pernambucano Caio Guimarães, que durante um estágio no Wellman Center, laboratório de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), desenvolveu a tecnologia capaz de tratar infecções através da irradiação de luz nos tecidos humanos.

Em uma frequência que mata até mesmo as bactérias mais resistentes, os equipamentos são capazes de eliminar a infecção em cerca de uma hora. Bem mais eficiente que os antibióticos que existem no mercado farmacêutico, o mecanismo já foi testado em uma pesquisa patrocinada pelo exército norte-americano para eliminar bactéria encontrada em ferimentos de soldados que foram ao Iraque. 


Como uma lanterna portátil, o equipamento conta com lâmpadas de led calibradas para irradiar uma frequência exata de luz, que é visível a olho humano e não tem efeitos colaterais. Uma microagulha guia a luz da fonte para dentro dos tecidos humanos, atingindo até mesmo áreas mais profundas. Em fevereiro de 2015, o trabalho será apresentado no Photonics West, em São Francisco, na Califórnia.”

Da redação do blog: fica o registro de nossa preocupação para com o futuro do pernambucano Caio Guimarães. Afinal, sua descoberta vai de encontro à poderosa indústria farmacêutica.

Outro Gilmar
Dizia Tormeza que não há nada perdido neste mundo. É o que sentimos a partir de matéria da Folha Ilustrada neste domingo 28, de que o ministro Gilmar Mendes é um 'entusiasta de políticas de ressocialização de presos'. Dando o exemplo, mantem em seu gabinete no STF cinco condenados, ora em regime semiaberto,

Disse à reportagem que sequer pergunta pelos crimes cometidos pelos presos que aderem ao programa. Desprovido de tal preconceito convive com 'dois condenados por homicídio, dois por tráfico de drogas e um por assalto'.

A atitude de Gilmar Mendes não deixa de ser um exemplo sadio. Sabemos que o angustiante resultado da segregação social para fins de ressocialização do preso é a impotência estatal em conseguir seu objetivo. Não que tal se deva pura e simplesmente ao Estado, mas também à sociedade que erige o preconceito contra ex-detentos, nivelando-os à categoria de irrecuperáveis.

Dos presos que atendem no gabinete do ministro um deles cumpre pena ao lado de condenados na AP 470 (o mensalão petista, porque o do PSDB de Minas Gerais é simplesmente "mineiro").

Ainda que louvemos a postura do ministro Gilmar Mendes, como 'entusiasta de políticas de ressocialização de presos', fica-nos uma pulga atrás da orelha a martelar meu passado me condena: de que Sua Excelência esteja buscando provas para incriminar José Dirceu ou de assegurar uma vaga em seu gabinete para o médico Roger Abdelmassih, depois que este não soube aproveitar o habeas corpus por Gilmar concedido.

Ou, quem sabe?, acatar o banqueiro Daniel Dantas quando este vier a ser condenado.

Ainda que saibamos que, no caso de Daniel Dantas, é sonho numa noite de verão.


Indolente
Confirmado. Aécio Neves é o pior senador da República. Os números não mentem. Inclusive por sua origem. E sua nota, na escala de 0 a 10, é simplesmente ZERO.


Pelos critérios da Veja para avaliar os integrantes do Congresso Nacional, quando são levadas em conta propostas de ajuste na legislação capazes de contribuir para um país mais moderno e competitivo”, o senador mineiro e ex-candidato a Presidente da República encabeça a lista da reprovação com a nota mínima.

Em nível de atuação Aécio perde para o senador João Durval Carneiro, para os deputados Tiririca e Popó de Freitas.

Para ver a lista completa acesse http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/ranking-do-progresso-os-melhores-parlamentares-de-2014

A propósito da lista de Veja
Os deputados Geraldo Simões e Josias Gomes alcançaram notas 6,17 e 6,77, ficando nos 87º e 77º degraus da classificação, respectivamente, entre os 240 que alcançaram avaliação acima de zero.


Fraude
Ensino privado também leva a isso. Para valorizar a participação das instituições no ENEM algumas ‘criam’ centros de excelência, vinculando-os ao nome geral de cada uma para aparecerem como destaque nacional – é o que denuncia o Estadão.

Descobriram a fraude. Apenas para ilustrar: a mesma que aparece em 1º lugar é a que também ocupa o 569º. Uma  outra, a que aparece em 3º ocupa o 2015º.

O expediente apara a artimanha  utilizado por centenas de estabelecimentos  está no plano jurídico: uma minoria dos melhores entre os melhores alunos da escola é selecionada para integrar um novo cadastro no CNPJ ficando os demais no CNPJ antigo. 

Apesar de todos estudarem com os mesmos professores no mesmo local, aparecem em listas distintas, selecionadas ao alvitre da instituição.

Na economia de mercado a competição faz a tônica. Sendo melhor classificada, o mercado legitima mais valor à mensalidade. Nenhum compromisso com a Ética.

Muita gente pode estar pagando gato por lebre neste Brasil. Que tem sempre um 'sabido' para dar um ‘jeitinho’ para tudo.

Escondendo...
O jornalismo global (leia-se, TV Globo) ressaltou o aumento das vendas nos shoppings neste Natal em 3%. O pior resultado nos últimos anos – frisou. 

