quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tática

Levar ao desespero
Essa parece ser a tática posta em prática pelo Governo do Estado da Bahia para enfrentar a greve do magistério, que já ultrapassa o 50º dia. Os que buscaram conferir o que sacar nesta quarta 30, beneficiários dos primeiro lote de pagamento, nada encontraram na conta corrente.

O impasse permanece. E se agrava perante os professores a imagem do governador Jacques Wagner. Que passa a superar ACM "Malvadeza" no conceito da turma que vai ter que aprender a conviver a pão e água.

Bem provável que só à água.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Drogas

Mais polêmica
A descriminalização do uso de drogas não só é tema polêmico, mas candente. Tornou-se abrasador com a posição assumida pela Comissão Especial de Juristas que elabora anteprojeto do Novo Código Penal.

O braseiro ocorre quando a Comissão passa a admitir como porte para uso pessoal quantidade suficiente para consumo durante cinco dias.

A regulamentação - aí o imbróglio - terá de definir o que é quantidade para consumo diário, partindo do pressuposto de que, por exemplo, para uns um cigarro de maconha consumido diariamente é suficiente enquanto para outros dois, três, quatro etc. Ou que um grama de cocaína o será para uns enquanto outros precisarão de cinco etc.

Para nós, com nossos botões, o que a Comissão está querendo descriminalizar não é o consumidor de drogas, mas o traficante.

Onde o o bicho pega
A razão para a descriminalização do uso de drogas está sustentada no fato de que não pode o viciado ser tratado como traficante, visto que o consumo não se equipara ao tráfico e, portanto, mais está para problema afeto à saúde pública e não à repressão policial.

Até aí tudo bem. Mas, observado sob esse prisma entendemos que não caberia ao usuário/viciado o controle do seu consumir e sim ao próprio Estado, a quem compete gerir a saúde.

Ocorre que, como anda a carruagem, ninguém planeja disponibilizar - para efetivamente poder descriminalizar o uso - médico para "receitar" a quantidade necessária, assistentes sociais, psicólogos, psiquitras etc. para acompanhar o "doente".

E, o mais importante, a permanente campanha contra o uso de drogas.

Nosso conselho
Considerando que entendemos que a causa da tragédia do uso da droga reside em ter se tornado excelente negócio, romper o círculo da comercialização para inviabilizar o lucro seria uma solução também.

Para tanto, caberia ao Estado prescrever e fornecer a droga a ser consumida. A preços módicos, para desincentivar a comercialização.

Mas, aí a porca torce o rabo e não há quem queira botar a cabeça de fora para assumir o que é a realidade.

domingo, 27 de maio de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS- Dia 27 de Maio


AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  
Adylson Machado

                                                                              

Denúncia

Agenor Gasparetto denuncia em www.agenorgasparetto.zip.net  que andam usando indevidamente o nome da empresa Sócio Estatística, o que inclui manipulação de informações colhidas em favor deste ou daquele político. Um desses espertalhões, munido de endereço e dado do entrevistado, os leva ao político. O fato, não fora a gravidade, desmoraliza a pesquisa política.
No caso particular da Sócio, todos os seus entrevistadores usam crachá, alerta Gasparetto.

Estarrecedor

É o que podemos dizer do texto de Gasparetto, no mesmo espaço, do testemunhado em Salvador. Mostra que a lição deixada pela ditadura e seus experimentos de quartel (tortura, morte, desaparecimento etc.) fez escola. Com Gasparetto a palavra:
“Registro: Ouvi de um prestador de serviços eventual, aqui em Salvador, há dois dias, quando mencionou a morte de dois ladrões por policiais junto ao Dique do Tororó: ‘Foram mortos pela polícia porque roubaram e foram reconhecidos por uma senhora’. E acrescentou: ‘um policial me disse que não prende mais ladrão, mata, porque dias passados prendeu um e no mesmo dia foi solto’. Perguntei a ele se era certo alguém tirar a vida de outro. Ele me disse: ‘a Copa, vamos ter a Copa e já pensou se um ladrão roubar a máquina de um turista?’
A Justiça está em crise, do contrário, o senso comum titubearia em validar a aplicação sumária e particularizada da pena de morte”. 

Sofista e cínico

Ainda por lá, para assegurar a governabilidade, Sua Excelência, Ministro das Cidades. Como já escrevemos em nosso http://adylsonmachado.blogspot.com “sofismar encontra em nosso tempo a possibilidade de nos remeter a um raciocínio aparentemente válido mas inconclusivo, tendo por objetivo dissimular uma ilusão de verdade. Platão tinha os sofistas na conta de impostores”.
E prosseguimos: “O cinismo viveu expoentes como Diógenes de Sínope, pela vocação ao desapego de bens materiais e externos, o que, de tão levado a extremos nos séculos seguintes, tornou-se sinônimo do caráter pejorativo de pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio”.
“E concluímos da forma seguinte: “É comum ao sofista contemporâneo induzir a erro para ganhar a contenda ou discussão assentado em premissas mentirosas. Assim como o cínico de nossa era se debruça no descaramento como conduta (anti)social”.
“O Ministro das Cidades, diante da constatação de que a maioria das obras concertadas para a Copa de 2014 nem mesmo saiu do papel, cheio de risos e meneios, afirma que não há atrasos, porque – para ele – quando o projeto é bom e bem elaborado o que há é um ganho de tempo. Nesse Brasil da cultura da jabuticaba temos a ímpar conclusão de que atrasar é ganhar tempo”.
“Pelo cínico sofismar de Sua Excelência, em respeito ao povo e à Nação, sua exoneração é imperativo de governo”.
Mas continua lá. Certamente pela governabilidade.

Negada

Ficou famoso por fazer jogo duplo. Liderou a revolta da Marinha, um dos pontos de ruptura para desencadeamento do golpe de 1964. Delatou perseguidos políticos a Sérgio Paranhos Fleury, inclusive a namorada Soledad Viedma, que acabou morta pela tortura.
Em entrevista ao “Roda Viva” dissera não se arrepender de nada e, para fecho de ouro, haver contribuído para a morte de cerca de 200 pessoas durante o regime militar.
Reivindicava anistia e indenização junto à Comissão de Anistia.

Leituras

A Comissão da Verdade encontrará em alguns livros uma base para suas análises: “Tortura: Nunca Mais”, de Dom Paulo Evaristo Arns, “Brasil: Nunca Mais”, da Vozes e o mais bombástico, “Memórias de Uma Guerra Suja”, do ex-delegado Cláudio Guerra. Sem esquecer “Operação Araguaia – os arquivos SECRETOS da guerrilha”, de Taís Moraes e Eumano Silva.
Se pelo menos a Comissão fizesse o brasileiro ler tais obras já seria um avanço.

Comissão da Verdade

Ainda que não venha tudo à tona – e não virá – a circunstância de viabilizar o depoimento de sofredores já será uma vitória. Ainda que os torturadores neguem, a existência de torturados os denunciará. Ainda que neguem os mortos e desaparecidos a sua existência será o panteão que evitaram durante décadas.

