domingo, 30 de setembro de 2012

Amostra do que vem em DE RODAPÉS E DE ACHADOS

Apareceu!
Aécio Neves (muito raro neste espaço) disse ser Lula um “líder de facção”. Não falta quem o tenha como “líder de ficção” tamanha a inexpressividade de sua atuação no Senado.

O Gilmar não gostou
O ator José de Abreu foi notificado judicialmente por Gilmar Mendes por tê-lo chamado em seu twitter de “Gilmar Dantas”.
Com a mesma expressão também assim o chamam, ou chamaram, ao vivo, em TV aberta e fechada, comentaristas da Globo e Globo News. E o Noblat também o fez em seu blogue.
O ministro está vocacionado a distribuir farinha no ventilador.

....

Especulando I
O helicóptero do governo pousou na CEPLAC, antes de o governador Jacques Wagner se deslocar a Itabuna para inaugurar uma unidade policial. As razões de escolher a CEPLAC teriam sido em razão da segurança.

Também atenderiam os requisitos protetivos a sede do 15º Batalhão ou mesmo o aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho, visto que estes espaços suportam tranquilamente o pouso de um helicóptero e a segurança propriamente dita estaria a cargo do aparato militar que o acompanhou.

Até aí, alguns dirão, que pretende especular neste vazio este um escriba com pouca coisa a escrever.

Especulando II
Matéria veiculada em O TROMBONE, de quarta 26, sinaliza caminhos e conversas que estariam ou poderiam estar em andamento sob o sugestivo título “Clima de reconciliação entre PMDB e PT agita eleição em Salvador”, onde explora a expressada simpatia de Mário Kértesz (candidato do PMDB) pelo prefeiturável do PT, em eventual segundo turno, onde diz que “seu” partido sentará com os dois candidatos que passarem para o turno final.

Essa singularidade (de o PMDB sentar com os dois candidatos) também é fala de deputado estadual da legenda, que assegura ser ACM Neto o preferido da maioria da legenda em termos de bancada estadual.

A mesma matéria de O TROMBONE insinua a existência de entendimentos iniciados, que teriam se originado do próprio governador Jacques Wagner.

Especulando III
Ao largo das insinuações trazidas pelo texto surgiram neste especulador (não financeiro) algumas indagações:

1. Por que pousar na CEPLAC quando outros espaços havia (inclusive aquele da Los Pampas, onde o governador já desceu uma vez)?

2. Conversou Jacques Wagner com alguém por lá?

3. Com quem conversou? A sós ou não?

3. Se houve conversa o assunto girou em torno de amenidades ou de política?

4. Se de política teria o tema alguma referência com as especulações em torno de apoio do PMDB no segundo turno em Salvador?

Especulando IV
Ora, dirão muitos, o que tem a ver uma coisa com outra? Talvez nada. Mas, nos meandros da política, que se faz de acordos em torno de interesses vários, predominantemente em defesa do poder, um detalhe chama a atenção deste especulador: sob regência de quem a superintendência regional da CEPLAC. Desdobrando, quem detém o comando da indicação.

Afastada esta ponderação, outra nos surge. Poderia alguém, que dependa da influência do Governador junto ao Governo Federal, pretender retorno a cargo do mesmo nível que já ocupou?

Especulando V
Não fora isso, para continuar especulando, frustrada a eleição do candidato do PMDB em Salvador, que seria importante vitrine para 2014, outros acordos poderiam surgir. Como, por exemplo, uma senatoria em 2014.

De imediato, um Ministério pode ser o ponto de convergência e de união entre os que se encontram em conflito até este instante.

Não nos esqueçamos que a Bahia anda com um paraense atravessado na garganta, por indicação de um paranaense, fato que afeta diretamente esta região. Daí seria razoável um baiano ocupar o Ministério da Agricultura.

O Ministério ao qual se subordina a CEPLAC, que ora desenvolve projetos que podem dar visibilidade nacional e internacional.

Especulando VI
E não nos esqueçamos que a reeleição de Dilma já começou a ser tratada. Com a sedimentação de uma aliança com o PMDB. O que pode estar acontecendo também na Bahia.

Por lá, presidência da Câmara e do Senado com o PMDB mostram o que representa para o projeto do PT manter e aprofundar a aliança com o PMDB.

O grupo palaciano do partido onde está Geddel articula para 2014. E mais adiante.

Especulando VII
Ponderando, ainda que o baiano tenha cacife suficiente para manter-se onde está, não vemos em Geddel Vieira Lima força suficiente para enfrentar a cúpula do PMDB e mesmo um governo que o abriga com cargo (e que pode promovê-lo) apoiando, em uma eleição de peso (como a de Salvador), um adversário que não só está caindo em frangalhos (DEM) como tem um candidato “valentão” que ameaçou com uma surra um Presidente da República.

Não vemos Geddel Vieira Lima com vocação para Dom Quixote.

Desdobramentos locais
Por aqui, caso tenha sucesso o desgaste que Geraldo Simões tenta provocar em Vane e isso venha a assegurar a reeleição de Azevedo, estando Geddel com o governo certamente levará para a base de Wagner o prefeito Azevedo “do PMDB”.

Para Azevedo lutar contra as forças governamentais como mera expressão regional de um DEM caindo aos pedaços melhor a aliança. Pela nova filiação.

Jacques Wagner está enxergando. Não foi à toa Ministro das Relações Institucionais ao tempo do primeiro governo Lula.

Nesse viés, perdendo o PT itabunense a eleição não perde o governo o controle do município. Quem perde a eleição mesmo é Geraldo Simões.

Barbas de molho
Caso as especulações e o desdobramento acima refletidos venham a ser concretizados quem deve botar as barbas de molho é o deputado Geraldo Simões. Especialmente se o prefeito Azevedo vir a se reeleger. Como muitos sabem, e aqui já escrevemos, Jacques Wagner não anda nada satisfeito com a forma como Geraldo tem agido nestas eleições.

