Para Rodrigo e Grandis
Em tempos de antanho a missiva/carta era o caminho natural para a comunicação, perdendo apenas para as pontualidades do telegrama quando a urgência o exigia. Nas cartas houve lugares comuns como "receba estas mal traçadas linhas como forma de apreço", "espero encontrá-lo com saúde" etc.
Como nas hoje quase ultrapassadas missivas utilizamos quaisquer de suas introduções para transcrever ao procurador Rodrigo de Grandis o que nem a Folha de São Paulo, em editorial, tolerou, titulado no www.brasil247.com com "Folha pede punição a Rodrigo de Grandis":
"Editorial duro, do jornal de Otávio Frias Filho, desdenha da justificativa do arquivo na 'pasta errada' do pedido de cooperação com suíços que investigavam propinas ao PSDB. 'Nenhuma investigação foi feita, entretanto. E o motivo alegado para a omissão é de molde a desafiar a credulidade até mesmo dos mais ingênuos. É que o pedido vindo da Suíça foi arquivado numa pasta errada. Assim declara o responsável pelas investigações no Brasil, o procurador Rodrigo de Grandis', diz o texto. 'Que não fique por isso mesmo, para que o trem tucano não prossiga até a muito conhecida estação chamada Impunidade'".
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Dize-me com quem andas
E poderei ser teu espelho
Não que ninguém possa atribuir responsabilidades a terceiros, a não ser que provadas, pelo fato de confiar em amigos. Essa coisa de chefe ser co-autor é coisa daquela ínclita parcela do STF que vê na teoria do domínio do fato a certeza adstrita às divindades, desde que o destinatário da teoria seja um petista.
Nesta última investida pelos escaninhos que reservam dinheiro público - sempre muito, porque pouco é coisa de ladrão de pirulito de criança - relações espúrias novamente vinculam José Serra a um estranho companheiro - hoje à disposição da administração soteropolitana.
Mauro Ricardo acompanha Serra, caninamente, diríamos, desde 1995, quando o então administrador de empresas ingressara na Receita Federal em 1993 e tornou-se assessor de Serra assim que este assumiu o Ministério do Planejamento em 1995 no governo FHC.
"Aonde a vaca vai o boi vai atrás' - já o disse o "filósofo" João da Praia nos idos de 1974. Assim o é a relação de Mauro e Serra ou de Serra e Mauro, somente frustrada nos raros instantes em que Serra não assume posto, como ocorreu quando Aécio Neves aproveitou o amigo do correligionário, entre 2003 e 2004 e anda atualmente, segundo Paulo Henrique Amorim em terras soteropolitanas.
Não vemos nada que se assemelhe a um Retrato de Dorian Grey. Mas tende a espelho. Amigo é para essas coisas.
Não que ninguém possa atribuir responsabilidades a terceiros, a não ser que provadas, pelo fato de confiar em amigos. Essa coisa de chefe ser co-autor é coisa daquela ínclita parcela do STF que vê na teoria do domínio do fato a certeza adstrita às divindades, desde que o destinatário da teoria seja um petista.
Nesta última investida pelos escaninhos que reservam dinheiro público - sempre muito, porque pouco é coisa de ladrão de pirulito de criança - relações espúrias novamente vinculam José Serra a um estranho companheiro - hoje à disposição da administração soteropolitana.
Mauro Ricardo acompanha Serra, caninamente, diríamos, desde 1995, quando o então administrador de empresas ingressara na Receita Federal em 1993 e tornou-se assessor de Serra assim que este assumiu o Ministério do Planejamento em 1995 no governo FHC.
"Aonde a vaca vai o boi vai atrás' - já o disse o "filósofo" João da Praia nos idos de 1974. Assim o é a relação de Mauro e Serra ou de Serra e Mauro, somente frustrada nos raros instantes em que Serra não assume posto, como ocorreu quando Aécio Neves aproveitou o amigo do correligionário, entre 2003 e 2004 e anda atualmente, segundo Paulo Henrique Amorim em terras soteropolitanas.
Não vemos nada que se assemelhe a um Retrato de Dorian Grey. Mas tende a espelho. Amigo é para essas coisas.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Central desfeita
Não sabemos se extinta
Prefeitura de São Paulo, apoiada em investigações do Ministério Público Estadual e Controladoria Geral do Município, deflagrou ação que levou à prisão de gente grande nas gestões de Kassab e José Serra, vinculada à Secretaria de Finanças. Falam em desvios que geraram propina que pode chegar a 200 milhões de reais, e os desvios alcançarem 500 milhões se a apuração retroagir a 2007. Kassab emitiu nota defendendo as apurações e as punições que advierem.
Kassab mantivera à frente da Secretaria de Finanças o que fora de José Serra, Mauro Ricardo, que anda atualmente secretário de igual área na Prefeitura de Salvador, segundo Paulo Henrique Amorim.
Apenas lembramos que as acusações que levaram às prisões em São Paulo alcançariam Mauro Ricardo, caso petista fosse e estivesse sendo julgado por aquela ínclita parcela do STF que defende a teoria do "domínio do fato" para um lado só.
Prefeitura de São Paulo, apoiada em investigações do Ministério Público Estadual e Controladoria Geral do Município, deflagrou ação que levou à prisão de gente grande nas gestões de Kassab e José Serra, vinculada à Secretaria de Finanças. Falam em desvios que geraram propina que pode chegar a 200 milhões de reais, e os desvios alcançarem 500 milhões se a apuração retroagir a 2007. Kassab emitiu nota defendendo as apurações e as punições que advierem.
Kassab mantivera à frente da Secretaria de Finanças o que fora de José Serra, Mauro Ricardo, que anda atualmente secretário de igual área na Prefeitura de Salvador, segundo Paulo Henrique Amorim.
Apenas lembramos que as acusações que levaram às prisões em São Paulo alcançariam Mauro Ricardo, caso petista fosse e estivesse sendo julgado por aquela ínclita parcela do STF que defende a teoria do "domínio do fato" para um lado só.
A propósito
Para não dizer que não falamos de outras coisas
Transcrevemos do http://www.brasil247.com/ sob o título "Caso Alston: Janot pura prevaricação do MP":
"Procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
pediu explicações sobre o engavetamento do pedido de cooperação internacional
feito pela Suíça a respeito do esquema de pagamentos de propinas a
representantes do PSDB pela multinacional Alstom; responsável pelo caso,
procurador Rodrigo de Grandis alegou ter arquivado o pedido numa pasta errada,
numa suposta "falha administrativa".
Tá explicado!
Pelo andar
Da carruagem
Ariano Suassuna mandou um recado ao governador Eduardo Campos: "Não é o momento para isso". O 'isso' a que se refere Suassuna é a disputa presidencial pretendida por Campos como protagonista em 2014. Tal recomendação já o fizera Lula: aguarde 2018.
O governador de Pernambuco está entre os melhores avaliados e sua administração reconhecida por pernambucos com índices que superam os 80%.
No entanto, pesquisa realizada em todos os quadrantes de Pernambuco pelo Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau para o Jornal do Commercio, que acessamos através do Brasil 247, dá a Campos uma vantagem que gira entre 3% e 5% a mais que Dilma no próprio estado governado por Sua Excelência.
Se em Pernambuco, estado governado por Eduardo Campos, com excelente avaliação, somente vence Dilma, conforme o cenário, variando entre 3% a 5% só há um jeito: chamar Marina e enterrar a carreira política, adiando-a para bem mais adiante.
Para completar, pesquisa do próprio PSDB assegura vitória de Dilma no primeiro turno
.
Não faltou conselho. De Lula (suspeito) e de Ariano Suassuna (insuspeito).
A saúde de FHC
"Não estou com o pé na cova" - diz o ex-presidente.
O detalhe, para nós, reside em outra vertente: será que a cova está disposta a aceitar FHC? Afinal, "cova' tem tradição e exige respeito, o que não tem acontecido com a Academia Brasileira de Letras, que deu de aceitar qualquer coisa nos últimos tempos.
Ariano Suassuna mandou um recado ao governador Eduardo Campos: "Não é o momento para isso". O 'isso' a que se refere Suassuna é a disputa presidencial pretendida por Campos como protagonista em 2014. Tal recomendação já o fizera Lula: aguarde 2018.
O governador de Pernambuco está entre os melhores avaliados e sua administração reconhecida por pernambucos com índices que superam os 80%.
No entanto, pesquisa realizada em todos os quadrantes de Pernambuco pelo Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau para o Jornal do Commercio, que acessamos através do Brasil 247, dá a Campos uma vantagem que gira entre 3% e 5% a mais que Dilma no próprio estado governado por Sua Excelência.
Se em Pernambuco, estado governado por Eduardo Campos, com excelente avaliação, somente vence Dilma, conforme o cenário, variando entre 3% a 5% só há um jeito: chamar Marina e enterrar a carreira política, adiando-a para bem mais adiante.
Para completar, pesquisa do próprio PSDB assegura vitória de Dilma no primeiro turno
.
Não faltou conselho. De Lula (suspeito) e de Ariano Suassuna (insuspeito).
A saúde de FHC
"Não estou com o pé na cova" - diz o ex-presidente.
O detalhe, para nós, reside em outra vertente: será que a cova está disposta a aceitar FHC? Afinal, "cova' tem tradição e exige respeito, o que não tem acontecido com a Academia Brasileira de Letras, que deu de aceitar qualquer coisa nos últimos tempos.
Onde reside
A diferença
Folheando a Carta Capital desta semana (a 772) descobrimos mais uma agrura por que passa Silvio Berlusconi: processo instaurado em Nápolis por acusação de compra de votos para derrubar o governo Prodi há cinco anos.
É o que dá morar na Itália. Caso fosse dirigente no Brasil poderia comprar inclusive a reeleição a partir de 200 mil reais por voto, e diante das acusações simplesmente teria o Procurador-Geral para engavetar a denúncia.
