sexta-feira, 31 de maio de 2013

Comissão da Verdade

Que se espera
Para justificar sua existência a Comissão Nacional da Verdade apresentou balanço de atividades desenvolvidas neste primeiro ano de atuação. Caso tenhamos de tomar como referência para suas conclusões o que trouxe a público de logo deixa a desejar.

Praticamente nada que diga respeito ao papel da imprensa nos acontecimentos que são objeto de análise da Comissão.

Não se espera da Comissão vinganças, mas, tão somente, o resgate da verdade para alimentar a memória deste Brasil. Para integrar esse relatório seria ingênuo imaginar-se que tudo correu graças ao comando militar que assegurava a ditadura. Não houvesse respaldo da sociedade civil muito do que aconteceu não teria ocorrido.

Dirão muitos que a repressão calava a todos. Ainda que verdade seja não exime que tomemos conhecimento de que empresários e órgãos da imprensa, por ação ou omissão, contribuíram para o desenrolar das tragédias no escondido dos porões.

Verdadeiramente não é o que se espera da Comissão Nacional da Verdade. Ainda que tenhamos de compreender que lhe restam mais alguns meses para reparar a omissão investigativa.


STF

Sinuca de bico
A metáfora será facilmente compreendida por quem conhece o universo do pano verde, em Itabuna muito bem dominado por Bombaim. Quando a dificuldade é tamanha, a inviabilizar o deslanche da jogada, tem-se como de difícil solução o que está pela frente.

Nesse viés se encontra o STF. Pressionado pelos holofotes - plano externo - e pelas paixões recônditas dos pares - no plano das individualidades julgadoras - o Supremo Tribunal Federal - traduzido na imagem de alguns de seus integrantes (a maioria, em muitos casos escabrosos) permitiu-se esquecer, ou dilacerar, os postulados jurídicos para alimentar a sanha de linchamento sustentada mais no agrado à elite que comanda a casa-grande.

Inverteram tudo que pudesse ser invertido, não bastasse de imediato negar o princípio do juiz natural. Inclusive a inversão do ônus da prova em matéria penal. Deram uma leitura tupiniquim, ridícula e desmoralizante, à teoria do domínio do fato. Uma festa para os holofotes; um orgasmo para quem os alimentava.

Os embargos de declaração vieram à tona, ainda que contra a vontade de Sua Excelência, ministro Joaquim Barbosa, antes relator e agora também presidente do STF. Na esteira, os absurdos cometidos.

Eliana Calmon, ministra do STJ, entende que o STF não tem base para manter muitas das condenações, mas não terá coragem para absolver.

Diremos, parodiando Sua Excelência: não tem base para manter condenações, mas lhe falta a grandeza para reconhecer que errou. Preferirá correr para o abismo da desmoralização a fazer-se tradutor de Justiça.

Afinal, para quem pretende Justiça nunca a encontrará em tribunais de exceção. 

Pouco vale

A vida
A vida não tem sido objeto da atenção que sua existência exige. No Plano jurídico, o bem maior; no cotidiano, uma coisa qualquer. Filósofos e sociólogos debruçam-se para tentar explicar o que anda acontecendo. 

Assassinato seguido de suicídio. Paixões avassaladoras, razões distantes da compreensão.

Mas ceifar uma vida por causa, ou ciúmes, de "arrocha" é demais!


Para ler

E registrar
O sítio do jornal A Tarde publicou o depoimento da cineasta Lúcia Murat, perante a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, na terça 28.

Leitura imprescindível, para os que não admitem o que aconteceu nos porões da ditadura militar.

Murat é sobrevivente e pode falar; outros, foram calados para sempre.


Nem a imprensa

Escapa
Durante a cobertura jornalística do cumprimento de ordem judicial para a reintegração de posse em área ocupada por índios que a reivindicam, o eterno confronto entre a corda e o pescoço. Índios com paus e pedras; o Estado, com o que o povo lhe permite dispor.

Na liça - para usar uma linguagem dos tempos da cavalaria andante - nem o pessoal da imprensa escapou. Um profissional foi atingido no rosto por uma bala de borracha.

Apenas esperamos que não sejam os índios os culpados pelo disparo.

Novo

Estilo
Certamente não dignifica a instituição falas agressivas como argumentos entre pares. Espera-se da Casa do Povo, ainda que o eleitor fosse mal educado e grosseiro, exemplo de transformação e respeito.

Itabuna, desde que outros meios se tornaram veículo para eleger-se vereador, assiste a baixaria como ensaio intelectual.

Certamente o "novo" estilo levado a termo por algumas de Suas Excelências, cujo nível de formação não permite outro expressar. E confunde a liberdade de expressar ideias e convicções com a de xingar em plenário, de discurso com baixaria.

O povo, no entanto, não merece. E não pede por isso.

Tementes

Ao deus mercado
Os juros básicos voltaram a subir. A inflação como desculpa, caindo não em decorrência da manipulação da SELIC. No entanto, o discurso que o mercado e sua “mão invisível” esperava foi atendido: dificultar o consumo e criar expectativas positivas para o sistema que vive de juros e pensa a partir deles como se fossem fonte de riqueza geral.

As lições mundo a fora – a Europa como centro, onde 27 milhões estão desempregados – parecem ainda não ter força de convencimento de que a ordem mundial, para corresponder ao capital em detrimento do homem como razão da existência, mais leva à fome e à desagregação social.

E não enxergamos o simbólico exemplo do que esta ordem representa, quando em meio aos mortos de Bangladesh se encontravam as marcas famosas encontradas nas lojas de luxo, “vestindo” os corpos dos miseráveis sacrificados no tear da globalização, porque a mão de obra barata, concorrente aos desempregados do primeiro mundo, de custo miserável, é o sonho de consumo das elites que a planejam.

Certamente não será essa a melhor lição para o Brasil, que se ensaia temente ao deus mercado e em seu altar volta a por oferendas.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Inexplicando

O explicável
Só com neologismos para expor o que dizem as lideranças maiores do Congresso - os Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, ambos do PMDB - tentando justificar irresponsáveis condutas das duas Casas diante de uma Medida Provisória, a 601, que beneficia diretamente a população, justamente aquela que desonera as contas de energia.

Dizendo-se escaldado - afinal, cumpre o que prometera quando da discussão da MP dos Portos - o senador Renan Calheiros diz que não mais porá em votação no Senado medidas provisórias que cheguem à Casa para tramitar em menos de sete dias.

De imediato há uma velada crítica à atuação da Câmara dos Deputados, que retarda a votação e o envio para apreciação dos senadores.

Ouvido, o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, tergiversou deixando a entender  - já que suas explicações não explicaram nada, apenas sinalizaram - que as relações entre deputados da base governista e o Governo não andam lá essas coisas.