Aí seria mel com mamão: Geddel Vieira Lima (que nunca esqueceu as vaias recebidas em Ilhéus) e Jacques Wagner (que não esquecerá a desobediência e tende a perder a confiança no companheiro, que busca rumos próprios, como contrariar o líder na escolha de senador ou de definir candidatura a prefeito etc.) estariam unidos por um objetivo comum.

O leitor que agora especule.

Poucas palavras

Algo aconteceu
Não percebemos ou não sabemos se estava na base do "Onde está Wally". Mas, nenhum registro de peso que dissesse respeito ao PT ou a Juçara no jornal A Região deste fim de semana. Nada na Malha Fina...  Nada na Marcel Leal... Na Carta ao Leitor dividiu a crença: "tanto Vane quanto Juçara podem dar a Itabuna uma gestão à altura do que ela merece".

Poucas palavras dizendo muito. E mais que isso: algo aconteceu.

sábado, 29 de setembro de 2012

Espectativa

Saindo do forno
Anunciada a divulgação de pesquisa de intenção de votos para prefeito em Itabuna. O que deve ocorrer na próxima segunda-feira.

Pode não trazer nada de novo. O que significa dizer que Azevedo pode estar à frente, Vane em segundo e Juçara em terceiro.

Para este escrevinhador mais interessa a relação entre as avaliações negativo-positiva da administração, a rejeição individual dos candidatos e o número de indecisos. A pouco mais de uma semana das eleições (data certamente em que foi a campo o instituto) também interessa observar as curvas de ascendência ou descendência deste ou daquele candidato.

Conforme o período do levantamento pode refletir a definição do pleito, ainda que não seja o que de imediato apresente.

Para uma determinada corrente o bolo que sai deste forno pode continuar solado. Para outra, solando.



sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Efeito Lula

Reações
A campanha de Pelegrino montou, para seu programa de televisão, imagens de Lula pedindo votos para ele e, em contraponto, ACM Neto dizendo que vai dar uma surra no ex-presidente.

Em Itabuna a campanha televisiva de Juçara mostra Lula, de rosto inteiro, pedindo votos para a petista.

Em Salvador parece estar produzindo resultados. Em Itabuna...

As reações do público não parecem as mesmas, apesar do mesmo ator.

Contorcionismo

Cabo eleitoral
O Datafolha oferece José Serra à frente de Haddad com quatro pontos percentuais (22% a 18%), contrariando outros institutos, que admitem empate cravado ou Haddad ultrapassando o tucano na disputa pelo segundo lugar. Os números foram levantados entre 26 e 27 de setembro.

Como reconhece a rejeição de Serra em 45%, o Datafolha quer nos convencer que o tucano domina em torno de 40% dos demais 55% que não o rejeitam. Sem este malabarismo não tem como alcançar os 22%.

Ao que nos parece, a finalidade imediata é o Datafolha funcionar como cabo eleitoral de Serra. Coisa assim como o Ibope fez contra Marta Suplicy quando estava subindo nas intenções que a levariam ao segundo turno da eleições estaduais e fez migrar o voto útil para Covas, que venceu Maluf, como Marta também o faria.

O Datafolha trabalha dentro do limite máximo da margem de erro (2%). Quando realizar a pesquisa de boca de urna traz os números para a realidade. Até lá é participação mesmo!


Não há como evitar

O que todos esperam
Intervenção do ministro Ricardo Lewandowski em voto da ministra Carmen Lúcia trouxe à baila a existência de informações nos autos do processo que julgam que vincula Daniel Dantas a "mensalões".

As pedras do Pelourinho, ou melhor, de Ouro Preto e Tiradentes, sabem quem irrigou Marcos Valério, desde a primorosa arquitetura do mensalão mineiro. E que chega a São Paulo. E que chega a... Aguardemos.

Não temos imagem do ministro Gilmar "Dantas" Mendes diante da intervenção de Lewandowski.

De uma coisa estamos certos: o nome de Daniel Dantas tende a ser novamente ventilado durante o julgamento da AP 470.

E não há como evitar que o "mensalão do PSDB" venha a julgamento antes de 2014. A não ser que o ministro Joaquim Barbosa, dele também relator, atenda aos "apelos" da mídia e se retire da relatoria.

É o que todos esperam.

Exageros

Só em missas e cultos
O Diário Bahia noticia que a Justiça Eleitoral, a requerimento do Ministério Público, proibiu em Ubaitaba quaisquer manifestações tipo carreatas, passeatas, caminhadas e bandeiraços ou mesmo outra qualquer forma de "evento organizado político móvel" durante a campanha. 

Como não temos informações de que morticínios estariam acontecendo em decorrência de tais manifestações, parece-nos que faleceu o Estado (leia-se Juridiário, Polítcia Militar, Polícia Federal etc.) diante de destemperos de candidaturas várias.

Nossa melhor recomendação, para apaziguamento dos anímos ubaitabenses, é que doravante as campanhas sejam realizadas nos intervalos de missas e cultos evangélicos.

Pode até não ajudar candidaturas, mas certamente conversões ocorrerão.

Amém! 


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Não são aviões de carreira

Alguma coisa no ar
Matéria trazida pelo sítio O TROMBONE nesta quinta 27 aventa a possibilidade de reconciliação entre PT e PMDB visando a eleição soteropolitana. Pode ser, pode não ser.

O governador Jacques Wagner andou pousando na CEPLAC, espaço comandado por um peemedebista, antes de vir a Itabuna.

Há alguma coisa no ar. E não são aviões de carreira.

