E compreender
Nós deste intimorato espaço, limitado pelas circunstâncias todas, temos nos postado ao lado dos que defendem o Programa Mais Médicos. Não por ser ele fruto materializado no atual Governo Federal (José Serra, nos idos de ministro da Saúde pensou em semelhante iniciativa, particular e exclusivamente com médicos cubanos), mas por se tratar de uma das mais humanistas propostas de gestão pública ocorridas nas últimas décadas.
Nossos argumentos podem ser pinçados nos vários textos até aqui escritos. Mas hoje resolvemos recomendar a fala de uma figura que, por ser da sistema Globo, afasta qualquer vertente xenófoba (em que pese sua fala ter sido expurgada do programa e retornada depois de protestos).
Menos verso e mais depoimento. Do jornalista Jorge Portugal para a Globo News em http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Sigtj8LaLV0#t=14
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Nova bomba
Sobre o tucanato
Fernando Henrique Cardoso, tornado pela imprensa "baba ovo" em "O príncipe dos sociólogos" acaba de se tornar personagem (real) de uma outra biografia: "O Príncipe da Privataria". Lá estão "cabeludos" casos, da compra de votos para a reeleição à "bolsa pimpolho".
O recente livro de Palmério Dória, lançado nesta sexta 30 pela editora Geração (a mesma de "A Privataria Tucana", de Amaury Jr.), está amplamente documentado, inclusive trazendo o nome da testemunha e informante da compra de votos para a reeleição, antes simplesmente denominado de "Senhor X". Para mais detalhes, rápida entrevista de Palmério Dória em http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/08/30/quem-e-o-sr-x-que-gravou-a-compra-da-reeleicao-de-fhc/
Certamente um novo sucesso de vendas.
Fernando Henrique Cardoso, tornado pela imprensa "baba ovo" em "O príncipe dos sociólogos" acaba de se tornar personagem (real) de uma outra biografia: "O Príncipe da Privataria". Lá estão "cabeludos" casos, da compra de votos para a reeleição à "bolsa pimpolho".
O recente livro de Palmério Dória, lançado nesta sexta 30 pela editora Geração (a mesma de "A Privataria Tucana", de Amaury Jr.), está amplamente documentado, inclusive trazendo o nome da testemunha e informante da compra de votos para a reeleição, antes simplesmente denominado de "Senhor X". Para mais detalhes, rápida entrevista de Palmério Dória em http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/08/30/quem-e-o-sr-x-que-gravou-a-compra-da-reeleicao-de-fhc/
Certamente um novo sucesso de vendas.
Imagem
Arranhada
A lamentável atitude de alguns profissionais da Medicina, que se entendem o máximo por serem brasileiros, não depõe a favor do respeito e do reconhecimento que a categoria merece pela importância de sua existência.
O comportamento xenófobo, acentuado mais em relação aos médicos cubanos - mais em vertente racista - escancara a imagem do país (não somente da minoria que protesta), pelo nonsense e descompasso com a realidade.
Mais que a imagem do Brasil esvai-se pelo ralo, no imaginário da população carente, a imagem do próprio médico e da Medicina.
Uma tristeza!
Não são estrangeiros
Atribui-se à imperícia a morte de bebês em maternidade itabunense. Um deles logo depois de ter o bracinho fraturado no ato médico de trazê-lo à vida.
Saiba o leitor que não foi nenhum médico estrangeiro. Ou cubano em particular. Tampouco profissional que integra o Programa Mais Médicos, do Governo Federal.
Como também não, o que cobrava de pacientes quando deveria atendê-los gratuitamente.
Depoimento
O que temos dito nestes últimos dias está quase tudo relatado no depoimento abaixo, que circula no YouTube http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HjjmphNNhMk#t=102
A lamentável atitude de alguns profissionais da Medicina, que se entendem o máximo por serem brasileiros, não depõe a favor do respeito e do reconhecimento que a categoria merece pela importância de sua existência.
O comportamento xenófobo, acentuado mais em relação aos médicos cubanos - mais em vertente racista - escancara a imagem do país (não somente da minoria que protesta), pelo nonsense e descompasso com a realidade.
Mais que a imagem do Brasil esvai-se pelo ralo, no imaginário da população carente, a imagem do próprio médico e da Medicina.
Uma tristeza!
Não são estrangeiros
Atribui-se à imperícia a morte de bebês em maternidade itabunense. Um deles logo depois de ter o bracinho fraturado no ato médico de trazê-lo à vida.
Saiba o leitor que não foi nenhum médico estrangeiro. Ou cubano em particular. Tampouco profissional que integra o Programa Mais Médicos, do Governo Federal.
Como também não, o que cobrava de pacientes quando deveria atendê-los gratuitamente.
Depoimento
O que temos dito nestes últimos dias está quase tudo relatado no depoimento abaixo, que circula no YouTube http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HjjmphNNhMk#t=102
A força
Da insensatez
A decisão do desembargador presidente do Tribunal Regional Federal da 1a. Região mostra quão descompassada é a visão de um gabinete da realidade. A reintegração concedida pela Vara Federal de Ilhéus - por quem está próximo da realidade - é suspensa por quem certamente nem conhece a região.
Tanto que o fundamento da medida suspensiva se baseia justamente na grande fonte do conflito: a versão posta nos estudos da Funai, que trabalham sob uma vertente que não condiz com o que existe na região.
Uma Funai que vem sendo contestada em muitas de suas atitudes até por integrantes do alto escalão do Governo Federal.
Como já escrevemos neste espaço, é típica política ou decisão de gabinete. Tudo aquilo realizado nos estritos limites dos escaninhos da burocracia.
A decisão de Sua Excelência - no estado em que e encontram as coisas - é uma convocação à luta. Para não dizer que é uma provocação à centenas de famílias e milhares de mulheres, crianças e idosos.
Mais sensato fosse o Presidente do TRF1 e teria designado uma vistoria judicial no local. Mas, isso dá trabalho. Melhor prevalecer a insensatez.
A decisão do desembargador presidente do Tribunal Regional Federal da 1a. Região mostra quão descompassada é a visão de um gabinete da realidade. A reintegração concedida pela Vara Federal de Ilhéus - por quem está próximo da realidade - é suspensa por quem certamente nem conhece a região.
Tanto que o fundamento da medida suspensiva se baseia justamente na grande fonte do conflito: a versão posta nos estudos da Funai, que trabalham sob uma vertente que não condiz com o que existe na região.
Uma Funai que vem sendo contestada em muitas de suas atitudes até por integrantes do alto escalão do Governo Federal.
Como já escrevemos neste espaço, é típica política ou decisão de gabinete. Tudo aquilo realizado nos estritos limites dos escaninhos da burocracia.
A decisão de Sua Excelência - no estado em que e encontram as coisas - é uma convocação à luta. Para não dizer que é uma provocação à centenas de famílias e milhares de mulheres, crianças e idosos.
Mais sensato fosse o Presidente do TRF1 e teria designado uma vistoria judicial no local. Mas, isso dá trabalho. Melhor prevalecer a insensatez.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Grave denúncia
Contra a Globo
A dimensão dos números assusta. Ainda que não queiramos admitir - duvidar não podemos - o Wikileaks denuncia que a Globo somente repassa para a UNESCO 10% do que arrecada com o Criança Esperança. http://folhacentrosul.com.br/geral/1680/globo-repassa-so-10-do-crianca-esperanca-para-a-unesco-afirma-wikileaks
Os documentos revelados demonstram que desde 1986 a Globo retém para si 90% do arrecadado. A emissora não quer falar sobre o assunto.
Os fatos foram denunciados pela Folha Centro Sul no domingo 25. Pela gravidade já merecia uma resposta da Globo, até porque a fonte é o Wikileaks.
Metáfora que seja, parece-nos semelhante à exploração do trabalho infantil. Ou exploração de imagem infantil.
E uma perguntinha: por que a UNESCO aceita legitimar a arrecadação através do Criança Esperança para beneficiar uma empresa particular?
A dimensão dos números assusta. Ainda que não queiramos admitir - duvidar não podemos - o Wikileaks denuncia que a Globo somente repassa para a UNESCO 10% do que arrecada com o Criança Esperança. http://folhacentrosul.com.br/geral/1680/globo-repassa-so-10-do-crianca-esperanca-para-a-unesco-afirma-wikileaks
Os documentos revelados demonstram que desde 1986 a Globo retém para si 90% do arrecadado. A emissora não quer falar sobre o assunto.
Os fatos foram denunciados pela Folha Centro Sul no domingo 25. Pela gravidade já merecia uma resposta da Globo, até porque a fonte é o Wikileaks.
Metáfora que seja, parece-nos semelhante à exploração do trabalho infantil. Ou exploração de imagem infantil.
E uma perguntinha: por que a UNESCO aceita legitimar a arrecadação através do Criança Esperança para beneficiar uma empresa particular?
Cavaleiros
De Granada
Os brasileiros médicos que enfrentam a iniciativa do Governo Federal de dotar comunidades desassistidas de atendimento através de estrangeiros tendem a um desgaste desnecessário. Afinal, temos repetido, caso haja alguma inconveniência fruto da atuação de médicos estrangeiros, caberá ao próprio usuário - o povo - gritar contra e levar ao desgaste a iniciativa governamental.
A cada reação contrária ao Programa Mais Médicos cresce a indignação. Difícil, muito difícil, entender a postura da classe médica brasileira. Mais ainda, de mobilizações anárquicas vaiando colegas de outros países - particularmente cubanos, a bola da vez.
A Organização Pan-Americana de Saúde, órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde abre loas à iniciativa do Governo brasileiro http://jornalggn.com.br/blog/onu-solta-comunicado-atestando-a-coerencia-do-programa-mais-medicos
Todos estão de acordo com a necessidade de ampliar a oferta de médicos à população, especialmente porque tal ocorre em relação à populações de rincões distantes norte-nordestinos ou de periferias de grandes centros urbanos.
Esvai-se, aos poucos, no curso do desgaste porque passará a classe médica, o argumento de que faltam condições para que os médicos atuem com dignidade.
Afinal, sob tal espatafúrdio argumento - ou falta de argumento - que dirão os professores da rede pública Brasil a fora? Deixariam de ministrar aulas?
Desgaste desnecessário. Os médicos criam uma imagem negativa para quê?
Para nada - como diz Cervantes em relação aos seus cavaleiros de Granada, que em alta madrugada saíam em louca disparada...
Os brasileiros médicos que enfrentam a iniciativa do Governo Federal de dotar comunidades desassistidas de atendimento através de estrangeiros tendem a um desgaste desnecessário. Afinal, temos repetido, caso haja alguma inconveniência fruto da atuação de médicos estrangeiros, caberá ao próprio usuário - o povo - gritar contra e levar ao desgaste a iniciativa governamental.
A cada reação contrária ao Programa Mais Médicos cresce a indignação. Difícil, muito difícil, entender a postura da classe médica brasileira. Mais ainda, de mobilizações anárquicas vaiando colegas de outros países - particularmente cubanos, a bola da vez.