Poderia ter dito, sem meias palavras, que o Governo Dilma Rousseff não está colaborando com o toma lá dá cá que faz a festa dos senhores deputados. Ou mesmo, que entre eles - donde se destaca o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha - há dignificantes representantes, a la Dom Corleone, de máfias parlamentares a serviço mais de lobies empresariais, dos quais  recebem dinheiro para defender seus interesses na Câmara.

Nenhuma das justificativas explicam - de modo que o povo que os colocou lá entenda - as subreptícias razões que levam o Congresso a não aprovar algo que beneficia diretamente a população.

É assim como inexplicar o explicável.

Ainda mais inexplicável
Por outro lado, muito difícil o senador Renan Calheiros justificar o não andamento que lhe compete porque a Câmara dos Deputados não cumpriu com seu desiderato a tempo.

A absurda situação leva-nos a entender que o Senado da República passa a ser refém da Câmara dos Deputados. Ainda que pareça correta a sua postura de não apreciar o que lhe chegue em cima da hora, como não há lei que obrigue a Câmara a cumprir tempestivamente com seus deveres, assume o Senado o papel secundário de deixar caducar em seu colo o que lhe foi enviado pela Câmara. Ou seja, as medidas provisórias caducarão no Senado - que não deu causa - e não na Câmara - que deu causa.

Nessa briga sobra para o povo, que paga a conta dos senhores deputados e senadores e que quando tem algo que possa lhe beneficiar vê passar ao largo seus interesses, sob beicinhos de Suas Excelências.

Transparência

O que falta
Novamente na ordem do dia a possibilidade de aumento para a tarifa do transporte coletivo de Itabuna. Discussões abrem-se, passando por cobranças ao Conselho Municipal de Transportes, a quem cabe opinar sobre o tema.

Vemos algo mais profundo, enraizado há anos no custo da tarifa de ônibus urbano em Itabuna. Em muito, fechada a sete chaves a planilha, coisa para mágicos e não simples mortais, como os que integram o Conselho. Dizemos isso porque não temos conhecimento da competência técnica de cada um de seus membros para debulhar as entrelinhas da composição da planilha que alimenta o custo da tarifa.

Sabido que toda a gratuidade integra o custo. Assim, policiais, algumas categorias de servidor público no exercício da atividade, idosos, deficientes - entre outros - ao transitarem sem pagar têm sua tarifa coberta pelos que efetivamente pagam, tendo por critério a média daqueles não-pagantes que utilizam potencialmente o transporte.

Na esteira, políticas sociais da administração podem repercutir no custo da tarifa. Exemplo: na primeira gestão de Geraldo Simões houve a iniciativa de dotar o itabunense de transporte público gratuito aos domingos e feriados, uma louvável proposta. No entanto, o custo dos beneficiados, naturalmente, passou a integrar a planilha de custo da tarifa.

Na segunda gestão de Geraldo, de imediato retomou a iniciativa, tendo de suprimi-la quando vândalos passaram a depredar os ônibus nos dias em que circulavam gratuitamente para a população. Certamente embutido no custo a gratuidade.

Ocorre - essa a dúvida, por nós já denunciada em programa radiofônico local - que pode estar embutida na atual planilha coeficiente ou percentual de custos correspondente a essa gratuidade, que não mais foi praticada (desde início de 2001) o que pode representar um plus no custo da passagem.

Firulas como essa exigem transparência para que haja avaliação criteriosa. Se há tal "custo" e não mais se utiliza transporte gratuito em domingos e feriados cabe retirá-lo. Caso contrário, tudo bem! 

Um outro lado
Sabido e consabido que empresas de transporte coletivo Brasil a fora - e não cremos que as locais fujam à regra - financiam campanhas políticas, fornecem "passes" para indicados deste ou daquele político e coisas tais.

Aumentos no preço das tarifas são uma constante, mas constituem-se forma de asseguramento das benesses. Um poço sem fundo em terra onde o caráter macunaímico prepondera.

Demais disso, a distribuição do custo da gratuidade para a tarifa pode levar a distorções graves, como ampliar-se diante da realidade. Resulta disso que um centavo que seja a mais representa milhares ou milhões de reais para os cofres das empresas concessionárias, além do lucro natural à atividade.

A avaliação do custo de tarifa de ônibus, por sua complexidade objetiva e subjetiva, deveria ser acompanhada de perto pelo Ministério Público, auxiliado em suas funções por técnicos que dominem totalmente os meandros acima refletidos e não tenham a mínima participação no jogo que alimenta interesses privados - que também ocorrem em natureza privada no âmbito das administrações.

Explicações

Necessárias
Acatando representação de Daniel Dantas contra o deputado Protógenes Queiroz, o Procurador-Geral da República Roberto Gurgel denunciou-o perante o STF, pedindo a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico. A prova seria a ação movida pelo juiz Ali Mazloum contra Protógenes, onde haveria registro de busca e apreensão de dinheiro vivo (suspeito) na casa do deputado. (Informações no GGN).

O juiz simplesmente nega a existência do dinheiro. Para Protógenes o documento foi falsificado, fato confirmado por assessores do ministro Dias Tóffoli, por sinal quem acatou a iniciativa do Procurador-Geral Roberto Gurgel.

Nesse imbróglio vão se ampliando as razões do senador Fernando Collor de Mello – para quem Roberto Gurgel é uma “peça apodrecida” dentro da instituição – e do deputado Fernando Ferro – que o tem destituído de “autoridade moral para defender o Ministério Público”.

Como Daniel Dantas tem interesses no assunto aguardamos descobrir quem seja o autor da falsificação e uma explicação plausível de Roberto Gurgel e do ministro Dias Tófolli em aceitá-la.


Paralisação

Política
Greve dos professores municipais de Itabuna nos levanta uma dúvida: considerando que, comumente o PCdoB sempre tem um “quadro” nos sindicatos e associações – quando não controla tudo – o que comanda a paralisação itabunense estaria a ele vinculado? Seriam as causas do “estremecimento” entre o prefeito e o “aliado”? Ou reação daquele a este? Forma de pressão externa para dirimir interesses internos?

O método não é estranho. Ao contrário, por demais conhecido pelas digitais.

Possíveis recuperações de perdas no passado no imediato de uma administração que ainda trabalha para conhecer a herança recebida – pelo menos o que dizem muitos de seus integrantes – podem ultrapassar os limites da própria recuperação, mormente quando há intenção do governo de assegurar aumento de quase 8%.

A paralisação, por este viés, conteria uma dimensão política. E engrossa a cadeia de especulações.