Zerbini

Uma exposição em São Paulo lembra os 100 anos de Dr. Euryclides de Jesus Zerbini (10 de maio de 1912-1993), pioneiro em cirurgia cardíaca na América Latina. O feito foi realizado em 1968 e marca o funcionamento do INCOR.
Mais que o homem, o feito.

Mais uma da série por que não dá para acreditar na Veja

O ex-presidente Lula estaria pressionando/chantageando Gilmar Mendes para que o denominado mensalão não fosse julgado por enquanto. Em troca, Lula brindaria Gilmar na CPMI do Cachoeira. Rsrsrsrsrsrsrrssrs.
Gilmar tem tudo para ser o braço útil ao crime organizado no STF. Habeas corpus – suprimindo entrâncias – em favor de Daniel Dantas; interlocutor de “grampo sem áudio” com o senador Demóstenes Torres, que facilitou o enterro da Satiagraha; a denúncia do “falso grampo” no Supremo, enquanto Presidente da Corte. Se a CPMI do Cachoeira apurar mesmo vai chegar a uma ou outra figura encastelada no Supremo.
Que o caro leitor faça uma análise entre o publicado por Veja e o que escrito neste espaço no dia 1º de abril (Ligações perigosas) e “Tem coisa” e “Indícios” em Rastilhos da Razão Comentada no http://adylsonmachado.blogspot.com de 9 de abril.
Independentemente de qualquer outra ilação vemos blindagem de Gilmar na denúncia de Veja. Em outras palavras: Gilmar tem medo.

Pauta do desespero

Não sabemos quem pode estar mais desesperado diante da possibilidade de a CPMI aprofundar investigações. Se a Veja, já escancarada, descredibilizada, ao repetir um expediente desacreditado (denunciar e não provar) ou o próprio Gilmar Mendes que se presta a tão ridículo papel.
Afinal, só mesmo a patota de sempre para acreditar que caso Lula pretendesse influenciar em relação ao processo de caixa 2 que insistem em chamar de mensalão fosse buscar logo Gilmar Mendes, aquele que alardeou chamá-lo “às falas”, que se disse em “estado policial” no governo Lula etc.
Só mesmo rindo. E ver até onde essa turma é capaz de ir... e de fazer!

Marcando posição I

Não se negue valor à posição adotada pela Executiva do PSDB de Itabuna em definir candidatura para 2012. Afinal, a “ameaça” da estadual soa por demais autoritária.
No entanto, entre marcar posição com votação de eleger vereador e contribuir para o projeto nacional da coligação DEM-PSDB a distância é de anos-luz.
Se Antônio Imbassahy sobrou, que esperar Ronald Kalid? Afinal, ACM Neto em Itabuna tem nome: Azevedo.

Marcando posição II

Àquele valoroso naipe itabunense do PSDB restará concordar ou desertar. Até porque pelo peso dos possíveis desertores, em nível de densidade eleitoral, nada perde o decadente PSDB baiano.

PCdoB e Jabes

jabes e israelPara o bravo Israel, combativo pré-candidato dos cururus em Ilhéus, pelo “temor de que uma nova aventura política venha colocar Ilhéus mais uma vez em má situação”, apoiar Jabes Ribeiro é a modernidade em Ilhéus.
Nada a declarar!

Não enterrem meu coração na curva do rio

Duro mesmo, entendemos, não é renunciar à candidatura, mas posar ao lado de Jabes.
Como lição do idealismo nascente pode ser considerado o enterro da utopia.

Não se redimiu nem explicou

O Políticos do Sul da Bahia cometeu profunda injustiça com o Governo Wagner ao afirmar existir “mais uma perseguição com o município”. Houvesse conversado, pelo menos com o próprio Prefeito de Itabuna saberia que o trecho que vai do viaduto Paulo Souto até o limite da recuperação, adiante um pouco de Ferradas, está incluído no PAC 2, razão por que os recursos para sua realização dependem de liberação do Governo Federal.
Com um detalhe: não será apenas recuperação, mas duplicação, solicitada por Azevedo. Mesmo Geraldo Simões (em entrevista a Paulo Lima na TVI), confirmou que os recursos para a obra estavam alocadas no Orçamento Federal.
Tudo já fora informado por este escriba, em DE RODAPÉS E DE ACHADOS. E sabemos até o novo nome sugerido para a Avenida: do Centenário. Que, para nós, deveria ser Jorge Amado.

Caminho das Índias

O mesmo blog estampa denúncia de pagamento de 13 milhões de reais pelo Governo da Bahia para uma ONG realizar palestras sobre pré-sal. A informação nos remete não a enveredar pelo tema de fundo em si, ou seja, se houve ou não a aplicação de recursos, mas tratar de uma praga que assola este país: o terceiro setor que se tornou instrumento nada ético de conduta social.
O neoliberalismo, no afã de dotar o mercado, a iniciativa privada e o individualismo de dotes de divindade desenvolveu a transferência do papel e funções do Estado a atividades geridas por particulares.
Ao que parece, e a realidade tem demonstrado, muitos passaram a viver às custas do erário e nem mesmo contas prestam(vam).
A idéia defendida com unhas e dentes pelo PSDB e DEM/PFL encontrou seguidores. O PT não perdeu a oportunidade e também tem os seus penduricalhos armados Brasil a fora.

Ironia I

Circula em butecos e ambientes menores anedotas tendo por centro a atuação da CEPLAC – o ciúme está não na instituição, mas na atuação do atual gestor regional – em relação ao projeto anunciado de retomada da cabruca como mola mestra da política ceplaquena e o propósito de sustentar a Mata Atlântica gerando recursos para o produtor.
De imediato levantamos os parênteses de que para nós “produtor de cacau” é aquele que efetivamente trabalha a terra e não o tradicional gigolô agrário, aquele que sempre viveu de financiamento facilitado e não pago. (Um ex-gerente do Banco do Brasil de Itabuna já nos afirmou que 85% do montante da dívida do cacau estava em poder de 35 a 40 “grandes” produtores, enquanto os restantes 15% pulverizados por toda a cadeia produtiva. Simplesmente, para bom entendedor, um punhado de “privilegiados” deve tudo, a famosa turma que vive e espera sobreviver de “anistia”).
Hoje, muitos dos privilegiados, podem estar arrumando a vida através de ONGs ou formulações assemelhadas. Trocando em miúdos, vivendo de dinheiro alheio sem compromisso com a região.

Ironia II

Ultrapassadas essas considerações e vendo confirmadas as informações de que “em butecos e ambientes menores” um projeto substancial elaborado pela CEPLAC – leia-se técnicos e cientistas comprometidos com a instituição e a região – divisa para horizonte não tão distante verdadeira revolução na cultura do theobroma temos, sob nosso observar, que andam trabalhando contra a região, a fim de assegurar os privilégios e privilegiados de sempre.
Destarte – à guisa de provocação – para não botarmos a mão em cumbuca, tampouco enveredarmos na seara de proselitismos, aguardaremos apenas uma coisa: a desmoralização de alguém, que pode ser a turma de sempre, se, por acaso (acaso!) o projeto ceplaqueno for contemplado com pelo menos 1, 2, 3, 4 ou 5 minutos de atenção na RIO + 20, em junho. (Nossas ponderações sobre o assunto no DE RODAPÉS E DE ACHADOS de 8 de abril e de 6 de maio).
Coisa de puxar a tripa pela gaiteira – no linguajar de nossa pudica Tormeza, que também era dada a tais arroubos.

