terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ágil para errar

Lerdo para consertar
Sem o suficiente acompanhamento, em dimensão de tempo, pelas grandes redes de comunicação, apesar da importância da repercussão do caso e da solução que exige, a aparente absurda adoção de cinco crianças retiradas a manu militari do seio de sua família no sertão da Bahia.

Ouve-se que tudo está irregular e nada a justificar o afastamento das crianças (inclusive uma de dois meses). O próprio magistrado que reavalia o caso demonstra reconhecer a kafiquiana situação que faz medieval o século XXI em rincões deste Brasil.

Anuncia para 7 de dezembro uma decisão.

Para os leigos deste país a decisão já deveria ter sido tomada, ao ser detectada a mínima irregularidade, liminarmente: voltem os filhos para os pais.

O Poder Judiciário vai, de grão em grão (cada vez maior), alimentando o descrédito. Tudo porque é ágil para errar e lerdo para consertar o próprio erro.


Difícil de acreditar

Dinastia
Muito mais pesou na derrota de Juçara não as adjetivações que em torno dela plantaram, mas a mácula de ser ela não a liderança que representaria e sim uma "imposição" do marido Geraldo Simões. 

Há muito pesa sobre a imagem do PT itabunense a configuração não de partido político mas de "partido de Geraldo", o que significa dizer que quem manda é ele e "tenho dito". Vane seria uma demonstração inequívoca do "comando" de Geraldo. Como não teria espaço para tornar-se candidato pela legenda dela se afastou e encontrou outro ninho e a prefeitura como prêmio pela escolha acertada. 

Anuncia-se processo sucessório para o Diretório do PT itabunense. E para mostrar que as coisas continuam no rumo de sempre está anunciada a candidatura de Juçara presidente do PT.

Tudo em família. Na falta de prefeitura o diretório vai servindo.

Se vencer não terá méritos. Foi o marido que a elegeu. Se perder... ah! aí é demais!

No fundo, entenda o petista que vota, quando em jogo uma dinastia ou se concorda ou se pede para sair. É assim que Geraldo gosta.

Para nós o que é difícil de acreditar é que Juçara "suba" tantos degraus. De candidata a prefeita, duas vezes, agora "lute" para chegar a presidente... do PTdoG.


Injustificável

Absurdo
Sabemos que a "caça" a bandidos encontra apoio da sociedade. O que, também sabemos, poderia ser menos utilizada se o policiamento ostensivo mais estivesse na ordem do dia da atuação policial.

Não descuramos que veículos sejam o instrumento de apoio a empreendimentos militares.

Deduzimos, no entanto, que prudência não é só "conselho" dos antigos. Onde presente a população mais prudência se espera, visto que nenhuma autoridade, em defesa da sociedade, tem o direito de por em risco membros desta mesma sociedade.

O que ora registramos decorre da alta velocidade com que uma viatura da Política Militar trafegava, acompanhada de duas motocicletas pilotadas por militares, na avenida Félix Mendonça por volta das 17:20 horas desta terça 30. Velocidade mais compatível com autódromos e pistas de rolamento de alta qualidade

Ainda que em perseguição ao mais perigoso e procurado criminoso do planeta não se justifica tamanha velocidade em via pública. Ao que parece, a prisão de um criminosos justificaria a morte de inocentes.

Em outra leitura: a vida humana em segundo lugar. Ainda que gerida por quem, por lei, cabe protegê-la.

Moradores estarrecidos diante da manobra, aos quais só restava a rogar pela "proteção" de Deus. Absurdo diante da razão. Injustificável em todos os sentidos.

Distorções

Entre a competência e a politicagem
Moacir Smith Lima foi exonerado do cargo que exercia na Câmara de Vereadores, chega-nos ao conhecimento.

Certamente a exoneração de Moacir não decorre por ser ele incompetente, por não ter vontade para trabalhar, por desonestidade, por ser mau caráter, por ser puxa-saco, por desio de recursos, por falcatruas.

Afinal, é público e notório o que representa Moacir em termos de dignidade e competência para o exercício de qualquer função, o que já demonstrou à sobeja por onde passou.

Provavelmente o foi por ter sido nomeado pelo então presidente Ruy Machado.

Lamentável que uma mesa diretora, tapa-buraco, tenha afastado alguém por razões políticas.

Isso demonstra o nível de muitas de "nossas" lideranças. Que entre a competência e a politicagem preferem a última.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

De Rodapés e De Achados- Dia-28 de Outubro de 2012



adylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
  
Adylson Machado

Cidade submersa

bermudasO denominado Triângulo das Bermudas é centro de indagações, tanto por cientistas como místicos. Lá desaparecem navios e aviões, sem deixar vestígios. Afirmam muitos que ali se concentram poderosas fontes de energia magnética.
Amplia-se o mistério: cientistas canadenses fotografaram dentro de seus limites uma cidade submersa, onde se destacam quatro pirâmides (uma delas de cristal), esfinges, idioma gravado em pedras de várias centenas de toneladas.

O rei está nu, eis a lição maior

A fase em que está o julgamento da AP 470, o denominado mensalão petista (há o tucano, o democrata etc.) avança nas diatribes que repercutem no STF, ultrapassada a de violações a princípios seculares, não fora por em risco a estabilidade jurídica tão somente para atender aos reclamos político-eleitorais impostos pela mídia.
Estamos vendo de tudo. Até ministro desconhecendo a lei ao dosar a pena, de não aplicar a lei do tempo do fato etc. Joaquim Barbosa tentou romper até o princípio da individualização das penas para aplicá-las em bloco (santa paciência, ignorância ou conveniência!).
O julgamento da AP 470 mostrou um STF humano. Aplique-se a ele o brocardo errare humanu est. Fica mais fácil compreender por que muitos dos seus integrantes julgaram pelo emocional e não pelo racional.
Afinal percebemos, como no conto de Hans Christian Andersen, que o rei está nu.

Risco concreto

Quando juristas criticam o atropelamento promovido pelo STF em relação a institutos jurídicos consagrados – não bastasse comentários esdrúxulos e espatafúrdios – as reações em instâncias inferiores começam a ocorrer. Um juiz mineiro acolheu tese de aposentado partindo da invalidade da reforma previdenciária (“aprovada sob compra de votos”), em que pese ser lei e em torno dela não haver revogação. Sustentou-se no STF da AP 470.
Pelo andar da carruagem teremos pelo menos umas 200 leis para serem desconsideradas pelos magistrados inspirados no STF. Inclusive a que lhes assegura aumento.