Desde que fosse do PSDB e não do PT. Para estes, o domínio do fato; para aqueles, o domínio da gaveta.
Para dizer que não falamos de outras coisas
A Suíça vem contribuindo para que sejam repatriados recursos lá depositados sob o cutelo da corrupção que grassa em alguns políticos brasileiros. No momento às voltas com recursos do escândalo que envolve gente vinculada ao PSDB, onde até nomes como José Serra e Geraldo Alckmin situam-se entre os que participam do negócio (não afirmemos a propina) nas palavras de José Luiz Alquéres, então presidente da subsidiária brasileira da Alston.
Mas o detalhe é que a Suíça já teve de arquivar algumas iniciativas por falta de colaboração: da Procuradoria da República brasileira.
Começamos a acreditar que as ameaças do crime organizado contra Geraldo Alckmin podem ter relação com este tal propinoduto tucano. Serra não se preocupa: tem as orações de Silas Malafaia e apoio de Nossa Senhora Aparecida, basta que assista missa no Santuário que lhe será entregue uma imagem da santa.
Folheando a Carta Capital desta semana (a 772) descobrimos mais uma agrura por que passa Silvio Berlusconi: processo instaurado em Nápolis por acusação de compra de votos para derrubar o governo Prodi há cinco anos.
É o que dá morar na Itália. Caso fosse dirigente no Brasil poderia comprar inclusive a reeleição a partir de 200 mil reais por voto, e diante das acusações simplesmente teria o Procurador-Geral para engavetar a denúncia.
Desde que fosse do PSDB e não do PT. Para estes, o domínio do fato; para aqueles, o domínio da gaveta.
Para dizer que não falamos de outras coisas
A Suíça vem contribuindo para que sejam repatriados recursos lá depositados sob o cutelo da corrupção que grassa em alguns políticos brasileiros. No momento às voltas com recursos do escândalo que envolve gente vinculada ao PSDB, onde até nomes como José Serra e Geraldo Alckmin situam-se entre os que participam do negócio (não afirmemos a propina) nas palavras de José Luiz Alquéres, então presidente da subsidiária brasileira da Alston.
Mas o detalhe é que a Suíça já teve de arquivar algumas iniciativas por falta de colaboração: da Procuradoria da República brasileira.
Começamos a acreditar que as ameaças do crime organizado contra Geraldo Alckmin podem ter relação com este tal propinoduto tucano. Serra não se preocupa: tem as orações de Silas Malafaia e apoio de Nossa Senhora Aparecida, basta que assista missa no Santuário que lhe será entregue uma imagem da santa.
domingo, 27 de outubro de 2013
Destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
____
O Brasil não está só
Que nossa certeza seja
desmentida por nossos “formadores de opinião” e pelo jornalismo da grande elite
(escrita, radiofonizada e televisada) diante do que as televisões europeias
repercutiram na sexta 25, com destaque: que divulguem a decisão da chanceler
alemã Angela Merkel, de unir-se ao Brasil para buscar na ONU medidas
concretas contra a espionagem de que acaba de ser também vítima. (A leitura do
G1, para o caso, é outra – para não fugir `tradição’).
Não esqueça o brasileiro de
que Dilma Rousseff, em discurso na abertura na Assembleia Geral da ONU criticou
aberta e duramentemente a atuação na National Security Agency, dos Estados
Unidos, e pediu a ONU, na oportunidade, regras que evitem abusos na internet.
Pedido ao qual Merkel agora anui.
A foto e a legenda que ilustram
este ‘comunicado’ está em
Germany Joins Brazil Seeking U.N. Action
Against Spying no http://www.usnews.com/news/articles/2013/10/25/germany-joins-brazil-seeking-un-action-against-spying
Tudo começou há 62 anos
O leilão do pré-sal,
envolvendo o campo de Libra – ainda que não dispense críticas conforme a ótica
de cada observador em conflito – deixou claro uma coisa: a presença chinesa.
Coisa há não muito tempo inconcebível. Serra, por exemplo, prometia a Chevron
(estadunidense) salvaguardar-lhe interesses caso eleito em 2002.
A diplomacia brasileira –
ainda que apresente percalços como a covardia de Celso Lafer - então ministro das
Relações Exteriores do Brasil de Fernando Henrique - de se submeter a tirar
sapatos em aeroportos dos Estados Unidos, ou mesmo a estranha expatriação de um
senador boliviano em avião e veículos da embaixada no governo Dilma ferindo
regras de Direito Internacional – tem assumido posições respeitadas e
equilibradas.
Nessa discussão do campo de
Libra – ainda que nosso sonho fosse de que tudo estivesse sob controle absoluto
da Petrobras, fato que foi rompido por FHC que a queria privatizada, como o
fizera com as telecomunicações, siderurgia, comunicações e energia – vemos a
atual postura brasileira afinada com aquela posição de iniciar entendimentos
com a China para constituí-la parceira já em 1961, quando Jango, então
vice-presidente da República – correspondendo à visão de Jânio – andou por lá
abrindo portas, que antes só se abriam/escancaravam para os Estados Unidos.
A grita da turma do andar de
cima neste “país de São Saruê” reside especificamente no fato de não mais
estarmos atrelados como quintal dos Estados Unidos. Imagine se a compra de
aviões para a Força Aérea vierem a ser os russos!
Até agora, pelo menos
embaixador brasileiro não anda tirando sapato em aeroporto dos Estados Unidos.
Gesto nobilíssimo
Médicos estrangeiros que
acolheram o convite para trabalhar no Brasil onde brasileiros se negam a
fazê-lo (por maiores razões que tenham) foram alvo de atitudes no mínimo
desrespeitosas, para não dizer xenófobas. A reação despropositada em Fortaleza
quando da chegada de médicos cubanos mancha a imagem do país, um país que,
ainda que seja uma “terra de contrastes”, para Roger Bastide, também é
reconhecido como terra de um homem onde a cordialidade lhe é da essência, como
deixou registrado Sérgio Buarque de Holanda no capítulo ‘O Homem Cordial’ em
seu clássico Raízes do Brasil.
A presidente da República
Dilma Rousseff pediu desculpas oficiais aos médicos cubanos vaiados por
estudantes e médicos de Fortaleza, como noticiou o UOL.
Uma grandeza que faltou pelo
menos ao CRM daquele estado já que o Conselho Federal de Medicina nem mesmo se
dignou em expressar uma razão de repúdio, não ao protesto, mas à xenofobia nele
contida.
Cuidado com o andor!
Há muitos anos – lá vão mais
de 40 – uma velha mestra residente em Itororó, a professora Aurora Valadares de
Almeida, com filhas residindo nos Estados Unidos, onde as visitava
periodicamente, nos disse – naquele imediato da reforma do ensino que impunham
ao país sob o crivo das baionetas – que aquilo que aqui estavam implantando o
fora nos EUA e lá não dera certo. – Como o dará no Brasil, Adylson?
No bojo das reformas a
universitária, entre outras, liquidando a proposta de Anísio Teixeira e Darcy
Ribeiro, levada a cabo como experiência com a criação da Universidade Nacional
de Brasília no início dos 60 (na UFESBA/UFSBA vemos sinais daquela experiência),
e substituía-se o ensino médio (então Clássico e Científico ou Normal) por um
processo que atendesse aos interesses mais do mercado do que da formação das
futuras gerações.
O Brasil, que ainda nem mesmo
conseguiu implantar de forma satisfatória o que o Darcy Ribeiro conseguira no
governo de Leonel Brizola, com os CIEPs nos anos 80 do XX – aperfeiçoamento da
Escola Parque de Anísio Teixeira, projeto educacional revolucionário implantado
em Salvador no início dos anos 50 do século passado – já transita como coisa do
outro mundo pelo viés da meritocracia como instrumento de melhoria para a
educação.
Muitos enveredam pelo lugar-comum. Inclusive a Bahia recente.
Por tal projeto atrelada fica,
dentre outras proezas, a remuneração do professor ao desenvolvimento do
processo da escolaridade, como um sistema quase matemático. Afinal, a
experiência é americana e nosso colonialismo ainda não nos afastou dos projetos
estatunidenses – ainda que experiências nativas sejam reconhecidas mundo a fora
– a de Paulo Freire que o diga!
Mais cuidado ainda com o santo!
Tanto anos passados da
conversa com a velha mestra Aurora – que ao lado de outros abnegados como
Carmelita Santana, Letícia Dias e Oscar Brasil – contribuiu para formar
gerações, já vivemos o fracasso da reforma que extinguiu os cursos Clássico e
Científico e valores educacionais que se sustentavam nas Humanidades.
Mas – este o móvel do presente
texto – nos deparamos com o expressado pela cabeça maior dos Estados Unidos que
defendeu e implantou o processo da meritocracia como “solução” em estado de
arrependimento, demonstrando o fracasso de tudo aquilo realizado desde os
tempos em que foi secretária de Educação e mesmo assistente de educação nos
governos Bush e Clinton, quando defendeu a meritocracia e os testes
padronizados (os provões) nas escolas de seu país.
A professora Diane Ravitch
reviu radicalmente seus antigos conceitos. A ênfase dada na responsabilização
do professor é danosa para a educação – afirma. Tudo está no livro “Vida e
morte do grande Sistema Escolar Americano – Como os Testes Padronizados e o
Modelo de Mercado Ameaçam a Educação”.
Recomendamos aos interessados –
inclusive professores que cultivem o hábito da leitura – uma entrevista de
Ravitch ao Estadão (Nota mais alta não é educação melhor) em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nota-mais-alta-nao-e-educacao-melhor,589143,0.htm e a leitura da obra, disponível em
PDF pela Editora Sulina
Algumas
recomendações de Diane Ravitch
–
deixe as decisões sobre as escolas para os educadores, não para os políticos ou
empresários;
– construa um currículo verdadeiramente nacional
que estabeleça o que as crianças em cada série deveriam estar aprendendo;
– espere que as escolas autônomas eduquem as
crianças que precisam de mais ajuda, não que concorram com as escolas públicas;
– pague um salário justo aos professores pelo
seu trabalho, não um “salário por mérito” baseado em pontuações de testes
profundamente falhos e não confiáveis;
– encoraje o envolvimento familiar na educação
logo a partir dos primeiros anos.