Itororó

No mês vindouro, de particular atenção para Itororó e seu Festsol, nos debruçaremos sobre coisas e personagens da terra da carne de sol.

Ao lundu de Itororó

Em homenagem a Luciano Calazans, Toninho Braga (em memória) – aniversariantes de junho – Nivaldo de Manuel Eustáquio, Aprígio e os que fazíamos uma boa roda de lundu assim que nos dava na telha, descobrimos o trabalho de Zé Coco do Riachão, donde destacamos alguns “umbigados” regados à viola de dez cordas e rabeca. Disponibilizamos abaixo um deles, extraído de “Vôo das Garças”. E recomendamos buscar no YouTube um outro, por ele denominado “Lundu Sapateado”.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Desinformação

Maldade
O Políticos do Sul da Bahia desta quinta 24 comete profunda injustiça com o Governo Wagner – ainda que este não seja um exemplo de atuação para o imaginário desta região – ao afirmar existir “mais uma perseguição com o município” partindo do Governador.

As fontes do blogue, se o registrou a partir delas, devem estar mais comprometidas com política eleitoral/2012 e menos com a realidade.

Caso o autor da matéria dispenssasse indagar do Governador e conversasse com o próprio Prefeito de Itabuna saberia que o trecho que vai do viaduto Paulo Souto até o limite da recuperação da BR-415, adiante um pouco de Ferradas, está incluída no PAC 2, razão por que os recursos para sua realização dependem de liberação do Governo Federal.

Com um detalhe: não será apenas recuperação, mas duplicação. A pedido de Azevedo.

Geraldo Simões, quando entrevistado por Paulo Lima na TVI, confirmou que os recursos para a obra já estavam alocadas no Orçamento Federal.

Para acrescer: tudo isso já foi informado por este escriba, em DE RODAPÉS E DE ACHADOS. E sabemos até o novo nome sugerido para a Avenida: do Centenário. Que, para nós, deveria ser Jorge Amado.

Brincando com coisa séria

Sofista e cínico
Sofismar encontra em nosso tempo a possibilidade de nos remeter a um raciocínio aparentemente válido mas inconclusivo, tendo por objetivo dissimular uma ilusão de verdade. Platão tinha os sofistas na conta de impostores.

O cinismo viveu expoentes como Diógenes de Sínope, pela vocação ao desapego a bens materiais e externos, o que, de tão levado a extremos nos séculos seguintes, tornou-se sinônimo do caráter pejorativo de pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio.

É comum ao sofista contemporâneo induzir a erro para ganhar a contenda ou discussão assentado em premissas mentirosas. Assim como o cínico de nossa era se debruça no descaramento como conduta (anti)social.

O Ministro das Cidades, diante da constatação de que a maioria das obras concertadas para a Copa de 2014 nem mesmo saiu do papel, cheio de risos e meneios, afirma que não há atrasos, porque – para ele – quando o projeto é bom e bem elaborado o que há é um ganho de tempo.

Daí porque podemos concluir que nesse Brasil da cultura da jabuticaba temos a ímpar conclusão de que atrasar é ganhar tempo.

Pelo cínico sofismar de Sua Excelência, em respeito ao povo e à Nação, sua exoneração é imperativo de governo.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Comissão da Verdade

Que há a temer?
De artigo publicado por Emiliano José no A TARDE desta segunda 21 destacamos:

"Saindo dos territórios mágicos da sorte e do azar, diria que o assunto da tortura, dos desaparecimentos forçados de pessoas, dos crimes hediondos da ditadura, veio à tona agora com a força que merecia. Por anos, permaneceu como que submerso, condenado à invisibilidade, como se fosse exagero tudo aquilo que os ex-presos políticos, grupos de direitos humanos, partidos políticos de esquerda diziam sobre a natureza cruel e violenta da ditadura. Agora, uma parte da verdade, da hedionda verdade, aparece na voz de um homem da repressão, que rapidamente é acoimado de louco e desequilibrado pelos seus ex-colegas de crime, de banditismo, de atividades sanguinárias. Será fácil examinar a verdade: basta apenas que todos sejam ouvidos pela Comissão Nacional da Verdade que será brevemente instalada.


Uma usina de cana de açúcar, em Campos, no Rio de Janeiro, foi usada para incinerar 11 ex-prisioneiros políticos, todos nominados por Cláudio Guerra – será que isso não nos remete a Auschwitz?.  Um precipício da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, serviu de cova aberta para inúmeros corpos de militantes assassinados pela repressão. Uma casa na Serra de Petrópolis seria cemitério de vários dos adversários da ditadura. Em Minas Gerais, numa mata, Nestor Veras, dirigente comunista, recebeu dois tiros de misericórdia – neste caso, os dois tiros foram dados pelo próprio Cláudio Guerra, que ainda teria ajudado a enterrar ali os corpos de mais dois líderes comunistas. Um cenário de terror – cenário do terrorismo da ditadura.


Já disse: a verdade tem de aparecer, e ela virá, também, pela voz dos próprios torturadores, e está aparecendo. Agora, neste caso, basta que, por exemplo, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o assassino que comandou Operação Bandeirante, em São Paulo, o coronel aviador Juarez e o delegado Aparecido Laertes Calandra, vivos, se disponham a ser acareados com Guerra para que se examine quem está com a verdade. E mais que isso, que outras verdades apareçam. Guerra, aliás, diz que os três participaram do tribunal informal que decretou a morte de outro assassino, o delegado Sérgio Paranhos Fleury, que certamente vivo seria um problema para todos. Pelas condições do Brasil, pela natureza da Comissão Nacional da Verdade, aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional, nenhum desses torturadores será preso.


Mas, é fundamental que se saiba, com nitidez, o que foram capazes de fazer. A mando de uma ditadura que tinha consciência de que a morte era sua parceira, sua base de sustentação. Não é à toa que Geisel disse ao jornalista Élio Gaspari, que seu governo tinha que continuar a matar. Os matadores que estão vivos devem, ao menos, explicações à sociedade brasileira. Depois do relatório da Comissão Nacional da Verdade, a sociedade brasileira deve decidir qual o próximo passo. Agora, queremos só a verdade. Não é pedir muito, é?"


Bem o disse e escreveu Emiliano José. De nossa parte acrescentamos: o que há a temer?


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Comissão da Verdade

Mobilização
A sociedade começa a se mobilizar em apoio aos trabalhos da Comissão da verdade. Circula na rede um "Manifesto à Nação" através do #levantecontratortura, que visa manter em alerta a sociedade para que as forças conservadoras não inibam a possibilidade de conhecer-se os momentos obscuros da História do Brasil recente.