O que pode estar pensando o povo

Não deixa de ser interessante a contraposição trazida por um comentário postado em texto publicado no site "Viomundo". Para ser avaliado em razão de sua pertinência.
"A única certeza que tenho é que de agora em diante só voto em candidato do PT, o único partido a ser fiscalizado e os membros punidos pela pratica de ilícitos. Pelo menos teremos a garantia de que pensarão duas vezes antes de praticar o ilícito”.
  “Já no PSDB não voto nunca mais. FHC teve seu mensalão com a emenda da reeleição,comprando deputados federais como Ronivon Santiago pego em uma escuta confessando o recebimento de 200 mil e sequer foi denunciado porque aparelhou o Ministério Público Federal com o Brindeiro engavetador geral da republica”.
“Serjão, o articulador político do governo FHC, igual a Zé Dirceu no governo Lula, e o negociador de FHC da emenda da reeleição, declarou que os tucanos pretendiam passar no mínimo 20 anos no poder e ninguém o acusou de golpe por querer permanecer tanto tempo no poder. Aliciando inclusive parlamentares como Ronivon para viabilizar o golpe”.
“Não voto em quem tem garantia de impunidade dos membros do Poder Judiciário e Ministério Público ao praticar ilícitos. Voto PT."
Se considerarmos os resultados eleitorais em nível municipal tem muita gente pensando como o comentarista.

Ao criador de “postes”

dilmaTemos uma admiração especial por Lula. Um tiete, diriam alguns. Desde que com ele privamos de conversa, em 1993, e dele ouvimos o que veio a ser confirmado. Tanto que dizemos que a maior prova da inteligência de Lula reside em ele dar a demonstrar que não é inteligente.
Os que o tem como permanente centro de crítica (assim como o “português” da anedota, desde a indicação de Dilma), deram de dizer que Lula recomendava “postes” que não iriam a lugar nenhum.
Em comício em São Paulo Lula, no sábado 20, saiu-se com essa pérola: “De poste em poste vamos iluminando o Brasil inteiro”.
Nossa homenagem ao retirante, quando ainda não havia fugido da seca. Que aniversariou neste sábado 27. Data também dos 10 anos de sua eleição.

As razões da “iluminação”

Dados revelados por Maurício Dias, no Rosa dos Ventos da Carta Capital 720, avaliando comparativamente os “Problemas Brasileiros” nos anos 1989 e 2010, mostram que, para os brasileiros, como preocupações destacadas, a INFLAÇÃO caiu de 57% para 4%, EDUCAÇÃO, de 41% para 31%, DESEMPREGO, de 39% para 29%, COMBATE À CORRUPÇÃO, de 20% para 15%, HABITAÇÃO, de 15% para 9%, DÍVIDA EXTERNA, de 24% para 0%, enquanto que foram ampliadas SAÚDE, de 49% para 66%, SEGURANÇA PÚBLICA, de 15% para 42% e surgiu no horizonte concreto DROGAS (antes sem referencial) com 29%.
Se considerarmos apenas algumas “preocupações”, como Inflação, Educação, Habitação, Desemprego e Dívida Externa, ainda que o Plano Real esteja no contexto (FHC deixou a inflação no patamar de 25% a.a. em 2002, contra média recente entre 6% e 7%) temos como compreender as razões que levam os “postes” de Lula ao poder.

A nova muleta da oposição I

A elite encastelada na oposição e suas forças agregadas – o que inclui a rede midiática – iniciam o projeto de cooptação. Desta vez o “grande vitorioso” das eleições: o PSB e seu presidente, o governador Eduardo Campos. O PSB anda incensado no crescimento de 131%, traduzidos em 435 prefeituras conquistadas no primeiro turno.
Sem querer jogar água na fervura, ainda é difícil incluir o PSB entre os grandes como muitos querem vê-lo. A densidade eleitoral, se o fizermos no plano nacional, traduz uma concentração das 435 prefeituras em cinco estados do Nordeste (a metade), mais de um quarto em Pernambuco e no Piauí.
Ainda é retrato de um partido mais regional, alcançando o restante do Brasil na figura de algumas lideranças que lá estão como poderiam estar em qualquer outro.
Não havendo outra eleição municipal antes de 2014 ainda é pouco para enfrentar Lula e Dilma. Mesmo que a mídia venha trabalhar Eduardo Campos como um novo “caçador de marajás” e quejandos.

A nova muleta da oposição II

Muito natural tem sido o apoio da oposição a candidaturas que pudessem dividir a situação, como Heloisa Helena, em 2006, e Marina Silva, em 2010. Não à toa o DEM já fala em alianças com o PSB e PSDB.
Com o crescimento do PSB – por sinal ocupando espaços aqui e alhures a partir da atual oposição (por aqui, para não irmos longe, a representação socialista faria tremer Newton Macedo Campos e históricos do socialismo: Gilka Badaró, em Itajuípe; Lero Cunha, em Firmino Alves; Pedrão, em Itapé) passa a se tornar a “menina dos olhos” dos que se encontram descendo a escada.
A meta é rachar a situação. Campos não fará o jogo para 2014. A não ser que Dilma e Lula morram.

Querendo entender

Escrevemos em nosso Rastilhos da Razão Comentada, nohttp://adylsonmachado.blogspot.com de quinta 25, sob o título “O retorno – do presídio à Câmara”:
Por ausência de mais detalhes ainda não havíamos nos debruçado sobre a pérola, que começa com a concessão de um habeas corpus pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF, ao miliciano carioca Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, preso há um ano e seis meses na Penitenciária Federal de Rondônia em razão da sua alta carga de periculosidade.

O miliciano, tido como dos mais perigosos na região de Jacarepaguá, responde por formação de quadrilha (é o chefe), homicídios e extorsão, entre outros crimes, inclusive planejar a morte do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e da chefe de Polícia Civil, Martha Rocha.

Reassumiu a vereança na Câmara do Rio de Janeiro na quarta 24, oito dias depois de "absolvido" em seu direito de responder em liberdade por esses crimezinhos de "menor potencial ofensivo" ou pelo asseguramento de direitos à luz da Constituição Federal (garantismo). Não fez antes em razão da "criminosa burocracia" que retardou a libertação.

Glorioso retorna, em singular trajeto: do presídio à Câmara.

Para os que integramos a plebe ignara (obrigado Stanislaw) custa compreender as razões que levam um ministro do Supremo Tribunal Federal a conceder habeas corpus para bandidos (Gilmar Mendes é useiro e vezeiro).

Suas razões comumente se sustentam em garantias constitucionais, dentre elas a presunção de inocência até que provados os fatos em reconhecimento sentencial trânsito em julgado. Fazem-no amparados nos fatos contidos no processo sobre os quais se debruçam, sem enveredar pelas figuras e ações do "beneficiado", muito raramente no clamor da sociedade.

O que queremos entender são as razões dos senhores ministros, dentre eles o ilustre Mello, em libertar miliciano e condenar sem provas outras figuras que não têm contra si comprovação além das "ilações" teórico-doutrinárias de ocasião, como ocorre com a maioria dos que sofrem as pesadas diatribes da Corte no denominado mensalão petista.