Isto dá rodapé(s)

Onisciência

Vale a força da imagem
Há uma expressão para criticar os que se acham absolutos no pensar, em particular quando envolve promotores de justiça e juízes: o promotor se entende um Deus; o juiz, tem certeza que é.

A postura grosseira como o ministro Joaquim Barbosa tem se portado em relação aos seus pares, em particular ao revisor Ricardo Lewandovsky, quando contrariado em suas "certezas", somente é aplaudida pelos tomados da sanha condenatória que assoma um público manipulado por informações próximas de qualquer programa sensacionalista, destes que pululam na televisão aberta.

A maneira como o ministro Barbosa tem se dirigido aos que contrariam o seu pensar nos remete a compreendê-lo naquela dimensão de que se acha o próprio Todo Poderoso. Obviamente sacramentado pela imprensa e as eleites que veem nele o "xerife justiceiro" onde julga não o que está contido na prova dos fatos apurados mas na consumação de uma condenação que esperam repercutida em Lula e no PT, pela inconveniência de haverem conquistado o Poder e nele pretenderem permanecer por mais alguns anos ou décadas.

Em trajes que farão as crianças lembrar vampiros e outras assombrações já lançam para o carnaval máscaras e capa que lembram o Ministro. Não faltarão revistinhas da editora Abril retratando-o como o novo "Gerônimo, o herói do sertão" dos áureos tempos da rádio Nacional. (Não sabemos se a autorização e os direitos autorais serão permitidos e devidos ao próprio ou ao STF).

Essa coisa de herói nacional que deram de atribuir ao ministro Joaquim Barbosa parece que está queimando o cérebro de Sua Excelência. Na fogueira das vaidades.

Como repercute
No século XVIII, enquanto o Iluminismo de França se fazia de Diderot, Montesquieu, Rousseau, Voltaire ocuparam a cena na divulgação do ideário que levou à Revolução de 1789 os chamados "filósofos falidos" ou "Rousseau de sarjeta", que atacavam a tudo e a todos quando bem o quisessem fazendo-o pelo humor, pornografia, sensacionalismo ou drama. Sua base "intelectual" estava contida em panfletos, livretos e edições de baixa qualidade.

No presente instante, enquanto fundamentos clássicos do direito estão sendo queimados na fogueira da Inquisição ora promovida através do STF, tal dimensão faz com que muitos se aproximem de certas atividades profissionais dados a traduzir opiniões, convicções e certezas sem que disponham da mais remota compreensão do tema sobre o qual se expressam. São os que falam de direito sem o saber; de medicina se terem aberto o mais elementar livro de anatomia etc.

Passa ao largo denominar a cultura dos eminentes Ministros do STF, ou de alguns dos seus "deuses", de quaisquer das denominações acima referidas no prembular da Revolução Francesa, até por que Suas Excelências lá estão por méritos amplamente reconhecidos, tampouco estão a vociferar panfletos e pasquins outros, ainda que muitos estejam a ferir alguns dos pilares das instituições penais, inclusive as lições de Beccaria.

Mas não estão longe da "comédie française" do século XVII, apesar de faltar-lhes um Molière e um Racine. Não dão bom exemplo e geram "Rousseau de sarjeta" Brasil a fora. Amparados em cenas como as que tem sido expostas pela TV Justiça.

Que deveriam nos levar a usar o controle remoto ou a retirar as crianças da sala.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Às favas tal estudo

Incrições abertas
Estudo feito a partir de dados obtidos na Coreia do Sul (o que dá a entender que tal prática por lá é comum se não fosse o período analisado, entre 1556 e 1861) confirmam que os castrados vivem em torno de 19 anos a mais que os "inteiros". Um eunuco chegou a viver 109 anos. (Da BBC Brasil).

Sem enveredarmos pela utilidade de tal estudo, coordenado pelo pesquisador Cheol-Ko Lee, da Korea University, de Seul, publicado pela revista científica Current Biology, ficamos com a ironia de saber o que acham de viver mais 19 anos os que estamos vivendo menos.

Certamente mandaremos às favas as conclusões de tal estudo e levantaremos o discurso de que viver menos faz mais bem à "saúde". 

E para termos certeza de tudo continuará como dantes no quartel de abrantes lançamos o desafio para ver quem se habilita a viver mais.

Inscrições abertas.


Convencer
Tratando-se de profundo desvio psicológico, o abuso sexual se encontra entre as mais insuportáveis das patologias, o que leva a opinião do homem comum a entendê-lo como hediondez.

Muitos admitem como única terapia possível a castração química, o que se encontra em discussão em vários países, uma vez que os portadores da doença são irrecuperáveis.

Para tais "doentes", considerando o estudo de Cheol-Ko Lee, fica mais fácil "convencer" o condenado: viverá mais.



De alegrias e de preocupações

Da alegria ao foguetório
Em estado nirvânico se encontra a campanha de Azevedo. A afirmação de princípios jurídicos (parecer não é decisão) pelo TRE dá à militância um fôlego especial.

Cumpre acompanhar os desdobramentos. Que dizem respeito à conquista de indecisos e à redução do conceito negativo que alcança a administração em parcela considerável do eleitorado.

No mais é só alegria! O que inclui a do comércio de fogos.

Preocupação
A campanha de Vane fica, com a festa azevedista, na espectativa. Para ver os desdobramentos. Afinal, foi de sua iniciativa a impugnação ao registro da candidatura Azevedo.

Aguarda o conteúdo dos futuros programas eleitorais do candidato à reeleição e sua repercussão nas intenções de voto. 

Espectativa
A campanha de Juçara espera capitalizar índices de insatisfação do eleitorado de Vane, caso nele repercuta aquela ideia de tapetão, ainda fresca nos petistas locais, desde o "PT do tapetão".

Desta vez o "PRB do tapetão", assim sonha Juçara. 