E água de morro abaixo e fogo de morro acima ninguém segura - leciona a sabedoria popular.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Cobrindo a cabeça

Com chapéu alheio
Temos cá nossas reservas com relação a muitos destes projetos filantrópicos que rondam o planeta. Nossa fonte de observação – já que nunca andamos fora dos limites do Brasil – foi o que realizam muitas instituições para ajudar necessitados.

Entidade A faz campanha do cobertor; entidade B, para arrecadar alimentos. E por aí vai. (E nem falemos de campanhas tipo MacDonald Feliz, onde uma empresa que alimenta o câncer - pela contribuição à obesidade, pelo menos - arrecada para campanhas contra a doença).

Ocorre que quem contribui mesmo, na grande maioria, é quem está quase necessitando do que dá. As instituições, no entanto, aparecem ou são apresentadas como se fora delas, ou de seus membros, os recursos que distribuem.

Estamos escrevendo a propósito de notícia de que a Globo anda às turras com a Receita Federal (do Diário do Centro do Mundo). Certamente recebeu e não correspondeu em impostos.

Não sabemos por que nos veio à mente o Criança Esperança. Uma dessas iniciativas de cobrir a cabeça com chapéu alheio.


Denúncia

Grave
Hoje registramos a importância do ENEM para o ingresso de estudantes de escolas públicas na graduação. Surge-nos, no entanto, grave denúncia de Simon Schwartzman em seu blogue, de que está ocorrendo migração de estudantes paulistas, através do SISU, para ocupar vagas em outros estados, onde o curso de Medicina é o mais "ocupado" pelos paulistas.

Se louvamos o universo de cotas, iniciativas - legítimas, diga-se de passagem - como as denunciadas tendem a abrir uma discussão, por nós defendida: a necessidade de estabelecer cotas nas universidades públicas estaduais para os naturais. Ou seja: escolas custeadas pelo erário de determiando estado da federação deveriam reservar um percentual de vagas para os naturais daquele estado.

O processo ajudaria a preservar, em favor dos naturais de cada estado, um número de vagas, deixando as restantes para disputa nacional.

Nesse particular, dos males o menor: ainda que mais acirradas as disputas por vagas em São Paulo para os que não são de lá, mais livres ficam os concorrentes de cada um dos demais estados para encontrar uma vaga na graduação.

Quando alguém argumentar que isto feriria o princípio da isonomia afirmamos que a existência de cotas ocorreu justamente para preservá-la. E que a sugestão diz respeito apenas às universidades estaduais.


Ferro

Em brasa
Ainda que defendendo prerrogativas para a instituição – que muitos entendem ameaçadas pela PEC 37 – o deputado Fernando Ferro (PT) – que se diz “pela manutenção dos direitos do Ministério Público” – discursou da tribuna da Câmara dos Deputados pedindo a intervenção de outros atores do órgão na defesa da instituição, por entender que iniciativas como a do Procurador-Geral da República Roberto Gurgel em nada contribuem, porque “não tem mais autoridade moral para vir a esta Casa pedir defesa e mobilização dos parlamentares contra essa PEC pela sua postura em defesa do Carlos Cachoeira, pelas gravíssimas denúncias que aqui foram trazidas pelo deputado Protógenes Queiroz sobre a relação da esposa dele com o Daniel Dantas”.

Nada mais a dizer em relação a Roberto Gurgel, o “engavetador” de inquéritos, quando em jogo os seus interesses particulares.

Realmente falta-lhe “autoridade política e moral para defender o Ministério Público” e por atuar "de maneira seletiva" no exercício da função – como afirma Ferro.


Estremecimento

Desmentido
Circulam por aí "boatos" da existência de estremecimento entre o prefeito Claudevane Leite e o PCdoB, que andaria com uma sanha inaudita por cargos, o que não dispensa nem mesmo a cota de Sua Excelência.

De logo o desmentido. Tudo anda as mil maravilhas - diz uma das partes interessadas, o próprio PCdoB.

Onde há fumaça, há fogo! E quem tem o extintor para controlar o incêndio é o prefeito. Se o quiser!

Porque, se deixar correr, o fogo se alastra como "de morro acima".


Outra utilidade

Para a cannabis
A discussão que envolve a descriminalização de drogas, quando utilizadas pelo consumidor final, tem na maconha o maior centro de referência. Matérias têm circulado sobre o assunto e mesmo chegou a ser capa da CartaCapital recentemente.

As utilidades terapêuticas atribuídas à diamba, especialmente para os que se encontram em tratamento quimioterápico contra o câncer, acendem a luz da esperança dos "consumidores" não portadores da doença, que se sentem "filhos de Deus" discriminados.

Sob o ângulo da Sáude Pública já nos reportamos ao assunto neste espaço. No entanto nunca imaginamos fazê-lo sob a égide culinária.

É que, em Washington, Estados Unidos, um criador de porcos deu de alimentar os animais com maconha e diz estar obtendo excelentes resultados quanto a qualidade da carne, que mesmo chega a ser defumada com a própria.

Sem enveredarmos por análises outras ficamos com o raciocínio de que o uso da "erva" como alimento, se não contribui para outros fins, serve para evitar que a porcada estrile na hora de passar desta para a melhor.


Para não esquecer

Eles existiram
Depoimentos de mulheres torturadas e abusadas perante a Comissão da Verdade do Rio de Janeiro vão alimentando, a cada dia, a necessidade de aprofundamento sobre o período em que a tortura era "política de estado".

Os depoimentos da historiadora Dulce Pandolfi e da cineasta Lúcia Murat emocionaram os integrantes e os que assistiam suas falas à Comissão.

Ainda que os torturadores neguem, eles existiram. E precisam ser conhecidos em todos os pormenores. Eles, autores diretos, e aqueloutros, que os apoiava (empresários, imprensa etc.).

Caso tenha estômago, acesse o leitor  http://www.hojeemdia.com.br/noticias/politica/relatos-de-tortura-levam-comiss-o-da-verdade-do-rio-as-lagrimas-1.128842

ENEM

A oportunidade
Quase 2,5 milhões a mais de inscritos em 2013, tomando 2012 como referência. Os mais de 7,8 milhões de inscrições atuais demonstra o sucesso da iniciativa de universalizar a participação no ingresso para a universidade.

Para os que sonharam inviabilizá-lo o número crescente de inscritos joga uma pá de cal na pretensão.

Tornar-se-á, certamente, nos próximos anos, um funil mais afilado como seleção. Ainda que o número de universidades esteja sendo ampliado, como o de federais, com as três mais recentemente criadas, na Bahia, Ceará e Pará. 

Ao lado da política de cotas amplia-se a participação do brasileiro que cursa escolas públicas na graduação.