Para estes não haverá habeas corpus. Até, talvez, que resolvam constituir e chefiar uma milícia

Aplicando a lei

Aquilo que cheirava muito mal no plano moral sofre intervenção da Sub-Procuradoria-Geral da República. O subprocurador João Pedro de Saboia Bandeira de Mello encaminhou ofício ao Ministério das Relações Exteriores solicitando investigação sobre a venda de virgindade de brasileira através da internet, inclusive pedindo cancelamento de visto no passaporte da vendedora.
Afastado o trocadilho que o fato enseja (pediu ao Ministério das “Relações Exteriores”) Sua Excelência nos parece coberto de razões. A coisa se aproxima de exercício de prostituiçãoaliado a tráfico de pessoas.

Emblemática

Quando estes “DE RODAPÉS...” forem publicados é possível que já tenhamos resultados do segundo turno. Nossa expectativa é São Paulo – a mais emblemática no confronto situação x oposição – onde mais um poste de Lula tende a ser emplacado.

Impossibilidade

Alguns queriam de Serra o impossível: assinar compromisso de que cumpriria o mandato de prefeito integralmente.
Como exigir de quem não vai ser eleito uma coisa que não pode cumprir?

Possibilidade

serraNa rede uma gozação em “As montagens de fim de eleições”, no www.advivo.com.br de 27 de outubro, adivinhando o “estado político” de José Serra depois da apuração deste domingo.

GRACILIANO RAMOS

Aos 27 de outubro de 1892 nascia Graciliano. A lembrança nos remete a recomendar a leitura de “Graciliano Ramos e o desgosto de ser criatura”, premiado ensaio de Jorge de Souza Araujo.

DARCI RIBEIRO

Completaria também 90 anos na sexta 26.

Taizé de Santa Luz

Ampliando fronteira o grupo santaluzense. Desejamos que a região o conheça.

Aeroporto ou condomínio

O Tertuliano Guedes de Pinho tem história e é parte da História de Itabuna. Já foi referência para a aviação regional. Dele saíram pilotos para a aviação de carreira, treinados a partir do Aeroclube nele instalado. Muitos desejam o retorno de suas atividades; outros afirmam não mais dispor dos recursos físico-técnicos suficientes.
Sonho de alguns: um grande condomínio residencial. Ou comercial. Ou ambos.

“Casamento”

Ato que sacramenta ou legitima a união entre homem e mulher celebrado conforme cânones religiosos ou da legislação civil. Ou, como ainda o afirma nosso mais acessível “pai dos burros”, o Aurélio: “União solene entre duas pessoas de sexos diferentes, com legitimação civil e/ou religiosa”.
Nestes tempos em que uma luta aberta busca transformar participação e/ou sucessão em direitos patrimoniais em casamento chama-nos a atenção um novo tipo de celebrante. Não mais os tradicionais padre, pastor, pregador (para as cerimônias religiosas) ou o juiz de paz (para as civis), mas o titular do Ministério Público que se apresenta como tal na “cerimônia”.
Como ainda não descobrimos na legislação tal delegação de função, tampouco legislação que a legitime (visto tratar-se de um ato solene, que deve corresponder às exigências previstas na lei, o que passa por reforma na Constituição Federal) estamos pensando seriamente em retornar à academia.

Deu na radiolândia I

Temos participado, aos sábados, do programa Bom Dia Bahia, de Ederivaldo Benedito, na rádio Nacional, 870 Mhz. Neste 27 tivemos a oportunidade, na presença de Mariana Alcântara, entrevistada como coordenadora da Comissão de Transição, de expressar algumas opiniões.
Diante da informação de que não havia proposição do candidato eleito em indicar neste instante secretários lembramos que Dr. Édson Dantas, em declaração traduzida no Diário Bahia, afirmou que já fora sondado para a secretaria de Saúde, o que credibilizava, perante a opinião pública, a “certeza” de sua indicação, inclusive porque ele também integra a Comissão de Transição. Para Mariana esta seara foge às competências delegadas à Comissão e que nenhum de seus membros tem autorização para antecipar o que cabe ao prefeito decidir e anunciar.
Tem razão Mariana. Dr. Édson criou uma camisa de onze varas para o prefeito eleito ao antecipar ter sido sondado.

Deu na radiolândia II

Sobre a reforma administrativa; informação de que haverá redução de secretarias.
Sugestão nossa: também a redução dos subsídios do prefeito – que aqui sugerimos entre um terço à metade – o que levaria, de chofre – a uma economia considerável. A iniciativa não é inédita em Itabuna. Geraldo já o fizera em sua primeira gestão.
É altamente positiva, não só para afastar Itabuna do noticiário de que tem prefeito ganhando mais que Presidente da República (inclusive dos Estados Unidos, houve época), como repercutiria a dimensão de seriedade, credibilidade, desapego e preocupação do prefeito eleito para com a coisa pública.
A medida poderia repercutir na Câmara Municipal, com vistas à redução (pela renúncia, para os atuais ocupantes) dos subsídios dos vereadores, já que tais aumentos ocorrem através de decreto legislativo para a legislatura imediata.

Deu na radiolândia III

No mesmo radiofônico, Ederivaldo Benedito repercutiu informação de que o governador Jacques Wagner “quer” petistas no governo municipal que assume em 1º de janeiro. Muito forte a ação verbal “quer”. Não só porque feridas há entre petistas locais e integrantes do futuro governo. Algumas muito profundas.
Também seria uma imposição, o que não condiz com a alegada práxis democrática que atribui Wagner ao seu governo. Não fora a forma como o PTdoG conduziu a relação político-eleitoral entre dois partidos da base.
Muito cedo para pensar nisso. Mais soa-nos como ocupar espaços por quem não fez por merecê-lo. O tempo amaciará as arestas.
Se Jacques Wagner pretende mesmo alguma coisa em Itabuna tem uma missão honrosa e grandiosa: juntar os cacos do PT depois que Geraldo Simões assumiu o partido não mais como liderança. Mas como propriedade e feudo pessoal.

FICC fiasco

Anda faltando energia na sede da FICC. Dirão muitos que “falta luz”. Por falta de pagamento das contas.
Aliás, na FICC fiasco falta tudo: de vergonha no trato da coisa pública a falta de compromisso com a legislação municipal.
Na realidade, se deu de faltar “luz”, falta brilho há muito.

“Viola” na história

Viola Enluarada (Paulo Sérgio Valle-Marcos Valle), na voz de Milton Nascimento, embalou aquela geração que vivia a euforia de ver redemocratizado o Brasil antes do golpe de misericórdia, sacramentado com o Ato Institucional nº 5.
Ouvi-la menos nos remete à beleza e força da composição e mais à esperança então vivida.