Analisando pela postura editorial do JN, percebemos que os negócios, na visão da Globo, limitam-se, pura e exclusivamente, ao entra e sai nas lojas físicas instaladas nos shoppings, pois nada tocou nas vendas virtuais.

Faz parte do método de ação política para atingir o Governo: havendo resultado positivo exiba-se o menos positivo de forma que pareça o todo negativo.

No entanto o seu G1, de São Paulo, destacou: 

"Vendas de Natal na web crescem 37% e superam expectativa, diz E-bit

Faturamento do comércio eletrônico foi de R$ 5,9 bilhões, segundo E-Bit.
Black Friday representou 36% das vendas entre 15 /11 e 24/12.


As compras de Natal realizadas pela internet renderam ao comércio eletrônico R$ 5,9 bilhões, o que representa um crescimento de 37% na comparação com o ano passado, informou nesta sexta-feira (26) a E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico, que levantou os dados referentes a pedidos realizados de 15 de novembro a 24 de dezembro de 2014.

O crescimento superou a expectativa inicial da E-bit, que previa R$ 5,2 bilhões em vendas para o período.
No total, foram feitos 15,2 milhões de encomendas, com um tíquete médio de R$ 388,00.
A megaliquidação Black Friday, realizada no dia 28 de novembro, representou 20% de todo este faturamento. Considerando os cinco dias de promoção (de 27/11 a 01/12 ), as vendas corresponderam a 36% do total.
Segundo a E-bit, a entrada de novos consumidores é outro fator que continua favorecendo o crescimento do e-commerce no país. Estima-se que o acréscimo foi de 1,5 milhão de pessoas neste natal.
As categorias com maior quantidade de pedidos foram Moda e Acessórios, Cosméticos, Perfumaria e Saúde, Eletrodomésticos, Telefonia e Celulares e Informática.
A E-bit mediu também as compras realizadas por meio de dispositivos móveis. Se no mesmo período do ano passado elas representaram 4,8% do faturamento total e 4,5% dos pedidos, neste ano passaram para 8,8% do faturamento (crescimento de 82%) e 8,8% do total de pedidos (crescimento de 96%)."
...ou temendo
Ao que parece muita gente deixou de entrar e sair das lojas tradicionais. E, em 2014, de fazê-lo nos shoppings. 

O que o noticiário televisivo da Globo não percebeu. Ou não quis fazer o telespectador perceber.

O último parágrafo do G1 deixa, a nosso ver, a razão do esquecimento: o crescimento de 96% nos pedidos por meio de dispositivos móveis. Ou seja, celulares e quejandos.

Dos quais a Globo foge como o Diabo da Cruz.

Tremei, mestres!
O futuro Ministro da Educação, Cid Gomes, em entrevista concedida à rádio CBN afirmou que pretende realizar um exame nacional para professores semelhante ao ENEM.

Compreendamos que Cid Gomes busca avaliar os mestres em suas competências e não pelo padrão dos avaliados pelo ENEM.

Tem gozador prevendo muito pedido de aposentadoria.


Mudou a Bahia?
Um tal de Pablo tem cachê mais alto que Carlinhos Brown e Daniela Mercury em festa de fim de ano em Salvador. Dispensando a ironia suassúnica fico a imaginar que o dito cujo seja um virtuose nos moldes de Beethoven e quejandos.

Caímos na besteira de ouvi-lo no Youtube. Pra quê? De imediato ficamos com raiva do YouTube. Perdoado porque é ferramenta aberta, portanto, passível de tolerar bispote cheio sem tapar o nariz
.
Mas, ficamos assim, jururu. Duvidando de que estamos vivendo numa Bahia do século XXI.

Aderbal Duarte tocando no SESI. E... ah! Deixa pra lá!

Salvou-nos o Soneto de Natal, de Machado de Assis: “Mudaria o Natal, ou mudei eu?”.

Itabuna I
Finda o segundo ano da gestão de Claudevane Leite. A tônica no início girava em torno da ‘herança maldita’. Meses insones de mantra repetido. Auditorias várias foram anunciadas.

Não se tem conhecimento de que qualquer delas tenha vindo a público.

Nem mesmo aquele aparelho sumido do Hospital de Base. 

Detalhe: o aparelho sumiu do HBLEM na gestão atual. Com gente que fala demais dizendo por aí saber onde anda o dito cujo.

Itabuna II
Não precisamos enveredar pelo que resultou da auditoria sobre os componentes da tarifa de transportes municipal. Afinal fazer o que fez o município de Maricá-RJ não é para qualquer um.

Itabuna III
E por falar em transporte coletivo, o município já abriu as portas para o mototaxismo. Mas não abre a discussão para o transporte alternativo feito por vans e microônibus.

Itabuna IV
Conclamamos pela solidariedade para ajudar no custeio da cirurgia do filho de uma colega, vítima de um acidente quando praticava jiu-jitsu, oportunidade em que rompeu todos os tendões de ligamento do joelho direito, inclusive o nervo fibular comum, o que o fez perder toda sensibilidade do pé e a capacidade de andar, exigindo, para reparar o dano, uma cirurgia, no dia 16 de janeiro, em São Paulo, que lhe custará, a título de honorários médicos, a quantia R$ 60 mil.