Governo observando
Quem mais atencioso está, a partir de todas as reações à viabilização da candidatura de Azevedo, é o Governo do Estado e o projeto político de Jacques Wagner.

Caso ocorra uma queda das intenções de votos em Vane quem capitalizará os resultados? Se Azevedo, pode assegurar-lhe a reeleição; se Juçara, pode consolidar a derrota do Governo, com a divisão equitativa dos votos da base, o que favorece o "adversário" natural.

Como controlar o bombardeio da campanha petista nos companheiros da base são outros quinhentos!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ajuda providencial

Oxigênio para a campanha
A campanha de Azevedo enfrenta dados concretamente negativos, já analisados neste espaço, apontados a partir de pesquisas de intenção de votos: os índices de avaliação da administração e o número de indecisos, além da rejeição. A "percepção da qualidade da administração", por exemplo, tende a levar a reeleição para as calendas, caso aspectos outros não superem a não bem avaliada gestão do candidato à reeleição.

O deferimento do registro de sua candidatura, em nível de TRE, depois de indeferida pela Justiça Eleitoral local, não deixa de se constituir em motivo de regozijo para a militância. Mormente depois que publicizarem e darem como favas contadas o indeferimento do registro, em que pese tal tese padecer de amparo na melhor interpretação da Constituição para o caso, quando em jogo validade de parecer em detrimento de decisão. Aquele tem caráter opinativo; este, de julgamento.

Não se negue que a militância vai com unhas e dentes para a luta. Amparada moralmente em decisão da própria Justiça Eleitoral.

O retardamento no julgamento pelo TRE beneficiou o candidato; a decisão chega em momento precioso.

Ajuda providencial como oxigênio para a campanha. Que o programa eleitoral de Azevedo vai explorar à exaustão.


Filme conhecido
Em 2004, quando Geraldo Simões começava a deslanchar sua campanha à reeleição, a impugnação ao registro da candidatura de Fernando Gomes foi sendo retardado de propósito (disse-nos um amigo comum).

O marketing de Fernando cunhou a iniciativa do petista como "PT do tapetão" e motivou a militância a enfrentar quem perderia no voto mas queria afastar o "vitorioso" da disputa através da Justiça.

Enquanto os resultados tornavam-se sucesso, com a retomada dos espaços perdidos, o julgamento no TRE sempre encontrava um meio para sair de pauta. Até que, em final de setembro, ruiu o "tapetão". E a reeleição de Geraldo.

A história se repete, não sabemos se o resultado.

Ministro de segunda classe

Caçando com gato
O Supremo Tribunal Federal, integrado de onze ministros, não está com sua composição plena, desde a aposentadoria de Cézar Peluso. A Presidente da República enviou ao senado o nome do ministro do STJ Teori Zavascki à apreciação do Senado, como determina a Constituição. Hoje o indicado está sendo sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.

Ocorrida a sabatina e não sendo "reprovado" seu nome irá ao plenário da Casa para ser referendado e depois, obedecidos os trâmites, há de ser empossado. Empossado, cumpre-lhe integrar as votações em andamento. Até porque o número ímpar que se impóe à Casa visa justamente evitar empates em votações.

Como não faltasse mais nada, a oposição deseja arrancar o compromisso do sabatinado de que não participaria da votação da Ação Penal 470, o denominado mensalão. Ou seja, assumir pode, votar só o que interesse aos senhores da oposição, que ora estão utilizando o inoportuno julgamento para fins políticos eleitorais e a meta imediata é a condenação de José Dirceu, nome histórico do Partido dos Trabalhadores.

Na esteira dos propósitos da oposição a imprensa comprometida em estourar Lula, PT, e quem mais estiver pela frente (nem Dilma escapa) levanta a tese de que, caso empossado, no curso da votação, o novo ministro nele não vote. Fique assim, no "banco de reservas".

O desplante é tal que os ilustres representantes do PSDB, DEM e PDT estudam obstruir a sessão caso o indicado não se comprometa ficar de fora do julgamento.

O pensamento e o temor dos remanescentes daquela UDN raivosa que levou o país ao golpe militar de 1964, ora incrustados em alguns personagens da oposição, é de que o novo ministro venha a pedir vista dos autos para analisá-los (como deve ser) a fim de que possa prolatar o seu voto.

Tal ocorrendo levaria ao retardamento da conclusão do julgamento. Com isso, a decantada condenação de José Dirceu não teria "utilidade eleitoral".

Quando faltam propostas e projetos vale tudo. Até ministro tomar posse e ficar no banco de reservas. O que nos faz lembrar a sabedoria dos antigos, como diria Tormeza: quem não tem cão (proposta) caça com gato (ministro no banco).

Tivesse que tal absurdo acontecer estaríamos diante do inusitado surrealismo de o Supremo Tribunal Federal, a mais Alta Corte do país, dispor de 10 ministros titulares e 1 na reserva, para gáudio da imprensa e da oposição.

Desmentindo

Para a Veja tudo é natural
Não bastasse o próprio Marcos Valério haver negado que tenha prestado as declarações que alimentaram a matéria de capa da Veja, vinculando Lula ao esquema que se encontra sob julgamento no STF, nos vem este conteúdo, postado por Roberto Jefferson em seu blogue:

"E por falar a mentira… (1)

Essa semana, logo após sair do hospital em mais uma dolorosa internação em razão de meus problemas de saúde, dei um voto de confiança e recebi em minha casa um repórter da revista “Veja”, que para lá mandou um jornalista que já era meu conhecido e por isso tinha minha confiança. A revista aproveitou-se dessa proximidade para, de novo e infelizmente, trair o voto de confiança de quem acredita que jornalistas fazem jornalismo, e produziu uma matéria pouco exata, para dizer o mínimo, e mentirosa, para dizer a verdade. O que era para ser o perfil teve metade do texto dedicado a atribuir a mim ações que não foram minhas e não existiram.