_________________
Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

domingo, 28 de outubro de 2012

O que vem em DE RODAPÉS E DE ACHADOS

Amostra dos locais

Aeroporto ou condomínio
O Tertuliano Guedes de Pinho tem história e é parte da História de Itabuna. Já foi referência para a aviação regional. Dele saíram pilotos para a aviação de carreira, treinados a partir do Aeroclube nele instalado. Muitos desejam o retorno de suas atividades; outros afirmam não mais dispor dos recursos físico-técnicos suficientes.

Sonho de alguns: um grande condomínio residencial. Ou comercial. Ou ambos.

“Casamento”
Ato que sacramenta ou legitima a união entre homem e mulher celebrado conforme cânones religiosos ou da legislação civil. Ou, como ainda o afirma nosso mais acessível “pai dos burros”, o Aurélio: “União solene entre duas pessoas de sexos diferentes, com legitimação civil e/ou religiosa”.

Nestes tempos em que uma luta aberta busca transformar participação e/ou sucessão em direitos patrimoniais em casamento chama-nos a atenção um novo tipo de celebrante. Não mais os tradicionais padre, pastor, pregador (para as cerimônias religiosas) ou o juiz de paz (para as civis), mas o titular do Ministério Público que se apresenta como tal na “cerimônia”.

Como ainda não descobrimos na legislação tal delegação de função, tampouco legislação que a legitime (visto tratar-se de um ato solene, que deve corresponder às exigências previstas na lei, o que passa por reforma na Constituição Federal) estamos pensando seriamente em retornar à academia.

Deu na radiolândia I
Temos participado, aos sábados, do programa Bom Dia Bahia, de Ederivaldo Benedito, na rádio Nacional, 870 Mhz. Neste 27 tivemos a oportunidade, na presença de Mariana Alcântara, entrevistada como coordenadora da Comissão de Transição, de expressar algumas opiniões.

Diante da informação de que não havia proposição do candidato eleito em indicar neste instante secretários lembramos que Dr. Édson Dantas, em declaração traduzida no Diário Bahia, afirmou que já fora sondado para a secretaria de Saúde, o que credibilizava, perante a opinião pública, a “certeza” de sua indicação, inclusive porque ele também integra a Comissão de Transição. Para Mariana esta seara foge às competências delegadas à Comissão e que nenhum de seus membros tem autorização para antecipar o que cabe ao prefeito decidir e anunciar.

Tem razão Mariana. Dr. Édson criou uma camisa de onze varas para o prefeito eleito ao antecipar ter sido sondado.

Deu na radiolândia II
Sobre a reforma administrativa; informação de que haverá redução de secretarias.

Sugestão nossa: também a redução dos subsídios do prefeito – que aqui sugerimos de um terço à metade – o que levaria, de chofre, a uma economia considerável. A iniciativa não é inédita em Itabuna. Geraldo já o fizera em sua primeira gestão.

É altamente positiva, não só para afastar Itabuna do noticiário de que tem prefeito ganhando mais que Presidente da República (inclusive dos Estados Unidos, houve época), como repercutiria a dimensão de seriedade, credibilidade, desapego e preocupação do prefeito eleito para com a coisa pública.

A medida poderia repercutir na Câmara Municipal, com vistas à redução (pela renúncia, para os atuais ocupantes) dos subsídios dos vereadores, já que tais aumentos ocorrem através de decreto legislativo para a legislatura imediata.

Deu na radiolândia I
No mesmo radiofônico, Ederivaldo Benedito repercutiu informação de que o governador Jacques Wagner “quer” petistas no governo municipal que assume em 1º de janeiro. Muito forte a ação verbal “quer”. Não só porque feridas há entre petistas locais e integrantes do futuro governo. Algumas muito profundas.

Também seria uma imposição, o que não condiz com a alegada práxis democrática que atribui Wagner ao seu governo. Não fora a forma como o PTdoG conduziu a relação político-eleitoral entre dois partidos da base.

Muito cedo para pensar nisso. Mais soa-nos como ocupar espaços por quem não fez por merecê-lo. O tempo amaciará as arestas.

Se Jacques Wagner pretende mesmo alguma coisa em Itabuna tem uma missão honrosa e grandiosa: juntar os cacos do PT depois que Geraldo Simões assumiu o partido não mais como liderança. Mas como propriedade e feudo pessoal.

FICC fiasco
Anda faltando energia na sede da FICC. Dirão muitos que “falta luz”. Por falta de pagamento das contas.

Aliás, na FICC fiasco falta tudo: de vergonha no trato da coisa pública a falta de compromisso com a legislação municipal.

Na realidade, se deu de faltar “luz”, falta brilho há muito.

Estatísticas

Euforias X cautelas
Estatísticas existem, não dispensam análise. Alguém dirá, eufórico, que o partido tal cresceu 100% enquanto outro apenas 20%. Parece espetacular o crescimento do primeiro em relação ao segundo se não obtivermos o que representava antes cada uma.

Hipoteticamente exemplificamos: o primeiro tinha eleito um só representante no país; o outro, dois mil. Assim, o crescimento de 100% elevou a participação do primeiro de UM para DOIS enquanto o de 20% para 2400. Ou seja, um significou dobra, enquanto não pesa na comparação com o outro em representação.

O tema se propõe e está presente em texto de nosso DE RODAPÉS E DE ACHADOS, considerando o PSB.

sábado, 27 de outubro de 2012

Uma década

Lula
Depois de três derrotas no dia 27 de outubro de 2002 o nordestino e ex-metalúrgico Luis Inácio Lula da Silva se elegia Presidente da República pelo Partido dos Trabalhadores, a nação que o elegera cantando "Lula-lá".

Dez anos são passados. Muita análise a ser feita.

Uma década da eleição de Lula o é de uma das páginas mais exultantes da História deste Brasil. Gostem ou não os apaixonados contra e a favor, cabe aos analistas cientificamente analisá-la.

Verdadeira preocupação

A doença
A Saúde tornou-se, em tempos de transparência um típico nervo exposto. Dói muito. Em parte porque o Brasil optou por fazê-la universal: todos têm direito independentemente dos recursos individuais de que disponham.

Sabemos que, ainda que insuficientes para corresponder ao ideal, os recursos a ela destinados "renderiam" melhores resultados caso administrados em benefício dos destinatários, o povo simplesmente. Há corrupção em todos os aspectos e lados: no gestor público que superfatura; nos profissionais da medicina que não cumprem com obrigações contratuais.

A Itabuna recente viveu experiências que permitem conclusões absolutas. De nossa parte, não temos dúvida: dentre o que não coaduna com a gestão da Saúde é contador, historiador ou empresário da área gerenciando-a.