Não é piada
Recentemente promulgada a lei
que institui o “Dia Estadual do Ovo” no Estado de São Paulo.
Chama-nos a atenção a
quantidade de vetos. Provavelmente algum deles – ironia que o seja – diria
respeito a utilizar o dito cujo em autoridades, preservando-as dos ‘goros’ (ou gôros, na velha ortografia).
É possível que no elenco de
propostas para 2014 algum candidato a presidente saia na frente e assegure
civicamente, como promessa de campanha, a criação do “Dia Nacional do Ovo”.
Ovo nele!
Vítimas do contingenciamento
Se nada houvesse no encontrar
amigos como Iolanda, Jan Costa (descobrir a excelente vertente de Jackson Costa
como mediador), conhecer Aleilton Fonseca e ouvir Ruy Póvoas, bastaria
reencontrar Jorge Araujo. O que aconteceu recentemente na Semana de Leitura na
UESC.
Ficou-nos apenas a frustração:
estaríamos ambos em mesa redonda no dia seguinte ao mini-curso que ministraríamos em
evento promovido pela UESB, em novembro próximo, no campus de Vitória da Conquista. Foi suspenso, por causa do
contingenciamento de recursos.
Coisa do atual governo, que
economiza palitos mas deixa de fora a fogueira (dos gastos com publicidade)
Cinema
O respeitado Orlando Margarido
assina texto na última Carta Capital de que dispomos (a nº 771) – ‘O fio da
memória’ – iniciando-o por referência a Eduardo Coutinho. O título da matéria a
temos como homenagem a Coutinho, que dirigiu trabalho assim denominado em 1991.
O documentarista por excelência – se nada houvesse realizado além, bastaria “Cabra
Marcado Para Morrer” (concluído em 1985) – tem em seu currículo pérolas como “Peões”
(2004), “Edifício Master” (2002), “Babilônia 2000” (1999), “Santa Marta” (1987),
“Boca do Lixo” (1993) entre tantos.
É, por excelência, um cineasta
de fatos reais – ainda que denominados ‘ficção’ – com visão humanista
comprometida com pessoas, indivíduos e populações marginalizadas.
E nos vem à mente clássicos
como “12 homens e uma sentença” (1957) e “Veredicto” (1982) de Sidney Lumet,
“Crime Verdadeiro” (1999) de Clint Eastwood e “Glória Feita de Sangue” (1957),
de Stanley Kubrick. Exemplos de um cinema que explora as mentiras que se tornam
verdade em inquéritos e processos judiciais.
Teatro
Anunciado para o Centro de
Cultura Adonias Filho um tal “Diálogo do Esfíncter”. Tantos são os absurdos
cometidos naquele espaço do Estado que não nos dignamos a comentar mais do que
já comentamos sobre a natureza e o caráter de um dirigente despreparado para a
função mas nela encastelado por ser indicado e mantido por político que – dizem
– atendeu a pedido de sua genitora. No caso específico também não nos cabe
cobrar dele especificamente o espetáculo anunciado.
Mas, particularmente o que nos
indigna como cidadão nasce do fato de que o texto conhecido – inclusive afastou e mesmo horrorizou famílias acompanhadas de filhos, público e mesmo
policiais do espaço onde fora apresentado em praça pública durante o Multiarte,
em julho – escolhido por comissão que certamente não leu o texto – a ponto de deixar
em situação constrangedora o presidente da FICC que estava presente – tem em
seu próprio título uma estranha ‘alegoria’ física para a didática que
pedagogicamente há de tratar dos 'esclarecimentos' pretendidos pelo autor, que
exibirá o espetáculo com apoio do GAPA, que o apresenta em comemoração pelas 24
efemérides do grupo
Basta que se veja o
significado no dicionário do personagem que dialogará no “monólogo” com o
público.
A não ser que o texto tenha
alcançado a casticidade (o que duvidamos, em razão do público destinatário, que
não pode ser menor de 16 anos) o tema – de saúde pública – tão sério e grave passou
a depender de baixaria sadeana, porque a ‘comédia’ certamente não se limitará a
corresponder à definição vocabular.
Bienal
A editora grapiúna Via
Litterarum se fará presente, na Bienal do Livro em Salvador, que será realizada
entre os dias 8 e 17 de novembro, instalada no Stand E 07 (próximo ao Café Literário), com uma leva de autores
regionais.
Lá estaremos, às 20 horas do
dia 14 (quinta-feira) lançando a 2ª edição do romance “Amendoeiras de Outono” e
disponibilizando o “ABC do Cabôco”.
Cultura em prosa e bate-papo
Mais um encontro, coordenado
por Iolanda Costa – e a surpresa de Jan Costa em clarineta – realizado na Nobel
local no sábado 26 com o artista Rafael Pita, que ora expõe no próprio
Jequitibá.
Registro: ausência da
imprensa.
Nando luz
O baiano de Itororó,
cavalgando o sucesso em São Paulo, na próxima edição.
Dos recônditos
Há 45 anos, mais exatamente em
29 de setembro de 1968, encerrava-se um Festival Internacional da Canção. (Para
aquele festival tentamos inscrever um composição – desconhecendo a burocracia
que exigia a gravação em cassete numa determinada velocidade, que na província
não dispúnhamos – que nos arroubos da época apresentava um refrão final que
dizia “Amei a liberdade, mas o meu amor morreu”, às vésperas do AI-5. A não inscrição
pode nos ter salvo a vida).
Mas, voltando ao FIC/68, a
grande vencedora foi “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, belamente
interpretada por Cynara e Sybele, que viriam mais adiante a formar o
inconfundível Quarteto em Cy.
Na apresentação da vencedora o
Maracanãzinho era uma vaia só. Não para “Sabiá”, mas para homenagear “Caminhando”
– a preferida do público – tradicionalmente conhecida como “Pra Não Dizer Que
Não Falei de Flores”, de Geraldo Vandré.
Há qualquer coisa no ar, que
nos pede para lembrar Vandré.
_____
* Coluna semanal publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Bahia
De todos os "santos"
Quase ninguém lembra do revolucionário empreendimento que tornava a Bahia referência no universo dos hotéis de 6 estrelas. Não fora qualquer lugar o escolhido: uma das encostas voltadas para o Atlântico, dentre as muitas oferecidas pela região de Itacaré e a sua tão particular Mata Atlântica. O luxuoso Wuarapuru Resort debruçava-se sobre a praia da Engenhoca.
O governo da Bahia, nos idos de 2004, violou toda a legislação pertinente e criou uma singular figura "de interesse público" no decreto que autorizou o empreendimento. Notícia na imprensa do exterior, incluindo a The New York Times. Um refúgio para aquinhoados.
Quando as obras foram embargadas a partir do enfrentamento promovido pelo Ministério Público do Estado da Bahia não faltou o ministro Gilmar Mendes - sempre ele - para liberar as obras, onde via "prejuízos ao emprego" e à renda do município.
Certamente nunca seria espaço para brasileiros, a não ser aqueles que veem em Itacaré e na península de Maraú o sonho de consumo, inclusive próceres da Globo, Natura e quejandos. Os mesmos que lutam contra a implantação do complexo intermodal em defesa da natureza (para eles).
Até hoje tudo está como antes. Sem emprego e sem renda para Itacaré. Apenas um elefante branco pendurado na encosta olhando para a praia da Engenhoca.
Abençoado por alguns "santos" da Bahia.
Mais detalhes em matéria do Estado de São Paulo http://www.tribunademinas.com.br/ultimas/primeiro-hotel-6-estrelas-do-pais-esta-abandonado-1.1365304 e em http://www.osarrafo.com.br/v1/2011/10/28/qual-a-ong-ambiental-que-fez-esta-consultoria/
Quase ninguém lembra do revolucionário empreendimento que tornava a Bahia referência no universo dos hotéis de 6 estrelas. Não fora qualquer lugar o escolhido: uma das encostas voltadas para o Atlântico, dentre as muitas oferecidas pela região de Itacaré e a sua tão particular Mata Atlântica. O luxuoso Wuarapuru Resort debruçava-se sobre a praia da Engenhoca.
O governo da Bahia, nos idos de 2004, violou toda a legislação pertinente e criou uma singular figura "de interesse público" no decreto que autorizou o empreendimento. Notícia na imprensa do exterior, incluindo a The New York Times. Um refúgio para aquinhoados.
Quando as obras foram embargadas a partir do enfrentamento promovido pelo Ministério Público do Estado da Bahia não faltou o ministro Gilmar Mendes - sempre ele - para liberar as obras, onde via "prejuízos ao emprego" e à renda do município.
Certamente nunca seria espaço para brasileiros, a não ser aqueles que veem em Itacaré e na península de Maraú o sonho de consumo, inclusive próceres da Globo, Natura e quejandos. Os mesmos que lutam contra a implantação do complexo intermodal em defesa da natureza (para eles).
Até hoje tudo está como antes. Sem emprego e sem renda para Itacaré. Apenas um elefante branco pendurado na encosta olhando para a praia da Engenhoca.
Abençoado por alguns "santos" da Bahia.
Mais detalhes em matéria do Estado de São Paulo http://www.tribunademinas.com.br/ultimas/primeiro-hotel-6-estrelas-do-pais-esta-abandonado-1.1365304 e em http://www.osarrafo.com.br/v1/2011/10/28/qual-a-ong-ambiental-que-fez-esta-consultoria/
domingo, 20 de outubro de 2013
Destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
_______
Do Opera Mundi
“De acordo com o relatório "Credit Suisse 2013 Wealth
Report", um dos mapeamentos mais completos sobre o assunto divulgados
recentemente, 0,7% da população concentra 41% da riqueza mundial.