O movimento começa a ir às ruas para denunciar os fatos que estarão sob apreciação da Comissão.

Cego em tiroteio

Sem argumentos
A Veja - leia-se o complexo maior, Editora Abril - tem posado de paladina da moralidade, repositório de denúncias para "limpar Nação" do podre que a alimenta. Fato de suficiência preteritude.

De um instante para outro descobre-se que a mulher de césar nem mesmo aparenta a pureza que exige dos outros.

As relações com o crime, tendo-o como fonte privilegiada para muitas de suas matérias, onde nem mesmo estariam presentes os objetivos que alardeia, mostra a relação que exige reforço para a definição de promiscuidade nas futuras edições de nossos vocabulários e dicionários tradicionais.

Deram de se defender, os que editam a revista, sem dar explicações plausíveis para a estranha relação entre o contraventor que se encontra preso e seu jornalista em Brasília, o que não exclui a possibilidade de o próprio Civita estar envolvido.

Na desesperada defesa partiu para a guerra em campo aberto, munida de garrucha contra bomba atômica. Dizemo-lo em relação à munição utilizada: proposta inviesada de censura na internet e ataque a Record, que tem levado ao ar denúncias de envolvimento da Veja na rede criminosa.

Até agora tem evitado ser chamada à CPMI. Mas, não tardará!

Questão de uns poucos meses, talvez.

domingo, 20 de maio de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS dia 20 de Maio

AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Alívio

Ainda que não o FDA – órgão oficial – o “Comitê Consultivo Sobre Drogas Antivirais”, composto de especialistas em saúde dos EUA, apoiou a comercialização de um medicamento que, em princípio, evita a contaminação pelo HIV.
O comitê, que tem, entre outras funções, a de aconselhar o FDA (que pode tomar uma decisão final até 15 de junho), aprovou o uso diário de um comprimido de Truvada para pessoas não infectadas que estão em grupo de risco de contrair o vírus da Aids, que já é utilizado como um dos integrantes do pacote recomendado para portadores.
Há resistências, uma vez que o índice de redução da infecção por HIV, que ocorreu entre 44% e 73% de homossexuais e heterossexuais saudáveis, respectivamente, pode induzir à idéia de segurança, o que ainda não está comprovado.

Como de sempre

Pode estar por trás de tudo o interesse da indústria da doença, como observa Hadriano Lacerda em comentário ao texto “O medicamento para prevenção do HIV” no Luiz Nassif Online no http://www.advivo.com.br/ de terça 15:
O Truvada é uma combinação de dois "inibidores da transcriptase reversa do vírus", o Tenofovir e a Emtricitabine, este um análogo da Citidina e aquele da Adenina, portanto atuam da mesma forma que o AZT, a diferença principal é que o AZT não é mais protegido por patente e atualmente custa US$ 350,00 por paciente por ano (Sipla Co., India), enquanto os novos antiretrovirais custam US$ 12.000,00 por paciente por ano....quanto aos efeitos colaterais, estes não são muito diferentes. Mas de qualquer forma, se o virus HIV tem a propriedade de produzir inúmeros mutantes, logo o Truvada também perderá a sua eficácia contra o mesmo.
Certamente um alívio, para a indústria da doença. Vender por 12 mil dólares o que hoje custa 350.

Risco

Não nos sentimos suficientemente informado para avaliar a realidade estadunidense em seu plano político interno. Sabemos, apenas, que é uma sociedade individualista, conservadora, de olhos para o próprio umbigo.
As declarações de Obama admitindo “casamento” gay (que ele passa a entender como avanço na sua visão pessoal em relação à reconhecida “união estável”, que assegura garantias patrimoniais) podem ser um tiro no pé eleitoral. Efetivamente visaram a comunidade “alegre”. No entanto, se tivesse a turma da “alegria” que escolher entre um conservador e Obama certamente escolheria este.
Não sabemos se sacrifica a reeleição. Como não precisava se expressar, temos que perde mais do que ganha.
Aquela coisa de fazer na saída o que não fez na entrada.

No tamborete

O incidente ocorrido durante a XV Marcha dos Prefeitos à Brasília mostra que alguns políticos desconhecem as elementares regras de convivência entre poderes. Em reunião de tal magnitude, tornou-se comício estudantil em protesto de rua – onde o discurso por si só basta, porque desprovido da oportunidade do debate e da dialética – quando quebrado o protocolo e provocada a Presidente para falar sobre royalties.
Vaiar a Presidente Dilma porque foi sincera ao afirmar princípios basilares do Estado Democrático, como o respeito ao estabelecido aos contratos amparados na Constituição, beirou o amadorismo e panfletarismo barato.
Ainda que nem todos o fizeram, onde o crime da Presidente? Quando instada a manifestar-se sobre os royalties do petróleo afirmar e recomendar que a luta dos municípios por uma distribuição igualitária o fosse em relação ao futuro, ou seja, ao pré-sal (recado direto).
O recado e a orientação estavam dados. Cabia buscar os meios de conseguir o mais possível de uma riqueza que é imensa e ainda incalculável em avaliações imediatas.
Basta lembrar que em uma expectativa de reservas de 100 bilhões de barris ao preço de 100 dólares a unidade representariam 10 trilhões de dólares. 10% disso representam em torno de 50 PIBs brasileiros.

Rompendo o círculo

dukeAquele círculo de reverência ao passado nebuloso, quando o tema gira em torno dos abusos cometidos por agentes de Estado durante o período negro da ditadura militar, que nos legou mortos e desaparecidos, enfrenta uma reviravolta com a instalação da Comissão da Verdade.
Para muitos – alguns nem tão vivandeiras dos quartéis de antanho – veem revanchismo se a atuação descambar mais para apurar e esclarecer a atuação estatal no período e seus responsáveis. Exigem apuração também para os que estiveram no que chamam de “outro lado”.
Esquecem-se estes que o “outro lado”, dos que sobreviveram, além de “apanhar”, foram julgados e condenados (um, à pena capital, comutada posteriormente). Ainda que pela lei nascida no endurecimento e no arbítrio, cumpriram pena. E deram-se por “felizes” os que não “desaparecerem”.
A presidente Dilma é um exemplo.

Para a posteridade

bessinhaSe os fatos – que pareciam lançados no limbo não fosse a determinação dos que sofreram na pele as agruras da barbárie – não se fizessem tão vivos e perenes por sua natureza, as “pérolas” estariam guardadas nos recônditos das mentes vitimadas.
Do JB online o Conversa Afiada reproduziu primoroso texto de Mauro Santayana tematizando em torno da posse dos integrantes da Comissão da Verdade, ocorrida na quarta 16.
Para provocar o leitor a buscá-lo reproduzimos, dos dois últimos parágrafos, estas pungentes palavras, que tocam fundo o coração da Pátria:
“Todos os que perderam seus pais e filhos, irmãos e irmãs, maridos e mulheres, amigos e companheiros, têm direito ao pranto, se não diante de seus mortos, pelo menos diante da reconstituição de seus derradeiros momentos. Devem conhecer o lugar e o dia em que pereceram, para ali chorar. O direito ao pranto é tão necessário quanto o direito a viver.
É certo que, no próprio processo investigatório, será difícil não se inteirar de atos praticados pelos que resistiam à Ditadura. Conhecê-los não macula os que os praticaram, nas duras condições dos combates nas trevas, para lembrar a imagem do historiador Jacob Gorender. A culpa real não cabe a quem age em defesa da legitimidade republicana, e, sim, aos que, ao praticar o crime de lesa populi, provocaram a reação desesperada de suas vítimas.
O “direito ao pranto”, quando nada!