A Organização Pan-Americana de Saúde, órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde abre loas à iniciativa do Governo brasileiro http://jornalggn.com.br/blog/onu-solta-comunicado-atestando-a-coerencia-do-programa-mais-medicos
Todos estão de acordo com a necessidade de ampliar a oferta de médicos à população, especialmente porque tal ocorre em relação à populações de rincões distantes norte-nordestinos ou de periferias de grandes centros urbanos.
Esvai-se, aos poucos, no curso do desgaste porque passará a classe médica, o argumento de que faltam condições para que os médicos atuem com dignidade.
Afinal, sob tal espatafúrdio argumento - ou falta de argumento - que dirão os professores da rede pública Brasil a fora? Deixariam de ministrar aulas?
Desgaste desnecessário. Os médicos criam uma imagem negativa para quê?
Para nada - como diz Cervantes em relação aos seus cavaleiros de Granada, que em alta madrugada saíam em louca disparada...
Campanha
Contra
José Serra diz acreditar que venceria prévias no PSDB. Próceres do partido - entre eles FHC e Sérgio Guerra - afirmam que não alcançaria 3% dos votos tucanos.
Clara está a fritura de Serra em andamento no seio do PSDB. José Aníbal, provável candidato ao senado por São Paulo, em 2014, atribui a Serra a "fragorosa derrota" nas municipais.
Leitura simples: Serra não é mais aquele para os tucanos da cúpula. Engraxam a folha de bananeira para oferecê-la como assento ao ex-governador, ex-prefeito, ex...
Não bastasse, há campanha aberta contra Serra. A ponto de um deputado estadual paulista, Antônio Souza Ramalho, tucano, recomendar a José Serra a candidatura a uma vaga na Assembleia Legislativa paulista.
Ironia à parte, o colega só não recomendou uma candidatura a vereador porque a eleição de 2014 não é municipal.
José Serra diz acreditar que venceria prévias no PSDB. Próceres do partido - entre eles FHC e Sérgio Guerra - afirmam que não alcançaria 3% dos votos tucanos.
Clara está a fritura de Serra em andamento no seio do PSDB. José Aníbal, provável candidato ao senado por São Paulo, em 2014, atribui a Serra a "fragorosa derrota" nas municipais.
Leitura simples: Serra não é mais aquele para os tucanos da cúpula. Engraxam a folha de bananeira para oferecê-la como assento ao ex-governador, ex-prefeito, ex...
Não bastasse, há campanha aberta contra Serra. A ponto de um deputado estadual paulista, Antônio Souza Ramalho, tucano, recomendar a José Serra a candidatura a uma vaga na Assembleia Legislativa paulista.
Ironia à parte, o colega só não recomendou uma candidatura a vereador porque a eleição de 2014 não é municipal.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Perdendo
As estribeiras
Na linguagem popular mais tradicional 'perder as estribeiras' leva-nos à compreensão de que alguém está destituído do mínimo da lucidez que se exige dela. De que o bom senso não norteia seu pensar. Comumente a reação que leva à expressão reside no destempero no falar.
Ou no escrever. Como acaba de ocorrer com Eliane Catanhêde (Folha de São Paulo), caricata consciência de uma elite nacional que não admite ser contrariada em seus propósitos. O Programa Mais Médicos, do Governo federal, está levando a paroxismos não apropriados para uma nação civilizada, se tomamos o que dizem os acólitos desta elite. Que, no caso específico, ora se concentra na absurda reação de parcela considerável da classe médica contra a vinda de profissionais estrangeiros para ocupar espaços onde não pretendem ou não querem ir muitos dos seus integrantes.
Pois não é Catanhêde escreveu que o o avião que trouxe a primeira leva de médicos cubanos era um "avião negreiro"?
Efetivamente preconceituosa a afirmativa. Como outra que girou pelo mídia de que as médicas cubanas mais pareciam com "domésticas".
De Catanhêde queremos crer que a deselegância posta tem um sentido mais profundo: o temor de que a iniciativa do Governo Federal enterre pretensões oposicionistas em 2014.
Afinal ela é uma das porta-vozes da oposição. A ponto de, em defesa dela, perder as estribeiras.
Na linguagem popular mais tradicional 'perder as estribeiras' leva-nos à compreensão de que alguém está destituído do mínimo da lucidez que se exige dela. De que o bom senso não norteia seu pensar. Comumente a reação que leva à expressão reside no destempero no falar.
Ou no escrever. Como acaba de ocorrer com Eliane Catanhêde (Folha de São Paulo), caricata consciência de uma elite nacional que não admite ser contrariada em seus propósitos. O Programa Mais Médicos, do Governo federal, está levando a paroxismos não apropriados para uma nação civilizada, se tomamos o que dizem os acólitos desta elite. Que, no caso específico, ora se concentra na absurda reação de parcela considerável da classe médica contra a vinda de profissionais estrangeiros para ocupar espaços onde não pretendem ou não querem ir muitos dos seus integrantes.
Pois não é Catanhêde escreveu que o o avião que trouxe a primeira leva de médicos cubanos era um "avião negreiro"?
Efetivamente preconceituosa a afirmativa. Como outra que girou pelo mídia de que as médicas cubanas mais pareciam com "domésticas".
De Catanhêde queremos crer que a deselegância posta tem um sentido mais profundo: o temor de que a iniciativa do Governo Federal enterre pretensões oposicionistas em 2014.
Afinal ela é uma das porta-vozes da oposição. A ponto de, em defesa dela, perder as estribeiras.
Sensatez
Ainda há tempo
O deputado estadual Augusto Castro, traduzindo sua preocupação com o conflito decorrente do decreto que reconhece quase 50 mil hectares para uma reserva indígena que desalojará 3 mil moradores (entre mulheres, idosos e crianças) nos municípios de Buerarema, Una e Ilhéus, pretende reunir os pares da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia para debater a crise com o ministro Eduardo Cardozo. (Pimenta).
Também Marcelino Galo, da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa baiana, que pretende visitar a região no início deste setembro.
O deputado Geraldo Simões reitera suas preocupações com o problema, novamente pugnando da tribuna da Câmara dos Deputados pela imediata revogação do decreto demarcatório para que estudos mais apurados e menos parciais sejam realizados e seja encontrada uma solução justa para o problema.
O isolado Geraldo Simões começa a encontrar parceiros na luta por uma solução equilibrada. Certamente o enfrentamento da população regional, particularmente de Buerarema - no exercício de típica legítima defesa - acendeu o alerta de quem anda brincando com fogo.
Ainda há tempo para que não se cometa uma injustiça - tanto para com os verdadeiros índios como para com a população. Não erá manu militari - como o ato demarcatório - que se fará a justiça necessária.
De nossa parte, a revogação proposta pelo deputado Geraldo Simões é o melhor caminho. Exigirá estudos e análises mais aprofundadas, a partir de todos os interesses em jogo.
E tudo poderia começar com uma análise do DNA de muitos dos que se dizem tupinambás. Descobrir-se-á origens além-mar em muitos.
Homenagem
Destoa em tudo a postura dos deputados federais Félix Júnior e Daniel Almeida, buscando ver acelerada a demarcação.
Para eles recomendamos indicação da Câmara de Vereadores da velha Macuco para a outorga de título de Cidadão de Buerarema aos dois. O mais rapidamente possível.
E o convite para que venha recebê-los imediatamente.
O deputado estadual Augusto Castro, traduzindo sua preocupação com o conflito decorrente do decreto que reconhece quase 50 mil hectares para uma reserva indígena que desalojará 3 mil moradores (entre mulheres, idosos e crianças) nos municípios de Buerarema, Una e Ilhéus, pretende reunir os pares da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia para debater a crise com o ministro Eduardo Cardozo. (Pimenta).
Também Marcelino Galo, da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa baiana, que pretende visitar a região no início deste setembro.
O deputado Geraldo Simões reitera suas preocupações com o problema, novamente pugnando da tribuna da Câmara dos Deputados pela imediata revogação do decreto demarcatório para que estudos mais apurados e menos parciais sejam realizados e seja encontrada uma solução justa para o problema.
O isolado Geraldo Simões começa a encontrar parceiros na luta por uma solução equilibrada. Certamente o enfrentamento da população regional, particularmente de Buerarema - no exercício de típica legítima defesa - acendeu o alerta de quem anda brincando com fogo.
Ainda há tempo para que não se cometa uma injustiça - tanto para com os verdadeiros índios como para com a população. Não erá manu militari - como o ato demarcatório - que se fará a justiça necessária.
De nossa parte, a revogação proposta pelo deputado Geraldo Simões é o melhor caminho. Exigirá estudos e análises mais aprofundadas, a partir de todos os interesses em jogo.
E tudo poderia começar com uma análise do DNA de muitos dos que se dizem tupinambás. Descobrir-se-á origens além-mar em muitos.
Homenagem
Destoa em tudo a postura dos deputados federais Félix Júnior e Daniel Almeida, buscando ver acelerada a demarcação.
Para eles recomendamos indicação da Câmara de Vereadores da velha Macuco para a outorga de título de Cidadão de Buerarema aos dois. O mais rapidamente possível.
E o convite para que venha recebê-los imediatamente.
domingo, 25 de agosto de 2013
Destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
_______
Acredite!
Oficiais da inteligência de
determinado país invadiram a redação de determinado jornal e simplesmente
destruíram discos rígidos de computadores que, em princípio, conteriam
informações que desagradariam ao governo. O incômodo assunto, a ser divulgado,
dizia respeito ao mundo da espionagem e bisbilhotice sobre a vida de cidadãos
do mundo inteiro.
Não pense o leitor que
estejamos tratando de algum regime totalitário, um desses “comunistas” que
tanto incomodam a democracia ocidental. O nome do “determinado país” é
Inglaterra e do “determinado jornal”, The Guardian. Para mais detalhes http://www.jornalggn.com.br/blog/oficiais-britanicos-destroem-discos-rigidos-do-%E2%80%9Cguardian%E2%80%9D
Tentativa
Diante das incertezas que
norteiam a sucessão presidencial no ninho dos tucanos, o presidenciável José
Serra vê possibilidades de vencer prévias (diz o presidente do PSDB, Sérgio
Guerra, que não alcançaria 3%), afastando Aécio Neves da disputa.
Para tanto, o sonho de uma
noite de verão seria, tornando-se o candidato tucano, capitalizar os votos de
Marina Silva, diante da dificuldade da ex-verde emplacar seu partido político a
tempo de disputar a majoritária de 2014.
Falam da tentativa de namoro
em andamento.
Inclinação
Outra não poderia ser a
leitura. O Governo Federal transita por entre propostas da melhoria de vida da
população, incrementando políticas sociais que são um sucesso, sem perder o
mote de agradar a banca internacional, a especulação por excelência.
Não sabemos se a contradição
ocorre em decorrência da “governabilidade” ou de inclinação por um certo guru.
Nosso justiceiro
A retomada da apreciação dos
embargos declaratórios na AP 470 pelo Supremo Tribunal Federal se encontrava
sob o crivo do suspense, depois que o presidente ministro Joaquim Barbosa
encerrou a sessão anterior interrompendo e agredindo quem estava com a palavra.