Que muitos critiquem - direito de cada um - mas é um caminho sem volta. A oportunidade sonhada e antes negada.


terça-feira, 28 de maio de 2013

Culpa

Do Governo Federal
Pelo andar pretendido pela oposição, diante do boato espalhado de que o Bolsa Família ía acabar - o que levou milhares a sacar o benefício, causando transtornos às agências da Caixa Econômica no país - o culpado tem nome: Governo Federal.

A falta de discurso leva parlamentares, inclusive o presidenciável Aécio Neves, a "exigir" rapidez da Polícia Federal nas apurações. 

A oposição tem encontrado apoio midiático.

Só falta localizar o culpado ideal: o PT.


Post scriptum
Por coincidência, as inserções do PSDB na televisão apresentam o seu potencial candidato para 2014: Aécio Neves.

Tudo a ver!

Pela amostragem

Talvez tenha razão
Professores das universidades estaduais não encontram apoio do Governo do Estado para suas reivindicações - dentre elas, a principal, a salarial - e ameaçam movimento paredista. O Governo diz não dispor de recursos financeiros para atender a pretensão.

Em que pese farta publicidade dando conta do progresso da Bahia em sua gestão - e a propaganda, pelo volume veiculado, parece também farta em gastos - soa estranho que para o governador Jacques Wagner não haja disponibilidades para corresponder ao aumento pretendido pelo magistério universitário estadual.

No entanto, observando em volta, pela amostragem que nos atinge, pode ser que o Governo da Bahia "de todos nós" tenha razão. Afinal, na segunda-feira 27, até caneta esferográfica estava faltando no protocolo da DIREC-7.

"Apesar de você"
Certamente por essas e outras a emissora AM vinculada a Geraldo Simões, em programa na sexta 24, desancava a classe política nas pessoas de Coronel Santana, Augusto Castro, Marcelo Nilo e... Jacques Wagner.

A emissora, ao que parece, mostra independência em relação ao governo Wagner e não anda amassando barro nem para o governador, ainda que do PT, o partido do deputado.

Ou alguma outra coisa anda no ar. Talvez como na música de Chico Buarque: "Apesar de você...".

Suplicy

Não aprende
Para não perder o mote de estar onde haja holofotes o senador Eduardo Suplicy (PT) vê em Roberto Civita "uma pessoa que deu uma colaboração imensa à liberdade de imprensa".

Relembramos ao senador Suplicy alguns fatos recentes da colaboração imensa à liberdade de imprensa da editora Abril: a capa de Veja chamando para matéria onde afirmava Lula ter dinheiro em paraísos fiscais (para fazer o jogo de Daniel Dantas); a reportagem a partir de um "grampo sem áudio" tendo como "vítimas" o ministro Gilmar Mendes e o ex-senador Demóstenes Torres; a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu, em hotel de Brasília, para instalar escuta clandestina; a utilização de Carlinhos Cachoeira como fonte de reportagens etc.

Nesses instantes preferimos Suplicy cantando/assassinando "Blowin' in the Wind". Dá menos prejuízo.

Em Collor, a lucidez
Na CPMI do Cachoeira a intervenção do senador Fernando Collor de Mello melhor traduz a realidade, que o senador Suplicy não consegue enxergar.

Para o ex-presidente da República, em agosto de 2012 na sessão da CPMI, defendendo a convocação de Policarpo Júnior, desta "revista que é um coito de bandidos, chamada Veja, comandada pelo seu chefe maior que é Roberto Civita", que ao lado de Roberto Gurgel "peça apodrecida dentro dessa instituição que tanto louvamos, a Procuradoria-Geral da República... criminoso, prevaricador" que forma, ao lado de alguns outros procuradores do órgão e com a Abril uma "organização criminosa".

Melhor que o leitor ouça o pronunciamento do senador Collor e comparar com o elogio de Suplicy, através de https://www.youtube.com/watch?v=SjiGhFYtkp8

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Nem Amado Batista

Escapou
Ouvindo o repertório de Amado Batista ninguém dirá ter ele qualquer sinal de engajamento político. Pois é, mas nem ele escapou da tortura nos anos de chumbo.

Denunciou em entrevista ao De Frente com Gabi (SBT) que por ter sido identificado como o empregado da livraria que viabilizava livros "proibidos" para intelectuais foi preso e conheceu a delicadeza dos porões.

Se nem Amado Batista escapou imagine quem andava engajado!

Outro

Protegido
Nenhuma informação vazada do Hospital Sírio Libanês sobre Roberto Civita, que andou por lá internado durante três meses. Como aconteceu em relação da Ruy Mesquita.

Como já escrevemos antes, com outras personalidades tem nota para a imprensa todo dia. Especialmente se for câncer em petista de proa.

E a Folha debruça necológio à grandeza de Roberto Civita. Apenas esqueceu de dizer que a Argentina o expulsou, por ser estrangeiro exercendo atividade jornalística no país, como também proibido aqui pela Lei de Imprensa vigente.


Correção

Imprescindível
Estamos tentando corrigir um grave erro na edição de DE RODAPÉS E DE ACHADOS hoje trazido ao blogue. Trata-se das palavras "esquerda" e "direita" postas contrariamente no rodapé "Procurado pela Comissão da Verdade": onde se lê, entre parênteses, à direita, Emiliano; à esquerda, o procurado, para não confundir, leia-se "à ESQUERDA, Emiliano; à DIREITA, o procurado, para não confundir".

Correção feita, até que possamos consumá-la no texto.

DE RODAPÉS E DE ACHADOS-Dia 26 de maio de 2013



AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

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Procurado pela Comissão da Verdade

Não recebemos ainda a edição de CartaCapital desta semana, nem mesmo a da anterior – anda chegando atrasada, a distribuição não explica o porquê – mas localizamos o texto de Leandro Fortes, que nos inspira, no sítio da revista a partir de matéria desenvolvida no Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim.
emiliano jose

De estarrecer: a Justiça baiana determinou, em sede liminar, a suspensão de circulação de matéria no blogue do deputado Emiliano José intitulada “A Premonição de Yaiá”, que havia sido publicada no A Tarde em fevereiro, vinculada à atuação do torturador baiano Átila Brandão, hoje convertido e tornado pastor evangélico – sem perder a “vocação” inspiradora.
Por desconhecermos detalhes no processo, não nos aprofundamos em torno do que nele está contido, até porque em respeito à magistrada, pessoa que sempre nos mereceu um voto de consideração e apreço, pela seriedade como profissional.
Ensaiado candidato a governador da Bahia em 2010, Átila Brandão foi destacado espancador de estudantes entre os anos de 1968 e 1973, quando andava infiltrado na Faculdade de Direito, enquanto integrante da Polícia Militar. Não perdeu a vocação para a censura, mormente quando alguém lembra de seu passado nada abonador, que deveria cobrar dele penitência diária pelo que fez nos tempos de chumbo. Hoje se esconde na “Fé” – com pregação à Malafaya – e tem programa na TV Aratu, retransmissora da programação nacional do SBT.
Recomendamos a leitura de “O torturador ofendido”, na CartaCapital, ressalvando que as imagens aqui reproduzidas  (à esquerda, Emiliano; à direita, o “procurado”, para não confundir) são de Xando Pereira e da Ag. A Tarde.