Morreu antes

A goiana Zuleika Celestino, morreu duas horas antes da instalação da Comissão da Verdade. Lutava para saber sobre o filho Paulo de Tarso Celestino, advogado preso em julho de 1971 e nunca encontrado.
Morreu, 41 anos depois, chorando a morte do insepulto, sem confirmação de onde e como fora executado, tampouco localizar seus restos mortais. 

Descoberta brasileira

Leonardo de Oliveira Bodo, 17 anos, aluno do Colégio Danthe Alighieri descobriu que na teia de aranha existe um antibiótico poderoso, capaz de – como o demonstrou em laboratório – combater bactérias, vírus e células cancerosas.
O trabalho, ao lado de outros realizados em escolas públicas e privadas, onde participaram 33 jovens entre 15 e 18 anos que fazem o ensino médio, num universo de 1.500 participantes de 70 países. (Do G1).
Foi um dos sete brasileiros premiados na Intel Isef (Feira Internacional de Ciências e Engenharia), encerrada na sexta 18, em Pittsburgh-Pensilvânia, nos Estados Unidos.
A origem da escola frequentada pelos meninos cobra-nos um reconhecimento em relação aos que se encontram comprometidos com a educação no Brasil.

Prêmio

Ao que parece, o Congresso estadunidense não atendeu ao seu pedido, traduzido no “esqueçam o que escrevi”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acaba de ser agraciado com o Prêmio John W. Kluge, concedido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, concedido a figuras que se destacam em estudos da humanidade, por seu trabalho acadêmico. O prêmio repercute em 1 milhão de dólares para o bolso de FHC.
Considerando que o único trabalho acadêmico de peso de FHC, em parceria com o chileno Enzo Faletto, é “Dependência e Desenvolvimento na América Latina” (1969), onde defende(m) a famosa teoria da dependência como condição para o desenvolvimento latinoamericano, uma teoria em defesa da submissão dos países da América Latina aos investimentos estrangeiros como solução para as dificuldades, temos que a premiação é por demais justa.
Entendendo como oportuno é sugestão ao Congresso estadunidense acompanhar o trabalho em favor da Humanidade, em nível de Brasil e brasileiros, para reconhecimento aos trabalhos de Celso Furtado, Paulo Freire, Josué de Castro, Milton Santos.

No colo de Juvenal

A luta histórica dos ceplaqueanos para fugir ao desmonte perpetrado a partir de Delfim Neto (com Figueiredo), e Collor, encontra alento na iniciativa da Presidente Dilma Rousseff de reconhecer uma carreira científica para alguns de seus quadros. Assim como a retomada de concursos, que não ocorrem há décadas o que tem contribuído para o esvaziamento da instituição.
Coincidência ou não, pode ocorrer na era Maynart.

Tempo de plantar, tempo de colher

Abril e maio estão sendo meses de “São José” para as articulações político-partidárias. Colheita aguardada, anunciada para junho.
Algumas espigas podem não ser as ansiadas, mas serão recebidas com festa e elevadas à grandezas nunca imaginadas.

Outro calo

A criminalidade em Itabuna assusta pela dimensão que vai assumindo. Os fatores são vários. Um particularmente registra a olho nu o avanço: a tráfico de drogas. A partir dele o elevado número de homicídios.
Torna-se público que o comando do tráfico é exercido a partir do Presídio.
A direção do presídio está nas mãos de Geraldo Simões.

Professores e criminalidade

Dentre as ações que integram a logística da campanha de Juçara, como expressão do PTdoG, estão a referência às façanhas de aliados em nível partidário. Particularmente as do Governo Federal e do Estadual.
Na seara federal a titular está bem. Na estadual, o titular está na reserva. Mais atrapalha que ajuda.
Assim pensa muita gente nesta região, onde alguns temas ampliam a imagem negativa de Wagner. Dentre eles a relação com professores e os índices de criminalidade.

O governo do Estado

Neste particular, tudo está contra o projeto de GS. Professores rachados quanto à candidatura do PTdoG; o crime comandado de dentro de uma instituição onde seus principais administradores são indicação de Geraldo Simões.
Prato feito para a campanha.

Huuuum!

Há interesse no governo estadual em apoiar Juçara, traduzida no mundo político como o braço de GS na Prefeitura? É a indagação para ser respondida a partir da imagem de Jacques Wagner construída no imaginário regional, fermentada com muita promessa e pouco resultado.

Acesso à informação

Aproveitando a oportunidade que muito pode ajudar a melhorar este país, tomemos a Lei de Acesso à Informação em relação ao Município de Itabuna. Podemos começar requerendo informações da FICC, começando pela gestão da “ex-bailarina”, “poeta”, “pedagoga” e “advogada”, especificamente sobre alguns aspectos: 1. Diárias; 2. Refeições e bebidas; 3. Aluguel de veículos; 4. Roteiro de viagens da cúpula da instituição, com o nome de cada um e o destino.

E você, Geraldo? E você, Josias? E você, Félix Jr.?

Começou a tramitar na Câmara Federal o projeto de lei aprovado no Senado que extingue o 14ª e o 15º salário dos parlamentares. A economia seria em torno de 31,7 milhões de reais por ano.
Alguns dentre os 513 deputados (apenas seis) já abriram mão das sinecuras: Policarpo (PT-DF); Erica Kokay (PT-DF); Reguffe (PDT-DF); Lincoln Portela (PR-MG); Severino Ninho (PSB-PE); Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Aguardamos poder incluir os “nossos” na galeria.

“Amoroso Chocolate”

O novo trabalho do macuquense Marcelo Ganem aconteceu na sexta 18 na Livraria Nobel do Shopping. Como lá não estivemos (aula na UESC) aguardamos nos debruçar sobre o cantor da serra do jequitibá.

Itororó

Lembrarão, os que com ele conviveram, os 14 anos de morte de Luís Gonzaga de Araújo, aos 80, no próximo 26 de maio. Particular companheiro de carnavais, no tempo em que animávamos o momesco do Clube Social de Itororó, nos final dos anos 60, foi exemplo de dignidade e respeito. Sua tenda de sapateiro, onde desenvolveu uma indústria de sandálias finas, tornara-se referência regional, não fora ponto de prosa e de “causos sergipanos”.
Instrumentista disciplinado fazia traduzir plenamente a partitura no sax alto, sua marca registrada.
Proibido de tocar, por recomendação médica, retornou a Tobias Barreto, sua idolatrada Campos, onde passou um ano, entre 1980-1981, voltando a tocar e a reger a filarmônica local. A felicidade lhe chegou como nunca!
O que poucos sabem é que aquele sax alto famoso de Gonzaga fora presente de Valmir Rosa, doado quando abandonou a vocação instrumentista depois que Senhorazinha não correspondeu à paixão que o grandalhão de quase dois metros nutria pela loura bonequinha de louça de um metro e meio.