Não há, entre os familiares, a disponibilidade do valor necessário, razão por que a OAB-Itabuna enceta campanha – à qual este blog se filia – para que os colegas, e quem mais o desejar, contribuam, depositando – qualquer que seja a quantia na Conta Corrente: 6151 – 0, Agência: 1558 – Caixa Econômica Federal, favorecida – Rita de Cássia Arcanjo dos Santos.
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sábado, 27 de dezembro de 2014

Trilha sonora

E condicionamento
Críticas não faltam, pelo que falta na dimensão esperada, ao relatório da Comissão Nacional da Verdade, resultante do trabalho concluído neste dezembro. A maior delas por não recomendar, explícita e contundentemente, a revogação da lei da anistia (com letra minúscula, mesmo).

Das páginas mais tristes da nossa história o período da última ditadura, não por ser um regime fruto da derrubada das instituições democráticas, mas por ter afastado muitos de seus opositores através do processo mais vil: torturando-os e matando-os nos porões.

O Brasil, dentre os países da América Latina, se encontra atrasado em relação às ações de apuração e punição dos que comandaram e praticaram a tortura como política de estado. E não sabemos quando superará esta postura subserviente à anistia 'consentida', que fez nela incluir os que praticaram crimes contra a Humanidade, imprescritíveis pelas leis internacionais e insuscetíveis do benefício da anistia.

Há depoimento perante a CNV, da professora Cecília Viveiros de Castro, de que o deputado (cassado) Rubem Paiva foi torturado ao som de "Apesar de Você" (Chico Buarque) e "Jesus Cristo" (Roberto-Erasmo). O corpo de Paiva até hoje não foi localizado.

Há quem reaja, utilizando-se dos próprios meios, à barbárie. Como o prefeito de Taquari-RS, que determinou a retirada do busto do general Costa e Silva de uma praça da cidade e pretendia renomeá-la Praça da Democracia.

Enfrenta uma outra reação: do Ministério Público Estadual. Que entrou com uma ação para que o prefeito reponha o busto no local de onde retirou. 

Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitissem às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica” (Paulo Freire).

Estranhará o leitor que Paulo Freire esteja aqui citado, quando tratamos de tortura e assassinato de Rubem Paiva, Comissão Nacional da Verdade, prefeito de Taquari, MPE do Rio Grande do Sul. 

É que vemos na atitude do MPE do Rio Grande do Sul, na pessoa do ilustre representante que deseja voltar a se deslumbrar que a estátua de um ditador na praça da cidade onde reside, uma certa forma de condicionamento pavloviano. Por questão de educação, aprendizado.

Como integrante de uma classe dominante está condicionado ao que aprendeu. Assim, fica difícil distinguir dominantes e dominados, torturadores e torturados, ditadura e democracia.

Ou talvez ouça "Apesar de Você" e "Jesus Cristo". Na utilização de fundo musical que lhes deu os torturadores.

Por tais vieses não saberemos se um dia enfrentaremos esta chaga nacional. 

Não à toa há quem deseje o retorno dos militares.
  

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Cromatismo




A natureza em cromatismo de invejar Akira Kurosawa. Que o blog oferta à meditação do leitor.

Dispensando título, por bastar a si.


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Crônica de Natal

Epifania
Adylson Machado

Uma certa nostalgia beira a depressão profunda. E se nos acomete quando se aproxima o Natal, anunciado sob o condão de que o mundo real é o recôndito que emana do encravado no Ártico de Papai Noel. E tudo conspira contra o resgate da alegria, no subliminar divulgar o “espírito” de menos fraternidade e mais materialidade, menos irmandade e mais consumo como saída mágica para as mazelas do planeta e de sua gente, elaborado no axioma mercantilista de que o ter, pelo poder da compra, realiza o ser.

Ao contrário de “Bate o sino pequenino, sino de Belém, já nasceu o Deus menino para o nosso bem”, a “Boas Festas” – de Assis Valente – melhor compreende esse estado de espírito, refletindo a contradição entre a esperança da igualdade inspirada no nascimento do Menino Jesus vocacionando o Homem à Felicidade e a que “inspira” as burras dos que ofertam um mundo melhor, sempre adiado, alimentado na concentração e não na distribuição das dádivas da riqueza.

Por outro lado, temos que um “raso da Catarina” da dura realidade há muito desmoralizou os versos de “O Velhinho”, de Octávio Filho, aquele do “Botei meu sapatinho na janela do quintal” porque “seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem”, singular utopia socialista, só não tachada de comunismo comedor de criancinha porque alimenta o capitalismo.

Afinal, quando despenca a distribuição da riqueza no planeta, quando o desemprego ainda existe, a senilidade do Papai Noel se acentua e torna-o mais seletivo, conduzindo o trenó somente para endereços de quem disponha de castelos com reluzentes luminárias que lhe sirvam de farol em noite de tempestade.

No entanto, o talento para idear meios cada vez mais capazes de exaurir poupanças manipula o espírito natalino-cristão em benefício do natalino-comércio. O sentimento da afetividade aflorada no imaginário, seduzida por música angelical, dispara o processo do compre-compre-quanto-mais-comprar-mais-feliz-será.