O que se viu na última quarta
beirou o ridículo, em que pese para muitos jornalistas ter sido o ápice da
democracia em nosso singular Estado de Direito, com a confirmação do “óbvio
ululante” (obrigado Nelson Rodrigues!): ministros pondo panos quentes para
esconder a grosseria de Joaquim Barbosa na sessão anterior, afirmando ser o STF
uma casa de respeito às idéias e aos debates.
A resposta de Joaquim Barbosa
foi precisa e singular: assim que encerrado o beija-mão, e logo depois de
apreciação de matéria de menor importância, convocou os pares com um singelo
“agora vamos ao trabalho”.
E saiu vitorioso, como bom
justiceiro, prestes a usar das armas de que dispõe no momento que entender
necessário, como quando o fez na indigitada sessão, ao jogar para a plateia o
que não tinha como contrariar.
Para não falar em xenofobia
A falta de médicos é uma
constante no Brasil. Que o digam as localidades que os tem como o “caviar” de
Zeca Pagodinho. O Programa Mais Médicos do Governo Federal enfrenta
corajosamente o problema, o que implica em tocar na ferida: o “sistema” médico
do país e seu desejo de manter a “medicina de grupo” como paradigma de
atendimento à população.
Sabido e consabido que o que
falta mesmo é médico para trabalhar nas localidades periféricas, rurais ou
urbanas, razão por que soa estranho que muitos se levantem contra a vinda de
médicos cubanos.
A nós, particularmente, cheira
àquele ranço de que sendo Cuba uma sociedade administrada sob o prisma do
socialismo, que dão de chamar de comunismo, os cubanos – especialmente os
médicos – são comedores de criancinha.
Que não tome o leitor por
provocação, mas não custa perguntar: agiriam assim se os médicos fossem dos
Estados Unidos?
Assim caminha a humanidade
Não tratamos aqui, apesar do
título, do clássico drama dirigido por George Stevens (um dos poucos estrelados
por James Dean) em 1956. Mas de um outro drama: o do PSDB e seu centro
pensante, São Paulo. Que, apesar dos ingentes esforços da grande mídia, não
consegue sair do noticiário.
Ou da charge.
E agora, José?
Dois expoentes da medicina
estadunidense reconhecem a existência de Um
Modelo Diferente – Atenção Médica em Cuba. São eles Edward
W. Campion, M.D. e Stephen Morrissey, Ph.D., em matéria publicada em 24 de
janeiro deste 2013, no The New England Journal of Medicine, principal jornal médico
dos Estados Unidos.
“Para um visitante dos Estados Unidos, Cuba desorienta.
Automóveis norte-americanos estão em todo lugar, mas todos datam dos anos 50.
Nossos cartões bancários, cartões de crédito e telefones inteligentes não
funcionam. O acesso à internet é praticamente inexistente. E o sistema de saúde
também parece irreal. Há médicos demais".
"Todo mundo tem um médico da família. Tudo é de graça, totalmente
de graça — e não precisa de aprovação prévia ou de algum tipo de pagamento.
Todo o sistema parece de cabeça para baixo. É tudo muito organizado e a
prioridade absoluta é a prevenção. Embora Cuba tenha recursos econômicos
limitados, seu sistema de saúde resolveu alguns problemas que o nosso [dos
Estados Unidos] ainda nem enfrentou”. Acesse, para todos os detalhes em http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/sistema-de-saude-cubano-e-elogiado-por-medicos-dos-eua
Dentre muitos aspectos revelados, o de que, já em 2008, 37 mil médicos
cubanos trabalhavam em 70 países do mundo. Muitos, antes do Programa Mais
Médicos, já trabalham no país.
Por aqui alguns pretendem barrar o ingresso de médicos cubanos.
Que
ninguém se engane: o que está em jogo é a manutenção do atual sistema, através
do qual o poder público financia a iniciativa privativa para atender mal, na
esperança de ver todos com um “plano de saúde”, o sonho de consumo.
A dimensão do problema
Afirma-nos fonte fidedigna de
que os 48 mil hectares reservados para os tupinambás apenas aguardam a chancela
ministerial. Em outras palavras, a confirmação pelo Governo Federal do que foi
engendrado há anos por técnicos que esqueceram de relatar a realidade na região
“mapeada” e “estudada”.
Mais nos diz a fonte, que teve
acesso aos “estudos” que alimentaram a demarcação: nenhuma informação há sobre
os cerca de 3 mil moradores na área ora em conflito – onde inúmeros pequenos
produtores rurais e assentamentos – nem
mesmo de que parte dela é uma região urbano secular, a turística estância
hidro-mineral de Olivença.
Disse-nos certa vez, no início
dos anos 70, um agente do Funrural em Itapetinga, que uma das desgraças deste
país é a cúpula decidir “pelo mapa”. Ou seja, dos gabinetes o país planejado sem que seja conhecido em sua
realidade.
A situação, inversamente, está
presente nos “estudos” e “mapeamento” da área indígena. Levou-se ao ministério
um estudo adredemente agendado, para não dizer-se criminosamente elaborado,
onde Suas Excelências da cúpula do Governo conhecem apenas uma versão, onde
propositadamente desconhecida a de
milhares de produtores e familiares, instalados há mais de século na região.
Dois pesos
Nos escaninhos ministeriais
repousa a ignomínia perpetrada em defesa de interesses onde os de menor alcance
são o de indígenas (e quando citamos o nome indígena
o fazemos em relação aos que realmente o sejam originários da região, e índios,
porque dentre eles há evidentes picaretas).
De seus gabinetes, organismos
nacionais e internacionais em defesa de povos indígenas pressionam, utilizam-se
de todos os meios de que dispõem para a defesa de tais demarcações.
Gostaríamos de vê-los atuando,
com igual intensidade, nos Estados Unidos, onde a área delimitada para povos
indígenas nem de longe se aproxima da usurpada dos “peles vermelhas”.
O desdobramento do problema
Em jogo uma área superior a
2.400 alqueires, envolvendo os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema. E, mais
que isso, seus cerca de 3.000 moradores, sob risco imediato de desalojamento,
sem ter para onde ir, tendentes a engrossar as periferias dos centros urbanos
para sobreviver com bolsa-família, porque não há emprego para atender a tantos criados
e habituados às lides roçarianas.
O preço da farinha de mandioca
alcança na região até 8 reais, valor antes inimaginável. O custo está inflado
pelos riscos, dentre eles o de produzir e fazer sair escondida a produção para
evitar os assaltantes travestidos de índios.
Que se utilizam da agressão
como forma de pressão.
Por mais que sejamos contra a
violência a solução ora existente é a tomada pela população vítima: reagir
contra os que pensam fazer deste Brasil a casa de seus estudos e mapeamentos.
Falta que a eles se unam os
moradores de Olivença e seu entorno, que certamente terão seus imóveis tomados
para abrigar a antiga aldeia tupinambá.
Estranho
Estranha, muito estranha, que
de tantos políticos eleitos na região – com mais ou com menos votos – somente o
deputado Geraldo Simões tenha assumido uma posição equilibrada, para evitar o
conflito. Pede – como o tem feito da tribuna da Câmara dos Deputados – que seja
suspensa a demarcação para que estudos mais amplos e aprofundados possam traduzir
a efetiva realidade.
Não queremos crer que os
demais estejam simplesmente esperando contar com os votos indígenas, como
agradecimento pelo mérito de suas
omissões.
“A Coleção Invisível”
O premiado trabalho de Bernard
Attal, inspirado em conto homônimo de Stephen Zweig, foi exibido no sábado 24
em praça pública de Itajuípe. De imediato ressalte-se que o filme, primeiro
longa metragem de Bernard, valoriza atores e produtores regionais. Como já o
fizera no documentário “Os Magníficos”, a sensibilidade do diretor se volta
para compreender e registrar a dimensão e profundidade da crise na região cacaueira
no imaginário de todos que dela participam direta ou indiretamente.
Bernard Attal vai se
tornando o leitor contemporâneo da Bahia, como o foi o conterrâneo fotógrafo e
etnólogo Pierre Verger. Seu último trabalho faz leitura entre a literatura de
Zweig e a crise da região cacaueira, primando de poesia a realidade pautada num
velho produtor de cacau que ainda imagina dispor da coleção que se esvaiu para
cobrir a sobrevivência quando os frutos de ouro se tornaram de chumbo para a
existência.
Concerto
Assim podemos definir o
reencontro de Itabuna com o órgão de tubos da Catedral de São José, no próximo
dia 30, 19:00 h. Que esta terra se reencontre também com a história do órgão, que
precisa ser contada. Inclusive a de sua revitalização.
Em homenagem ao evento um dos
símbolos musicais para a natureza do instrumento, a Tocata e Fuga em Ré Menor,
de J. S. Bach. Clique em
__________
* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
sábado, 24 de agosto de 2013
Seis décadas
Em conteúdo e forma
Nesta "terra de São Saruê" falta-nos o fundamental: poder dominar a memória. Difícil fazê-lo. Não dispomos do compromisso de que a educação seja, antes de tudo, um instrumento que nos conduza à leitura como hábito saudável e enriquecedor, tampouco que os denominados meios de comunicação cumpram com o papel de mais informar e menos manipular.
No que diga respeito à imprensa, em cada instante, ou em cada época, os fatos ocorreram e ocorrem, repetindo-se quando têm por escopo atingir governos e ideias, quando em jogo a ideologia que alimenta o topo da pirâmide. O que não muda é o centro do ataque: a possibilidade de alguém pretender melhorar o país. Se tal não ocorre sob auspícios da elite a iniciativa está fadada a ser alvo para experimentação pura e simples da arte de atirar. Coisa assim, como malhação de Judas.
Hoje poucos lembrarão que se trata de 24 de agosto. Apenas mais um dia do calendário, um 24 de agosto que se repete a cada ano. No entanto, há 59 anos um presidente da república dava um tiro no peito para não ser apeado do poder. O gesto extremo salvou, naquele imediato, as propostas nacionalistas que trazia em seus projetos de governo.
Duvidarão muitos leitores que haja uma relação entre uma data e outra, no limiar de quase seis décadas. Ilação ou vertigem deste escriba em ver coisas que talvez não estejam a acontecer - complementarão outros.
Mas a campanha a que se lança a imprensa brasileira em relação a um simples julgamento que tramita no Supremo Tribunal Federal - alçado a "maior escândalo do país - bem dá a conta de como os fatos se assemelham.
No passado, Getúlio Vargas se tornava alvo por tudo que ocorresse à sua volta pelo sonho nacionalista que encetava; no presente, afastada a circunstância de dirigir o Governo um partido de origem na classe trabalhadora (ainda que tergiverse em relação a muitos dos princípios que nortearam a sua criação) a efetiva melhoria de camadas da população em razão de programas sociais sem que às elites seja tributada qualquer participação idealística fazem unir os mesmos de hoje aos mesmos de ontem.
Apenas para ilustrar, Getúlio era chamado de "comunista" pela Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda; e de "entreguista", pela Voz Operária, "voz" do Partido Comunista". Mal começava o velório no Catete ambas as redações haviam sido empasteladas pelo povo, como também depredada a sede da rádio O Globo.
Entre o incidente da rua Toneleros e o caixa 2 do PT a diferença reside apenas na natureza de cada um deles. Em termos de objetivo midiático são um só.