Aí deve residir a verdadeira preocupação de qualquer gestor na escolha de um secretário para a Saúde.

Saúde
A gestão da saúde deve ser entendida não como a que esteja voltada para a cura, mas a que evite a doença.

E isto não se configura em gerenciá-la tão somente como ato contábil, tampouco elementos para estudos históricos ou competição entre curar e evitar.




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tudo é carnaval

Isto é Brasil
O ministro Joaquim Barbosa, do STF, ultrapassa outra etapa de vedetismo: não mais só personagem carvalesco, de capa e espada, ops!, máscara. Lançam seu nome a presidente nas eleições de 2014.

De nossa parte espramos sua aceitação. Para confirmar o que temos dito de que este julgamento no Supremo tornara-se político.

Não imaginávamos que para eleger Joaquim Barbosa.

Como é no momento a peça ideal para a oposição, a mídia que a sustenta não lhe faltará. E nosso "Negão e Herói" (outro a bater no PT) tem tudo para seguir a carreira de Heloisa Helena e de Marina Silva.

No fundo, no fundo, isto é Brasil! Tudo é Carnaval!


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Depósito

Despejo 
Hélio Bocão, em programa da rádio Nacional denuncia: comerciante itabunense flagrou uma kombi com placa de Mascote "despejando" moradores de rua em Itabuna. Desceram do veículo seis pessoas, sem nenhuma bagagem e começaram a perambular.

O desumano ato não é raro, parece estar se ampliando neste instante. Finalmente flagrado pelo jornalismo da rádio Nacional.

Haja programa social para Itabuna poder segurar toda a população de moradores de rua da região.



Natural

Coisas da Globo
De certa forma o sistema Globo, espelhado nacionalmente na rede Globo de televisão, não está distante de manipulações eleitorais, como a que ocorreu com a edição do Jornal Nacional depois do último debate entre Lula e Collor, em 1989.

E o mesmo Jornal Nacional continua a fazer das suas. Como ocorreu na edição de ontem: consumiu 18 minutos de um bloco de 32 minutos falando do mensalão.

E não deu uma nota ou palavra sobre as pesquisas publicadas pelo Ibope e Datafolha para capital paulista, cada uma apontando, respectivamente, 49% x 36% e 49% x 34%, com Fernando Haddad (outro poste de Lula) liderando.

Natural, muito natural, caro leitor. Coisas da Globo!

Parodiando
Vem-nos uma vontade danada de parodiar Fernando Pessoa, a partir de "O poeta é um fingidor / finge tão completamente / que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". 

Mas, botar Pessoa nesse meio é demais!

E nem nos fale...
...da atual "Gabriela" em fim de noite. Típico curso preparatório para bordel!

Jorge Amado não merece!

O retorno

Do presídio para a câmara
Por ausência de mais detalhes ainda não havíamos nos debruçado sobre a pérola, que começa com a concessão de um habeas corpus pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF, ao miliciano carioca Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, preso há um ano e seis meses na Penitenciária Federal de Rondônia em razão da sua alta carga de periculosidade.

O miliciano, tido como dos mais perigosos na região de Jacarepaguá, responde por formação de quadrilha (é o chefe), homicídios e extorsão, entre outros crimes, inclusive planejar a morte do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e da chefe de Polícia Civil, Martha Rocha.

Reassumiu a vereança na Câmara do Rio de Janeiro na quarta 24, oito dias depois de "absolvido" em seu direito de responder em liberdade por esses crimezinhos de "menor potencial ofensivo" ou pelo asseguramento de direitos à luz da Constituição Federal (garantismo). Não fez antes em razão da "criminosa burocracia" que retardou a libertação.

Glorioso retorna, em singular trajeto: do presídio à Câmara.

Querendo entender
Para os que integramos a plebe ignara (obrigado Stanislaw) custa compreender as razões que levam um ministro do Supremo Tribunal Federal a conceder habeas corpus para bandidos (Gilmar Mendes é useiro e vezeiro).

Suas razões comumente se sustentam  em garantias constitucionais, dentre elas a presunção de inocência até que provados os fatos em reconhecimento sentencial trânsito em julgado. Fazem-no amparados nos fatos contidos no processo sobre os quais se debruçam, sem enveredar pelas figuras e ações do "beneficiado", muito raramente no clamor da sociedade.

O que queremos entender são as razões dos senhores ministros, dentre eles o ilustre Mello, em libertar miliciano e condenar sem provas outras figuras que não têm contra si comprovação além das "ilações" teórico-doutrinárias de ocasião, como ocorre com a maioria dos que sofrem as pesadas diatribes da Corte no denominado mensalão petista.

Para estes não haverá habeas corpus. Até, talvez, que resolvam constituir e chefiar uma milícia.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Golpe

Fundamentos
O enígma está por ser decifrado. Certamente já o foi por alguém. Não se ponha entre os que o percebam quem o elaborou.

Enquanto a sociedade aplaude o STF, esquecendo-se de que princípios e instituições não podem ser derrubados aviltadamente (sob pena de abalar o Estado de Direito), a sanha ali brotada legitimirá uma esteira de iniciativas em escalões inferiores.

Mormente se teorias corroborarem ofertando fundamentos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Golpe

A vingança
Afastar os eleitos do exercício do mandato. Delegar ao presidente da Câmara o comando do município. Teses absurdas. Mas não tanto quando o golpe pode estar sendo tramado em conluio com o poder judiciário.

Coisa de louco? Pode ser... pode ser!

Mas não custa cuidados. Afinal tudo não passaria de rasteira vingança. Ou, simplesmente, golpe.


Quo vadis

Denúncia grave
Péssima a repercussão: Geraldo Simões não teria honrado dois cheques emitidos para cobrir despesas de campanha política que envolveriam valores próximos a 1 milhão de reais. Com o detalhe de serem ditos cheques de sua conta pessoal, como afirmado no www.blogdorick.com.br

Considerando a natureza do título de crédito (cheque é uma ordem de pagamento à vista) que exige disponibilidade de recursos para que seja emitido, chama-nos a atenção a "disponibilidade" de GS.

Em outra vertente tem-se tornado recorrente em Geraldo Simões a circunstância de não honrar compromissos. O rol de prejudicados elenca de gráficas a institutos de pesquisa. E o costume não é recente.

Não sinaliza positivo dito comportamento. Parece demonstrar que não está a exigir tão só "amarradores de cadarço", mas "financiadores" para suas derrotas eleitorais.

Não fora a declinante projeção eleitoral que se acerca de Geraldo, diante de tão grave denúncia só nos resta trazer o latim para qualificar o texto diante do inqualificável comportamento: quo vadis (onde vais?) caro líder com tanto desrespeito.