Para os que choram

Em homenagem ao velho companheiro registraremos neste espaço dedicado à música e músicos uma das referências brasileiras, daquilo que aprendemos a ouvir nos anos 60, tocada no serviço de alto-falantes do Cine Continental a pedido de Gonzaga, onde fazíamos as vezes de locutor e animador.
O conterrâneo de Aracaju, Luiz Americano (1900-1960), exímio instrumentista que se destacou no clarinete e no sax, contemporâneo de Pixinguinha, Bonfíglio de Oliveira e Donga, que aqui nos brinda com “Saxofone, por que choras?” (1930), de Severino Rangel de Carvalho (Ratinho) (1896-1972), gravação de 1953.


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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Triste Itabuna

Limites
A Constituição do Estado da Bahia, na Seção II do Capítulo I do Título IV, que trata especificamente "Das Competências da Assembleia Legislativa", diz em seu art. 70 que "Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do governador, legislar sobre todas as matérias de competência do Estado, especialmente sobre:" ... IV - Limites do território estadual e bens do domínio do Estado, bem como criação, fusão, incorporação, desmembramento e extinção de Municípios e fixação de seus limites".

A Lei Maior do Estado da Bahia não deixa dúvidas: a "fixação" de limites entre municípios é de competência exclusiva da Assembleia Legislativa. Entenda-se Assembleia Legislativa como expressão do Poder Legislativo e que suas decisões são políticas. Quando necessário, amparadas em laudos técnicos.

Não temos acompanhado diretamente os trabalhos da Comissão Especial para Assuntos Territoriais e Emancipação da AL, onde tramitam as discussões que resultarão na fixação de novos limites ou manutenção dos atuais entre Itabuna e Ilhéus. No entanto, o que lemos no noticiário (aqui nos remetemos a O TROMBONE de quarta 16) nos deixa pasmo.

Explicamos: o apoio oferecido por órgão estadual (SEI) não tem natureza de parecer definitivo, até porque, quando muito, deve estar sustentado mais em elementos da atual demarcação.

Dizemos isto porque não é crível que pautados em honestas  e isentas análises tenham os senhores técnicos defendido que os atuais limites correspondam à realidade de cada uma das localidades. Isso porque, para Ilhéus o único interesse é o de manter uma arrecadação que decorre(rá) de empresas instaladas na periferia de Itabuna (que é o grande centro comercial da região) que lançariam no erário ilheense os recursos delas gerados.

Imaginar que alguém se instalou ali por causa das "lindas praias de Ilhéus" beira o nonsense. Também imaginar que seja lógico o transporte municipal ilheense vir à periferia itabunense, implicando em repercussão no custo da tarifa, a onerar o ilheense, chega ao risível.  

Claro é que COMPETE à AL definir os limites entre municípios baianos. Isso é decisão política. Exemplificando: caso um processo de emancipação tenha em nível de plebiscito o apoio da população, com maioria do voto SIM, e a Assembleia Legislativa entender que não deve votar pela emancipação (decisão política) nenhum recurso há contra o decisão, a não ser, caso o ocorra no aspecto formal, contra vício na tramitação em plenário etc.

Contra a vontade política da Casa não há possibilidade de intervenção judicial para alterá-la. Assim, se a Assembléia Legislativa da Bahia redefinir os limites entre Ilhéus e Itabuna é decisão definitiva.

O que vemos, com profunda tristeza é a penúria por que passa essa triste Itabuna, sem representação competente em todos os níveis. E como não bastasse isso, a mesquinhez política vai enterrando este fulgurante município - nascido da coragem e destemor dos pioneiros desbravadores - no limbo da mediocridade.

Parece que em jogo não está o futuro de Itabuna. Afinal, a arrecadação é móvel do progresso municipal. E ninguém busca que Ilhéus arrecade em seu centro industrial ou comercial para Itabuna. Como não é justo, se lógico o fosse - e não é - que a cidade que atrai empresas do Brasil, em razão de sua pujança e localização que oferece, alimente o erário ilheense.

E as discussões, que deviam pautar-se na seriedade, respeito e análise técnica, descambam para picuinha da política partidária menor. O deputado Gilberto Santana - turrão, sem assessoria técnica que lhe dê o respaldo necessário - parece falar pelos bofes, discutir o técnico sem respaldar-se para tanto e faz o jogo ilheense, quando permite que a discussão técnica fique na política bufã.

O Município de Itabuna, em si, mais parece um pobre coitado, aleijado, esperando que lhe deem muletas, tanta a incompetência dos responsáveis diretos no assunto. Não cobramos, a não ser comando, do Prefeito, mas de sua Procuradoria-Geral, a quem compete uma informação técnico-jurídica que respaldasse o gestor.

Os que lhes fazem oposição direta (a Santana e a Azevedo), leia-se Geraldo Simões e PTdoG, omitem-se vergonhosamente. Não vemos uma palavra de GS, nem de Juçara, menos de qualquer de seus zumbis em defesa de Itabuna. Parecem rir, como loucos em sanatório, das bobagens atribuídas ao deputado Santana ou da incompetência da atual administração municipal.

Também não vemos nenhum dos que se arvoram a dirigir este município fazer a mínima defesa desta sofrida terra. Assim o parece, só é interessante pelas vantagens materiais que lhes aufere a todos.

Não vemos a sociedade civil organizada (ACI, CDL, Lyons, Rotary, Maçonaria, sindicatos, associações várias etc.) emitir um mísero gesto de apoio a um tema que é capital para Itabuna neste imediato.

Tampouco sua imprensa e formadores de opinião. Não se levanta um debate em favor de Itabuna.

Amanhã, todos se arrependerão e chorarão lágrimas de sangue quando as muitas empresas que aportarão em Itabuna se instalarem no território ilheense que por direito pertence a esta terra.

Quando falarem que a arrecadação não é suficiente, e que arcará com os gastos efetivados para indiretamente atenderem ao município de Ilhéus (abastecimento de água, esgoto, infraestrutura etc.) já será tarde demais.

Triste Itabuna!   

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Surda, muda e cega

Primeiro passo
Assis Ribeiro veicula no www.advivo.com.br um artigo de J. Carlos de Assis, com o título "A derrota dos países ricos na UNCTAD", que por si só já diz a que veio.

Não nos debruçamos a falar sobre o tema, de suma importância, que revela a existência de um processo de ruptura no universo da geopolítica mundial onde os BRICs (Brasil pelo meio) vão ocupando significativos espaços na estrada da cooperação internacional. Mas de disponibilizá-lo aos que nos seguem.