Nos últimos anos concebeu de instalar árvores de Natal em agências dos Correios e centros comerciais “enfeitadas” de cartões com pedidos de crianças que não possuem endereço com estacionamento para o trenó do cidadão da Lapônia.

Não deixa de ser comovente folhear tais pedidos, que sensibilizam certamente. “Já faz tempo que eu pedi, mas o meu Papai Noel não vem, com certeza já morreu ou felicidade é brinquedo que não tem”, declama Assis Valente, ecoando em nós mais pela melodia internalizada no imaginário do “compre” do que pela mensagem que expressa, elaborada para todas as idades.

E se nos alcança o Quixote redentor de que fazendo a minha parte contribuo para mudar o mundo. A universal “Noite Feliz” – letra original de Joseph Mohr para melodia de Franz Gruber, que se atribui composta no 25 de dezembro do distante 1818 – embala os sonhos de um mundo melhor lembrando que “O Senhor, Deus de amor, pobrezinho nasceu em Belém”, razão por que a doação que se fizer nasce na manjedoura divina alcançada pela estrela guia.

Mas, dizíamos, não deixam de sensibilizar tantos pedidos para crianças que se encontram sob cuidados e atenções alheias dedicadas à prática do amor ao semelhante. Particularmente, os olhos marejam nas lembranças da infância sertaneja do autor, causticada a vida como a terra pelo sol, quando sapatinhos e meias eram postos bem arrumadinhos no compasso da espera e ficávamos retardando o sono na venial curiosidade de aguardar o velhinho para agradecimento pessoal e morrer de felicidade num abraço daqueles que só as crianças com sonhos satisfeitos podem dar.

E na desperta manhã quando nos debruçávamos sobre a realidade compreendíamos como punição o nada haver recebido – criança desobediente dá nisso mesmo. E púnhamos as mãos postas em oração silenciosa de mea culpa, ajoelhado ao lado de meias e sapatinhos vazios pedindo indulgências pela curiosidade. E antecipávamos o pedido implorado de que não fôssemos esquecido no ano seguinte e que continuaríamos um bom menino, rezando ao levantar e ao deitar para papai, mamãe, vovô, vovó, titio, titia, irmãozinhos e também “para você”, Papai Noel. Então corríamos para nos pendurar no batente da janela bebendo na ânfora da alegria alheia, olhar fundo, distante e comprido, brotado de foto de Sebastião Salgado.

É por isso que marejamos diante destas árvores pendidas de esperanças, sonhos e tantas expectativas com uma indagação: se não aliviadas de todos aqueles pedidos postarão as destinatárias mãozinhas vazias em oração, adiando a esperança? Terão voz para “Noite Feliz”, compreendendo a crueza da existência na realidade pautada em desigualdades?

Afinal, para o comércio, apenas algumas unidades a menos nas estatísticas dos negócios. Para a infância, a quem só resta o ano próximo, uma frustração que pode marcá-la para sempre, como ao gado sob o ferro em brasa, indelével para existência.

Mas nos vem Máximo Gorki: “tempo virá em que os homens se admirarão uns aos outros, em que cada qual brilhará como uma estrela, em que escutará a voz do seu semelhante como se fosse uma música” (A Mãe).

Por causa disso nos inclinamos a rogar que a epifania se faça e alguém tenha tomado o cajado de Papai Noel e guiado o seu trenó para evitar o desencanto de uma criança. Que é a coisa mais triste de se ver.

E de compreender!


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Eufemismo

Se outro não for o nome
O anúncio de que a presidente Dilma Rousseff pretende abrir o capital financeiro da Caixa, até que seja muito bem explicadinho, cheira à privatização.

Até que seja bem explicadinho é a negação do antes condenado pelo PT, quando proposto pelo neoliberalismo de FHC. 

Naquele instante em que o Brasil recorria com a cuia estirada à caridade pública ao FMI fora prometido (para atender às exigências do Fundo) o Banco do Brasil e, de roldão, também a Caixa, os Correios...

Roberto Campos está se revirando no túmulo... de alegria. Exultante com o eufemismo ofertado para entrega do patrimônio público.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Guerra fria
Na atual fase desta nova 'guerra fria' a Europa e os Estados Unidos não encontraram o resultado que pretendiam quando impuseram o bloqueio a produtos oriundos da Rússia, como forma de pressionar pelo afastamento/desistência dos interesses de Putin em relação a Crimeia.

A nova saída encontrada pelos Estados Unidos  como registra denuncia do The Guardian em http://www.theguardian.com/business/2014/dec/16/russia-has-lost-economic-war-with-west-rouble-currency  foi buscar apoio da Arábia Saudita para derrubar os preços do petróleo.

Pretendem os EUA sangrar a principal fonte de divisas da Rússia, o petróleo, que representa em torno de 50% das receitas do país.

Até agora ganha quem compra ações de petrolíferas.

Quanto a Rússia (de Putin) esqueceram de com ela combinar se aceita ou não a atual forma de pressão do Ocidente.

Hora de comprar
No Brasil há quem fique em estágio orgástico quando anunciam queda no preço de ações da Petrobras, como se isso representasse perda de valor dos ativos da empresa.