Falta-nos compreender a razão por que de as coisas acontecerem. Muitas se repetindo ao seu modo. Que seis décadas as torna únicas, em conteúdo e forma.
Nesta "terra de São Saruê" falta-nos o fundamental: poder dominar a memória. Difícil fazê-lo. Não dispomos do compromisso de que a educação seja, antes de tudo, um instrumento que nos conduza à leitura como hábito saudável e enriquecedor, tampouco que os denominados meios de comunicação cumpram com o papel de mais informar e menos manipular.
No que diga respeito à imprensa, em cada instante, ou em cada época, os fatos ocorreram e ocorrem, repetindo-se quando têm por escopo atingir governos e ideias, quando em jogo a ideologia que alimenta o topo da pirâmide. O que não muda é o centro do ataque: a possibilidade de alguém pretender melhorar o país. Se tal não ocorre sob auspícios da elite a iniciativa está fadada a ser alvo para experimentação pura e simples da arte de atirar. Coisa assim, como malhação de Judas.
Hoje poucos lembrarão que se trata de 24 de agosto. Apenas mais um dia do calendário, um 24 de agosto que se repete a cada ano. No entanto, há 59 anos um presidente da república dava um tiro no peito para não ser apeado do poder. O gesto extremo salvou, naquele imediato, as propostas nacionalistas que trazia em seus projetos de governo.
Duvidarão muitos leitores que haja uma relação entre uma data e outra, no limiar de quase seis décadas. Ilação ou vertigem deste escriba em ver coisas que talvez não estejam a acontecer - complementarão outros.
Mas a campanha a que se lança a imprensa brasileira em relação a um simples julgamento que tramita no Supremo Tribunal Federal - alçado a "maior escândalo do país - bem dá a conta de como os fatos se assemelham.
No passado, Getúlio Vargas se tornava alvo por tudo que ocorresse à sua volta pelo sonho nacionalista que encetava; no presente, afastada a circunstância de dirigir o Governo um partido de origem na classe trabalhadora (ainda que tergiverse em relação a muitos dos princípios que nortearam a sua criação) a efetiva melhoria de camadas da população em razão de programas sociais sem que às elites seja tributada qualquer participação idealística fazem unir os mesmos de hoje aos mesmos de ontem.
Apenas para ilustrar, Getúlio era chamado de "comunista" pela Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda; e de "entreguista", pela Voz Operária, "voz" do Partido Comunista". Mal começava o velório no Catete ambas as redações haviam sido empasteladas pelo povo, como também depredada a sede da rádio O Globo.
Entre o incidente da rua Toneleros e o caixa 2 do PT a diferença reside apenas na natureza de cada um deles. Em termos de objetivo midiático são um só.
Falta-nos compreender a razão por que de as coisas acontecerem. Muitas se repetindo ao seu modo. Que seis décadas as torna únicas, em conteúdo e forma.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Coisas
Da "terra de São Saruê"
Muito difícil - para não dizer praticamente impossível - a presidenciável Marina Silva conseguir partido próprio, por ela imaginado e criado, para disputar as eleições de 2014. Sua presença traria quase a certeza de que pelo menos haveria segundo turno para presidente da república.
Tinha ela exponencial papel no projeto da direita e da centro-direita (PSDB, DEM e PPS). Certamente tiraria mais votos da situação - ainda centro-esquerda com muita vontade de caminhar para o centro. Tal circunstância alimentava a esperança de uma unidade à direita viabilizar a disputa no segundo turno com candidatura própria ou de aderir a ela Marina caso fosse a delegada pelo povo para disputar o segundão. De uma forma ou de outra, caminho aberto para derrotar a situação.
Não sabemos se a coerência que tem buscado manter fará Marina Silva se deixar convencer de que deve exercer a cívica postura de concorrer por qualquer partido que lhe ofereça espaço.
Caso fique de fora - sob a visibilidade permitida pelo instante - o único nome para corresponder ao apelo originariamente destinado a Marina seria o do ministro Joaquim Barbosa.
Que uma conceituada colunista regional nele vê o anjo para o brasileiro porque teve a coragem de enfrentar a impunidade.
Lembramos, apenas, que o "anjo" tem asa torta - porque voa para um lado só - ou olho vesgo - por enxergar somente o que lhe interessa. Não fora assim, ele - que tinha em mãos o "mensalão" do PSDB de Minas Gerais, bem mais antigo que aquele ora julgado, poderia através do mesmo duto (irrigado pelo mesmo Marcos Valério com dinheiro de estatais mineiras) ter iniciado exemplar lição contra a impunidade.
Mas, a visão de Joaquim Barbosa, como a de Marina Silva - cada uma ao seu tempo e ao seu modo - são coisas desta "terra de São Saruê".
Muito difícil - para não dizer praticamente impossível - a presidenciável Marina Silva conseguir partido próprio, por ela imaginado e criado, para disputar as eleições de 2014. Sua presença traria quase a certeza de que pelo menos haveria segundo turno para presidente da república.
Tinha ela exponencial papel no projeto da direita e da centro-direita (PSDB, DEM e PPS). Certamente tiraria mais votos da situação - ainda centro-esquerda com muita vontade de caminhar para o centro. Tal circunstância alimentava a esperança de uma unidade à direita viabilizar a disputa no segundo turno com candidatura própria ou de aderir a ela Marina caso fosse a delegada pelo povo para disputar o segundão. De uma forma ou de outra, caminho aberto para derrotar a situação.
Não sabemos se a coerência que tem buscado manter fará Marina Silva se deixar convencer de que deve exercer a cívica postura de concorrer por qualquer partido que lhe ofereça espaço.
Caso fique de fora - sob a visibilidade permitida pelo instante - o único nome para corresponder ao apelo originariamente destinado a Marina seria o do ministro Joaquim Barbosa.
Que uma conceituada colunista regional nele vê o anjo para o brasileiro porque teve a coragem de enfrentar a impunidade.
Lembramos, apenas, que o "anjo" tem asa torta - porque voa para um lado só - ou olho vesgo - por enxergar somente o que lhe interessa. Não fora assim, ele - que tinha em mãos o "mensalão" do PSDB de Minas Gerais, bem mais antigo que aquele ora julgado, poderia através do mesmo duto (irrigado pelo mesmo Marcos Valério com dinheiro de estatais mineiras) ter iniciado exemplar lição contra a impunidade.
Mas, a visão de Joaquim Barbosa, como a de Marina Silva - cada uma ao seu tempo e ao seu modo - são coisas desta "terra de São Saruê".
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Descobrindo
Pesadelos
As cantadas e decantadas mobilizações ocorridas em junho deixaram um rastro de consciência popular nunca antes imaginada. Não de agora, movimentos isolados defendiam aqui e ali uma postura de governante ou mesmo de particular, denunciando do descaso público à exploração privada (do buraco na rua às vistorias íntimas em fábricas etc.).
A queima de pneus e interrupção de estradas, ruas e avenidas não passavam da reação ao abaixo-assinado não atendido desta ou daquela comunidade, gerando a ação direta para que aquele fato bastante particularizado chegasse ao conhecimento do público e a consciência do administrador correspondesse às necessidades da comunidade denunciante.
Todo o aqui dito está a significar que mobilizar e protestar não é coisa recente. Recente, assim vemos, é a tomada de consciência de que isto pode funcionar. E a resposta positiva do poder público alimenta o observador com a certeza de que se não buscar suprir suas carências através de protestos não encontrará resposta, tanto que, quando o faz, é atendido pelas administrações.
E assegura uma certeza, que muitas vezes é falsa: de que não há falta de recursos financeiros (no caso do poder público) e sim a vontade política de fazê-lo, a iniciativa de concretizá-lo. Até que a manifestação feche uma avenida.
O protesto de ontem ocorrido na José Soares Pinheiro - e os métodos utilizados, que vão se tornando corriqueiros - são sinal de que administrar a coisa pública pode deixar de ser sonho para se tornar pesadelo.
Jabes Ribeiro, em Ilhéus, parece em estado de depressão administrativa. A experiência de tantas gestões anteriores assumidas de nada está valendo.
Imagine o leitor como se sentirá a caloura administração itabunense!
Ainda que as carentes comunidades da periferia por equipamentos e serviços públicos não tenham vindo queimar pneus na Avenida Cinquentenário.
As cantadas e decantadas mobilizações ocorridas em junho deixaram um rastro de consciência popular nunca antes imaginada. Não de agora, movimentos isolados defendiam aqui e ali uma postura de governante ou mesmo de particular, denunciando do descaso público à exploração privada (do buraco na rua às vistorias íntimas em fábricas etc.).
A queima de pneus e interrupção de estradas, ruas e avenidas não passavam da reação ao abaixo-assinado não atendido desta ou daquela comunidade, gerando a ação direta para que aquele fato bastante particularizado chegasse ao conhecimento do público e a consciência do administrador correspondesse às necessidades da comunidade denunciante.
Todo o aqui dito está a significar que mobilizar e protestar não é coisa recente. Recente, assim vemos, é a tomada de consciência de que isto pode funcionar. E a resposta positiva do poder público alimenta o observador com a certeza de que se não buscar suprir suas carências através de protestos não encontrará resposta, tanto que, quando o faz, é atendido pelas administrações.
E assegura uma certeza, que muitas vezes é falsa: de que não há falta de recursos financeiros (no caso do poder público) e sim a vontade política de fazê-lo, a iniciativa de concretizá-lo. Até que a manifestação feche uma avenida.
O protesto de ontem ocorrido na José Soares Pinheiro - e os métodos utilizados, que vão se tornando corriqueiros - são sinal de que administrar a coisa pública pode deixar de ser sonho para se tornar pesadelo.
Jabes Ribeiro, em Ilhéus, parece em estado de depressão administrativa. A experiência de tantas gestões anteriores assumidas de nada está valendo.
Imagine o leitor como se sentirá a caloura administração itabunense!
Ainda que as carentes comunidades da periferia por equipamentos e serviços públicos não tenham vindo queimar pneus na Avenida Cinquentenário.
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
STF
No limiar de um golpe
Todos os olhos se voltam para a reabertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal na retomada do julgamento dos embargos de declaração na AP 470, nesta quarta-feira. Olhos voltados não para o plenário da Corte, mas para o estrado que assenta a Mesa, onde no centro o ministro Joaquim Barbosa, atual presidente.
Não se aguarda uma retratação - como exigida pelo ministro Ricardo Lewandowski depois de lhe ser insinuado por Barbosa de que fazia 'chicana' com julgamento com vistas apenas a retardá-lo - mas os desdobramento da incontinência verbal do ministro presidente, que já incomoda muitos dos pares.
Por sua assessoria Joaquim Barbosa já mandou dizer que não se retratará. E mais disse, de forma velada, segundo um assessor: vai engrossar se houver novos questionamentos.
Inconcebível, no universo do Direito, que o debate e o confronto de teses e ideias não possam ocorrer. O que ainda está ocorrendo, em sede de embargos de declaração, são pedidos de suprimento de omissões diante do que existe nos autos e não foram contemplados nos acórdãos, o que implica até mesmo em trazer a público as criminosas omissões do relator em afastar do julgamento a apreciação em torno de provas que poderiam inocentar ou aliviar penas dos condenados.