“Em valor acumulado, a riqueza mundial atingiu em 2013 o recorde de todos os tempos: US$ 241 trilhões. Se este número fosse dividido proporcionalmente pela população mundial, a média da riqueza seria de US$ 51.600 por pessoa. No entanto, não é o que acontece."
Nada a comentar. Só a
lamentar!
Caminho aberto
A aprovação da MP do Programa Mais
Médicos certamente viabilizará o que o governo quer e o Conselho Federal de
Medicina não: médico atendendo o povo em lugares onde a maioria ‘de branco’ do ‘país
de São Saruê’ só quer se houver infraestrutura. O tempo – não tão distante – dirá
quem tinha razão. Especialmente se o Governo conseguir os 12 mil médicos
solicitados por centenas de municípios.
Certeza temos – ainda que toda
a campanha contrária venha a ser promovida – de que o desgaste da imagem do Conselho
Federal de Medicina será irreversível. Não pela defesa válida que tenha
promovido para melhoria da infraestrutura, mas pela resistência a que
profissionais médicos estrangeiros exercessem a atividade em locais onde a
maioria dos daqui nem mesmo deseja conhecer.
Tanto que só faltará que os
CRMs – órgãos fiscalizadores da ação dos profissionais do Programa Mais Médicos
– se tornem sabotadores, como o fizeram no início.
Mesmo porque tentam(ram) tudo –
e aqui não se afirma que o CFM tenha comandado tal absurdo. Como o de organizar
um grupo para ingressar no Mais Médicos utilizando diplomas e identidades falsas, para desmoralizar o
programa.
O Ministério da Saúde
descobriu a tempo.
Alento
Ainda não suficientemente
divulgado: lei sancionada nesta quarta-feira (16) –
íntegra ainda não disponível no sítio da Presidência da República – facilita o
certificado de funcionamento e cria planos de apoio financeiro para que dívidas
sejam quitadas e aumenta de 26% para 50% o incentivo pago aos serviços
prestados por estas Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que são responsáveis
pela maioria das internações do Sistema Único de Saúde (51%).
Certamente uma
medida para fortalecimento de tão importantes instituições.
De nossa parte
fica uma preocupação: o problema das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos
reside somente no reduzido repasse de recursos ou, também, no feudo em que se
tornaram tais instituições para muitos?
Revolução tucana
Geraldo Alckmin, governador de
São Paulo, anuncia programa para motivar médicos a exercerem a profissão em
áreas periféricas e seu secretário da Saúde David Uip – negando que a
iniciativa tenha qualquer relação com o Programa Mais Médicos, do Governo
Federal – anuncia que a remuneração pode alcançar 20 mil reais.
Maravilhoso que os tucanos que
estão no governo paulista há vinte anos tenham descoberto a pólvora. Cremos –
piamente(?) – que a turma do CRM de lá abraçará a proposta de Sua Excelência e,
civicamente, exigirá dos que somente vão ao trabalho assinar o ponto integrem o
programa... e trabalhem.
Síndrome do escorpião
Não faz muito tempo o Jornal O
Globo fez uma espécie de mea culpa em
relação ao apoio explícito que deu ao golpe militar. Parece-nos coisa para
inglês ver. Basta que se compare o mesmo jornal em tempos distintos.
É da natureza. Não muda
A Bahia para Vinicius
Necessariamente não precisamos
“biografar” Vinicius de Moraes neste espaço. Lembrar, no entanto, “é
fundamental”.
Não vimos em nenhuma das
matérias jornalísticas na televisão, em rede nacional, que lembraram o seu centenário qualquer
referência à Bahia no universo dos “amores do poetinha”. Mas sua casa ainda
está lá. Para as tardes de Itapuã.
O que não está, no conceito
dos que redigiram matérias na televisão, é a Bahia com o valor e a importância
que Vinicius lhe tributou.
Vinicius
Vinicius e Baden Powell. Três
meses entocados num hotel. Dele saíram para um hospital. Algumas caixas de
whisky vazias. Mais de 20 composições produzidas.
Dentre elas “Samba da Bênção”,
que Baden deixou de utilizar depois de convertido ao evangelismo, quando “saravá’
passou a ser coisa de Satanás.
A primeira revelação está em “Chega
de Saudade”, Ruy Castro.
Santo, nem tanto!
O que sempre andou como pulga
atrás da orelha se confirmou: matéria arrasadora da Carta Capital 770 mostra o
lado de Dom Eugênio Salles a serviço da ditadura militar.
Que nem o seja pela
ação, mas imperdoável pela omissão. Se apenas o foi.
Conversão nada religiosa
Não deixa de ser irônico – se
não tomarmos como uma guinada ao neoliberalismo – que a ex e candidata Marina
Silva estabeleça críticas ao governo atual (mais precisamente ao período
governado pelo PT) de que não haja cumprimento de metas sustentada no tripé econômico
estabelecido por FHC: superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação.
Como o atual período tem
cumprido tal “tripé” temos que o novo sonho de Marina esteja centrado no
retorno da mão com o pires estendido ao FMI, da desvalorização do real de forma
a sustentar ganhos para especuladores e a vigorosa retomada das privatizações/doações.
Isto é o que se pode chamar de
“conversão” da nova mensageira à velha doutrina. Que pode ser iniciada com um câmbio
fixo para garantir a ficção da valorização artificial da moeda etc.
O salto no escuro
Inegavelmente a presença de
Marina Silva no PSB abre condições para que se torne candidata do partido como
cabeça de chapa na majoritária. É o óbvio ululante (obrigado, Nelson Rodrigues)
se consideramos a densidade de votos de que dispõe Marina à luz das pesquisas
de opinião diante de Eduardo Campos.
Como tal Marina se torna a
candidata natural, com expressão capaz de enfrentar Dilma, levar a eleição para
o segundo turno e, conforme os fados, eleger-se. Ou seja, é o único trunfo
concreto dos opositores do atual PT governista.
Eduardo Campos dividiu o
partido, afastou companheiros. Tudo para assegurar unidade em torno de seu nome
como candidato.
Caso venha a se consumar uma
candidatura de Marina volta Eduardo Campos a ser coadjuvante. Adiando o sonho
para mais adiante.
Coisa sugerida por Lula e que
ele preferiu não aceitar.
Que não se duvide
Ninguém em sã consciência
duvida da força da Globo no mundo do futebol brasileiro. Sua influência é tal
que passou a definir até mesmo o horário de jogos noturnos ao talante de sua
programação: partida tal depois da novela...
Seu vínculo com a cúpula nada
tem a ver com os interesses do esporte mas do que lhe interessa através do
esporte, seja ele futebol, voleibol, fórmula um etc.
No entanto seu maior interesse
no momento – a não ser que haja uma hecatombe em contrário – é derrotar o
governo. E sabe que futebol mexe com o imaginário da população. Vincular uma
derrota na Copa de 2014 pode constituir-se/transformar-se em responsabilidade
do governo federal que não soube administrar os recursos da copa etc.
Ouvimos, dia desses, num canal
fechado, uma entrevista com Andrade, quando deixou claro que uma grande seleção
olímpica (a de Seul, em 1988) perdeu para a Rússia mais motivada (eufemismo
para boicote/corpo mole) pela indignação de parte do elenco não tivera atendida a exigência
quanto ao prêmio pretendido/pedido do que pelo mérito da seleção russa, a
vencedora.
Perder a Copa de 2014 pode não
ser mérito das seleções da Alemanha, Espanha, Argentina, Itália, mas do volume
do bicho pedido e não atendido. Com intensa participação de quem influencia a
CBF.
Desde que possa contribuir
para que a verdadeira vitória ocorra: derrotar Dilma.
Justiça se lhe faça
O deputado estadual Coronel
Gilberto Santana tem sido alvo de críticas por não se fazer presente em eventos
reconhecidos como importantes para Itabuna.
Não sabemos, tampouco enveredamos por buscar as razões por que Santana
não se faz presente em eventos recentes.
Mas aproveitamos para lembrar
que o deputado praticamente ficou sozinho quando assumiu a luta pelo refazimento
dos limites entre Ilhéus e Itabuna.
Não bastasse ter sido alvo de críticas de
vários setores, de políticos e de representantes da sociedade local. Inclusive da
imprensa que hoje cobra a sua presença. Ilhéus quase toma o espaço urbano de
Itabuna sem que ninguém levantasse um pio em defesa da luta de Santana.
O maniqueísmo de muitos reagia
a tudo que Santana assumia, inclusive a luta pela implantação da Região Metropolitana.
Talvez o deputado tenha
descoberto que mais útil se torna quando ausente.
Indevida apropriação
O affair entre o sindicato dos
comerciários e uma comerciante deixou flagrante uma coisa: a extrapolação dos
limites da competência sindical. A alegação do Sindicato dos Comerciários de
Itabuna de que a comerciante estaria violando acordos que a obrigariam a fechar
as portas do comércio no dia que seria fundamental para a sua atividade não lhe
outorga (ao sindicato) poder de polícia para intervir diretamente.
Cumpria denunciar o fato à
prefeitura. Esta sim, autorizada por lei a adotar as providências cabíveis.
No mais cheira a abuso do
sindicato a sua atitude e um péssimo exemplo para as instituições democráticas
de um Estado Democrático de Direito, que se norteia pelo respeito à lei.
Quem a viola está sujeita aos
ditames da repressão das instituições competentes. E não de representações
classistas.
O que hoje falta
Encontro de gerações. Que
jovens hoje se satisfazem em trocar/ouvir experiências com os mais velhos?
A quem culpar
Temos lido sobre possíveis
mudanças no primeiro escalão da administração do prefeito Claudevane Leite. Alguns
secretários seriam a bola da vez.
Na pouca experiência de que
dispomos fica-nos a pergunta: falta comando dos senhores secretários ou respeito
de seus comandados em nível de segundo e terceiro escalões?