Há quem tenha sugerido – já registramos isso neste espaço – que o Governo brasileiro (re)compre as ações vendidas no período FHC à iniciativa privada.

Afinal – ironia à parte – o prejuízo que dá possuir ações da Petrobras faz com que o megainvestidor George Soros tenha dobrado o número de papeis da estatal 

Balão de ensaio

Eis a questão. O recado está dado. Partindo-se da premissa de que o Governo não estaria disposto a rever o sistema de partilha para o pré-sal temos a presumir uma velada ameaça ou, simplesmente, o balão de ensaio de um recado claro: liberem o pré-sal sob pena de sangrarmos vocês.

O Brasil saiu na frente I
A lógica da realidade, em dimensão de comércio, é fria, objetiva e elaborada para décadas futuras. Não tem compromissos com ideologias, tampouco depende de fronteiras. O espaço que lhe assegure o resultado lucro é e será sempre o ideal. Os torrões nacionais são-lhe o instrumento de ocupação, como cabeça-de-ponte de suas ações. Através deles ocupam o que lhes possa servir.

Sob este viés, as potências mundiais sempre financiaram suas empresas para ocupar espaços em outros países. É a regra do mercado. Os Estados Unidos capitanearam absolutos a América Latina durante décadas, a partir do final do século XIX. Financiaram o Brasil (emprestando dinheiro) de obras a aquisição de bens e serviços, desde que tudo vinculado a suas empresas. 

Atualmente o Brasil exercita o modelo para ocupar espaços na AL e na África. Sob esta dimensão – a de que precisamos nos libertar da dependência fazendo-nos presente onde possível – o financiamento do porto de Mariel, em Cuba, faz parte da estratégia.


Neste espaço defendemos a participação brasileira no porto de Mariel como um importante ponto de atuação brasileira na geopolítica continental – com repercussão na mundial – antecipando-se à circunstância de os Estados Unidos estarem prestes a acabar com o bloqueio por ele imposto em 1962. 

No plano diplomático, um reflexo do protagonismo internacional que temos assumido, de forma mais veemente, a partir de 2003.

Em 2009 o presidente Lula plantou Mariel e o governo brasileiro financiou parte das obras, condicionando o financiamento à execução da obra e ao fornecimento de equipamentos pela construção civil e indústria nacionais. Foram gerados, no Brasil, 160 mil empregos.

A oposição desceu o martelo de críticas e a mídia repercutia a ‘doação’ do Brasil a Cuba. Na campanha eleitoral recente até mentiu-se em torno do destinatário do financiamento do BNDES, afirmando-se que o era a Cuba, quando na verdade à brasileira Odebrecht. Nem mesmo a defesa da FIESP à posição do Governo brasileiro mereceu atenção.

Ninguém se interessou em perceber que Mariel é o ponto de referência portuária dos negócios brasileiros em relação direta com a Ásia através do canal transoeceânico que a China ora constrói na Nicarágua, para substituir o canal do Panamá.

O Brasil saiu na frente II
Os Estados Unidos acabam de anunciar o início dos entendimentos para findar o bloqueio econômico que impuseram a Cuba. São os negócios falando mais alto. 

Cuba, potencialmente, é um mercado promissor. As cinco décadas de embargo econômico deixaram a ilha em penúria. Há, potencialmente, um universo considerável de recursos em jogo, que voltarão a fluir para aquela que foi, com Fulgêncio Batista, o reduto dos nababos estadunidenses para a prostituição e o jogo.

A manutenção do embargo  criticada por quase todos os países do mundo (à exceção de Israel e uns poucos subservientes à política dos EUA)  apenas retarda a participação dos negócios estadunidenses na ilha, começada a ser ocupada por China e Brasil.

O Brasil começará a ganhar os louros por sua atuação.

Aqui nas terras tupiniquins os que criticavam o projeto agora elevam loas, ainda que evitem reconhecer em Lula o mentor do processo.

  


Neste 17 de dezembro a Folha de São paulo estampou como 'golaço' a sapiência da diplomacia brasileira.

Não sabemos como Aécio Neves e Marina Silva - críticos da atuação Governo brasileiro se manifestarão sobre o 'golaço'.


Ilhéus na cabeceira
Na estratégia brasileira – ora consumada em uma de suas múltiplas etapas (com Mariel) – a praieira tem o espaço significativo: nela estará fincado um dos aportes da ferrovia transoceânica (Atlântico-Pacífico), em sua primeira fase (Tocantinópolis-Ilhéus), onde instalado o porto que alimentará a saída para o Pacífico (Peru) da produção nacional que se destina ao Japão, China e demais asiáticos, reduzindo consideravelmente os atuais níveis do 'custo Brasil'.

Neste particular, o Brasil planeja. 

Não podemos dizer o mesmo dos governantes dos municípios imediatamente beneficiados pelas obras: Itabuna e Ilhéus.

E agora, Aécio, Suplicy, Bolsonaro?
A moça foi recebida com pimpões vários. Falar mal de Cuba para muitos é o único tônico. Aliás, muito bom para cabeças vazias que somente se intelectualizam com os editoriais de O Globo, Folha de São Paulo, Estadão etc. etc. etc., sem esquecer do glorioso Jornal Nacional.