 

 

Discussão aberta I

A possibilidade, concreta, de serem trazidos médicos do exterior – cubanos, portugueses e espanhóis, em princípio – levantou a lebre do corporativismo tupiniquim sob o prisma da formação em Medicina em cada país de origem comparativamente à brasileira.
De nossa parte não vemos porque uma graduação em diferentes países ensejasse diferentes “qualidades” profissionais, quando o conteúdo curricular tende a ser universal nas matérias de formação. A diferença residiria, sim, na ênfase dada por cada escola. Em nível de Brasil, por exemplo, o curso de Medicina da UESC difere de outros justamente por dotar o estudante de uma formação construída a partir da experimentação diária. A San Andrés (pública), de La Paz, na Bolívia, transita pelo mesmo viés.
Em Cuba priorizou o governo a Medicina preventiva (coisa que causa urticária em grande parcela de nossos profissionais, curricularmente voltados para a medicina curativa). Naturalmente, não será estranho que cada país eleja prioridades para a atuação médica.

 

 

Discussão aberta II

Por outro lado, parece-nos suspeita a exigência, quando partimos de outro prisma de observação: sempre que “médicos cubanos” estão no contexto os ânimos ficam exaltados, em que pese a Medicina em Cuba ser exaltada por muitos mundo a fora. Nossa dúvida reside em fato elementar, apenas para ilustrar: a reação à “formação” seria a mesma da classe médica tupiniquim se os médicos pretendidos pelo governo brasileiro tivessem origem na Alemanha, Estados Unidos, França, Canadá, Austrália ou Inglaterra?
O debate que se inicia no Brasil, com a intenção do Governo Federal de trazer médicos do exterior para suprir a demanda existente, mormente em regiões hoje basicamente desassistidas em relação à média nacional, como a Norte e a Nordeste, mobiliza a classe médica não somente expondo posição contrária – tanto que exige revalidação do diploma – como trazendo possibilidades de solução a partir da oferta local, desde que o poder público alimente a motivação, inclusive criando uma carreira federal.
Discutir sem corporativismos será proveitoso. E certamente o povo será beneficiado, assim pensamos.

 

 

Governabilidade não tanto assim

bessinha

A semana repercutiu o que podemos chamar de reflexão por parte do Governo Federal: viu o PMDB arrebanhar assinaturas para uma CPI da Petrobrás e a Procuradora Eleitoral Sandra Cureau ajuizar iniciativa contra propaganda do PT por entendê-la política e eleitoral em favor de Dilma Rousseff.
Acabada de sair do embate da MP dos Portos, pretendia encaminhar uma Medida Provisória para regulamentar a mineração no Brasil, anseio, inclusive, dos inúmeros estados e municípios que não têm uma proteção para royalties nos modos como os que hoje tem explorado em suas áreas o petróleo, bandeira de políticos da oposição, a exemplo de Aécio Neves.
O Governo Federal recuou no encaminhamento da MP da Mineração. Afinal, percebe que não dispõe de parceiros confiáveis no partido de seu vice-presidente, onde muitos estão não para defender os interesses do país, mas o de amigos, como Daniel Dantas, que, se tinha interesse na MP dos Portos também o tem na da Mineração.
Alie-se ao cerco da “bancada de negócios” do Congresso os ataques que passa a receber do Judiciário, onde até sobre dimensão de ministérios Joaquim Barbosa deu de opinar.
É o que dá estar bem aprovada e com possibilidades concretas de reeleição no primeiro turno.

 

 

Discussão no Congresso

O Congresso sinaliza desencavar matérias que por lá tramitam há anos, dentre elas a(s) que cria(m) um “serviço médico civil obrigatório”, remetendo graduados em medicina e outras áreas da saúde recém formados à prestação de serviços profissionais em rincões desassistidos (onde se incluem as periferias urbanas, certamente). Neste particular, o Projeto Rondon, do início dos anos 70, sinalizou para essa possibilidade no que dizia aos grotões.
Projeto do senador Cristóvão Buarque torna obrigatório, por dois anos, para os graduados em medicina, desde que o sejam em escolas públicas ou custeadas com recursos públicos (como o defende o senador Humberto Costa), “a cumprir atendimento em regiões carentes, rurais ou periferias metropolitanas”.
Iniciativa regulatória em tal sentido tem sido recomendada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Vemos como positiva a discussão, não só pela importância de ampliar a oferta de médicos por habitante no Brasil, como pela forma posta no Congresso. Até porque, como em outras graduações, o povo custeia a formação de profissionais sem encontrar resposta, a não ser a individual conquista para alimentar materialmente o graduado.
Ou seja, por cinco, seis ou oito anos, o erário custeia a formação de inúmeras carreiras (medicina, advocacia, engenharia, veterinária etc.) sem que os novos profissionais sirvam quem os custeou com algumas poucas e míseras horas de seu trabalho.

 

 

Duvido, logo existo

barroso

Aprendemos a duvidar de pessoas ou coisas quando elogiadas por certos críticos ou “formadores de opinião”. Não há preconceito, tão somente a análise em torno do que defendem como convicções e ideologias ou por estarem na frente de batalha de interesses privados e não dos nacionais. Naturalmente temos ponto de vista que pode ser considerado por quem esteja do outro lado do mesmo modo como os vemos. No entanto, a opinião é nossa.
Por exemplo: Myriam Leitão defende o liberalismo em todas as suas vertentes – nós não temos nele(as) visto vantagem para o planeta, que o diga a crise na Europa, uma das pátrias modernas da corrente. E não falemos de próceres tucanos ou democratas, cujos exemplos são recentes em nível de Brasil.
Por essas e outras ficamos com a orelha em pé diante de tantos elogios ao futuro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, em sede de Jornal Nacional. No lado oposto, o que nos parece positivo, o pastor Silas Malafaya critica a indicação de Barroso.
Ou o cara é muito bom ou a turma já começou o processo de vigilância permanente.

 

 

Preciso

Instando a responder sobre a alardeada crise entre o Poder Judiciário e o Congresso, Cláudio Lembo foi preciso: “A crise é o Poder Judiciário”.