Dentro de nosso comportamento, de trazer visão crítico-opinativa ficamos com dois aspectos da conclusão: 1. um pequeno passo, sim, mas, como no provérbio chinês, uma viagem de mil milhas começa com o primeiro passo; 2. o silêncio sepulcral de nossa imprensa, que parece só ter olhos, ouvidos e boca para FMI, BIRD, Banco Mundial, OCDE, Comissão Europeia etc.

No entanto, em que pese surda, muda e cega não tem como evitar que vivamos a História em construção.

Fazendo história

Derrubando tabus
A História somente a reconhecemos quando a enxergamos no passado. É da sua essência e natureza: narração de fatos ocorridos. O tempo verbal sempre no particípio, nunca no gerúndio. Razão por que não percebemos os fatos acontecendo, fazendo história, enquanto somos atores e espectadores.

A Presidente Dilma Rousseff vai ocupando espaços em temas ingratos, recusados. Assim como, ao fazê-lo, estabelece enfrentamentos.

Não escrevemos a propósito de sua mensagem lançando o Brasil Carinhoso, um programa que objetiva acelerar o processo de redução (para alcançar a extinção) da miséria absoluta, priorizando as regiões Norte e Nordeste. Mas, pelos temas e personagens alcançados por algumas de suas atitudes recentes: bancos e banqueiros, meio-ambiente e desmatadores, tortura e militares.

Já o afirmou a Presidente: "Eu vou fazer o que tem que ser feito". Demonstra pretender cumprir o dito.

Está fazendo História.

domingo, 13 de maio de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS- Dia13 de Maio

Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Sobre o livro bomba

livro bombaVagueiam no noticiário ilações sobre “Memórias de Uma Guerra Suja” (editora Topbooks), relatos/memórias do ex-delegado capixaba Antônio Cláudio Guerra aos jornalistas Marcelo Neto e Rogério Medeiros.
Duvidam da denúncia de que presos mortos pela tortura tenham sido incinerados na usina em Campos (dentre eles David Capistrano e Ana Rosa Kucinsky), porque a “boca do forno” seria pequena para corpos humanos.
Não bastasse a indefensável atuação (torturar, matar, esconder, incinerar) a defesa da impossibilidade do quanto afirmado pelo ex-delegado pode levar a uma macabra ilação: se incinerados foram no dito forno podem tê-lo sido em pedaços.
Não se imagine que torturadores tenham pruridos no afã de seu desempenho.

Cesteiro que faz um cesto...

A crueza desta consideração encontra em nós apoio ao partirmos de um fato: que circunstância levou o ex-delegado a registrar nas ditas memórias a existência de incineração, inclusive dando nomes de vítimas? Enlouqueceu? Somente arrependeu-se de manter escondido o que assistiu?
A gravidade das denúncias, considerando a “loucura” dos extremistas dentro do regime, encontra amparo em fatos já conhecidos, como a morte de Stuart Angel – amarrado à saída da descarga de um veículo e arrastado pelo pátio do quartel onde fora torturado – ou de Mário Paiva – empalado durante a tortura.
Sem esquecer do projeto de Burnier de explodir o gasômetro da cidade do Rio de Janeiro em 1968 (frustrado pela recusa do capitão Sérgio “Macaco”) para atribuir responsabilidade aos comunistas ou a bomba do Riocentro onde dezenas ou centenas morreriam pisoteados, não fora a Providência Divina tê-la feito explodir no colo de um dos agentes responsáveis pelo atentado.
Parodiando o título do rodapé, quem faz o máximo faz o mínimo, ou vice-versa.

Desmentir ou duvidar não basta

O tema é muito grave para originar denúncias “vazias” como querem fazer crer certas “informações” ou “análises” veiculadas. Melhor apurar que desconsiderar. Afinal, se “Memórias de Uma Guerra Suja” é mentira puna-se o mentiroso. Se verdadeira, total ou parcial, conheça-se a verdade.
Não fora uma solução simples: indiquem, os que o sabem, onde estão os corpos dos desaparecidos. Porque não há como não o estejam. Que o digam os familiares, que ainda buscam pelos seus corpos.

Como sempre

Foi para as calendas a recente pretensão de taxação das grandes fortunas, imaginada através de uma Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF), cujos recursos seriam destinados exclusivamente para a saúde. Ainda na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal.
Autores da façanha: uma inusitada aliança entre deputados vinculados a CNI e integrantes das bancadas católica e evangélica.
As grandes fortunas continuam imunes. Ou seja, impunes.
Já a classe média... 

Utilidade pública

Com o aproximar dos dias do anunciado fim do mundo com o julgamento da Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal, que envolve fatos vários e diversos apelidados todos de "mensalão", não custa disponibilizar o que seja disponibilizável, como forma de não ficarmos tão só na dependência do que o noticiário entenda deva ser publicado.

Eis a nossa contribuição: a íntegra do relatório do Ministro Joaquim Barbosa.
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/relatorioMensalao.pdf

Descobrirá o leitor, por exemplo, que não foram encontradas provas com relação a Luiz Gushiken. Apesar de tripudiado por parcela da mídia.

Particularmente vemos nos fatos muito de "caixa 2" de campanhas eleitorais e não compra de votos ou apoios. Tanto que, de início, o Relatório se refere à fonte de tudo: o governo de Azeredo (PSDB), em Minas Gerais, objeto de outro processo, onde tudo começou.

O lugar comum - o "caixa 2" - onde bebem todos os partidos e a quase totalidade dos políticos para suas campanhas, enquanto não houver o financiamento público."

Basta explicar!

O Procurador-Geral da República Roberto Gurgel foge de responder às indagações de haver segurado o inquérito da Operação Vegas. Diz ser coisa da turma do “mensalão”.
Que tivesse razão na sua argumentação (chinfrim, por sinal) caberia pelo menos explicar a razão por que do engavetamento, somente liberado depois das cobranças públicas.

Apodrecido

Os rumores da podridão que alcança os poderes da República causam orgasmos nos que alimentam o golpismo como solução maior. Golpismo que não pode ser compreendido hodiernamente tão só como a derrubada pura e simples do poder legitimamente constituído, como em 1964, mas por sustentar os meios que asseguram às elites, mormente a financeira, o controle do Estado, não mais pelas armas.
Nesta defesa o Quarto Poder – a imprensa – ocupa o espaço, manda e desmanda, incólume. Ainda que assumindo interesses escancaradamente o faz afirmando estar informando quando está catequizando.
A CPI do Cachoeira tem tudo, se o quiser, para averiguar o grau de seriedade dos que publicam “informações” muitas vezes não confirmadas mas que corresponderam às pretensões, como reportagens voltadas apenas para atender interesses do bicheiro e dos comparsas. Dentre eles o senador Demóstenes Torres.

Imagem

A ficamos a imaginar o que pensará o mundo do Brasil, singular país que disponibiliza a polícia, parcela da grande imprensa, a Procuradoria da República e até o Judiciário em desabalada corrida atrás de denúncias originadas de bandidos voltadas para distraírem autoridades de suas próprias atividades, enquanto aqueles ocupam o próprio Estado e mesmo sonham em plantar quadros no Supremo Tribunal Federal como ansiava Cachoeira em relação ao senador Demóstenes Torres, tornado paladino da moralidade pela Veja a pedido do criminoso.