É que a ação administrativa se
materializa em tais estágios. Que exigem ser preenchidos por técnicos
competentes e não por indicações políticas – muitas vezes destoantes com as
necessidades da ação pública.
Doutor
Defendeu tese recentemente,
junto a Faculdade Federal de Pernambuco, o professor Carlos Valder do Nascimento.
Autor de dezenas de livros e participações em coletâneas jurídicas o professor
do Departamento de Ciências Jurídicas da UESC alcança um laurel por demais
merecido. Ainda que tardio diante do que representa sua obra.
José Inácio
A morte de Inácio deixa um
vazio em Itabuna. Não só no esporte, mas pelo que realizou como dirigente da
USEMI.
Matança
Não sabemos se tem ocorrido
denúncias aos órgãos competentes. Mas a matança de gatos na URBIS IV espanta em
tempos em que a defesa de animais se acentua como integrante à dignidade que se
resgata para natureza.
Na cidade onde a vida humana
cada dia perde valor a matança de felinos parecerá coisa nenhuma.
Rafael Pita
O rio Cachoeira constitui-se
num dos elementos que efetivam a autoestima itabunense. O trabalho de Rafael Pita,
em exibição no Jequitibá realça não somente a qualidade artística do autor como
registra em aquarela o Cachoeira, como alma/anima, no contexto de nossa
realidade, às vezes pouco reconhecida, ainda que com ela convivamos.
Uma visita imprescindível.
Só pode ser Divina
No centenário de Vinicius
Moraes (a um filho demos o nome Vinicius, em homenagem ao ‘poetinha’) pensamos
dedicar-lhe a homenagem de “Samba pra Vinicius” (Toquinho).
Mas por tudo que
significou Vinicius falando de amor – o que inclui aquele que se perde e não
mais volta, pelo qual se sofre – a interpretação de Elizeth Cardoso para “Serenata
do Adeus” (de Vinicius, que, em raro instante, assina a melodia) é a mais
primorosa das traduções do sentimento do poeta. Vivida na voz que dispensa
acompanhamento e arranjo instrumental e, que em si mesma, esgota a composição.
Aos
aplausos na gravação somamos os nossos e de todos que não se fazem vivos sem
Vinicius de Moraes. E que sabem estar A Divina cantando ao lado do ‘poetinha’
para encanto do outro plano. Sem dispensar Nelson Gonçalves, aqui também
disponibilizado. Vinicius certamente preferiria Elizeth, mas não dispensaria
Nelson.
________
* Coluna orinalmente publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Caminho
Escolhido
Por mais que muitos queiram afirmar que a dicotomia esquerda-direita é coisa do passado, quanto muito podem os rótulos ser trocados não o produto que armazenam em suas embalagens. Isto porque a essência das coisas não se altera.
Ninguém pode afirmar como de direita o programa político (e o governo que o ponha em prática) que distribua renda, gere empregos, reduza desigualdades sociais, valorize o trabalho diante do capital, ataque a miséria, defenda o Estado mínimo e assegure subsídios à base da pirâmide social. Como não será de esquerda aquele que tenha o desemprego como tônica para assegurar "aumento" do bolo para futura distribuição, subsídios ao capital, concentre a renda e amplie a presença do Estado nos investimentos, ou, quando nada, no controle destes investimentos.
Nunca será considerado de direita um programa de governo que aumente a renda, distribua a riqueza, reduza o desemprego, amplie a oferta de serviços do estado em educação e saúde, invista em infraestrutura valorizando os recursos do próprio país, busque eliminar a fome e a miséria.
Este o conflito presente no centro das discussões políticas que norteiam as candidaturas que pensam 2014. Há nelas um divisor de águas, que está centrado justamente na coerência de vida e as propostas que ponha na praça.
No Brasil destes últimos vinte anos duas vertentes político-administrativas ficaram patentes: a do PSDB/FFL, sustentado em privatizações (redução do Estado) e parca distribuição de renda, baixo crescimento do emprego (eufemismo para desemprego), concentrando em minorias o resultado da riqueza produzida e do PT, que ampliou, como nunca, a base da distribuição da renda e da riqueza, gerando emprego e reduzindo a miséria a patamares mais 'civilizados", inserção de parcela considerável da população no universo do crédito e da classe média.
Na diferença básica: uma gestão para o povo (PT) e outra para as classes abastadas.
Este será o debate para 2014: qual a melhor opção. Todos certamente dirão pretender a continuidade do que encontra na população uma aceitação.
Caberá, ao mesmo povo, verificar quem fala a verdade.
Nesse viés, escolhas político-partidárias definem se o discurso/proposta é coerente entre o dito e o escolhido. Se quem se diz de esquerda realmente o é. Ou se apenas oportunista.
Em linguagem simples: quem fala a verdade, porque pôs em prática o que diz.
Por mais que muitos queiram afirmar que a dicotomia esquerda-direita é coisa do passado, quanto muito podem os rótulos ser trocados não o produto que armazenam em suas embalagens. Isto porque a essência das coisas não se altera.
Ninguém pode afirmar como de direita o programa político (e o governo que o ponha em prática) que distribua renda, gere empregos, reduza desigualdades sociais, valorize o trabalho diante do capital, ataque a miséria, defenda o Estado mínimo e assegure subsídios à base da pirâmide social. Como não será de esquerda aquele que tenha o desemprego como tônica para assegurar "aumento" do bolo para futura distribuição, subsídios ao capital, concentre a renda e amplie a presença do Estado nos investimentos, ou, quando nada, no controle destes investimentos.
Nunca será considerado de direita um programa de governo que aumente a renda, distribua a riqueza, reduza o desemprego, amplie a oferta de serviços do estado em educação e saúde, invista em infraestrutura valorizando os recursos do próprio país, busque eliminar a fome e a miséria.
Este o conflito presente no centro das discussões políticas que norteiam as candidaturas que pensam 2014. Há nelas um divisor de águas, que está centrado justamente na coerência de vida e as propostas que ponha na praça.
No Brasil destes últimos vinte anos duas vertentes político-administrativas ficaram patentes: a do PSDB/FFL, sustentado em privatizações (redução do Estado) e parca distribuição de renda, baixo crescimento do emprego (eufemismo para desemprego), concentrando em minorias o resultado da riqueza produzida e do PT, que ampliou, como nunca, a base da distribuição da renda e da riqueza, gerando emprego e reduzindo a miséria a patamares mais 'civilizados", inserção de parcela considerável da população no universo do crédito e da classe média.
Na diferença básica: uma gestão para o povo (PT) e outra para as classes abastadas.
Este será o debate para 2014: qual a melhor opção. Todos certamente dirão pretender a continuidade do que encontra na população uma aceitação.
Caberá, ao mesmo povo, verificar quem fala a verdade.
Nesse viés, escolhas político-partidárias definem se o discurso/proposta é coerente entre o dito e o escolhido. Se quem se diz de esquerda realmente o é. Ou se apenas oportunista.
Em linguagem simples: quem fala a verdade, porque pôs em prática o que diz.
domingo, 13 de outubro de 2013
Alguns destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
_________________
Tributo à estupidez
O assistido nos Estados Unidos
nestas últimas semanas não pode ser tributado à democracia, mas à estupidez. A
disputa ‘democrática’ entre as idéias defendidas pelos partidos Republicano e Democrata,
encontrando aquele o domínio de espaço para travar a administração do
país, leva ao absurdo de pretender prejudicar a maioria para que seja assegurada
a uma minoria, em torno de 0,1% da população, a manutenção e ampliação de
privilégios. Típica luta de classes, entre ricos (minoria) e pobres (maioria).
O pomo da discórdia reside na
proposta do governo Obama de assegurar benefícios aos desassistidos, através de
recursos para cupons de alimentação (nosso Bolsa Família) e aos desempregados
(seguro desemprego), não fora mais oferta de saúde para tais necessitados. Para
tanto precisa de recursos, o que tem sido negado pela bancada republicana,
visto que a tributação recairia em quem pode pagar – os ricos naturalmente.
Como nos EUA não há saúde
pública universal como no Brasil – lá todos compram planos de saúde – quer o
governo aumento de tributação dos ricos para que sejam reduzidos os subsídios governamentais
dados ao sistema Medicare para que os americanos de baixa renda possam comprar
‘seguros de saúde’.
Para quem folheia os
compêndios de História encontrará grandes semelhanças entre o instante
estadunidense e aquele denominado de Ancien
Régime, que desaguou na Revolução Francesa de 1789. Em França o absolutismo
monárquico sustentava a Nobreza e o Clero às custas do Terceiro Estado.
Mudaram-se os rótulos, o conteúdo permanece o mesmo.
É que socorro aos bancos pode.
Esse o sistema que alguns brasileiros ensaiam para o país, com o discurso do
Estado mínimo, caso cheguem à presidência da república.
Como o de FHC e seu
pupilo Aécio Neves, que desancam o país quando em viagem ao exterior,
especialmente se Estados Unidos, mostrando que o complexo de vira-lata neles permanece.
Retomando
Pode nada significar, mas o
fato não ocorria há três décadas, pelo menos. O papa Francisco, ainda que
informal e discretamente, encontrou-se no Vaticano com o religioso peruano
Gustavo Gutierrez, que é integrante da Ordem Dominicana.
Nada demais haveria se não
fosse Gutierrez uma das expressões da Teoria da Libertação. Tanto que lhe é
atribuída, como teólogo, a sistematização dessa corrente no interior da Igreja
Católica.
Devagar, o retorno da Opção
Preferencial Pelos Pobres, já apregoado por Francisco quando em passagem pelo
Brasil.
Dom Hélder Câmara e Dom Paulo
Evaristo Arns lideram o aplauso a Francisco. Alvíssaras!
Norma Bengell
Nosso tributo à atriz que nos
deixou esta semana. Se muito por sua ousadia como atriz – méritos tantos, afogados
em recentes mediocridades globais – muito mais por sua atuação política.