 

 

Perdendo o bonde

Decididamente a região não está se dimensionando, pelo menos em nível de planejamento, para o futuro a que está vocacionada. Será surpreendida com a realidade que se avizinha e sobreviverá pelas circunstâncias naturais, não por estar preparada para o está por acontecer.
Não vemos quaisquer iniciativas, claras, de que nossos administradores estejam construindo os caminhos para o futuro que nos espera.
Sobremodo preocupa-nos que os interesses individuais – e neles inseridos o de grupos político-partidários – sobreponham-se aos da sociedade. Esta, por sua vez, parece navegar no desconhecido.

 

 

Destaque da semana

Em nosso Rastilhos da Razão Comentada, no http://adylsonmachado.blospot.com o destaque da semana foi “Seleção suspeita”:
Circulam na rede denúncias de irregularidades em procedimentos para seleção de servidores temporários em prefeituras da região. Insinuam a existência de indícios de manipulação quanto aos resultados, beneficiando apadrinhados.
Acresça-se aos inusitados processos a seleção para preenchimento de vaga temporária em órgão da Justiça Federal Especializada de Itabuna para uma determinada Vara onde concorre filha de juiz(a) titular da vara que, por coincidência, coordena, avaliará e julgará o certame.
A turma que pretende concorrer apenas pergunta se há mais de uma vaga!
Maldade!

 

 

Furtaram o jacaré

Nos anos 70 e 80, ainda residente em Itororó, não perdíamos oportunidade de comprar animais: tucanos, tatus, corujas, teiús, camaleões, em falar em perus e galinhas. Até mesmo um jacaré. Nada para atender ao estômago, mas para abrir “diálogo” com outro reino: o animal. Sentíamo-nos protegendo a fauna.
Em casa, cada um causava furor, pelos transtornos. Quando não fugiam – o tucano não aceitava a gaiola, torcia o arame e sumia; a coruja nos convencia de que era doméstica, abríamos a janelinha e ela buscava a primeira árvore e nos olhava com seu peculiar olhar, como se dissesse “viu, besta”; o tatu escafedia-se, não sabíamos como, assim que a noite chegava.
O camaleão e o jacaré, no entanto, foram utilizados pela Escola Monteiro Lobato, da professora Genira, que, em comitiva e excursão, fez com que a criançada os levasse sob festa ao zoológico da Matinha, em Itapetinga.
Tomamos conhecimento de que um jacaré de dois metros foi furtado daquele zoológico. Pelo tamanho estamos temendo que seja o “nosso” jacaré, para lá levado em tenra idade, com cerca de quarenta centímetros de “cabo a rabo”.

 

 

De biblioteca e de livros

Escrevemos recentemente sobre livros, sua importância e a frase de Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”. Temos acompanhado, do exterior, a reforma na Biblioteca Plínio de Almeida – de responsabilidade da FICC – e percebe-se que simplesmente o espaço a ela destinado (que já se encontrava reduzido) mais reduzido o foi, para dar lugar a gabinetes para os novos oito vereadores.
Externamente vislumbra-se a existência de novos aparelhos de ar-condicionado para os novos gabinetes; nenhum para a velha biblioteca.
Certamente não é falta de dinheiro, caso contrário a Casa do Povo não estaria ensaiando novo trem da alegria.

 

 

Sobre livros

Em homenagem aos que não enxergam nos livros e na leitura a importância que merecem e, por conseguinte, pouco fazem pelo país (parodoxando Monteiro Lobato) trazemos uma ilustrada peça da lavra de Caetano Veloso, “Livros”.
O baiano de Santo Amaro, não fora a elaborada letra como lição, onde trabalha oblíquas transversais entre “distraída” (“Chão de Estrelas”, de Orestes Barbosa-Sílvio Caldas) e “desastrada”, transita pelo maracatu, como ritmo, para mostrar que a Bahia não se faz só de axé e samba de roda, mas também na busca do universo pelo verso, neles vendo a estrela entre as estrelas.
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_________________
Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

De chuvas

E de manobras
Em tempos de estiagem a justificativa para falta de água na torneira é "São Pedro", paciente porteiro do Céu e detentor das chaves das nuvens. Assim o diz a EMASA.

Andou chovendo na região. Até transtornos criou. Mas falta água nas torneiras do Góes Calmon há cinco dias.

Não sabem  os moradores a que santo apelar, já que não podem culpar São Pedro. 

Alguuns moradores começam a fazer novenas para um "são manobra". Muito poderoso - dizem... quando quer.

domingo, 26 de maio de 2013

Alguns destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *

Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode dizer tudo e ir um pouco além
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Procurado pela Comissão da Verdade
Não recebemos ainda a edição de CartaCapital desta semana, nem mesma a da anterior – anda chegando atrasada, a distribuição não explica o porquê – mas localizamos o texto de Leandro Fortes, que nos inspira, no sítio da revista a partir de matéria desenvolvida no Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim.

De estarrecer: a Justiça baiana determinou, em sede liminar, a suspensão de circulação de matéria no blogue do deputado Emiliano José intitulada “A Premonição de Yaiá”, que havia sido publicada no A Tarde em fevereiro, vinculada à atuação do torturador baiano Átila Brandão, hoje convertido e tornado pastor evangélico – sem perder a “vocação” inspiradora.

Por desconhecermos detalhes no processo, não nos aprofundamos em torno do que nele está contido, até porque em respeito à magistrada, pessoa que sempre nos mereceu um voto de consideração e apreço, pela seriedade como profissional.

Ensaiado candidato a governador da Bahia em 2010, Átila Brandão foi destacado espancador de estudantes entre os anos de 1968 e 1973, quando andava infiltrado na Faculdade de Direito, enquanto integrante da Polícia Militar. Não perdeu a vocação para a censura, mormente quando alguém lembra de seu passado nada abonador, que deveria cobrar dele penitência diária pelo que fez nos tempos de chumbo. Hoje se esconde na “Fé” – com pregação à Malafaya – e tem programa na TV Aratu, retransmissora da programação nacional do SBT.

Recomendamos a leitura de “O torturador ofendido”, na CartaCapital.

Discussão aberta I
A possibilidade, concreta, de serem trazidos médicos do exterior – cubanos, portugueses e espanhóis, em princípio – levantou a lebre do corporativismo tupiniquim sob o prisma da formação em Medicina em cada país de origem comparativamente à brasileira.

De nossa parte não vemos porque uma graduação em diferentes países ensejasse diferentes “qualidades” profissionais, quando o conteúdo curricular tende a ser universal nas matérias de formação. A diferença residiria, sim, na ênfase dada por cada escola. Em nível de Brasil, por exemplo, o curso de Medicina da UESC difere de outros justamente por dotar o estudante de uma formação construída a partir da experimentação diária. A San Andrés (pública), de La Paz, na Bolívia, transita pelo mesmo viés.

Em Cuba priorizou o governo a Medicina preventiva (coisa que causa urticária em grande parcela de nossos profissionais, curricularmente voltados para a medicina curativa). Naturalmente, não será estranho que cada país eleja prioridades para a atuação médica.