Afastar tal possibilidade é negar vigência à própria Constituição, que assegura ser o Brasil um Estado Democrático de Direito.
Assim, a ameaça velada do ministro Joaquim Barbosa, na cátedra de Presidente do STF, de engrossar diante de novos questionamentos pode ser entendido simplesmente como típico golpe manu militari na instituição.
Resta saber como se comportarão os demais ministros.
Masoquismo
Entendemo-nos masoquista quando acompanhamos o noticiário televisivo - que em nada contribui para uma visão isenta dos fatos - e manuseamos o controle de canal em canal vendo e ouvindo singulares comentaristas.
Como ontem, no Jornal do SBT, onde o singular José Nêumane Pinto "Direto ao Assunto" sugeriu, como contraponto à grosseria do ministro Joaquim Barbosa que levou ao encerramento da sessão, que o ministro Ricardo Lewandowski se retratasse e pedisse desculpas ao povo pelo que faz ao apreciar os embargos de declaração.
Para o indigitado, as manifestações de Lewandowski são longas, desnecessárias. (Esquece das gongóricas erudições de Gilmar Mendes e assemelhados).
Só não nominamos o ilustre comentarista de toupeira em respeito ao reino animal dito irracional.
Todos os olhos se voltam para a reabertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal na retomada do julgamento dos embargos de declaração na AP 470, nesta quarta-feira. Olhos voltados não para o plenário da Corte, mas para o estrado que assenta a Mesa, onde no centro o ministro Joaquim Barbosa, atual presidente.
Não se aguarda uma retratação - como exigida pelo ministro Ricardo Lewandowski depois de lhe ser insinuado por Barbosa de que fazia 'chicana' com julgamento com vistas apenas a retardá-lo - mas os desdobramento da incontinência verbal do ministro presidente, que já incomoda muitos dos pares.
Por sua assessoria Joaquim Barbosa já mandou dizer que não se retratará. E mais disse, de forma velada, segundo um assessor: vai engrossar se houver novos questionamentos.
Inconcebível, no universo do Direito, que o debate e o confronto de teses e ideias não possam ocorrer. O que ainda está ocorrendo, em sede de embargos de declaração, são pedidos de suprimento de omissões diante do que existe nos autos e não foram contemplados nos acórdãos, o que implica até mesmo em trazer a público as criminosas omissões do relator em afastar do julgamento a apreciação em torno de provas que poderiam inocentar ou aliviar penas dos condenados.
Afastar tal possibilidade é negar vigência à própria Constituição, que assegura ser o Brasil um Estado Democrático de Direito.
Assim, a ameaça velada do ministro Joaquim Barbosa, na cátedra de Presidente do STF, de engrossar diante de novos questionamentos pode ser entendido simplesmente como típico golpe manu militari na instituição.
Resta saber como se comportarão os demais ministros.
Masoquismo
Entendemo-nos masoquista quando acompanhamos o noticiário televisivo - que em nada contribui para uma visão isenta dos fatos - e manuseamos o controle de canal em canal vendo e ouvindo singulares comentaristas.
Como ontem, no Jornal do SBT, onde o singular José Nêumane Pinto "Direto ao Assunto" sugeriu, como contraponto à grosseria do ministro Joaquim Barbosa que levou ao encerramento da sessão, que o ministro Ricardo Lewandowski se retratasse e pedisse desculpas ao povo pelo que faz ao apreciar os embargos de declaração.
Para o indigitado, as manifestações de Lewandowski são longas, desnecessárias. (Esquece das gongóricas erudições de Gilmar Mendes e assemelhados).
Só não nominamos o ilustre comentarista de toupeira em respeito ao reino animal dito irracional.
A quem
Proteger
A Força Nacional de Segurança - ainda não institucionalizada nos moldes ideais, como a Guarda Nacional nos Estados Unidos - está na região centro dos conflitos. Tem por objetivo impor a ordem pública, o respeito às leis.
Chegou no preciso instante em que a população dita não indígena (vemos muito dela na indígena, que nem DNA mitocondrial afirmará integração à etnia tupinambá) iniciou a reação contra o processo de intimidação e agressão que ocorre há meses, desdobradas em invasões de propriedades e expulsão de pequenos produtores rurais, a totalidade dos prejudicados.
Caso a Força Nacional de Segurança, cumprindo ordem judicial, não retome as propriedades para seus proprietários - e assegure nelas a sua permanência - não terá feito nada mais que proteger os atrabiliários invasores.
Razão por que resta a dúvida: a FNS está protegendo a quem?
Política e políticos
No caso específico dos conflitos e de uma tomada de posição somente temos visto a defesa do deputado Geraldo Simões, tanto na denúncia dos desmandos cometidos contra a população como no sentido de que os estudos em torno da reivindicada demarcação sejam suspensos para uma criteriosa avaliação.
Dos demais e muitos políticos da região escuta-se o silêncio da omissão. Estão fazendo política contra a ordem pública.
Inclusive o governador Jacques Wagner, como mandatário maior do Estado.
A Força Nacional de Segurança - ainda não institucionalizada nos moldes ideais, como a Guarda Nacional nos Estados Unidos - está na região centro dos conflitos. Tem por objetivo impor a ordem pública, o respeito às leis.
Chegou no preciso instante em que a população dita não indígena (vemos muito dela na indígena, que nem DNA mitocondrial afirmará integração à etnia tupinambá) iniciou a reação contra o processo de intimidação e agressão que ocorre há meses, desdobradas em invasões de propriedades e expulsão de pequenos produtores rurais, a totalidade dos prejudicados.
Caso a Força Nacional de Segurança, cumprindo ordem judicial, não retome as propriedades para seus proprietários - e assegure nelas a sua permanência - não terá feito nada mais que proteger os atrabiliários invasores.
Razão por que resta a dúvida: a FNS está protegendo a quem?
Política e políticos
No caso específico dos conflitos e de uma tomada de posição somente temos visto a defesa do deputado Geraldo Simões, tanto na denúncia dos desmandos cometidos contra a população como no sentido de que os estudos em torno da reivindicada demarcação sejam suspensos para uma criteriosa avaliação.
Dos demais e muitos políticos da região escuta-se o silêncio da omissão. Estão fazendo política contra a ordem pública.
Inclusive o governador Jacques Wagner, como mandatário maior do Estado.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Apertando
O cerco
Não sabemos como tudo chegará ao fim. Ou como será o decupado para o roteiro final escolhido. Estamos nos referindo a AP 470, tantos são os vícios formais materiais e doutrinários que alimentam as provas encontradas para condenar muitos dos réus.
Há, por exemplo, um inquérito instaurado pela Polícia Federal (o famoso 2474-1/140), solicitado pelo ministro Joaquim Barbosa, que rastreou toda a movimentação financeira da Visanet, o qual demonstra que não houve desvio de dinheiro público - móvel de inúmeras condenações por corrupção ativa e passiva.
Dito inquérito - pasme o leitor - não integrou os autos da AP 470, justamente porque a 'justiçaria' pretendida pelo então Procurador-Geral da República Roberto Gurgel e o ministro relator Joaquim Barbosa ficariam sem as "provas" que pretendiam para alcançar as condenações finais.
No particular da Visanet - em vez de procurador-geral e relator se utilizarem do inquérito da Polícia Federal - a prova consistiu no depoimento de uma funcionária, Danevita de Magalhães, que afirmava ter Pizzolato mandado que ela assinasse documentos para campanhas publicitárias que serviriam de simulação para desvio de recursos para campanhas políticas. Clique para ler a denúncia do fato em novembro do ano passado, no Rede Brasil Atual em http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2012/11/pagamento-suspeito-a-testemunha-chave-pode-causar-reviravolta-no-mensalao
Consta do inquérito da Polícia Federal que a referida funcionária recebeu em sua conta bancária 25 mil reais.
Ora, diante do depoimento de uma funcionária que provavelmente pretendia salvar a própria pele (fato que Joaquim Barbosa tinha conhecimento através do inquérito 2474-1/140) e o inquérito da Polícia Federal o ministro relator Barbosa (nem mais se fale do procurador-geral Roberto Gurgel) preferiu o primeiro. Porque servia à sua pretensão justiceira.
Reitere-se que o inquérito foi solicitado pelo próprio ministro Joaquim Barbosa à Polícia Federal. No entanto manteve em segredo suas conclusões até dos demais ministros, levando-os mesmo a cometer injustiças, a partir do depoimento suspeito da dita funcionária da Visanet.
Alguém, assinado Tomi, em comentário ao texto "Sobre o depoimento da ex-gerente de mídia do Banco do Brasil" publicado no www.advivo.com.br, assim se expressou: "Em um país com um Judiciário menos corrupto e mais civilizado, diante de tantas manipulações e falsificações, quem iria para a cadeia seriam juiz e procurador".
Caso reconheçamos a "corrupção" de que trata o comentarista como falta de caráter, tem toda a razão.
Razão por que podemos entender o que leva o ministro Joaquim Barbosa à postura que exerce como presidente do STF quando confrontado em seus 'deslizes'.
A ponto de encerrar sessão quando o cerco se aperta.
Ou, quem sabe!, para confirmar o dito pelo cientista político da USP, Celso Roma, em entrevista ao Estadão: "Suprema Corte Americana é um mundo secreto e a brasileira um reality-show.
Não sabemos como tudo chegará ao fim. Ou como será o decupado para o roteiro final escolhido. Estamos nos referindo a AP 470, tantos são os vícios formais materiais e doutrinários que alimentam as provas encontradas para condenar muitos dos réus.
Há, por exemplo, um inquérito instaurado pela Polícia Federal (o famoso 2474-1/140), solicitado pelo ministro Joaquim Barbosa, que rastreou toda a movimentação financeira da Visanet, o qual demonstra que não houve desvio de dinheiro público - móvel de inúmeras condenações por corrupção ativa e passiva.
Dito inquérito - pasme o leitor - não integrou os autos da AP 470, justamente porque a 'justiçaria' pretendida pelo então Procurador-Geral da República Roberto Gurgel e o ministro relator Joaquim Barbosa ficariam sem as "provas" que pretendiam para alcançar as condenações finais.
No particular da Visanet - em vez de procurador-geral e relator se utilizarem do inquérito da Polícia Federal - a prova consistiu no depoimento de uma funcionária, Danevita de Magalhães, que afirmava ter Pizzolato mandado que ela assinasse documentos para campanhas publicitárias que serviriam de simulação para desvio de recursos para campanhas políticas. Clique para ler a denúncia do fato em novembro do ano passado, no Rede Brasil Atual em http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2012/11/pagamento-suspeito-a-testemunha-chave-pode-causar-reviravolta-no-mensalao
Consta do inquérito da Polícia Federal que a referida funcionária recebeu em sua conta bancária 25 mil reais.
Ora, diante do depoimento de uma funcionária que provavelmente pretendia salvar a própria pele (fato que Joaquim Barbosa tinha conhecimento através do inquérito 2474-1/140) e o inquérito da Polícia Federal o ministro relator Barbosa (nem mais se fale do procurador-geral Roberto Gurgel) preferiu o primeiro. Porque servia à sua pretensão justiceira.