A musa cubana Yoani Sánchez clamou aos céus brasileiros  aplaudidíssima  para que o embargo dos EUA a Cuba nunca fosse suspenso.

Não é que a turma de lá anuncia as tratativas para o fim da excrescência!

Nossa preocupação é com o atual estado de saúde (mental!) dos liderados pelos expoentes acima.




Falta explicar
Até que haja uma explicação convincente fica muito mal para o ministro Gilmar Mendes – na condição de integrante do TSE e de ministro que examinou as contas da candidata Dilma Rousseff – não ter comparecido à diplomação de Dilma.

Caso não tenha um álibi perfeito vai confirmar a sua posição de agente político do PSDB nos tribunais superiores.

E nada!
Finda 2014 e nada de vir à tona o indiciamento dos reais responsáveis por aquele helicóptero mineiro com uma carga de 'pó Royal'. Como reais responsáveis entendemos quem vendeu, quem transportava (incluindo quem cedeu o meio de transporte) e os destinatários.

Fica dispensado o nome deste ou daquele usuário. Seria invasão de privacidade.



Napoleão
O PSDB caminha para o hospício. Não é que encaminhou protesto contra a diplomação da candidata Dilma Rousseff e busca a (des)diplomação?

Carnaval se aproximando. Vai faltar fantasia de Napoleão!

Na Lista
Jutahy Jr., Paulo Magalhães, Fábio Souto, ACM Neto, Luiz Carreira, Jairo Carneiro, João Almeida, Gerson Gabrielli, João leão, Rogério Nunes, José Carlos Aleluia, José Rocha, Aroldo Cedraz, Coriolano Sales.

O que une os referidos acima é que integram a famosa Lista de Furnas, uma picaretagem mensaleira oriunda de Minas Gerais que retirou dinheiro da estatal para financiar campanhas eleitorais, onde relacionados os ilustres baianos. 

O que os difere em si é a quantia recebida, que variou de 50 a 270 mil reais.

Mas não os critiquemos. Estão ao lado de nomes relevantes: José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Sérgio Cabral, Eduardo Azeredo, Zezé Perrela, Raul Jungman... gente que chegou a receber 9,3 milhões, um pouco mais que aqueles beneficiados com 7 e 5,5 milhões.

Nota da redação: não encontramos petistas na Lista. Não custa procurar!


Inexorável

O que é palpável no cotidiano está confirmado: a internet caminha para ocupar o espaço (ainda) da televisão, de rádios e de jornais. 

Os dados estão na Pesquisa Brasileira de Mídia, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República-2015, divulgado na sexta 19, que analisaremos em outro instante.




Caro Aprígio
Você sempre nos acessou, regular e fielmente. Tanto que  perdoem-os os demais que nos concedem a graça de debruçar sobre o que rascunhamos  era uma referência leitora do espaço que busca levantar questões, discutir a realidade, provocar a crítica. 'Tivéssemos você como único leitor já seria motivo mais que suficiente para postar nossas provocações e nosso pensar'  registramos neste espaço em setembro.

Perdemos Aprígio. Pranteado por todos que o conheceram e privaram de sua amizade e solidariedade.

Itororó ficou menor.
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Ode

A um amigo

José APRÍGIO de Souza, valentia de Corema, quarto zagueiro do Botafogo de Ozias, desafio à sergipanada da Drogaria, parceiro de noitadas seresteiras que Itororó de outros tempos sempre há de lembrar. Não só pelo seresteiro de violão empunhado – que de vez em quando sumia (o violão) para Itacaré – mas pelo raro em quem simbolizada em essência a existência do latino amicus.

Amigo de Nara Leão e Cacá Diegues, de Andreaza Filho. O homem a quem deve a cumprida promessa brasileira de o Concorde pousar no Galeão no dia aprazado.

Coisa que Itororó não sabe!

Pra que saber?
...
Porta da ‘Drogaria’ a meio-pau. Diálogo de manhã tradicional em dia especial:

– É, ‘mestre’, tô aqui. Esperando ‘cumpadi’ Luciano para o ensaio.

– Não fica melhor fazermos um duo?

– Tá demorando... e eu tenho pressa!

– Não vos agonieis, Aprígio!

O arpejo soa nos ouvidos – desembalando o duo, onde o escriba lança a segunda temerária – com uma quinta inovadora, provocando os versos no embalo da melodia:

– “Ando devagar, porque já tive pressa...” (1)

– E aí, Mide, toca ou não toca?

– Só se ficar com a chave, porque eu tenho hora... – e completa: – Tô fazendo concessão hoje...

– “E levo esse sorriso, porque já chorei demais...”

– Só for o “sorriso do lagarto”...

– Cala a boca ‘bico de chaleira’, deixa o nariz cantar!

– “Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe...”

– “Só levo a certeza, de que muito pouco sei, ou nada sei...”

A manhã ensaia, perdida, entre esvoaçar-se em luzes ou quedar-se plúmbea, para louvar o parceiro que a cantou em instantes vários, findada a noite.

 Conhecer as manhas, e as manhãs...”

– “O sabor das massas, e das maçãs...”