Talvez a razão de haver buscado outro espaço seja encontrada na falta de exemplo
em muitas de suas atuais companheiras.
Viciado
Viciado, por que não? A
retomada da política monetária neoliberal para conter a “inflação” demonstra,
pela recaída, que este Brasil vive como um organismo viciado em drogas. Caso
delas se afaste, por pouco tempo que seja, a síndrome da abstinência exige nova
dose.
Assim com a taxa SELIC, medicada pelo Banco Central, que
volta a ser a maior do mundo.
Pesquisas
Os mais argutos observadores não
confiam em pesquisas eleitorais – em geral – ainda que possam satisfazer o que
defendam. No imediato da ‘coligação’ Marina-Eduardo Campos – fato que
repercutiu apenas entre os interessados diretos e naqueles que acompanham a
gangorra da política – o instituto Datafolha já mostra reflexos da arrumação.
Soa-nos estranho que Marina
tenha subido, assim como Aécio e o próprio Eduardo.
Sem falar no salto de José
Serra, num dos cenários, apontado como o “mais improvável” – quando pode ser o mais provável ou, quando nada, o sonhado
pelas elites e pela oposição: Dilma com 38%, Marina com 28% e Serra com 20%.
Tal ‘improvável’ cenário não somente leva a eleição para o segundo turno como
pode alimentar/construir a possibilidade de derrota de Dilma caso concentrem-se
maior parte de votos de Serra ou Marina em um ou outro, visto que a soma das
intenções em seus nomes alcança 48% contra 38%.
Nesse momento manipulações
podem ser instrumento de propaganda, a ser utilizado no curso dos meses
seguintes. Não é coisa nova. Dar certo é outra coisa.
Aguardando II
A euforia oriunda da aliança
Marina-Eduardo Campos cobra-nos uma cena: a ex-petista e ex-verde, ainda sem
nova cor, abraçada a Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen.
Aguardando II
Da valorosa Luiza Erundina –
que recusou ser vice de Fernando Haddad por que Lula trouxe o apoio de Maluf
para o petista – também esperamos, pelo menos, uma fala – curta que seja – que
demonstre a natureza de sua reação aos novos ‘companheiros’
Plataforma brasileira
Ainda que a totalidade de seus
componentes não tenha sido produzida no país (o conteúdo nacional chega a 79%)
o lançamento da Plataforma P-55, de 52 mil toneladas – que produzirá 180 mil
barris e tratará 4 milhões de metros cúbicos de gás por dia depois de instalada
na Bacia de Campos, com previsão do início de atividade ainda para este ano – sinaliza
um instante singular para nossa indústria de base.
Construída/montada em Rio
Grande-RS, bem demonstra o quão distante estão estes últimos dez anos de
administração petista dos anteriores, onde destacada a tucana, que tinha olhos
somente para Singapura.
No imediato das comemorações
dos 60 anos de criação da Petrobras o lançamento de uma plataforma construída
no Brasil configura instante simbólico. Não somente pela circunstância de não
mais estarmos lutando pelo reconhecimento da existência de óleo em território
brasileiro, mas pela retomada de uma indústria de base, que estava sendo
transferida para estaleiros estrangeiros.
Segredo
Os dados levantados pelo DIAP
mostram o porquê da dificuldade que temos (o governo, em particular) de
emplacar decisões voltadas para a sociedade em geral, observada esta a partir
da base da pirâmide social.
Num Congresso onde as bancadas ruralista e
empresarial confundem-se com números convergentes que lhes permite barrar qualquer
iniciativa que não corresponda aos seus interesses, não há como ver a
contraposição da representação sindicalista/ambientalista obtendo sucesso, a
não ser que aquela concorde.
Apenas para ilustrar: a
representação empresarial corresponde a três vezes a sindical.
Os cubanos estão chegando
Ainda que não gostem o CFM e
seus acólitos estão chegando os cubanos (símbolo para a reação xenófoba de uma
parcela da classe médica) ao lado de tantos outros estrangeiros. Para cuidar de
saúde aonde muitos daqui não chegam, ainda que os espere o povo carente.
Contra a corrente, a aprovação
da MP do Mais Médicos e o posicionamento da Organização Pan-Americana de Saúde
(a mais antiga instituição médica do mundo), que, através de sua diretora-geral
Carissa Etienne, diz ser o Programa uma iniciativa arrojada e inovadora.
Naturalmente a senhora Carissa
seria vaiada no Brasil. Tanto que o texto dela em defesa e reconhecimento do
programa brasileiro, publicado em O Globo, não mereceu a repercussão merecida.
Novo/velho
Um jovem velho aporta na
política local. Dizem os que ouvem seu discurso que de novo somente a idade,
uma vez que a prática soa muito antiga.
Buscam descobrir a fonte de onde
bebeu.
Muito dinheiro
A administração de Claudevane
Leite disporá de recursos superiores a 50 milhões de reais para aplicar em
obras diversas no município. De saneamento básico à construção de milhares de novas
moradias, passando por urbanização e reurbanização. Afirma-nos fonte de alto
coturno do atual governo.
O detalhe fica pela forma como
conseguiu tal volume de recursos: simplesmente recuperando os projetos que a
administração de Azevedo não conseguiu efetivar, apesar de obtidos e assegurados os recursos.
Fecha o pano. Para a equipe de
Azevedo!
Quarteto Olinda
Formação pouco comum – rabeca
em vez de sanfona – o grupo mostra a força da qualidade da música que é típica
do Nordeste, afastando-se dos modismos ‘universitários’ que hoje afligem
vertentes várias da música brasileira. Leitura própria, autoral, com sotaque
inconfundível.
O grupo, que existe há oito
anos, tem assumido a divulgação do forró na Europa, destacando a rabeca como
instrumento central, fato que remete à fonte que os motiva, de onde
originários: forrós, boizinhos e cavalos--marinhos.
________
Coluna semanal publicada em www.otrombone.com.br aos domingos.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
PSB
Envergonhado
O programa do PSB no horário eleitoral desta quinta 10 deixou claro, de certa forma, uma "vergonha" diante de fatos recentes que o acometeram. Centrado em Eduardo Campos - presidente e pré-candidato(?) à presidência - e Marina Silva, que ensaia tornar-se a cabeça de chapa, segundo avaliações, em determinado instante foi tido como o "partido que mais cresceu" nas eleições de 2012.
Evidente que tal crescimento não cumpre ser avaliado qualitativamente, em mea culpa no próprio programa eleitoral. Seria muito exigir. No plano de programa partidário e da ideologia o PSB torna-se apenas mais um partido político, uma sigla para assegurar a luta pelo poder. Suas "conquistas" em nossa região, por exemplo - para não irmos longe - não traduzem o contido nos estatutos da agremiação.
"O partido que mais cresceu" também não o foi em nível de adesões recentes? Certamente estariam citados nomes de representação no cenário nacional que subscreveram ficha de filiação recentemente, não só Marina Silva.
Mas é aí onde reside a "vergonha". Os ex-senadores Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen não mereceram os aplausos do 'novo' PSB. Certamente porque o tornaram "velho".
Erundina
Um dos quadros partidários que dão credibilidade à classe política brasileira é a paraibana Luiza Erundina, ex-petista, de onde migrou para o PSB. Sua coerência tem sido exaltada e ainda(?) serve de exemplo. Tanto que se recusou a manter-se candidata a vice na chapa de Fernando Haddad, em São Paulo, porque o PT se aliara a Paulo Maluf.
Erundina foi a única parlamentar a ter espaço no programa eleitoral do PSB. Certamente por tudo aquilo que representa.
Não sabemos o que pensa Luiza Erundina dos novos "companheiros" Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen, valorosas lideranças do PFL/DEM, impolutos símbolos do conservadorismo brasileiro aportadas no terreiro socialista de Eduardo e Erundina.
O programa do PSB no horário eleitoral desta quinta 10 deixou claro, de certa forma, uma "vergonha" diante de fatos recentes que o acometeram. Centrado em Eduardo Campos - presidente e pré-candidato(?) à presidência - e Marina Silva, que ensaia tornar-se a cabeça de chapa, segundo avaliações, em determinado instante foi tido como o "partido que mais cresceu" nas eleições de 2012.
Evidente que tal crescimento não cumpre ser avaliado qualitativamente, em mea culpa no próprio programa eleitoral. Seria muito exigir. No plano de programa partidário e da ideologia o PSB torna-se apenas mais um partido político, uma sigla para assegurar a luta pelo poder. Suas "conquistas" em nossa região, por exemplo - para não irmos longe - não traduzem o contido nos estatutos da agremiação.
"O partido que mais cresceu" também não o foi em nível de adesões recentes? Certamente estariam citados nomes de representação no cenário nacional que subscreveram ficha de filiação recentemente, não só Marina Silva.
Mas é aí onde reside a "vergonha". Os ex-senadores Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen não mereceram os aplausos do 'novo' PSB. Certamente porque o tornaram "velho".
Erundina
Um dos quadros partidários que dão credibilidade à classe política brasileira é a paraibana Luiza Erundina, ex-petista, de onde migrou para o PSB. Sua coerência tem sido exaltada e ainda(?) serve de exemplo. Tanto que se recusou a manter-se candidata a vice na chapa de Fernando Haddad, em São Paulo, porque o PT se aliara a Paulo Maluf.
Erundina foi a única parlamentar a ter espaço no programa eleitoral do PSB. Certamente por tudo aquilo que representa.
Não sabemos o que pensa Luiza Erundina dos novos "companheiros" Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen, valorosas lideranças do PFL/DEM, impolutos símbolos do conservadorismo brasileiro aportadas no terreiro socialista de Eduardo e Erundina.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Até que enfim
Uma solução
O Senado aprovou, na terça 8, o projeto que esteve suspenso por decisão/intervenção do ministro Gilmar Mendes, que disciplina a troca de partidos por parlamentares. A iniciativa diz respeito a inviabilizar a transferência de recursos do fundo partidário e do tempo de rádio e televisão - como estava a acontecer - por quem migrava do partido pelo qual fora eleito para uma nova agremiação.