Postado por Roberto Jefferson

22/09/2012
E por falar a mentira… (2)

Assim, por falar da mentira, não custa esclarecer a verdade: a revistinha diz que eu teria confessado o recebimento de R$ 4 milhões para que meu partido, o PTB, “apoiasse o governo Lula”. Mentira! Mentira deslavada e das mais desonestas! O dinheiro que nunca neguei ter sido entregue ao partido, bem porque nunca neguei ou manipulei a verdade como é de praxe a revistinha fazer, não era nem nunca foi para comprar apoio. Era dinheiro para as campanhas eleitorais municipais que então se avizinhavam, como se avizinham a cada quatro anos. Mentira capenga e manca, porque o PTB, então, já era base de apoio do governo Lula e, por isso, não precisava ser vendido. Mentira manca, de tão curtas que são as pernas, porque o PTB nunca esteve à venda. E já que a “Veja” precisa corrigir suas letras, pode também explicar quais os “muitos casos de corrupção” que me atribuiu em mais uma frase desconexa da revista que só serve de ataque gratuito e mentiroso."

As palavras de Roberto Jefferson dispensam comentários. Ratificam o que tem sido denunciado (manipulação) e mostram como a coisa é natural ao jornalismo da revista.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

De Rodapés e de Achados - Dia 23 de Setembro de 2012


DE RODAPÉS E DE ACHADOS
adylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  
Adylson Machado

                                                                           

 

Guerra santa encomendada

charge alpinoSão sinais do que muitos denominam de americanofobia as reações ao filme que satiriza Maomé. Parece-nos missa encomendada. Principalmente em período eleitoral. Provocações deste jaez alimentam e deixam em estado orgástico parcela da população estadunidense, mormente a conservadora, a que tem pólvora no sangue.
Entendemos que o método não resultará em desdobramentos como o daquele 11 de setembro. Mas que o filme é reprise não tenhamos dúvida. Atende a interesses.
O resto é aguentar a reação.

 

A história se repete

Não levantemos proselitismos a quem quer que seja. Especialmente ao ex-presidente Lula, que os dispensa pelo que representa, não só internamente.
No entanto, a sanha com que PSDB, DEM e PPS avançam sobre a imagem de Lula, a partir de uma matéria cujas fontes não estão demonstradas e, mais que isso, numa revista que mais está próxima da bandidagem que da reportagem, possibilita aos que tenham idade, reflexão e informação lembrar das eternas tentativas de golpe quando as coisas não andam boas para os lados da casa-grande. Foi assim com Getúlio, com Juscelino (Aragarças e Jacareacanga), com Jango, vindo a se consumar com o golpe de 1964.
A denúncia sem prova tem sido a tônica de parcela da imprensa, que através dela cria uma bola de neve para corresponder aos seus interesses, que o são os da classe conservadora

 

Esfinge

Em tom de editorial o Jornal Nacional anunciou mudanças no comando. Para quem nasceu, como a Globo, de benesses do regime oriundo do golpe de 64 (que o apoiou integralmente), tentou tomar a eleição de Brizola em 1982, boicotou as diretas já, criou Collor (não esquecendo a manipulação da edição do último debate), e que vem, a partir de 2002, se dedicando dia e noite a desgastar a imagem do PT e de Lula, ficamos por entender o que de novidade trará a mudança.
Sem outras intenções, gostaríamos que o Governo Federal reduzisse mais aprofundadamente as verbas publicitárias, através das quais vivem esses grandes conglomerados.
Economia saudável. Que ajudaria a construção de milhares de casas populares.

 

Rindo por último

O que dirão os que criticam a eleição de Tiririca? O Congresso em Foco, portal focado no noticiário político, tem Tiririca entre os melhores de uma lista de 25 deputados federais. É o 18º. Afirma-se que Tiririca ainda não faltou a nenhuma sessão da Casa. O exemplo do palhaço pode mostrar quem está rindo por último.
Como não dispomos de mais detalhes sobre as razões da votação, especulamos: ou o Tiririca é o que não imaginavam que fosse ou os outros são piores do que ele.
Em sua defesa, uma atuação concreta em defesa de artistas, inclusive de circo, prestes a serem beneficiados com iniciativa sua que os inclui no sistema de Previdência Pública (INSS).

 

Outro que incomoda

Romário tem mostrado posições dignas de grandes representantes do povo. Basta que seja observado nas áreas em que atua.

 

O tatu e a seleção

Feliz a decisão – já havíamos antecipado neste espaço a idéia dos cearenses – de tornar o tatu-bola em mascote da Copa 2014. A criatividade da natureza e sua relação com o futebol (o animal tornar-se uma bola para proteger-se) ainda remete a uma outra circunstância: a proteção ao “bola”, em risco de extinção.
A preocupação de muitos é que a seleção brasileira, na vocação para esconder o futebol, queira, como coisa de tatu, enterrar o jogo.

 

Itabunense ilustre

nelson coutinhoPouco lembrado – sempre a ele se refere quando pode, Nelson Pichani – Carlos Nelson Coutinho faleceu na quinta 20, no Rio de Janeiro, a partir de onde repercutiu o seu cabedal. Marxista, Nelson Coutinho, Carlito para os amigos, dominava, como poucos, o italiano Antonio Gramsci (de quem era entre nós o maior intérprete), sem perder a trilha do húngaro George Luckács.
Não só acadêmico, mas atuante militante do PCB (o original), PT e PSOL
Sua afirmação de que “sem democracia não há socialismo, e sem socialismo não há democracia” fez torcer narizes da esquerda tupiniquim, que o teve como revisionista, forma de responder ao que não entendia estar acontecendo.
Aqui nasceu, em 1943, donde saiu ainda pequeno, com 3 ou 4 anos. O grande filósofo marxista brasileiro não tem merecido a atenção devida da imprensa local.