Reitere-se que o inquérito foi solicitado pelo próprio ministro Joaquim Barbosa à Polícia Federal. No entanto manteve em segredo suas conclusões até dos demais ministros, levando-os mesmo a cometer injustiças, a partir do depoimento suspeito da dita funcionária da Visanet.
Alguém, assinado Tomi, em comentário ao texto "Sobre o depoimento da ex-gerente de mídia do Banco do Brasil" publicado no www.advivo.com.br, assim se expressou: "Em um país com um Judiciário menos corrupto e mais civilizado, diante de tantas manipulações e falsificações, quem iria para a cadeia seriam juiz e procurador".
Caso reconheçamos a "corrupção" de que trata o comentarista como falta de caráter, tem toda a razão.
Razão por que podemos entender o que leva o ministro Joaquim Barbosa à postura que exerce como presidente do STF quando confrontado em seus 'deslizes'.
A ponto de encerrar sessão quando o cerco se aperta.
Ou, quem sabe!, para confirmar o dito pelo cientista político da USP, Celso Roma, em entrevista ao Estadão: "Suprema Corte Americana é um mundo secreto e a brasileira um reality-show.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Justiça
Ou justiçamento
O cavalo de batalha do ministro Joaquim Barbosa e dos demais que o seguem (não por respeito aos seus conhecimentos jurídicos mas à conduta de vingador da sociedade, quando os criminosos são petistas), incensado por ilustrados jornalistas, é de que não cabem embargos infringentes como recurso na AP 470.
Dizem basear-se os ilustres e ilustrados intérpretes no fato da existência de lei que disciplina o procedimento recursal no STF (lei 8.038/90) da qual qual não há referência a embargos infringentes (aqueles que possibilitam revisão do julgado).
O detalhe reside no fato de que a dita lei também não fala em embargos de declaração. Ora, a interposição de declaratórios foi aceita. Por que não os infringentes?
Para o Parágrafo Único do art. 609 do Código de Processo Penal, "quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade...".
Restará à desesperada interpretação joaquina (de Joaquim Barbosa) defender que a AP 470 foi julgada no Supremo Tribunal Federal. O que lhe daria um toque especial de definitude, ainda que os erros sejam flagrantes e até mesmo infantis. Razão por que a vontade joaquina passa a ser lei.
Se tal ocorrer, para o beleléu os princípios que alimentam o Direito Pátrio.
Consumado o escândalo substitua-se STF por STI - Supremo Tribunal Federal por Supremo Tribunal de Inquisição. E, para não perder a oportunidade, também a nomenclatura de seus integrantes, de ministros para justiceiros.
O cavalo de batalha do ministro Joaquim Barbosa e dos demais que o seguem (não por respeito aos seus conhecimentos jurídicos mas à conduta de vingador da sociedade, quando os criminosos são petistas), incensado por ilustrados jornalistas, é de que não cabem embargos infringentes como recurso na AP 470.
Dizem basear-se os ilustres e ilustrados intérpretes no fato da existência de lei que disciplina o procedimento recursal no STF (lei 8.038/90) da qual qual não há referência a embargos infringentes (aqueles que possibilitam revisão do julgado).
O detalhe reside no fato de que a dita lei também não fala em embargos de declaração. Ora, a interposição de declaratórios foi aceita. Por que não os infringentes?
Para o Parágrafo Único do art. 609 do Código de Processo Penal, "quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade...".
Restará à desesperada interpretação joaquina (de Joaquim Barbosa) defender que a AP 470 foi julgada no Supremo Tribunal Federal. O que lhe daria um toque especial de definitude, ainda que os erros sejam flagrantes e até mesmo infantis. Razão por que a vontade joaquina passa a ser lei.
Se tal ocorrer, para o beleléu os princípios que alimentam o Direito Pátrio.
Consumado o escândalo substitua-se STF por STI - Supremo Tribunal Federal por Supremo Tribunal de Inquisição. E, para não perder a oportunidade, também a nomenclatura de seus integrantes, de ministros para justiceiros.
domingo, 18 de agosto de 2013
Alguns destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
_____
Pena para todo lado I
Matéria de capa da IstoÉ que
está nas bancas, da lavra de Alan Rodrigues, Pedro Marcondes e Sérgio Pardellas,
dá nome a muitos dos bois do propinoduto paulista.
Caso o leitor comece a ver
penas azuis voando por aí não duvide que tenham origem nos fatos do trensalão
tucano, o novo tsunami sobre o paradigma da moralidade oposicionista.
O leitor poderá visualizar a ilustre e ilustrada fauna clicando
em http://www.tijolaco.com.br/wp-content/uploads/2013/08/mi_6048224748093164.jpg .
Pena para todo lado II
Clássica a observação de que,
em casos de corrupção, descobre-se tudo seguindo o dinheiro. Ou seja, acompanhe
o transitar dos recursos e verá que eles chegam a algum lugar: bolso de
político ou paraíso fiscal (que é a mesma coisa).
No caso do propinoduto tucano
– as coincidências o confirmam – alcançará fatalmente FHC. Versão há – a partir
de investigações e de leituras à época, idos de 2000 (Folha de São Paulo e Veja)
– de que recursos da Alston, na ordem de 3 milhões de reais, que chegaram ao
tucanato através de Andrea Matarazzo, irrigaram o ‘caixa 2’ da reeleição de
1998. Pelo meio, como organizador de cartéis, o genro de FHC, Gilberto
Zylberstajn. Detalhes em http://www.brasil247.com/
(PF e MP já investigam a conexão metrô-FHC).
Registremos, apenas, que
quando o ‘caixa 2’ é petista passa a ser denominado “mensalão”, ainda que não
comprovado que recursos públicos o tenham irrigado, como ocorre com o tucano,
tanto em Minas Gerais como em São Paulo.
Pagando para ver
Ainda que tenhamos de esperar
para confirmar as expectativas – afinal a força avassaladora da mídia para
transformar factóides em dogma de fé não pode ser desprezada – soa-nos positiva
a postura demonstrada pelo ministro Roberto Barroso. “Não há corrupção do bem.
A corrupção é um mal em si e não deve ser politizada”. “Não existe corrupção do
PT, do PSDB ou do PMDB. Existe corrupção”.
Ponderou Sua Excelência que a lista de casos recentes de envolvimento de
políticos em esquemas de corrupção é uma consequência do modelo político
eleitoral brasileiro. Tocou fundo na ferida.
Estamos jogando as fichas na
retomada do equilíbrio de julgamentos no STF. Pelo menos a partir de posicionamentos
como o do ministro Roberto Barroso.
Recado direto
O expressado pelo ministro
Roberto Barroso na retomada do julgamento da AP 470 é um recado direto não
somente à classe política, mas à própria sociedade. Não se combaterá a
corrupção simplesmente com passeatas (não que se lhes negue importância,
entendemos).
Enquanto não alterarmos o modelo político-eleitoral – dentre
muitos aspectos a atual forma do financiamento de campanhas – culpar este ou
aquele individualmente é simplesmente politizar os fatos, corresponder a interesses
meramente eleitorais e imediatos, porque os que se dizem arautos da moralidade
são autores de seus próprios sistemas de desvio de recursos públicos.
Dentre esses interesses,
talvez um recado direto também ao ministro Joaquim Barbosa, com ambíguas
posições em torno de um mesmo tema.
Não falta dinheiro
A Forbes é dessas publicações
que cuidam de mostrar a grandeza material dos grandes como se tal fosse dádiva
divina, tamanha a importância que atribui à acumulação financeira. Tal não
deixa de agredir em planeta onde vivem miseráveis e famintos, milhões morrendo
por falta de um mísero prato de comida por semana.
Por estas bandas do “país de
São Saruê” – certamente dentre os aquinhoados que integram alguma lista da
Forbes ou a ela queiram chegar – há quem critique um certo ex-presidente da
república que sonha com a possibilidade de que todo brasileiro faça três
refeições diárias.
O preâmbulo tem o propósito
apenas de preambular o divulgado por
Miguel do Rosário (o atual calo da Globo) em www.tijolaco.com.br – “Família Marinho
tem fortuna de 52 bilhões de reais, diz Forbes”. Em valores exatos, 51,64 bi.
Os filhos do Dr. Roberto (cada um deles com pouco mais de 17 bi) são a sétima fortuna do país. Apenas para comparar: a família de Sílvio Berlusconni, todo poderoso magnata da mídia italiana, ex dirigente máximo da Itália, possui o equivalente a 13 bilhões de reais e a de Murdoch, em torno de 23 bi.
E os meninos da Globo não
pagam bagatelas como 1,5 bi ao ECAD ou 1 bi (valores atualizados) a Receita
Federal.
Ao contrário, chegam até mesmo
à premiação com vultosas verbas publicitárias do Governo Federal, ainda que
suas “audiências” não andem lá essas coisas.
Como encontram sempre um apoio
aqui e acolá não temem por não pagar. Medo de arrepiar mesmo é perceber que a
sociedade começa a acordar. E que 71% de entrevistados pela Fundação Perseu
Abramo querem reforma da mídia.
Da omissão à conivência I
A ação governamental, em nível
federal e estadual, não corresponde à dimensão do que está a ocorrer na região
reinvindicada por indígenas no
entorno de Olivença, que envolveria não só o município de Ilhéus mas também os
municípios de Buerarema (o mais atingido) e Una. A omissão das autoridades gera
uma terra de ninguém e abre perigoso precedente.
Particularmente – não tememos
afirmá-lo – temos profundas dúvidas sobre a legitimidade dos que hoje se dizem
descendentes do povo tupinambá, trucidado no curso dos séculos, ainda na fase do
Brasil Colônia. Um ou outro pode sê-lo. Não aquela maioria que anda expulsando
proprietários e trabalhadores das propriedades da região.
Nossas dúvidas se aprofundam
quando tentamos encontrar a origem de todo este movimento. Que vemos articulado
para fins nada nobres. Que se utiliza da extinção da etnia tupinambá
(pouquíssimos serão os seus sobreviventes) para exercer uma vingança que não
cabe, voltada contra quem não tem nada a ver com a história e envolve parte de
uma das mais ricas biodiversidades do planeta, existente no Bioma Mata
Atlântica (mais de 440 espécies por hectare).
Da omissão à conivência II
Para tanto – o que mais agrava
a situação – o que está em andamento é uma luta pelo domínio de propriedades
ora particulares, violando elementares princípios do Estado Democrático de
Direito: o respeito às autoridades constituídas, às instituições do Estado e à
igualdade de todos perante a lei.
Acompanhamos todos no curso de
30 anos o desenrolar da ação reivindicatória da área que integrava a antiga
reserva Paraguaçu-Caramuru em Itaju do Colônia e Pau Brasil.
Como sói acontecer
em democracias coube ao Poder Judiciário dirimir o conflito e sua decisão foi
respeitada e acatada, ainda que desagradando os que perderam terras, que lhes
parecia legitimadas porque adquiridas sob a égide do estado da Bahia, que delas
se apropriou na primeira metade do século XX e as transferiu através de
questionáveis títulos de propriedade para particulares mais adiante, jogando ao
léu os nativos.