A circunstância constituía-se na aberração de uma representação partidária se ver, de uma hora para outra, sem recursos e sem tempo na radiodifusão por causa de um troca-troca, sempre alimentado em interesses em muito escusos.
Um exemplo clássico da aberrante situação deu-se quando da criação do PSD. Dezenas de parlamentares migraram para a nova sigla. Até aí tudo bem. Ocorre que o novo partido, sem que tivesse participado de qualquer eleição, e, portanto, sem eleger qualquer parlamentar, passou a contar com recursos do fundo partidário e de tempo em rádio e televisão a partir do zero.
A nova legislação respeita a migração, mas fundo partidário e tempo na radiodifusão somente serão adquiridos a partir de votos obtidos em processo eleitoral. Ou seja, o parlamentar migra, mas fica com o partido de onde saiu aquilo que foi conseguido graças à agremiação. Afinal, tempo de rádio e televisão e fundo partidário pertencem ao partido e não ao parlamentar.
A casuística decisão do TSE, confirmada pelo STF, legitimava o "leilão", para não dizer que efetuou típica atuação em matéria de competência legislativa, ora retomada pelo Congresso.
Doravante, quem quiser trocar de partido exerce o seu direito pessoal de fazê-lo, mas nada leva a não ser o seu nome.
O Senado aprovou, na terça 8, o projeto que esteve suspenso por decisão/intervenção do ministro Gilmar Mendes, que disciplina a troca de partidos por parlamentares. A iniciativa diz respeito a inviabilizar a transferência de recursos do fundo partidário e do tempo de rádio e televisão - como estava a acontecer - por quem migrava do partido pelo qual fora eleito para uma nova agremiação.
A circunstância constituía-se na aberração de uma representação partidária se ver, de uma hora para outra, sem recursos e sem tempo na radiodifusão por causa de um troca-troca, sempre alimentado em interesses em muito escusos.
Um exemplo clássico da aberrante situação deu-se quando da criação do PSD. Dezenas de parlamentares migraram para a nova sigla. Até aí tudo bem. Ocorre que o novo partido, sem que tivesse participado de qualquer eleição, e, portanto, sem eleger qualquer parlamentar, passou a contar com recursos do fundo partidário e de tempo em rádio e televisão a partir do zero.
A nova legislação respeita a migração, mas fundo partidário e tempo na radiodifusão somente serão adquiridos a partir de votos obtidos em processo eleitoral. Ou seja, o parlamentar migra, mas fica com o partido de onde saiu aquilo que foi conseguido graças à agremiação. Afinal, tempo de rádio e televisão e fundo partidário pertencem ao partido e não ao parlamentar.
A casuística decisão do TSE, confirmada pelo STF, legitimava o "leilão", para não dizer que efetuou típica atuação em matéria de competência legislativa, ora retomada pelo Congresso.
Doravante, quem quiser trocar de partido exerce o seu direito pessoal de fazê-lo, mas nada leva a não ser o seu nome.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
O eleitorado
De José Serra
Muitos dão como certa a desistência de Aécio Neves de candidatura a presidência da república. A resposta que buscava do eleitorado não corresponde às expectativas. Para não dizer às necessidades, uma vez que patina em índices sofríveis nas pesquisas de opinião, em que pese exposição midiática constante e inteiro apoio de alas do PSDB que preside.
Ninguém admite que seu "vamos conversar" tenha o condão de convencer. Sua nota pública declamando versos em torno da importância de José Serra para o PSDB soou nos meios jornalísticos como típica renúncia ao projeto Planalto/ 2014. Uma renúncia, claro, que abre as portas para Serra.
O possível "novo" candidato do PSDB terá, em nível de currículo, mais petardos que flores. As falcatruas tucanas recentemente sob investigação não o dispensarão da galeria.
No entanto José Serra tem um trunfo: o fundamentalismo - evangélico e católico. Deve estar de olho no crescimento eleitoral da bancada evangélica. E buscará, como um "messias", demonizar os adversários que buscam tolher a sua mensagem de salvação.
José Serra está pensando em Silas Malafaia. E o PSDB pode já ter percebido que o mineiro Aécio Neves não consegue "conversar" com turma dos "silas". Afinal, o mineiro notívago carioca não é exemplo de que precisam.
Muitos dão como certa a desistência de Aécio Neves de candidatura a presidência da república. A resposta que buscava do eleitorado não corresponde às expectativas. Para não dizer às necessidades, uma vez que patina em índices sofríveis nas pesquisas de opinião, em que pese exposição midiática constante e inteiro apoio de alas do PSDB que preside.
Ninguém admite que seu "vamos conversar" tenha o condão de convencer. Sua nota pública declamando versos em torno da importância de José Serra para o PSDB soou nos meios jornalísticos como típica renúncia ao projeto Planalto/ 2014. Uma renúncia, claro, que abre as portas para Serra.
O possível "novo" candidato do PSDB terá, em nível de currículo, mais petardos que flores. As falcatruas tucanas recentemente sob investigação não o dispensarão da galeria.
No entanto José Serra tem um trunfo: o fundamentalismo - evangélico e católico. Deve estar de olho no crescimento eleitoral da bancada evangélica. E buscará, como um "messias", demonizar os adversários que buscam tolher a sua mensagem de salvação.
José Serra está pensando em Silas Malafaia. E o PSDB pode já ter percebido que o mineiro Aécio Neves não consegue "conversar" com turma dos "silas". Afinal, o mineiro notívago carioca não é exemplo de que precisam.
Do zero
Ao nada
A pretensão de Marina Silva - ninguém pode negar - residia em ser candidata a presidente da república. Tanto que - sustentada em purismo singular (diferentemente dos que conseguiram emplacar partido, com projetos eminentemente pessoais) - pensou em dispor de um partido somente seu no que dissesse respeito à vocação de exemplo à sociedade. O "seu" partido seria diferente, o que bastaria para que lhe estivesse assegurado o comando da redenção da classe no Brasil.
Agiu de forma amadorística e deixou para última hora - somente a partir de fevereiro deste ano - o início de coleta e conferência de assinaturas para corresponder ao projeto. Deu com os burros n'água.
Viu-se paparicada por expressões políticas inteiramente avessas ao seu projeto, como convite (e mesmo especulação) de ingresso no PPS, um partido daquela esquerda que serviu ao regime militar nos áureos tempos do golpe dentro golpe, se tomamos Roberto Freire como paradigma, vez que nomeado procurador do INCRA naquele período (justamente quando Médici 'presidente'), enquanto "camaradas" eram trucidados nos porões da ditadura a que servia.
Pretendo ser candidata a presidente só encontra - pelo menos o que está expresso - a possibilidade de ser vice na chapa de Eduardo Campos. Ingressou no PSB, que parecia salvar sua imagem político-ideológica, justamente quando nele também ingressavam próceres do conservadorismo à direita.
Pensando em ser diferente Marina Silva tornou-se a mesma. Saiu do zero para o nada. Se não entendermos que se torna um zero à esquerda. O que pode demonstrar as próximas pesquisas de opinião.
A pretensão de Marina Silva - ninguém pode negar - residia em ser candidata a presidente da república. Tanto que - sustentada em purismo singular (diferentemente dos que conseguiram emplacar partido, com projetos eminentemente pessoais) - pensou em dispor de um partido somente seu no que dissesse respeito à vocação de exemplo à sociedade. O "seu" partido seria diferente, o que bastaria para que lhe estivesse assegurado o comando da redenção da classe no Brasil.
Agiu de forma amadorística e deixou para última hora - somente a partir de fevereiro deste ano - o início de coleta e conferência de assinaturas para corresponder ao projeto. Deu com os burros n'água.
Viu-se paparicada por expressões políticas inteiramente avessas ao seu projeto, como convite (e mesmo especulação) de ingresso no PPS, um partido daquela esquerda que serviu ao regime militar nos áureos tempos do golpe dentro golpe, se tomamos Roberto Freire como paradigma, vez que nomeado procurador do INCRA naquele período (justamente quando Médici 'presidente'), enquanto "camaradas" eram trucidados nos porões da ditadura a que servia.
Pretendo ser candidata a presidente só encontra - pelo menos o que está expresso - a possibilidade de ser vice na chapa de Eduardo Campos. Ingressou no PSB, que parecia salvar sua imagem político-ideológica, justamente quando nele também ingressavam próceres do conservadorismo à direita.
Pensando em ser diferente Marina Silva tornou-se a mesma. Saiu do zero para o nada. Se não entendermos que se torna um zero à esquerda. O que pode demonstrar as próximas pesquisas de opinião.
domingo, 6 de outubro de 2013
Alguns destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
____
O destino do homem virtual
Pesquisas recentes, uma realizada
pelo Laboratório de Estudos da Emoção e Autocontrole da Escola de Psicologia da
Universidade de Michigan-EUA, comandada pelos professores Ethan Kross e
Phillipe Verduyn, e outra, de cientistas sociais alemães das universidades de
Humboldt e Darmstadt, sob comando dos professores Peter Bauxmann e Hanna
Krasnova, convergem para uma conclusão preocupante: o perfil do usuário das
redes sociais tende à infelicidade e à solidão quanto mais usa o facebook e o
twitter (destaque da pesquisa estadunidense), não fora o despertar do sentimento
da inveja (conclusão da segunda).
Evidente que vai se
cristalizando a ideia de que o progresso não está pavimentando caminhos que
levem o homem à felicidade. Todos os entrevistados e acompanhados tinham idade
não superior a trinta anos. O Homo
digitalis – como o anunciou nos anos 90 o americano Nicholas Negroponte, do
Massachucets Institute of Technology – tende a reproduzir o que circula na rede
de forma em muito distorcida e concentrada, razão por que da manifestação de
ódio em muito aprofundada, o que seria fruto do aumento de crises por ciúme nas
relações amorosas, tensão social, tendência ao isolamento e aumento da
depressão.