O tinir dos copos na Drogaria se faz arrastado, lento, gregoriano. Entoa por entoar, pede descanso, rede.

– “É preciso amor pra poder pulsar...”

– “É preciso paz pra poder sorrir...”

– “É preciso a chuva para florir...”

Chuva não faltou nestes dias. Regou a terra, fez orgulhar as sementes fagueiras na ousadia de brotar, fez estampar sorrisos.

– “Penso que cumprir a vida seja simplesmente...”

– “Compreender a marcha e ir tocando em frente...”

– “Como velho boiadeiro levando a boiada...”

– “Eu vou tocando os dias, pela longa estrada eu vou, estrada eu sou...”

O caminhar caminha no verso do conterrâneo Suassuna: “cumpriu sua sentença...” (2)

É, velho Aprígio – paraibano aportado no sertão da jacobina baiana nos limites de São José, pertinho ali de Monte Alegre, onde descobriu comer bem na feira-livre, com sobremesa de rapadura, doce de araçá ou de marmelo na palha de banana, destrambelhado por estes lados de Itapuhy, descoberta Itororó – estamos no estrofe do teu canto-marca.

 “Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Estamos aqui mestre, em busca...

– “Morena, bela, do Rio Vermelho...” (3)

– Ora, Aprígio, essa foi a que você cantou pra Rai, lá no final dos anos 60!

– “Adeus, Bahia...” (4)
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(1) Tocando em Frente (Almir Sater-Renato Teixeira)
(2) Verso de Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
(3)  Morena do Rio Vermelho (Oswaldo Fahel)
(4) Adeus do Baiano (Oswaldo Fahel)

domingo, 14 de dezembro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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A confissão
A Democracia – apropriada como ‘valor’ privativo – sempre esteve como centro de atenção e destinatária de ações intervencionistas dos Estados Unidos, desde que se tornaram potência hegemônica. A luta pela Liberdade (sua ‘estátua’ retratada) tinha-o sob permanente admiração. Sua filmografia enchia de heróis (seus) os olhos do mundo.

Descobre-se – confirma-se, fica melhor – em nada velada confissão que a prática da liberdade/libertação se confundia sempre com a prática da tortura. É o que está exposto no relatório do Senado estadunidense, publicado na terça-feira 9, sobre os meios de interrogatório utilizados no Oriente Médio.

Pela Liberdade tirava-se a liberdade. Em defesa da Vida sacrifica-se a vida (dos outros).
A confissão de uma realidade conhecida.

O retrato de Dorian Gray. A revelação da hipocrisia.

De estarrecer a dimensão da selvageria dos métodos para obtenção da 'verdade'. É o que está denunciado em http://www.washingtonsblog.com/2008/05/congratulations-america-children-are-being-tortured-in-your-name.html: crianças capturadas eram sodomizadas e filmadas diante das mães. 

De triste memória
Muito  ou praticamente tudo  do que aconteceu em nível de repressão de Estado na América Latina a partir dos anos 60 (incluindo no Brasil) se deve ao fomento dos Estados Unidos para garantia de seus interesses econômicos. País que pensasse divergentemente assinava o atestado de óbito para suas instituições democráticas, derrubadas a soldo de financiamento pelos Estados Unidos.

Tortura era matéria de curso na Escola das Américas, no Panamá.

Na semana em que são publicados, para os anais da história brasileira, a atuação de agentes do Estado nos porões da ditadura, não custa ao leitor ver/rever Estado de Sítio (1972), de Costa-Gavras, disponibilizado no www.youtube.com/watch?v=WkHAzHKxKbw (caso o leitor não o encontre em uma locadora), baseado em fatos reais, envolvendo a atuação de Don Mitrione (que andou pelo Brasil naqueles idos).

Nó na garganta
O choro da presidente Dilma na cerimônia de entrega dos relatórios da Comissão Nacional da Verdade pode ser definido, em linguagem popular, como brotado de um nó na garganta.

Nascido de um nó na garganta bem maior: a impunidade dos que cometeram atrocidades, beneficiados por esta democracia tupiniquim que vê sua Corte maior interpretar crimes contra a humanidade como passíveis de acordos políticos impostos por quem detinha a faca e o cutelo.

O choro incontido
No plano externo não sabemos se a Comissão Nacional da Verdade dispunha de meios e legitimidade para registrar a responsabilidade dos Estados Unidos nos fatos da história recente do país.

No plano interno não deixa de se constituir no registro de que não pretendemos esquecer o que aconteceu. Até para evitar que volte a acontecer.

A presidente da República sucumbiu à Dilma Rousseff e não conteve as lágrimas. Ali também o lacrimejar de uma nação eternamente espoliada, cuja elite, para assegurar os privilégios, sacrifica tudo e todos, desde que em seu benefício.

A história da ditadura recente é a repetição dos interesses de uma parcela ínfima da sociedade que se beneficia de todo o restante.

O choro de Dilma é lamento histórico de todos os mortos e vivos que sucumbem ao jogo econômico. Ainda que para isso se implante ditaduras.

O choro de Dilma é canto triste dos sobreviventes que ainda assistem ‘representantes’ do povo defenderem a ditadura.