Da omissão à conivência III
A situação hoje centrada em
Buerarema é por demais grave. Gravíssima. A reação da população local esta
semana não podia ser outra. Declarada a guerra por aqueles que se dizem
titulares de toda aquela região, invadindo e depredando propriedades produtivas
e expulsando seus moradores, sem qualquer amparo em decisão judicial, não podia
levar posicionamento diverso do tomado pela população macuquense.
É a
sobrevivência. O clima na zona rural, com reflexo na urbana, é de terror.
Testemunhamos há poucos dias –
temos nome e endereço da vítima, porque registrados no colégio onde estávamos –
uma desesperada mãe buscando vaga na escola porque tivera de sair com os filhos
apenas com a roupa do corpo, expulsos por “nativos”.
Gente simples que não tem para
quem apelar.
Da omissão à conivência IV
Não podemos imaginar que as
autoridades não tenham conhecimento do que está acontecendo, porque há muito
acontece.
As denúncias levadas recentemente
pelo deputado Geraldo Simões ao Brasil através da tribuna da Câmara dos
Deputados não encontraram de logo a resposta que cabia às autoridades. Clamou
em vão o deputado e nenhuma atitude teria sido tomada – como não ocorre há
muito – caso não tivesse havido a ‘ação direta’ que configurou a reação de uma
população acuada e amedrontada, que se viu forçada ao exercício da legítima
defesa.
Não se pode conceber que quem
quer que seja se veja no direito de expulsar manu militari residentes com o beneplácito da omissão das
autoridades constituídas. Fato que vem acontecendo há meses.
A omissão das autoridades
torna-as coniventes e co-responsáveis por tudo que venha a acontecer.
Da omissão à conivência V
Pedido de intervenção federal
teria ocorrido há um mês. Cabe perguntar o que espera um ministro da Justiça
(ou da ‘injustiça’) para acionar os dispositivos de que disponha para evitar
agravamento de uma situação.
Não podemos imaginar que seja
o derramamento de sangue de patrícios.
Não deixa saudade
Já vai tarde. Que Deus tenha pena
de sua alma quando chegar à planície. É que do planalto há um senador que está
em seus calcanhares e que o chama simplesmente de prevaricador.
Há de onde tirar
O Governo do Estado aperta o
cinto e economiza contingenciando gastos com comissionados (10%), aluguel de
veículos (20%) e autorizações de passagens (50%), estimada a economia em torno
de 250 milhões de reais.
Bem que poderia ampliar a economia,
de forma substanciosa, reduzindo a propaganda institucional desnecessária, como
a de placas mostrando a barragem do rio Colônia quando não paga a dívida para
com com a empresa que a constrói.
Afinal, melhor propaganda é a
conclusão da obra e não simplesmente anunciá-la.
Eduardo
Justíssima a homenagem da
Câmara Municipal de Itabuna a “Gaguinho”, com
óculos, sem óculos, com binóculos, sem binóculos, agora em um lugar chamado
Eternidade. Afinal, o homenageado expressara em vida todas as virtudes
reunidas que o fazem merecedor da atenção: jornalista, comentarista político e
ex-vereador.
Mais que isso, permitiu-nos a
inauguração da Sala Eduardo Anunciação, a homenagem ao jornalista recentemente
falecido, destinada à assessoria da Câmara e aos jornalistas que cobrem os
trabalhos da Casa, descobrir inusitadas figuras – falamos das estranhas – que
hoje integram o “jornalismo” local, famosas pelo escancarado jabá que exigem
para que as vítimas não sejam vilipendiadas pelo português de analfabetos não
tão funcionais assim, o que contraria, em tudo, o exemplar comportamento do
homenageado.
E que, para escândalo de
muitos, ainda se dão à ousadia – tolerada pela Mesa da Casa – de transitar pelo
recinto do Plenário como se fossem pares de Suas Excelências.
Itororó
Não podemos afirmar que
sejamos o primeiro a informar. Mas temos a certeza de que a fábrica aguardada
em Itororó está com a documentação jurídica praticamente regularizada.
Caso
dependa apenas disso e a instalação das máquinas ocorrer na mesma velocidade,
muito brevemente as mil vagas oferecidos serão ocupadas na produção de calçados
femininos.
Itapetinga
Quando militávamos no mundo da
música, no conjunto Os Apaches, final dos anos 60 e início dos 70, agredindo o contrabaixo eletrônico ao
lado de Aderbal Duarte, Aladino e Carmélio, conhecemos a figura simpaticíssima
de Getro Guimarães, um típico mestre de cerimônia para todo e qualquer evento
que ocorresse em Itapetinga. Possuía o dom de levar alegria onde estivesse.
Polarizava as atenções, sempre gentil e afável.
Exímio contador de causos, também transitava pela poesia e foi na sua
Gráfica Moderna que imprimimos os primeiros materiais para nosso escritório de
contabilidade, instalado no imediato da extinção de Os Apaches.
Somente esta semana soubemos
da morte do paraibano que alegrava nossas conversas, quando prestes a completar
85 anos, ocorrida em meados de julho.
Tomado de profundo pesar só
nos resta rezar ao Criador para que mantenha em seu seio o estimado Getro, que
deve andar por lá contando seus causos.
____________
* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
sábado, 17 de agosto de 2013
Do céu
Ao inferno
Muitos enxergam na postura do ministro Joaquim Barbosa a intransigência como tônica. Estaria a defender com unhas e dentes suas questionadas posições dentro da AP 470, algumas que o tornam defensor de absurdos jurídicos para alimentar típica sanha de vingador da sociedade.
Não fica bem - assim vemos - que Sua Excelência esteja a se apresentar como justiceiro, quando lhe compete a mais alta das funções, a de julgar. O ato de julgar exige, acima de tudo, equilíbrio e desapego das paixões. Não é o que demonstra Joaquim Barbosa, que age como apaixonado torcedor, a ponto de desequilibrar-se quando questionado.
Não nos surpreende a conduta do ministro como móvel de um desgaste que constrói para sua imagem. Tudo porque tem lhe faltado a grandeza, como virtude, para reconhecer razões em posicionamentos contrários, o que não está a significar que tenha de mudar suas convicções.
Transita entre o céu e o inferno o ministro Joaquim Barbosa. O desequilíbrio sacrifica a sua imagem e enodoa a própria Corte que preside.
A falta de serenidade, de temperança e de urbanidade avançam para que possamos afirmar que Sua Excelência não passa de um mal educado.
Muitos enxergam na postura do ministro Joaquim Barbosa a intransigência como tônica. Estaria a defender com unhas e dentes suas questionadas posições dentro da AP 470, algumas que o tornam defensor de absurdos jurídicos para alimentar típica sanha de vingador da sociedade.
Não fica bem - assim vemos - que Sua Excelência esteja a se apresentar como justiceiro, quando lhe compete a mais alta das funções, a de julgar. O ato de julgar exige, acima de tudo, equilíbrio e desapego das paixões. Não é o que demonstra Joaquim Barbosa, que age como apaixonado torcedor, a ponto de desequilibrar-se quando questionado.
Não nos surpreende a conduta do ministro como móvel de um desgaste que constrói para sua imagem. Tudo porque tem lhe faltado a grandeza, como virtude, para reconhecer razões em posicionamentos contrários, o que não está a significar que tenha de mudar suas convicções.
Transita entre o céu e o inferno o ministro Joaquim Barbosa. O desequilíbrio sacrifica a sua imagem e enodoa a própria Corte que preside.
A falta de serenidade, de temperança e de urbanidade avançam para que possamos afirmar que Sua Excelência não passa de um mal educado.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Filme
Medíocre
Caso tenhamos que ver o ministro Joaquim Barbosa como um diretor de cinema e considerando a sua atuação como coordenador e dirigente dos trabalhos do STF, a quem cabe expressar equilíbrio e respeito aos pares, às partes e ao público (as sessões são televisadas) não nos sentimos a cavalheiro para afirmar que constrói uma obra de arte.
Sua reação deselegante e grosseira para com o ministro Ricardo Lewandovsky e o imediato encerramento da sessão nos termos e circunstâncias em que ocorreu mostra-o como somente capaz de dirigir filmes medíocres.
Preferencialmente de terror, centrado em sadismo de inquisição para levar bruxas à fogueira, não importa o método para tão abjeto roteiro.
Cai-lhe bem a toga. Que deixa de sê-lo símbolo da Corte para tornar-se capa de vampiro.
Caso tenhamos que ver o ministro Joaquim Barbosa como um diretor de cinema e considerando a sua atuação como coordenador e dirigente dos trabalhos do STF, a quem cabe expressar equilíbrio e respeito aos pares, às partes e ao público (as sessões são televisadas) não nos sentimos a cavalheiro para afirmar que constrói uma obra de arte.
Sua reação deselegante e grosseira para com o ministro Ricardo Lewandovsky e o imediato encerramento da sessão nos termos e circunstâncias em que ocorreu mostra-o como somente capaz de dirigir filmes medíocres.
Preferencialmente de terror, centrado em sadismo de inquisição para levar bruxas à fogueira, não importa o método para tão abjeto roteiro.
Cai-lhe bem a toga. Que deixa de sê-lo símbolo da Corte para tornar-se capa de vampiro.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
O ataque
Como defesa
O governador paulista Geraldo Alckmin anuncia processar a Siemens por cartel em licitações de obras em São Paulo.
Risível a iniciativa de encontrar cartel em uma só empresa. Afinal, já público e notório, que outras empresas estão envolvidas, como a Alstom, a Bombardier. Cheira a iniciativa a calar as demais.
As revelações que vão surgindo alimentam um escândalo que tende a tornar-se um dos maiores já montados no Brasil, que pode ultrapassar a casa de bilhões de reais em recursos desviados para o bolso de políticos e de dirigentes de empresas estatais paulistas, todos vinculados às "vestais da moralidade" tucana.
Vemos a iniciativa de Alcmin tão somente como um procedimento de defesa. Afinal, a clássica expressão futebolística de que 'o ataque é a melhor defesa" parece estar sendo aplicada ao propinoduto paulista. No caso, os fatos revelados pela Siemens embutem desdobramentos ainda não palpáveis.
Já se fala, por exemplo, em recursos do esquema denunciado pela multinacional irrigando a famosa "lista de Furnas", montagem mineira para formar caixa 2 com recursos da estatal. Não fora recursos da Usiminas, para avivar a memória.
Não nos esqueçamos que o então deputado Roberto Brant (PFL) afirmara haver recebido diretamente da Usiminas, e não da DNA de Marcos Valério, os 100 mil reais que o jogavam na "lista".
Processar a Siemens por cartel não responde à pergunta fundamental: para onde foi o dinheiro da corrupção em São Paulo, ocorrida nos últimos 20 anos de vários governos do PSDB?
Aí o centro do problema. Esconder o destino do dinheiro criando o factóide da apuração por cartel.
Simplesmente atacando para se defender.
O governador paulista Geraldo Alckmin anuncia processar a Siemens por cartel em licitações de obras em São Paulo.
Risível a iniciativa de encontrar cartel em uma só empresa. Afinal, já público e notório, que outras empresas estão envolvidas, como a Alstom, a Bombardier. Cheira a iniciativa a calar as demais.