 

Davidson denuncia

Já levantamos neste espaço dúvidas sobre o comportamento de Geraldo Simões quando o tema é sua relação com o Governo Estadual, leia-se, projeto político de Jacques Wagner. Também já avaliamos a circunstância de que qualquer enfrentamento entre Juçara e Vane tende a beneficiar Azevedo e que este é o verdadeiro adversário do projeto de Wagner. Daí não entendermos a postura de Geraldo em insistir direta ou indiretamente em bater na campanha de Vane ou em pessoas a ela vinculadas.
A última de Geraldo (ou atribuída a ele pelo princípio ora desenvolvido pelo STF de aplicação da doutrina do domínio do fato), é a emissora a ele vinculada descer a marreta na Bahiagás e diretamente em Davidson Magalhães, como responsável por “desmandos em licitações”, como denunciou o próprio Davidson, presidente da Bahiagás, no programa Bom Dia Bahia, de Ederivaldo Benedito, na rádio Nacional deste sábado 22.
O detalhe, explicou Davidson, fica a cargo dos fatos: qualquer licitação da Bahiagás que ultrapasse 3 milhões de reais exige que a decisão seja tomada pelo Conselho de Administração da empresa, presidida pelo vice-governador e integrada, entre outros, pelo secretário da fazenda.
A “irregularidade” denunciada pela rádio Difusora ainda apresenta outra singularidade: foi aprovada por unanimidade do Conselho de Administração, onde o próprio Davidson é apenas uma voz em minoria.
A marretada sobre Davidson atinge o cerne do Governo Wagner. O que diz ou o que quer Geraldo Simões?

 

FG manda votar em Juçara

Anunciado o apoio de Fernando Gomes a Azevedo e não temos manifestação concreta de que tal tenha ocorrido, a não ser por força de declarações esparsas, pouco difundidas. Não se afirme que tal decorreria de transferência de rejeição do ex-prefeito ao atual, porque ambos possuem siamesa relação, tanto que parcela considerável de assessores do prefeito vem da administração de Fernando e mesmo ele foi seu vice e secretário.
Há no ar um quê de distância entre ambos. E mais que isso: algumas pessoas muito vinculadas a FG estão de corpo e alma na campanha de Juçara.
E para não dizer que falta alguma coisa há testemunha de que Fernando, quando indagado por uma eleitora em quem deveria votar, não foi nada sutil: “Vote na mulher, vote na mulher!”

 

Caminhadas

Em temporada de caminhar pela Avenida Cinquentenário (vitrine para qualquer mobilização em Itabuna) ficamos a ver repercutidas as conclusões técnicas de quantas pessoas acompanharam este ou aquele candidato.
Das que ocorreram esta semana, uma foi anunciada como uma leva humana de 30 mil pessoas. A idéia passada é de que toda a gente que se envolve na “festa” é de eleitor.
No caso específico o candidato de tal majoritária estaria praticamente eleito. O detalhe é que há uma confluência em pesquisas demonstrando que dita candidatura não anda boa das pernas e tende a ter bem menos de 20 mil votos quando chegar a hora de a onça beber água.

 

Análise I

Dispomos de informações que mais contribuem para ilustrar nossas conclusões em torno da pesquisa de intenção de votos da Seculus, alardeada pelo fato de ser a única até agora publicada na forma da lei. Analisando-a levantamos questionamentos: por omitir a avaliação da administração municipal (aspecto capital quando o gestor é candidato à reeleição) e a brusca queda na rejeição ao mesmo candidato, não fora o reduzido número de indecisos apresentado (detalhes em Rastilhos da Razão Comentada nohttp://adylsonmachado.blogspot.com deste sábado).
Em dimensão científica, alguns aspectos corroboram nossa análise, ainda que de urnas só tenhamos certeza depois de abertas e contados os votos e ainda faltarem exatos quatorze dias para as eleições.
Registra nossa fonte para análise que a existência, às vésperas de uma eleição, de um expressivo contingente de eleitores que avaliam como regular a administração ou que não se posicionam, permanecendo na categoria de indecisos, costuma ser um sinal preocupante para os mandatários, como revelou, por exemplo, a eleição de Jacques Wagner, em 2006, no Estado da Bahia, contra Paulo Souto.

 

Análise II

Para não esgotar o tema, afirma o estudo que “a percepção da qualidade da administração” é um dos elementos e fatores de forte influência em uma sucessão municipal, razão por que ser mais fácil um prefeito fazer o sucessor que se reeleger quando a avaliação de sua gestão tende à negativa e que o limite máximo de avaliação negativa de um prefeito que busca reeleição seria de 20,5%.
Ilustrando o acima exposto: “O limite máximo de avaliação negativa que um prefeito com pretensões de reeleição poderá ter é de 20,5%. Dada uma margem de erro de 2,5%. Simultaneamente, o limite mínimo para o somatório dos conceitos positivos teria que ser 38,8%, arredondando, 39%, ou 34% considerando o intervalo da margem de erro. Em termos de razão real, 1,9, arredondando, 2.0”.

 

Análise III

Para compreendermos o que seja razão real devemos buscá-la a partir da relação onde o percentual mínimo de avaliação positiva para um prefeito se reeleger ou fazer um sucessor venha a se situar precisamente em 38,8%, e a avaliação negativa máxima, precisamente, em 20,5%, sendo o parâmetro de avaliação negativa o mais importante. Ou seja, torna-se imprescindível que a relação entre o que a avaliação positiva e a negativa apresente se faça no patamar da razão real de 1,9, o que significa dizer que é necessário o dobro de avaliação positiva diante da negativa para viabilizar uma reeleição. Exemplificando: se a negativa está em 20% é imperativo que a positiva esteja em, pelo menos, 40% em números redondos.
Caso haja entendimento mais sensível à avaliação regular como apoio e contraponto para afastar a razão real a cautela recomenda elevar àquela relação de 2,0 para 3,0.