Não caminha a humanidade para
o aperfeiçoamento da busca pela felicidade. Tampouco a amizade virtual superará
a amizade de contato pessoal, ainda que ambas passem pela troca de idéias ou de
imagens.
Como alertam os estudiosos,
tendemos a nos tornar uma geração de brucutus radicalizada em guetos virtuais.
Na sociedade humana, que se caracteriza, por definição, pelo convívio social como
objeto de sua existência, a virtualidade se constitui na sua negação.
Não à toa há quem já fale em
sexo virtual. Que somente ocorrerá pelas práticas onanísticas para alcançar o
prazer. Condenada, em geral, por não contribuir para a perpetuação da espécie!
O comum em dois momentos I
Mais que a expressão, a
efetivação de uma tragédia onde a criança era a vítima. A foto de Nick Ut
naquele junho de 1972 destacava a menina Kin Phuc, de nove anos, correndo nua em
Trang Bang depois de atingida por napalm, fruto de uma ataque de aviões
sul-vietnamitas alimentados pelo governo dos Estados Unidos.
A foto famosa traz ainda – o que
é pouco observado, diante da estarrecedora nudez de Kin – um menino, um pouco
maior, com o rosto escancarado de terror, como traduzindo em realidade a arte
do expressionismo abstrato de Edvard Münch, "O Grito", criada em 1893.
Como centro de nossa
observação, a criança vítima da selvageria da sociedade humana.
O comum em dois momentos II
As migrações tornaram-se meio
de transferência de recursos de países mais aquinhoados para os mais
miseráveis. Tanto que a ONU estima em 400 bilhões de dólares anuais o quanto arrebanhado
por mais de 230 milhões de migrantes e enviados para seus países de origem. No
entanto, aquilo que pode ser reconhecido como positivo guarda a crueldade da
exploração de trabalho análogo à escravidão.
Que envolve crianças, como
aquelas resgatadas em Nova Délhi, aguardando serem enviadas para suas
aldeias de origem.
Na guerra ou na paz as
crianças ainda são grandes vítimas. Para não dizer neste permanente estado de
guerra...
A Constituição em dois instantes
No primeiro, a sua promulgação,
há vinte e cinco anos, quando nomeada “cidadã” e considerada uma das mais
avançadas do mundo, consolidando, inclusive, um sistema universal de saúde raro
no planeta. As garantias e direitos individuais, no entanto, seriam o seu maior
legado, ainda hoje perseguido pelos mais diferentes segmentos da sociedade, que
nela encontram o sustentáculo para a busca, inserido de novos atores concretos
na vida nacional: criança, adolescente, idoso, consumidor, meio ambiente etc.
Mesmo dilapidada no curso destas quase três décadas, para corresponder a
interesses nem sempre alinhados aos do povo, é um marco.
No outro, a atuação de uma
corte judiciária – o Supremo Tribunal Federal – nela estabelecido como guardião
de seus princípios e valores, que se perde em menos defendê-la e mais tornar-se
aparelho de hegemonia de estamentos da elite, quando se deixa levar – ainda que
em muitos casos não à unanimidade – pelos versos
da política partidária, não pelo viés da defesa da igualdade.
Explicar é possível
Em “Encruzilhada construída”,
postada em http://adylsonmachado.blogspot.com
neste sábado 5, trilhávamos por avaliação que tem norteado a assunção de nomes
que buscam espaço no topo da administração pública brasileira quando se sentem
em conflito entre suas convicções e a dos grupos que lhes deram origem. Nos
últimos anos, pelo menos de 2006 para cá, Heloísa Helena e Marina Silva
tornaram-se o lugar comum da solução encontrada pelas elites do conservadorismo
político brasileiro diante da incapacidade individual de muitos de seus
próceres, buscando retardar um resultado eleitoral que lhes é desfavorável.
A decisão de Marina Silva, de
se abrigar no PSB foi a menos traumática no plano das idéias que defende, se a
observamos pela ótica da coerência ideológica.
Convencer é difícil
Mas nem tanto assim. Também
filiados Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen ao PSB, do presidenciável Eduardo
Campos. Mudou o PSB de Campos ou mudaram Heráclito e Bornhausen?
Esta a nova parceria da
puritana Marina Silva. Que pela conformação ideológica dos novos companheiros
acabou de dar uma guinada à direita.
O efeito Marina
Aguardar as próximas pesquisas,
obviamente o que dirão depois do ingresso de Marina Silva do PSB. Os otimistas imaginam
uma transferência maciça daqueles 20 milhões de votos obtidos pela então “verde”,
que fizeram a festa do Serra, levando a eleição para o segundo turno.
Sabido, no entanto, que parcela
dos votos de Marina migraram para a candidatura tucana e uma outra para Dilma.
Ou seja, seu eleitorado se faz de parcela radicalmente contrária ao
PT/Dilma-Lula e votará sempre em quem tenha condição de derrotá-los, esteja à
esquerda ou à direita.
Caso confirme sair de vice na
majoritária com Eduardo Campos cabe indagar se transferirá todos os “seus”
votos ou o seu eleitorado optará por sufragar quem tenha condição de derrotar o
PT/Lula-Dilma.
Que pode não ser Eduardo Campos.
Proeza
Sinalizado como candidato a
governador de São Paulo, o atual ministro da Saúde Alexandre Padilha, já tem
vice assegurado. Segundo Vera Rosa, da Agência Estado, Maurílio Biagi Filho foi
indicado por Lula para integrar a chapa majoritária, razão por que já se filiou
ao PR.
O novo companheiro tem origem no agronegócio, já que usineiro. A aliança
trabalho-capital visa desalojar o tucanato do governo paulista.
Para a eleição paulistana, de 2012, Paulo Maluf
foi solução para eleger Fernando Haddad. Criticada entre os puristas; acertada para os pragmáticos.
Consolidará 2014 mais uma
proeza do “poste” Luiz Inácio Lula da Silva?
Inflação e infringentes I
A inflação será, certamente, o
instrumento de assombração ao eleitor no correr da campanha eleitoral de 2014.
Esta, por exemplo, a caótica observação de Roberto Freire em fala no programa
partidário do PPS.
Os dados do IPCA, no entanto,
mostram que depois de ultrapassar 12% no último ano de FHC, que sempre a teve acima
de 7% nos anos de seu segundo mandato (6% somente no ano de 2000), tem ficado
abaixo dos 6% desde 2004 (ultrapassado apenas em 2011, quando chegou a 6,5%).
A leitura que fazemos: se a
inflação se mantém dentro do limite da meta e não afetou o processo eleitoral
também não será o bicho papão que muitos pretendem.
Inflação e infringentes II
Mais preocupante,
politicamente, a exploração – qualquer que seja o resultado – do julgamento dos
embargos infringentes na AP 470 – o “mensalão petista”, porque o do PSDB (AP
536) continua sendo “mineiro”, forma maneira
de a imprensa ajudar o tucanato a fugir de suas históricas responsabilidades
com comprovadas compras de votos, como no caso da reeleição para FHC, adquirida
a 200 mil por cabeça nos idos de 1997.
Estranho I
Informação para
nós fidedigna nos fez tratar em http://adylsonmachado.blogspot.com
da desfiliação de filho de Geraldo Simões do PT, que estaria ingressando no PSL
(“Histórico mas nem tanto”).
Ou mentiu a nossa fonte ou à rede
não interessou a informação, tanto que nada repercutiu.
Estranho II
Como também não repercutiu o evento que
reuniu o candidato à presidência do PT baiano, Everaldo Anunciação, e a
militância regional. O que inclui, em nível de Itabuna, a que enfrenta a
hegemonia de Geraldo Simões.
Há quem não goste
De Levi Vasconcelos, na coluna
Tempo Presente (A Tarde):
“Virada no cacau
O secretário Eugênio Spengler (Meio
Ambiente) divulgou, para apreciação e sugestões até o dia 20, a minuta do
decreto que cria o Programa de Regularização Ambiental dos Imóveis Rurais da
Bahia, documento que, segundo o superintendente da Ceplac na Bahia, Juvenal
Maynart, será o upgrade da região cacaueira: vai provocar,
com boas práticas ambientais, a valorização das terras hoje quase desprezadas e
reabilitar a autoestima dos produtores, com a volta à cena produtiva.
- Ainda acredito no homem público.
Juvenal e sua fé são joias raras."
Há quem não goste do rapaz. O
que fazer?
Caos
Quando anunciado o envio do
orçamento do município e Itabuna e suas estimativas e previsões para o
exercício financeiro de 2014 circulou a informação de que a disponibilidade de
recursos de Itabuna para corresponder a investimentos estaria no limite de 6
milhões de reais no universo de 430 milhões estimados no projeto encaminhado ao
Poder Legislativo.
Os recursos declinados nem mesmo
chegam a exatos 1,4% do montante fixado em nível orçamentário.
A leitura imediata é de que a
situação do município é caótica e está sobrevivendo praticamente de
transferências governamentais e somente investirá em infraestrutura se assinar
convênios com os governos federal e estadual.
Talvez isso explique a atuação
em áreas simples como sinalização e recuperação do piso de ruas e praças, que
somente agora começam a acontecer.
Tem nome
Sabendo que Gal Gosta aportará
em Ilhéus brevemente nos veio à mente – ainda sob a vertente da guarânia como ritmo
– trazer a interpretação da baiana para “Índia”. No entanto, pérola rara o que
faz em “Meu nome é Gal” (Roberto-Erasmo Carlos), dialogando frases com a
guitarra de Robertinho do Recife, em típico duelo/desafio de voz e cordas
elétricas, depois de especial contraponto com um soprano. http://www.youtube.com/watch?v=rMp5F1-vU08
_________
* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
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