As revelações que vão surgindo alimentam um escândalo que tende a tornar-se um dos maiores já montados no Brasil, que pode ultrapassar a casa de bilhões de reais em recursos desviados para o bolso de políticos e de dirigentes de empresas estatais paulistas, todos vinculados às "vestais da moralidade" tucana.
Vemos a iniciativa de Alcmin tão somente como um procedimento de defesa. Afinal, a clássica expressão futebolística de que 'o ataque é a melhor defesa" parece estar sendo aplicada ao propinoduto paulista. No caso, os fatos revelados pela Siemens embutem desdobramentos ainda não palpáveis.
Já se fala, por exemplo, em recursos do esquema denunciado pela multinacional irrigando a famosa "lista de Furnas", montagem mineira para formar caixa 2 com recursos da estatal. Não fora recursos da Usiminas, para avivar a memória.
Não nos esqueçamos que o então deputado Roberto Brant (PFL) afirmara haver recebido diretamente da Usiminas, e não da DNA de Marcos Valério, os 100 mil reais que o jogavam na "lista".
Processar a Siemens por cartel não responde à pergunta fundamental: para onde foi o dinheiro da corrupção em São Paulo, ocorrida nos últimos 20 anos de vários governos do PSDB?
Aí o centro do problema. Esconder o destino do dinheiro criando o factóide da apuração por cartel.
Simplesmente atacando para se defender.
domingo, 11 de agosto de 2013
Alguns destaques
DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
_________
Resistência
O senador José Sarney anda
dodói. Bactéria resistente à maioria de medicamentos afeta o cacique
maranhense, ou amapaense conforme a conveniência. A turma da charge descobriu a
razão da resistência. "Pra aguentar o Sarney tem de ser muito resistente mesmo" (Duke)
A doença I
Continuamos na seara dos que
não entendem a postura da classe médica contra a vinda de estrangeiros para atuar
no em rincões brasileiros, de periferias aos grandes centros urbanos. A
contradição mais se sustenta – assim a vemos – na circunstância de que,
faltando médicos, negue-se a oportunidade de tê-los.
O argumento, teimoso como o exagero
da teimosia, está centrado na dificuldade que o médico estrangeiro teria para
compreender nossa realidade – de patologias à língua – o que não corresponderia
à pretensão do Governo Federal, de ver atendida a população que carece do SUS.
A súbita e oportuna defesa dos
interesses da população de imediato esbarra na contradição de que a carência de
mais de 15 mil médicos não pode ser tributada pura e simplesmente ao Governo
Federal. Fatores vários contribuem para a aberração, dentre eles o da
apropriação do Sistema Único de Saúde pela denominada ‘medicina de grupo’. Para
essa turma, a Saúde Pública se resolve com investimentos – que devem ser
repassados para a iniciativa privada através de convênios, como ocorre
atualmente numa construção de décadas.
Ainda sob este prisma – o do
investimento – faltariam equipamentos nas muitas localidades para onde se
destinariam os médicos solicitados. Não se negue tal fato – que, entendemos,
será corrigido com o tempo (assim como no curso do tempo a “medicina privada”
se apropriou da pública) – cabendo à sociedade fiscalizar melhor os gastos
públicos, em muito desviados para encher as burras da corrupção, parte dela alimentada
por próceres da medicina de grupo (superfaturamento, exames desnecessários, cesarianas
em excesso – apenas para ilustrar).
A doença II
Não fora isso, e como perguntar
não ofende, interessante saber-se, por exemplo, se os equipamentos que municiam
parte dos hospitais que alimentam a “medicina privada” foram adquiridos pelos
profissionais médicos que deles se beneficiam.
Nesse particular aspecto não
precisamos sair de Itabuna. Basta que se chegue à Santa Casa de Misericórdia
sem dinheiro ou sem um convênio. Ainda que seus equipamentos tenham origem em
recursos públicos, sem falar nas contribuições da população em tempos idos.
A doença III
Por fim, a contradição maior
reside no fato singular: se o médico estrangeiro é inconveniente (pelo que
sinalizam no expressar seria “incompetente”) sobre quem recairá a culpa por
tê-lo trazido? Naturalmente sobre o Governo Federal, que teria de assumir o ônus.
Deixem-no assumir o que tenha
de assumir. Porque insinuar que a população pode morrer ou não se curar nas
mãos de médicos estrangeiros não é pior do como está ela hoje: sem direito a
ser assistida por um profissional, dentre estes os que criticam o Mais Médicos.
Falando para o Cosmos
A presidente Dilma Rousseff,
inaugurando universidade federal em Varginha-MG, diante dos números
recentemente divulgados não perdeu a oportunidade de afirmar que a inflação
está controlada.
Independente de estar ou não,
dizê-lo em Varginha por ser coisa para ET.
Dados
O sempre combalido futebol
brasileiro, olhado sob a ótica da competência dirigente, encontrou uma
interessante avaliação, onde se destaca o tempo, em meses, que seria suficiente
para pagar as dívidas contraídas utilizando o clube tudo que arrecade para o
pagamento.
Considerando os times baianos
que integram a relação, a situação do Bahia justifica a intervenção por que
passa, carecendo de 21 meses para saldar as obrigações. Já o Vitória precisaria
de apenas um mês para quitar sua dívida.
A PEC e o guardião
A denominada PEC 37 caiu no
fragor das manifestações de rua. Pretendia limitar a função do Ministério
Público no âmbito da investigação, para que não fosse confundida a sua atuação
com a das polícias.
Descobre-se que o
Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, teria ciência e controle sobre
um “sistema guardião”, destinado ao monitoramento e
interceptação telefônica e de dados, que anda sendo utilizado sem autorização
judicial. Ou seja, bisbilhotice e escuta ilegal para fins que só Deus sabe
quais!
A denúncia foi
trazida pelo senador Fernando Collor, da tribuna do Senado na quinta 8 http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2013/08/09/collor-suspeita-de-arapongagem-de-gurgel/
e abordada ironicamente neste espaço (Gurgel não descansará em paz).
Assim que
confirmados os fatos muita gente vai pedir outra PEC 37.
De coadjuvante a expressão eleitoral
Geddel Vieira Lima –
registramos na semana passada neste DE RODAPÉS E DE ACHADOS – considerando os
números apontados pela pesquisa da Sócio Estatística, mais estava para
coadjuvante na sucessão baiana, no patamar de 15%.
Como pesquisa é o retrato de
um instante e considerarmos a possibilidade concreta de PFL/DEM e PSDB não
aglutinarem um nome de suas hostes e o fizerem em torno de Geddel não será
exagero dizê-lo futuro governador da Bahia.
Nossa dedução parte de dois
fatos: o primeiro, se considerarmos que não interessa a ACM Neto candidatar-se agora
e que a Paulo Souto melhor fica uma vaga no Senado somente restaria, em nível
de oposição, Geddel no primeiro plano e José Ronaldo (DEM) alimentando
pretensão; o segundo, a base que apóia Jacques Wagner pode migrar, retornando
às origens.
Claro que no caminho está
presente a decisão do PT quanto ao nome que pretende indicar. Caso aglutine a
base, tudo bem. Porque se depender apenas da imagem de Jacques Wagner pode afundar.
Orçamento impositivo
Intenção antiga, e sonho de
todo e qualquer parlamentar autor de emendas a Orçamento, de que tal iniciativa
encontre natureza impositiva e não meramente autorizativa como sói acontecer há
muito. O conflito entre uma e outra reside na circunstância elementar – sob a
ótica do Poder Executivo – de que a execução orçamentária é prerrogativa
privativa do Executivo, a quem cabe – diante da realidade da arrecadação –
controlar o fluxo de gastos, priorizando o de mais necessidade. Deputados
buscam a impositividade, considerando-se desrespeitados em suas indicações
financeiras para atender redutos eleitorais.
Mais razão tem o Poder
Executivo. Afinal, a aplicação pura e simples da impositividade seria negar a
condição do gerir e do administrar, que são da essência da gestão.
Não fora isso, a
impositividade está a exigir a plena arrecadação da receita estimada e absoluto
equilíbrio fiscal. O que não se pode dizer que esteja a ocorrer neste “país de
São saruê” há décadas... séculos.
Por fim, o comportamento da
base aliada, por exemplo, sem orçamento impositivo já depõe contrariamente a
que o mesmo venha a ser aprovado.
A não ser como golpe branco.
Dia dos pais
Para os que tornaram o
consumismo razão de existir, nada melhor que dia das mães, dos pais, dos
namorados etc. Sempre há um dia para presentear – ou seja, para gastar.
Como agosto apenas está
começando recomendamos “passear” no Jequitibá e descobrir quanto de dinheiro o
leitor precisa só para atender aos muitos “dias” do mês. Uma loja, muito
criativa, destacou uma dezena deles para justificar compras.
Perdendo o sentido I
Ao que parece estão errados os
que viram com olhar de reprovação a atitude de um vereador – espelho de todos,
com raríssimas exceções – que alardeou, com direito à exposição midiática,
estar devolvendo cargos ao Poder Executivo por haver com este rompido.
A indecorosidade reside nesta
relação espúria, que vai se acentuando nas últimas décadas, pelo menos em nível
de transparência recente, onde um representante do povo se vê no direito de
ratear indicações para cargos comissionados como se fosse a coisa mais ética e
natural do mundo.
Natural pode até sê-lo, na
ótica dessa gente. Afinal, para isso gastam tanto dinheiro para se eleger. Sob
o viés da Ética nunca o será. A não ser que Sócrates, Platão, Aristóteles –
entre outros – tenham se convertido à corrupção.
A reação desta coluna diz
respeito a quase nehuma análise em torno do fato – sob dimensão crítica – na
imprensa regional.
Perdendo o sentido II
Itabuna padece de compreensão
sobre os valores que a alimentam. Edificações antigas e históricas vão ao chão
como se permanentemente fôssemos atingidos por trombas d’água ou tsunamis. Não
bastasse, deram de desconfigurar projetos arquitetônicos, como ocorreu com a
pintura recente da Praça Rio Cachoeira.
O projeto da arquiteta Clara
Kauark promovia plena integração entre a natureza e a obra física às margens do
símbolo maior de Itabuna, onde as cores traduziam aquela plenitude, na leveza
com que se integravam à natureza alada que a frequenta.
Transformada está em um grande
e insignificado sinal de trânsito.
Definitivamente estamos
perdendo o sentido das coisas construídas por nossa gente.
Secos & Molhados
Passados 40 anos. Ouvi-los nos
remete ao frenesi que foi o seu surgimento. Dois álbuns lançados bastaram para que
fossem inseridos no imaginário da música brasileira. Para nós, particularmente,
bastaria o primeiro elepê com suas cabeças expostas em bandejas.
Neste agosto que exige não
esquecer a estupidez do lançamento das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki o
poema de Vinicius de Moraes (musicado por Gerson Conrad, do próprio grupo) sofrido
pelo Secos & Molhados, em “Rosa de Hiroshima”, se impõe. http://www.youtube.com/watch?v=j11OYO0abGo
______
* Coluna semanal publicada aos domingos no www.otrombone.com.br
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