Excelente ideia
Da turma que pensa e defende a soberania do Brasil  especialmente neste instante em que a Petrobras nada achincalhada, em que pese ser o motor da redenção nacional  saiu-se com um ideia excelente: o Governo Federal (re)comprar as ações da empresa que se encontram no mercado. É o que sugere a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET)

"GOVERNO DEVERIA APROVEITAR PARA RECOMPRAR AÇÕES DA PETROBRÁS


Sem querer, o jornal O Globo desta quarta-feira (10) deu uma excelente ideia ao governo em relação à Petrobrás: na página 25, no quadro “perguntas e respostas”, traz a opinião de um especialista da FGV para quem o governo “pode injetar mais dinheiro e chegar a estatizar totalmente a empresa”.


Na verdade, “injetar mais dinheiro” deve ser substituído por “recomprar ações”, principalmente aquelas negociadas em Nova Iorque, já que outro jornal, o Brasil Econômico, destaca que “Risco faz estrangeiros venderem Petrobrás”. Ou seja, já que os estrangeiros querem vender, o governo deveria aproveitar as ações em baixa para recuperar o máximo possível da maior empresa do País para o controle do povo brasileiro.


A AEPET há muito vem sugerindo que caminhemos nessa direção, que reforçaria o papel da Petrobrás no desenvolvimento do Brasil. Ainda no mandato de Lula, contatamos o então presidente do BNDES, Carlos Lessa, pedindo que iniciasse movimento de recompra de ações da Petrobrás. Lessa, que já tinha feito o mesmo com a Vale, impedindo que a Mitsubishi passasse a controlar a mineradora, gostou da ideia, mas logo em seguida foi substituído na presidência do banco de desenvolvimento."


Não mais Cingapura
Tempo houve  em era não tão distante  que Cingapura gerava empregos com encomendas brasileiras. A Petrobras de então encomendava navios e plataformas na distante Ásia, porque assim recomendava a globalização, então aportada em terras tupiniquins.

Abaixo o primeiro dos oito cascos de plataforma encomendados para atender a demanda do pré-sal. Saído dos estaleiros do Rio Grande. O primeiro construído no Brasil.

Será rebocado até Angra dos Reis. Onde suas 52 mil toneladas em 30 metros de altura receberão os 18 módulos que aperfeiçoam uma plataforma de prospecção.
                                                         Casco da P-66 será rebocado até Angra dos Reis (Foto: William Silva/RBS TV)
Gilmar sentiu
De um irritado ministro Gilmar Mendes, então na cadeira do TSE, enquanto votava no processo de prestação de contas da candidata Dilma Rousseff: "Essa gentalha que vive alimentando esse mundo de intrigas, usando de poder institucional para atacar essas pessoas".

Buscava livrar-se da pecha de articulador de um "golpe paraguaio" denunciado por inúmeros blogueiros, sempre alertas para suas manobras. E visou diretamente (sem citar o nome, naturalmente) o Luís Nassif.

Não há dúvida de que Sua Excelência sentiu que lhe tocaram o tumor. Não fora isso dispensado estava de se referir à 'gentalha' em pleno julgamento.

Waldir / Hagge
Nenhuma dúvida de que um dos órgãos mais eficientes (e respeitados) do Governo Federal e a Controladoria Geral da Unidão (CGU). 

Seu titular mais conhecido, o baiano Jorge Hagge, anuncia que deixará o órgão.

Lembramos de Hagge, que substituiu Waldir Pires, estruturador da CGU, pelo papel que exerce com tanta dignidade e seriedade.

O grande esquecido
Não vimos, com o destaque que a história contemporânea registra, o nome de Dom Paulo Evaristo Arns, o centro irradiador do "Brasil Nunca Mais".

Na semana em que uma Comissão NAcional da Verdade publicou suas conclusões seu nome devia ter sido exaltado..

Apartamento(s)
Andou no noticiário que Lula disporia de um triplex na praia do Guarujá. Ninguém levantou a questão se quem ganha 200 mil dólares por conferência poderia ou não adquiri-lo.

De nossa parte ficamos a ponderar: sendo Lula uma referência, natural que tenha sua vida acompanhada, ainda que a matéria tenha sido desmentida.

Mas, FHC, e seu apartamento em Paris...

Itabuna em fim de ano I
A Saúde a caminho do caos, caso se materializem os anunciados fechamentos de hospitais para atendimentos pelo SUS, sob o argumento de que o município não anda pagando o que deve.

Tribunal de Contas dos Municípios exara Parecer pela rejeição das contas do município, sob gestão de Claudevane Leite.

Itabuna em fim de ano II
A composição do governo Claudevane Leite, no imediato da eleição, foi anunciada sob o crivo dos títulos. Fulano é isso... beltrano, aquilo.

Caso levemos em conta a certificação do governo municipal haveremos de ficar na dúvida: ou os títulos foram alcançados a 'duras penas' ou está faltando competência, por falta de estágio durante os cursos.

Itabuna em fim de ano III
E nem se fala na violência, na desorganização do trânsito, nos buracos tardados no consertar, nas praças sujas, na delicadeza com que são tratados os munícipes por muitos dos servidores etc. etc. etc. etc.

Parece-nos que o prefeito renunciou a qualquer pretensão de continuar no cargo.

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