 

Análise IV

A percepção da qualidade da administração poderia, como exceção, ser superada por essa lógica, sob força de poderoso marketing, como aconteceu com João Henrique em 2008, que apresentava uma razão real de 1,0 e conseguiu reeleger-se ainda no primeiro turno.
Pelos dados de que dispomos a percepção da qualidade da administração de José Nilton Azevedo ainda não lhe oferece segurança para a reeleição. Não sabemos se o marketing conseguirá fazer retroagir para patamares toleráveis os atuais índices. Para ele o problema não reside em projetos, campanha e caminhadas, mas no que deixa no imaginário da população eleitora a sua administração.

 

Pedro Eliodório

O candidato do PCB tem ocupado espaço. Foi surpresa no debate ocorrido na FTC. Às vezes hilária. Observamos ter sido o único a respeitar os exatos 8 minutos do tempo quando de entrevista na Santa Cruz.
Dentre suas promessas a de oferecer pelo menos três idiomas na rede pública de ensino municipal, o que denomina de “educação poliglota”.
Alguns riem desta idéia. Que é coisa de primeiro mundo, de Suécia.

 

Surpresa desagradável

Em andamento um resultado eleitoral que surpreenderá, especialmente os que não residam no município. Em Itororó, em que pese uma atuação de razoável para positiva, o candidato a reeleição tende à derrota.
Na bolsa de apostas falam em diferença superior a mil votos.

 

Surpresa desagradabilíssima

Não sabemos se pessimismo pré-eleitoral. Mas anunciam o fechamento das atividades do matadouro municipal de Itororó para logo depois das eleições.
Outros rodapés sobre política e eleições em Rastilhos da Razão Comentada nohttp://adylsonmachado.blogspot.com

 

Baiana de primeiro time

Diana Pequeno, soteropolitana do bairro da Saúde, nos ficou no imaginário logo no primeiro disco. Em que pese outros excelentes trabalhos nos marca aquele vinil, que tem o nome da cantora como título (1978) de onde destacamos “Engenho de Flores”, de Josias Sobrinho.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

domingo, 23 de setembro de 2012

Desrespeito

Volume alto
Temos visto e ouvido o volume de certos veículos "trio elétrico" de algumas campanhas a vereador. Ouvido, porque não há quem suporte estar perto de qualquer deles; e visto, porque percebemos a reação de antipatia gerada entre os que ficam obrigados a tal agressão.

Tais debiloides sentem-se deuses. Param veículos em pontos comerciais e desandam a mostrar o "primor" como se todos pensassem como eles.

O Ministério Público ameaça retirar de circulação ditos incômodos. No entanto, precisaria flagrar o rebelde, o que se torna difícil, certamente por falta de material humano disponível.

Mas, cremos que a melhor resposta será dada nas urnas. O desrespeito somente encontrará apoio dos que estejam na mesma curriola de pretensão à surdez precoce. Dificilmente o volume que desrespeita conquistará votos.

Provavelmente perderá.

sábado, 22 de setembro de 2012

Vazio

Credibilidade em xeque
Uma pesquisa de intenção de votos, registrada nos termos da lei, aponta a ordem natural das coisas por ela buscada: Azevedo liderando, com 36,67%, seguido de Vane, com 29,09% e Juçara patinando abaixo dos 15 pontos percentuais, 14,73% para maior precisão. Os demais, Pedro Eliodório (3,27%), Zé Roberto (0,73%) e Zen Costa (0,18%).

O levantamento efetivado neste imediato de setembro padeceu de credibilidade quando pretendeu publicação ofertando apenas três dos seis concorrentes e não fora o enfrentamento promovido pelos "alijados" teria trazido tal aberração avaliativa, onde deixaria o todo para atender à parte. Coisa assim meio Frankeinstein.

Muitos exaltam sua publicação em razão de ter sido devidamente registrada. Sem ironias, diríamos que as de Paulo Souto que o davam como vitorioso já no primeiro turno em 2006 também estavam registradas. No entanto quem venceu no primeiro turno foi Jacques Wagner.

O que nos chama a atenção é o fato de a avaliação sinalizar para uma consolidação de resultados, visto que apenas 10% se dizem indecisos, 1,27% abstiveram-se de opinar e 4% teriam afirmado não votar em qualquer dos nomes indicados, o que totaliza praticamente 99,94%.

Um outro dado nos deixa "de orelha em pé": quando trata da rejeição, afirmando-a maior para Juçara (38,36%) e em desabalada queda para Azevedo (22,55%).

Não fora isso, deixa de oferecer um componente fundamental para qualquer análise onde haja candidatura à reeleição: a avaliação da administração.

Onde reside o perigo
Ainda que não seja posta em dúvida quanto ao método, espaços e locais pesquisados etc., a pesquisa da Séculos não só omite dados imprescindíveis a uma melhor análise como deixa dúvida quanto a algumas conclusões. Particularmente, ao omitir a avaliação sobre a rejeição à administração do candidato à reeleição e a queda vertiginosa da rejeição do mesmo candidato.

Este o vazio que a descredibiliza e pode configurar apenas atendimento a interesses, refletindo manipulação da realidade. Nem o mais leigo dos leigos admitirá a inexistência de opinião contrária à continuidade da atual gestão (como a qualquer outra em qualquer lugar) porque não há possibilidade de unanimidade quanto à gestão, mormente quando a avaliação negativa do gestor (rejeição individual) - se considerarmos a mesma pesquisa - está acima de 22%.

Tampouco não precisa ser ilustrado para saber que o número de indecisos influencia diretamente o resultado contra aquele que busca reeleição, por tender a tornar-se voto útil a ele contrário.