Discussão aberta II
Por outro lado, parece-nos suspeita a exigência, quando partimos de outro prisma de observação: sempre que “médicos cubanos” estão no contexto os ânimos ficam exaltados, em que pese a Medicina em Cuba ser exaltada por muitos mundo a fora. Nossa dúvida reside em fato elementar, apenas para ilustrar: a reação à “formação” seria a mesma da classe médica tupiniquim se os médicos pretendidos pelo governo brasileiro tivessem origem na Alemanha, Estados Unidos, França, Canadá, Austrália ou Inglaterra?

O debate que se inicia no Brasil, com a intenção do Governo Federal de trazer médicos do exterior para suprir a demanda existente, mormente em regiões hoje basicamente desassistidas em relação à média nacional, como a Norte e a Nordeste, mobiliza a classe médica não somente expondo posição contrária – tanto que exige revalidação do diploma – como trazendo possibilidades de solução a partir da oferta local, desde que o poder público alimente a motivação, inclusive criando uma carreira federal.

Discutir sem corporativismos será proveitoso. E certamente o povo será beneficiado, assim pensamos.

Governabilidade não tanto assim
A semana repercutiu o que podemos chamar de reflexão por parte do Governo Federal: viu o PMDB arrebanhar assinaturas para uma CPI da Petrobrás e a Procuradora Eleitoral Sandra Cureau ajuizar iniciativa contra propaganda do PT por entendê-la política e eleitoral em favor de Dilma Rousseff.

Acabada de sair do embate da MP dos Portos, pretendia encaminhar uma Medida Provisória para regulamentar a mineração no Brasil, anseio, inclusive, dos inúmeros estados e municípios que não têm uma proteção para royalties nos modos como os que hoje tem explorado em suas áreas o petróleo, bandeira de políticos da oposição, a exemplo de Aécio Neves.

O Governo Federal recuou no encaminhamento da MP da Mineração. Afinal, percebe que não dispõe de parceiros confiáveis no partido de seu vice-presidente, onde muitos estão não para defender os interesses do país, mas o de amigos, como Daniel Dantas, que, se tinha interesse na MP dos Portos também o tem na da Mineração.

Alie-se ao cerco da “bancada de negócios” do Congresso os ataques que passa a receber do Judiciário, onde até sobre dimensão de ministérios Joaquim Barbosa deu de opinar.

É o que dá estar bem aprovada e com possibilidades concretas de reeleição no primeiro turno.

Duvido, logo existo
Aprendemos a duvidar de pessoas ou coisas quando elogiadas por certos críticos ou “formadores de opinião”. Não há preconceito, tão somente a análise em torno do que defendem como convicções e ideologias ou por estarem na frente de batalha de interesses privados e não dos nacionais. Naturalmente temos ponto de vista que pode ser considerado por quem esteja do outro lado do mesmo modo como os vemos. No entanto, a opinião é nossa.

Por exemplo: Myriam Leitão defende o liberalismo em todas as suas vertentes – nós não temos nele(as) visto vantagem para o planeta, que o diga a crise na Europa, uma das pátrias modernas da corrente. E não falemos de próceres tucanos ou democratas, cujos exemplos são recentes em nível de Brasil.

Por essas e outras ficamos com a orelha em pé diante de tantos elogios ao futuro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, em sede de Jornal Nacional. No lado oposto, o que nos parece positivo, o pastor Silas Malafaya critica a indicação de Barroso.

Ou o cara é muito bom ou a turma já começou o processo de vigilância permanente.

Preciso
Instando a responder sobre a alardeada crise entre o Poder Judiciário e o Congresso, Cláudio Lembo foi preciso: “A crise é o Poder Judiciário”.

Perdendo o bonde
Decididamente a região não está se dimensionando, pelo menos em nível de planejamento, para o futuro a que está vocacionada. Será surpreendida com a realidade que se avizinha e sobreviverá pelas circunstâncias naturais, não por estar preparada para o está por acontecer.

Não vemos quaisquer iniciativas, claras, de que nossos administradores estejam construindo os caminhos para o futuro que nos espera.

Sobremodo preocupa-nos que os interesses individuais – e neles inseridos o de grupos político-partidários – sobreponham-se aos da sociedade. Esta, por sua vez, parece navegar no desconhecido.

Furtaram o jacaré
Nos anos 70 e 80, ainda residente em Itororó, não perdíamos oportunidade de comprar animais: tucanos, tatus, corujas, teiús, camaleões, em falar em perus e galinhas. Até mesmo um jacaré. Nada para atender ao estômago, mas para abrir “diálogo” com outro reino: o animal. Sentíamo-nos protegendo a fauna.

Em casa, cada um causava furor, pelos transtornos. Quando não fugiam – o tucano não aceitava a gaiola, torcia o arame e sumia; a coruja nos convencia de que era doméstica, abríamos a janelinha e ela buscava a primeira árvore e nos olhava com seu peculiar olhar, como se dissesse “viu, besta”; o tatu escafedia-se, não sabíamos como, assim que a noite chegava.

O camaleão e o jacaré, no entanto, foram utilizados pela Escola Monteiro Lobato, da professora Genira, que, em comitiva e excursão, fez com que a criançada os levasse sob festa ao zoológico da Matinha, em Itapetinga.

Tomamos conhecimento de que um jacaré de dois metros foi furtado daquele zoológico. Pelo tamanho estamos temendo que seja o “nosso” jacaré, para lá levado em tenra idade, com cerca de quarenta centímetros de “cabo a rabo”.

De biblioteca e de livros
Escrevemos recentemente sobre livros, sua importância e a frase de Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”. Temos acompanhado, do exterior, a reforma na Biblioteca Plínio de Almeida – de responsabilidade da FICC – e percebe-se que simplesmente o espaço a ela destinado (que já se encontrava reduzido) mais reduzido o foi, para dar lugar a gabinetes para os novos oito vereadores.

Externamente vislumbra-se a existência de novos aparelhos de ar-condicionado para os novos gabinetes; nenhum para a velha biblioteca.

Certamente não é falta de dinheiro, caso contrário a Casa do Povo não estaria ensaiando novo trem da alegria.
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* Coluna publicada nos fins de semana em www.otrombone.com.br

sábado, 25 de maio de 2013

Lição

De constitucionalista
Falando durante o 13º Congresso Brasileiro de Direito do Estado, em Salvador, nesta sexta-feira 24, o recém indicado ministro para o STF, Luís Roberto Barroso, traduziu uma lição clássica:

"Penso que deve ser a regra geral na democracia: decisão política tem que tomar quem tem voto e, portanto, o Judiciário deve ser deferente para com as escolhas feitas pelo legislador e para com as escolhas feitas pela administração. A menos que - e aí sim, se legitima a intervenção do Judiciário - as escolhas violem frontalmente a Constituição, algum direito fundamental, as regras do jogo democrático. Aí sim, por exceção e não por regra, o Judiciário pode e deve intervir".