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

De transição e de "sonhos"

Ainda especulando
Escrevemos recentemente que no imediato da vitória eleitoral a administração de Vane se fazia de especulações e fofocas. Entre aquelas o sinal do que poderia representar o secretariado a partir de uma outra composição: a da equipe de transição.

Ultrapassada essa fase e em atividade a transição começam a surgir nomes, ou intenção de nomes, que deverão(?) integrar o futuro núcleo de assessoria do prefeito eleito. Em meio a isso até mesmo a figura de um "conselheiro".

Sob esse prisma, de fortalecer um "conselheiro" para o prefeito que assumirá em janeiro, a especulação começa a crescer. Primeiro, pelo "prestígio" deste conselheiro junto ao eleito; segundo, gerando a ideia de que as decisões passariam por este "conselheiro".

O "conselheiro" para muitos está se tornando o "caboclo". E já tem gente procurando "chorar ao pé do caboclo".

Inclusive gente que matava e morria pelo prefeito derrotado.

Secretário dos sonhos
No âmbito das especulações uma alimenta sonhos e esperanças: a de que o médico e ex-secretário de Saúde de Itabuna ao tempo de Geraldo Simões, Dr. Paulo Bicalho, venha assumir a pasta municipal que anda em cacos.

Com competência suficientemente demonstrada não há quem não defenda um nome como o de Dr. Bicalho. Sua presença e a auditoria tipo a que manteve ao tempo em que geriu a Saúde em Itabuna fariam "tremer" fraudadores e dariam um ramo eminentemente técnico ao trabalho da secretaria.

No entanto, observando a transição e Dr. Bicalho, podemos imaginá-lo apenas como secretário "dos sonhos".


Se não ouvimos mal

Mantendo a pecha
Anunciado em noticiosos desta manhã que a retomada do julgamento da Ação Penal 470 (o denominado mensalão petista para a plebe ignara) pode ter uma sessão extra. Tudo para que o espetáculo seja encerrado ainda esta semana.

Como não temos informações de que os senhores ministros do STF venham a entrar em período de gozo de férias a partir da próxima semana não nos resta outra coisa a não ser compreender a preocupação dos ilustres pela celeridade: tudo deve terminar antes do segundo turno das eleições.

Se não ouvimos mal, o STF precisa confirmar o compromisso e manter a pecha de realização de um julgamento político, ops!, para atender ao gosto de campanhas políticas.

Assim como programa eleitoral. Tem tempo para começar e para terminar.

domingo, 21 de outubro de 2012

Ações afirmativas

Mais negros com curso superior
Elio Gaspari registra que quintuplicou a percentagem de negros e pardos cursando ou concluintes de curso superior. Entre 1997 e 2011 o percentual saiu de 4% para 19,8%. Atribui o colunista ao restabelecimento do valor da moeda por FHC e às políticas afirmativas do presidente Lula.

Sem desmerecer o raciocínio do "valor da moeda" como elemento presente na evolução (que o articulista faria justiça se atribuísse a Itamar Franco a iniciativa), até porque não há informação de que o mercado de trabalho tenha gerado renda para levar o negro à universidade, mais vemos o avanço em algo mais perceptível e concreto: políticas de cotas, criação e ampliação de universidades federais, Prouni.

Em seis anos, por exemplo, o Prouni matriculou 1 milhão de jovens do andar de baixo e destes 265 mil já concluiram o curso.

Enquanto a elite questiona como discriminativas as políticas afirmativas para a educação mais negros estão concluindo o curso superior.


DE RODAPÉS E DE ACHADOS-Dia-21 de Outubro de 2012



AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
  

Adylson Machado

Eles não explicam

O Supremo Tribunal Federal, o mesmo que embevece a mídia com o julgamento do denominado mensalão petista, e que tem desenvolvido uma reviravolta conceitual para condenar a turma, ainda que contrariando fundamentos do Direito e mesmo decisões anteriormente proferidas pela Corte, rejeitou na última quarta 17 uma denúncia por compra de votos contra Anthony Garotinho.
O que muito estranha é o comportamento da Corte à luz da “revolucionária” interpretação estabelecida no julgamento da AP 470, quando aplicou a teoria do “Domínio do Fato”, pela qual a simples relação, ainda que não demonstrado o elemento subjetivo (vontade deliberada para a ação) entre os fatos e o agente bastam para condenar, mesmo sem provas outras.
Em 2004 diversos funcionários do governo estadual do Rio de Janeiro, do primeiro escalão (inclusive secretários), foram para Campos “trabalhar” para o candidato de Garotinho. Dentro do apoio ao “trabalho” muito dinheiro para compra de votos, o que foi flagrado. Lembrete: a mulher de Garotinho Rosinha, era a governadora.
Entenderam os ministros que não havia prova e o fato de ser Garotinho presidente do PMDB não o vinculava ao crime. Neste particular comungamos com o pensamento dos ministros: não se condena sem provas.
O que é impossível entender é que tribunal tenha dois pesos e duas medidas. Para os do mensalão petista aplique-se a teoria; para Garotinho, dispense-se.  

Freud explica!

holofotesReferindo-se ao publicado na edição de 17 de setembro, do Estadão, assim disse Dalmo de Abreu Dallari: “Na semana passada, o jornal o Estado de S. Paulo noticiou com todas as letras o que Joaquim Barbosa iria dizer no seu voto naquele dia. E o ministro disse exatamente aquilo que o jornal havia antecipado. Isso foi um erro grave do ministro”, afirma Dallari. “O ministro não deve – jamais! — entregar o seu voto a alguém, seja quem for, antes da sessão do tribunal, quando vai anunciá-lo em público.  É absolutamente inadmissível comunicar o voto antes, compromete a boa imagem do Judiciário, a imagem de independência e imparcialidade.”
“Muitas vezes a imprensa, querendo o sensacionalismo e se antecipar aos outros órgãos de comunicação, busca penetrar na intimidade do juiz”, observa Dallari. “Isso é contrário ao interesse público. Não tem nada a ver com a liberdade de imprensa. Isso eu chamaria de libertinagem de imprensa.”
Dalmo de Abreu Dallari é um dos mais renomados e respeitados juristas brasileiros. Professor emérito da Faculdade de Direito da USP, ele está perplexo com o comportamento da mídia assim como dos juízes do STF no julgamento da Ação Penal 470.
Caro Dallari, Freud explica.

Eis a questão!

silasA situação por que passa José Serra na eleição paulistana leva à conclusão de que o PSDB caminha a passos largos para uma “fusão” com o PFL/DEM tantas as afinidades que os alimenta. Dentre muitas, a perda de espaço junto ao eleitorado.
A eleição para prefeito de São Paulo é emblemática, não só por ter como candidato José Serra, um prócer do tucanato em terras onde nasceu o PSDB, como pela circunstância da carreira por ele construída e de já ter sido eleito senador, governador e prefeito.
As desculpas para o desastre iminente estão na personalidade e no caráter do próprio José Serra, afirmam muitos. De nossa parte ficamos com os desencontros, especialmente nas (in)definições no âmbito das religiões quando, desde 2010, enveredou por caminhos do fundamentalismo religioso. Perdeu a credibilidade ao se tornar candeeiro de dois bicos.