Para nós (e podemos estar errado) a reduzida rejeição a Azevedo apontada na pesquisa e o pequeno número de indecisos se afiguram como o sinal mais visível de que a reeleição corre perigo. Justamente porque dá a entender (a pesquisa) que não traduz, ou se preocupa com, a realidade que a fez ir a campo.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Perdendo espaço

Derrota no horizonte
Geraldo Simões conquistou, com apoio concreto de Rosemberg Pinto, algumas localidades para seu acervo de votos nas eleições de 2010. Dentre elas, o município de Itororó. Amparado no prefeito Adroaldo Almeida.

Os sinais que emanam da terra da carne de sol não são nada favoráveis à continuidade da parceria no que diga respeito ao volume de votos no futuro para o deputado.

O que muitos não acreditavam está prestes a ocorrer: Adroaldo derrotado em sua tentativa de  reeleição.

Horizonte nada promissor para Geraldo.

Até onde funciona

De caminhadas e de programas eleitorais
Desapareceram os comícios. Faziam a festa das campanhas eleitorais. Era o assunto das conversas. Os oradores revezavam-se e muitos tornaram-se famosos. Tradicionalmente, terminado o evento, os correligionários levavam o candidato à sua casa em meio a palavras de ordem e foguetório.

Já àquela época nem sempre uma caminhada traduzia vitória. Muitas impressionavam, mas não convenciam as urnas.

Hoje, em parte considerável dos municípios país a fora (Itabuna entre eles) os programs de rádio e de televisão ocupam  o espaço dos velhos comícios. Estes só têm uma utilidade, quando acontecem: contribuir para uma fotografia, tirada de modo a favorecer a propaganda eleitoral.

Não dispomos de investigação que confirme a eficiência de programas eleitorais e caminhadas. Aqueles porque muitos não os dispõe na telinha (em nível de televisão, a antena parabólica divulga o de outras plagas); estas, continuam a servir mais à propaganda que à aferição da realidade. Especialmente quando o candidato dispõe de alguma máquina administrativa e através dela "convoca" os subordinados a uma participação "espontânea".

Com nossos botões ficamos a imaginar até onde funcionam caminhadas e programas eleitorais.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Brincando com fogo

Pedindo para sair
Já escrevemos neste espaço que Azevedo não precisa de adversários com alguns "amigos" que tem. E não se fale do péssimo assessoramento e de "conselheiros" que mais parecem limitar-se ao nada sadio hábito do puxa-saquismo.

Só isso para levar o prefeito a "medir forças" com a legislação, redobradamente fiscalizada em tempos de eleição. Por em risco uma candidatura que se anuncia vencedora por utilizar recursos públicos proibidos beira a insanidade.

A última da turma envolve a utilização do Portal da Prefeitura para veicular propaganda eleitoral. Certamente está a imaginar que o instrumento institucional se confunde com o particular e individual.

Está pedindo para sair ou brincando com fogo.

Para a turma, mantendo o costume. Como dizia Tormeza, o hábito do cachimbo põe a boca torta!


Quando não são o que demonstram

Pesquisa e realidade eleitoral
A análise de dados publicados de pesquisas de intenção de votos, em qualquer eleição, precisam ser cotejados com elementos outros que devem integrar qualquer avaliação que queira refletir seriedade.

Por exemplo, dados levantados pelo Datafolha sobre a eleição de São Paulo mostram que 25% das atuais intenções de votos para Russomano têm origem em eleitores petistas, o que corresponde a 8 pontos percentuais de sua última avaliação.

O fenômeno decorre de alguns fatos, que vão desde Fernando Haddad ainda ser desconhecido para muitos eleitores paulistanos (47% nada ou pouco sabem sobre ele) e 50% dos eleitores ainda não terem assistido ao programa eleitoral. Ressalte-se que o desconhecimento que recai sobre o petista acontece justamente na periferia, onde se concentra parcela considerável de uma população beneficiada por programas sociais do Governo Federal.

Considerando os dados ofertados no primeiro parágrafo, caso ditos petistas votassem em Fernando Haddad este subiria de 17% para 25% e Russomano cairia de 32% para 24%.

A realidade dos números em Itabuna
A única afirmação, nesse instante, fruto de pesquisas analisadas, remetem a uma única certeza: incômoda situação de Juçara, com alerta vermelho ligado, buscando ingressar no amarelo.

Por outro lado, o crescimento de Vane ainda não seria suficiente para assegurar uma vitória. Tudo isso, em avaliações diretas partidas dos números imediatos oferecidos: percentuais de intenção de votos.

Não vem à tona (e em muitos casos não são postos sob avaliação) a dimensão mais interessante: o número de indecisos e, o que mais interessa a um candidato à reeleição, o índice de aprovação ou rejeição à sua administração.

O aprendiz de analista (do que nos aproximamos) tem ciência de que percentual de rejeição a prefeito que busca a reeleição dificilmente se transforma em voto útil para ele. Ou seja, indeciso, em maioria, vota contra o reelegível. Não fora assim, que razão o impediria de definir-se pela administração que busca continuar?

No entanto, não bastasse esse inconveniente, um outro dado é ainda mais preocupante: números da rejeição à administração superando os da aprovação. Aí pode ser caixão e vela.

Presumamos, como hipótese, que as respostas à indagação sobre se pretende o entrevistado ver a continuidade da administração e o conjunto de respostas contrárias venha a superar 40%.

Para o analista desapaixonado, como deve ser, precisa dispor de todos os dados que permitam uma conclusão o mais lógica possível. É como caldo de galinha e cautela; nunca é demais.

Para que não confundamos dados que nos são mostrados como a essência da pesquisa eleitoral. Que podem não ser o que demonstram.