Traduziu, tão somente o óbvio ululante: "Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição" (Parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal). Cabe ao Pode Judiciário proteger o que nela está estabelecido, não violá-la, como o desejam alguns pares do futuro ministro.

Pelo que se sabe - e não precisa ser constitucionalista ou ministro do Supremo Federal - juiz e ministro de tribunal não é eleito. É indicado e nomeado pelo Poder Executivo depois de aprovado o seu nome pelo Poder Legislativo.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

De SAMU

E de vida
Vivenciamos nesta sexta 24, no espaço de quatro horas, duas experiências envolvendo um lugar comum: o atendimento de urgência em Itabuna. Pela manhã (leia “Explicação pode existir, mas não convence”, neste blogue) presenciamos o que ali está contido; à tarde, junto ao Colégio Estadual de Itabuna, encontramos estacionadas duas viaturas do SAMU. A informação: alguém que ligara para o SAMU, entendendo demorada a assistência, chamou um táxi, para buscar um hospital. Enquanto a busca ocorria, em frente ao CEI o atendimento do SAMU acompanhou – informado de que o táxi conduzia o destinatário do chamado de urgência – e tentou salvar a vida, não o conseguindo.

O corpo foi transferido do táxi para a ambulância (uma das duas) e lá ficaram ambas aguardando a burocracia que o instante exige.

Num caso, pela manhã, faltou SAMU para transportar para o hospital (que salva vidas, quando possível); no outro, sobrou SAMU para transportar para o IML, que confirma a morte.

Coisas da vida!

Louvável

Ainda que tarda
Não há como desmerecer a iniciativa da Bahiagás em patrocinar o Itabuna Esporte Clube. Não fora a circunstância de ser um time que representa e leva na camisa o nome de Itabuna tem tradição e história e já não foi campeão baiano porque não dipúnhamos de força junto à Federação Baiana para pedir isenção nas arbitragens quando aquele timaço do final dos 60 e início dos 70 enchia os olhos de quem o via jogar.

Belo o gesto da Bahiagás.

Estranha-nos, apenas, que somente agora o Itabuna venha a ser lembrado pela Bahiagás. Seu presidente é, e assim se reconhece, itabunense, aqui começou a carreira política, ainda estudante, e preside a Bahiagás desde o primeiro governo Wagner.

A descoberta do Itabuna Esporte Clube pela Bahiagás, nos extertores da gestão Davidson Magalhães - ainda que útil - cheira a oportunismo político. Extertores dizemos porque Davidson terá que se afastar da Bahiagás nos primeiros meses de 2014.

Parece-nos que - louvável que seja, ainda que tardo - o patrocínio da Bahiagás menos está para ajudar o Itabuna e mais por fazer para a candidatura de Davidson Magalhães. Que certamente se transformará no torcedor número um do Itabuna, onde este se apresentará batendo surdo, pandeiro, tamborim e agogô na charanga azul e branco.

Como assim dizem - maldade, queremos crer - também está a administração municipal.


Explicação pode existir

Mas não convence
A Saúde de Itabuna, no que diz respeito aos serviços prestados pelo Município, não tem sido a "menina dos olhos" para a população. Os esforços da atual administração ainda não encontram a resposta pretendida.

Ocorre que, nas coisas mais simples - e de grande visibilidade - o município entra em cova de leões sem a mínima proteção.

Na manhã desta sexta 24 um taxista, na conversão da Cinquentenário para a Adolfo Maron, passou mal e imprensou uma motocicleta. O fato ocorreu por volta das dez horas, pouco menos. Os agentes de trânsito de imediato chegaram para as providências. Uma delas: chamar o SAMU, que está localizado a mais ou menos mil metros do local.

Às dez e meia a solução encontrada foi levar o motorista do táxi para um hospital local, no próprio veículo envolvido no acidente.

Rua voltando ao normal, trânsito fluindo. E do SAMU nem a sirene!

Explicações pode haver; inclusive justificativas justas. Difícil é convencer. 

Do movimento estudantil

Ao Supremo
A trajetória do indicado nos parece singular no aspecto da formação política do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal. Vivendo a Universidade nos idos dos anos 70 teve direto envolvimento com o movimento estudantil. Estava na mobilização para receber Carlos Prestes no Galeão quando do retorno ao Brasil e na manifestação contra a ditaduara militar no imediato da morte de D. Lyde Monteiro, vítima de um atentado a carta-bomba na sede da OAB, no Rio de Janeiro. Viu nesse evento e na bomba do Riocentro a queda do regime militar.

Pretendia fazer um discurso engajado, como orador da turma de Direito da UERJ de 1980.

Foi vetado pelo SNI como professor de Direito Constitucional nos idos de 1981 por ser considerado participante ativo do Centro Acadêmico. "Fiz parte de um grupo que ajudou o processo de redemocratização do país". (Do Direito UERJ).

Esses são alguns registros por nós colhidos de um depoimento de Luís Roberto Barroso à revista da Faculdade de Direito da UERJ.

Trajetória bem diferente da de Luíz Fux ou Gilmar Mendes, apenas para ilustrar.

Rezemos para que não se tenha convertido.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quem não deve

Não teme
Embaraçosa a situação da administração municipal em não esclarecer dúvidas levantadas em torno de seleção recentemente realizada.

Pelo menos duas coisas pode explicar: 1. se é mentira de quem levanta dúvidas; 2. se é engano o que alimenta as dúvidas.

Afinal, o que há de temer quem nada fez de errado?

Intervenção

Como vocação
Realmente anda faltando compostura em alguns ministros do STF, a exemplo de Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, Luiz Fux correndo atrás. Recentemente o primeiro desancou o Congresso, agora (ontem), o segundo ataca o Poder Executivo ao criticar o gigantismo dos Ministérios. Perdem eles, para lembrar discurso de Collor (veja ""Do histórico ao histérico", neste blogue) a oportunidade de expressar a "liturgia do cargo e o dever cívico" que lhes incumbe funcionariamente.

E como o tradicional crítico do alheio esquecendo do que realiza, Sua Excelência deveria lembrar, para falar em "gigantismo" do que representa em custo para o País a pompa do Judiciário com seus prédios, sem esquecer da desnecessária Justiça Eleitoral como órgão judiciário permanente.

Mas, fica mais uma vez evidenciada a vocação para intervir em outros Poderes como prática de alguns ministros que não aprenderam a conviver com  um Estado Democrático de Direito e a respeitar as instituições que lhes cabe velar.