A ganância como vocação

Tem coisas que só existem no Brasil. De frutas, como a jabuticaba, a algumas instituições, como câmaras municipais onde a atuação do vereador se torna profissão (com remuneração fixada a partir de percentual de arrecadação), justiça militar, justiça eleitoral, apenas para ilustrar.
Em tudo uma ganância, como vocação. Onde o explorado é sempre o povo.

Preferimos Bastide

A “Rosa dos Ventos”, de Maurício Dias, na Carta Capital 719, da semana passada, denunciou que todos os ministros militares (10) que integram o Superior Tribunal Militar, ainda que contra o voto dos civis (5), instituíram que suas aposentadorias corresponderão a 4 salários brutos, coisa assim superior a 100 mil reais, retroativos a 2011.
Por essas e outras começamos a creditar na ironia e em escritos célebres, como “Porque Me Ufano do Meu País” (de Afonso Celso) ou “Brasil, País do Futuro” (Stefan Zweig).
Em que pese preferirmos “Brasil, Terra de Contrastes”, de Roger Bastide.

Kristel

Morreu esta semana Sylvia Kristel, aos 60 anos, a atriz do nu ousado de Emmanuelle, de Just Jaeckin. Que também a dirigiu em O Amante de Lady Chatterley.

Semana pífia

A política itabunense transita em calmaria. Atropelada pelos vereadores que assumiram vaga temporária. Que no afã de ocuparem as cadeiras da mesa e do plenário da Câmara pretenderam de tudo, inclusive atropelar o Regimento Interno da Casa.
A atitude dos ilustres nos demonstra como veem a augusta Casa do Povo: casa da mãe Joana.

Segredo

Tanta dedicação à causa do povo nos remete a uma indagação: não fora a remuneração haveria tanto amor aos mandatos?

Ministério Público

Não sabemos se a intenção foi materializada. Mas, noticiou O TROMBONE na quarta 17, pretendia fiscalizar a reposição de aulas pelo magistério estadual. Que ocorrem aos sábados para compensar os quatro meses sem aulas durante a greve.
Tecendo observações sobre o pretendido, quando ao largo da criminosa reposição o próprio MP não enfrentou a defesa da coletividade escolar diante dos graves prejuízos, concluímos o desabafo em “Do vazio ao nada – fiscalizando o superficial”, publicado em Rastilhos da Razão Comentada, no http://adylsonmachado.blogspot.com:
Talvez ficasse o MP mais distante dos holofotes e mais próximo da sociedade. Ou, quem sabe!, deixasse de fiscalizar o superficial, aquele que leva o vazio ao nada. Que evitasse ser bedel de professor em escolas públicas e mais buscasse contribuir para construir a escola que precisamos, que a sociedade exige e que os governos negam”. 

Assumiu

Para os lados do Paço Municipal as coisas não andam boas para comissionados de alto coturno. Circula à boca miúda que o prefeito José Nilton Azevedo suspendeu o pagamento da folha até que apareçam recursos que andariam vagando como zumbis. E botou a turma de quarentena, até que o dinheiro apareça.
O prefeito resolveu assumir o controle da administração. Uma pena que no final do mandato.

Cada cabeça um pensar

cabeçaAlguns analistas políticos desta terra deram de afirmar dos riscos por que passa o candidato eleito pela circunstância de indiciado em processo. Que poria em risco a sua posse. Devem ter informação que não nos chega. Ou estão vivendo clima de STF.
Para nós cabe-lhes o troféu de pensante ao léu, nosso selo de qualidade.

Voltando à rede

Na rede a 17ª edição do jornal Itabuna Cultura & Arte.

Marighella

Maria Marighella, Coordenadora de Teatro da FUNCEB, incursionou por Itabuna durante dois dias desta semana. Acompanha o desenvolvimento das políticas públicas recentemente implantadas para o universo da cultura baiana a partir da Lei Orgânica da Cultura da Bahia.
A nova política descentraliza o foro de decisões estabelecendo territórios e instâncias colegiadas para integrar a representação dos diversos segmentos da cultura, fortalecendo as identidades culturais junto à instância consultiva.
A partir da ideia aprovada os gastos e investimentos na área cultural somente ocorrerão levando em consideração a decisões da base, representadas no órgão consultivo máximo.
Dentre outros, Maria Marighella conversou com Eva Lima e Ari Rodrigues. Pretendem os locais fazer retomar as atividades do Conselho Municipal de Cultura, o que pode acontecer em seminário a ser realizado em dezembro de 2012.

Elegia a Maria

Maria Marighella nasceu quando o avô morto, enquanto o pai preso. O pai, somente o conheceu aos dois anos de idade. Crime cometido por ambos: pensar, defender uma pátria livre de amarras para seu povo.
A maior beleza desta Maria não é física, sensual. É a de ser repositório das convicções que nortearam gerações de amantes do Brasil em tempos de possível amar.
Maria é a filha/neta de todos os que enfrentaram o arbítrio. Razão da existência/fruto das convicções.
Maria Marighella é “Maria, Maria”, da mãe de Jesus à inspiração de Milton Nascimento.

Divinos

Faria 90 anos na quarta 17. Nascido Luiz Floriano Bonfá nos legou páginas imortais, como “Manhã de Carnaval” (1959), letrada por Antônio Maria. E divina composição aqui divinamente interpretada por Agostinho dos Santos.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

sábado, 20 de outubro de 2012

Pesquisa

Estranheza
Os números do Ibope para o segundo turno em Salvador apontaram ACM Neto com 47% e Pelegrino com 39%, levantados entre os dias 17 a 19. Pesquisa local, da Babesp, realizada entre os dias 17 e 18 apontam 41,2% a 40,4%, "Grampinho" à frente.

Sem questionar os dados acima postos nos vem ao texto o resultado do primeiro turno: ACM Neto 40,17% e Pelegrino 39,73%.

A considerar o Ibope, Pelegrino não conquistou nenhum ponto percentual de lá para cá.

Não sabemos se o que nos estranha é a inércia de Pelegrino ou a velocidade de ACM Neto. Ou se acreditamos no Bapesp.

De uma forma ou de outra, Pelegrino está precisando ser um "poste" de Lula.

Melhor do que cria de Jacques Wagner!


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Desculpas

Razões
Efeito Malafaia, guinada para o conservadorismo e pentecostalismo (sem convicção) têm sido aventados como elementos conturbadores da campanha de José Serra. A nove dias do segundo turno as eleições paulistanas parecem convergir para Fernando Haddad. Sim, aquele mesmo que desmoralizaria o padrinho Lula, com seus 3% no início da campanha enquanto Serra flanava acima dos 30%.

Não se negue que José Serra vai adquirindo aquela imagem de perdedor, acentuada em duas eleições presidenciais. Em que pese haver vencido para prefeito da capital e governador de São Paulo.

Vemos, no entanto, fenômenos mais científicos na atual situação de Serra, oscilando entre 16 e 17 pontos para menos ante Haddad. São eles a alta rejeição pessoal (que ora alcança em torno de 52%) e a péssima avaliação da adminsitração de Gilberto Kassab, o atual prefeito, que o apoia  (que supera 42%).

Deixemos a força do PT como partido e Lula como cabo eleitoral e fiquemos com os elementos acima declinados. Todas as descuplas são válidas, mas as razões são fundamentais.


De "analfabeto" a articulista do NYT

Fará sofrer
Vazado pela Istoé, encontramos a informação em www.advivo.com.br desta quinta 18. Os céus vão desabar sobre nossas cabeças, como sobre gauleses de Asterix. Lula articulista. E para completar, do NYT.

Ficamos a imaginar essa parcela brasileira que ainda não admite a existência de Lula com a expressão que tem. Muitos o veem como aberração da natureza política, alçado pelos fados à presidência da república. Certamente entrarão em parafuso com a informação de que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva recebeu convite do The New York Times para escrever uma coluna semanal, o que pode acontecer depois das eleições municipais.

Não terão dúvida os detratores de que a decadência dos Estados Unidos acaba de ser sacramentada. E alguns mesmo deixarão de ler o tradicional jornal estadunidense, um dos mais respeitados do mundo.

Lula articulista do NYT fará sofrer e sangrar a "auto estima" dessa gente. Afinal, como pode um "analfabeto" ser articulista do NYT?


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Espanhol itabunense

Não retornou
Tomamos conhecimento, hoje, de que o professor Antonio Pazos Garrido faleceu em sua terra natal no dia 17. Com passagem comprada para o Brasil o espanhol que ensinou no Colégio Estadual de Itabuna (onde também exerceu o cargo de vice-diretor) não pode embarcar.

Queria nos rever a todos, inclusive este escriba. Foi um dos revisores do romance "Amendoeiras de Outono" (Via Litterarum). Zeloso e apaixonado com o que fazia, elaborava a tradução de "Amendoeiras..." para a língua espanhola.

Sua família chegou em Itabuna nos anos 50. Tinha esta terra como extensão da sua Espanha e certamente gostaria de tê-la visitado pelo menos mais uma vez. Ele que aqui se fazia presente quase anualmente, depois que se aposentou e voltou à terra natal, El Grove, da província de Pontevedra, na Galícia.

Perdemos não só um amigo, mas um cultor do idioma e leitor voraz. Os que o conheceram e com ele conviveram certamente dirão que o espanhol itabunense não retornou para a sua casa e seus livros na Avenida Itajuípe.


Do vazio ao nada

Fiscalizando o superficial
Em tempos mais pretéritos o ano escolar se perfazia de 180 dias, hoje de 200. A presunção é de que é o tempo mínimo necessário para a transferência da informação contida nos conteúdos curriculares. Não enveredamos aqui se mais ou menos dias sustentam a qualidade que se espera da formação escolar.

Escrevemos a propósito de matéria publicada n' O TROMBONE desta quarta 17 ("Na semana do professor, 'rédea curta' do MP") que foca em torno da possibilidade de o Ministério Público "ir de escola em escola no próximo sábado para fiscalizar o efetivo pagamento de aulas referentes ao período de greve da rede estadual".

Saiba o caro leitor que, aceitando a forma proposta pelo Governo do Estado, os professores da rede concordaram em "repor" aulas aos sábados, correspondendo cada sábado a um dos dias da semana (segunda, terça, quarta etc.). Ou seja, em um sábado repõe-se as aulas de uma segunda-feira, em outro, as de terça, até que se complete o ciclo, que voltará à segunda, e assim por diante, a fim de que não ficasse o aluno sem os conteúdos correspondentes ao tempo em que durou a paralização.

"Ficasse", dizemos, porque dito acordo legitima apenas a propaganda do Governo de que o ano escolar não foi prejudicado, ou, em palavras diretas, não está "perdido". Afirmamos isso por uma razão elementar: se está sendo reposto em cada sábado apenas um dia da semana obviamente outros quatro não estão sendo repostos, o que significa dizer que 80% do conteúdo não tem como ser repassado ao aluno.

Tudo o que ora escrevemos se volta para refletir em torno da possível atitude do Ministério Público, em buscar "conferir" se os senhores professores estão efetivamente cumprindo com a "enganação". Ou seja, buscar nos professores possíveis culpados pelo "descumprimento" de um acordo criminoso para com a sociedade, e em particular para com a comunidade escolar, para o qual o próprio MP não levantou uma palha em defesa dos interesses difusos presentes, dentre eles o direito à educação. Se podemos dizer que estamos diante de um projeto educacional propriamente dito.

Sem negar a função do Ministério Público, dentre elas a de acompanhar temas como o que pretende enfrentar, ficamos a imaginar se tão valiosa preocupação ocorresse cotidianamente, mais no conteúdo e menos na superfície das coisas.

Para não irmos longe, e ficarmos com a "fiscalização" de escolas públicas, como ajudaria o MP pondo os seus integrantes a acompanhar o dia a dia de nossas escolas! Certamente contribuiria para a luta que muitos professores encetam, quixotescamente e sem nenhuma repercussão, para ver nossos estabelecimentos de ensino dotados de equipamentos condizentes com a realidade (pelo menos internet), não fora a presença de psicólogos e assistentes sociais.

Descobriria que muitas escolas, especialmente as que reunem grandes contingentes de alunos, estão invadidas por representantes de "raios" A e B e que nelas se repercute a tragédia de uma sociedade destituída de valores, dentre estes o da família como instituição. Que se tornam, as escolas, depósitos e reformatórios para receber os futuros desassistidos de sempre, transferidos para elas como se fossem o repositório das mazelas sociais.

Sob este último aspecto, a intervenção do MP poderia contribuir para menos doenças da profissão, como a estafa, não fora o permanente desestímulo para com a sobrevivência e a queda na autoestima. 

Talvez ficasse o MP mais distante dos holofotes e mais próximo da sociedade. Ou, quem sabe!, deixasse de fiscalizar o superficial, aquele que leva o vazio ao nada. Que evitasse ser bedel de professor em escolas públicas e mais buscasse contribuir para construir a escola que precisamos, que a sociedade exige e que os governos negam.