Satanás pregando quaresma

O Globo, em editorial na terça 8, assumiu a defesa de Veja (envolvida até às entranhas com Carlinhos Cachoeira) quando defende a não ida de jornalistas à CPI como forma de reconhecer o valor da fonte de informação. Ou seja, em defesa da fonte tudo vale, aainda que criminosa e para fins nada louváveis.
Quando o crime passa a ser reconhecido como fonte privilegiada então descobrimos que o Quarto poder cai de podre.

Paris

A capital francesa tornou-se sede do cinema brasileiro, que pelo segundo ano consecutivo homenageia Jorge Amado. Nesta 14ª edição do Festival do Cinema Brasileiro de Paris, de 9 a 22 de maio, serão projetados 30 filmes, dentre eles “Capitães de Areia”, de Cecília Amado, que abrirá o Festival.

Carisma à brasileira

carismaHá um temor velado a partir da CPI do Cachoeira. A cachoeira de detritos que alcançará poderes da República, políticos deste Brasil, imprensa deste país varonil.
Fiquemos com a charge de Alpino. E percebamos a nova dimensão semântico-conceitual de carisma.

vejacommedoA sociedade alerta I

Parcela da sociedade busca ver reconhecida a necessidade de uma postura ética por parte da imprensa. Em nenhum momento censura. Mas ter a certeza de que a informação não se sustente em interesses, distorções ou mentiras. Como tem ocorrido com a atuação da revista Veja nos últimos anos.
À guisa de ilustração, alguns exemplos: 1. A “Escola dos Horrores”, de 1994, denunciava a Escola Parque por abusos sexuais de crianças. Denúncias infundadas, nada provado. 2. Os “Tentáculos das FARC no Brasil”, em 2005: afirmativa da revista de que a guerrilha colombiana financiava a campanha de Lula. O MP investigou; nada provado. 3. Assim como “Os dólares cubanos para a campanha de Lula”, também de 2005, matéria de capa até hoje não comprovada. 4. Em “José Dirceu mostra que ainda manda em Brasília”, de 2011, utiliza-se até invasão de domicílio, não fora a tentativa de plantar escutas ilegais. 5. “Parece Milagre” catequiza o leitor a consumir um remédio para emagrecimento que a ANVISA considerava de elevado risco para a saúde da população. 6. Com “Militante do PCdoB acusa Orlando Silva de montar esquema de corrupção” envereda por denunciar sem apresentar provas. 7. “Só nos sobrou o Supremo”: entrevista com o senador Demóstenes Torres, a pedido de Cachoeira, para alimentar a caminhada daquele para o Supremo, desde que “ingressasse no PMDB” como o dizia o próprio contraventor.

A sociedade alerta II

Não nos esqueçamos da morte de PC Farias, em 1996, onde a Veja, com a conivência de Badan Palhares afirmava que PC fora assassinado pela namorada. Uma mentira deslavada, reconhecida pelo STF como crime encomendado.
Sem faltar aquele boi com tomate, nos idos de 1983.
Sensacionalismo, oportunismo, associação com o crime, conspiração contra instituições democráticas e o próprio Estado, favorecimento à organização criminosa, manipulação da opinião pública, campanha eleitoral subliminar, auferimento de vantagens através de acordos clandestinos com organização criminosa, calúnia, injúria e difamação etc., não pode ser defendido como liberdade de expressão.
Através da rede a campanha

Não empolga

O convite do deputado Augusto Castro a Adervan (PSDB) para ser vice na chapa encabeçada por Azevedo é tentativa de conciliação interna e vazia quanto ao resultado.
Se não houver uma hecatombe que leve Renato Costa à possibilidade de competir diretamente com Juçara, Azevedo já o tem como companheiro de chapa. Como a possibilidade de Renato alcançar tal densidade eleitoral está no plano do “maior milagre” na existência da Humanidade a iniciativa do deputado Augusto Castro entra no rol de ação típica de “Cavaleiros de Granada” aqueles que em alta madrugada...
No mais, aguardar junho para conferir.

FICC fiasco

A FICC não se emenda. A gestão da “ex-bailarina”, “poeta”, “pedagoga” e “advogada” aprofunda o desastre da imagem da administração Azevedo (mais uma).
Desta vez o calote na turma que venceu editais e está até hoje sem receber.

Itabuna canta Jorge Amado em Itacaré

evaEm sua 10ª edição a Feira do Livro de Itacaré, realizada na sexta 11, tendo por tema O Brasil tem um grande autor, ele se chama Jorge Amado. A iniciativa da Escola João Gomes de Sá tem atualmente a produtora artística Natália Gomes como uma das responsáveis pelo evento.
A convite lá estiveram os grapiúnas Eva Lima e Ari Rodrigues. (Mais detalhes na matéria original, no Blog da AGRAL).

Tudo em banho-maria

Semana morna para os lados de GS. Perdeu um quadro na Câmara Municipal. Mas respira a aliança do PR com o Governo, a partir da nomeação de César Borges para cargo na área federal. Sonha com aliança PTdoG-PR em Itabuna.
Na outra ponta, espera bombeiro para apagar o incêndio causado com desdobramento da sindicância que, estranhamente, em vez de determinar apuração de irregularidades no órgão e o período em que provavelmente ocorreram, de logo definiu responsabilidade e autoria: Miralva Moitinho. (Comentado em “DIREC-7” no http://adylsonmachado.blogspot.com. de 9 de maio).
Com o currículo recente (demissão de jornalista na BAMIN) fica complicado para GS convencer o cidadão comum de que não tem nada a ver.

Do outro lado do mundo

A rede nos permite descobrir pérolas. Como o trabalho do coral esloveno Perpetuum Jazzile, que cultiva o hábito de interpretar música brasileira. Escolhemos, da apresentação no “2010 Concert in Ljubljana”, na Eslovênia, essa singular “Wave”, de Tom Jobim.
Não fora o excelente arranjo (inclusive sonorizando o movimento de ondas, no início), as vozes afinam-se perfeitas e parecem ter sido ensaiadas e regidas pelo próprio Tom.
Surpreende-nos a perfeita interpretação em português, sem sotaque, no final.


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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

sábado, 12 de maio de 2012

Novo paradigma

Vai incomodar
Lei aprovada pela Câmara dos Deputados, assim que sancionada pela Presidente Dilma, vai elevar o prazo prescricional para o crime de pedofilia.

O projeto de lei teve origem dentro das conclusões dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia e estabeleceu novo paradigma para o início da contagem do prazo no caso específico. Não mais será contado a partir do fato delimitado no tipo penal, mas de quando a vítima completar 18 anos.

Vai incomodar!

MPB

Homenagem
A Música Popular Brasileira ganha Dia Nacional para homenagem, 17 de outubro, data de nascimento de Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), simplesmente Chiquinha Gonzaga.

A Lei Federal 12.264, que sacramenta a homenagem, foi publicada no DOU nesta sexta 11.

Cabe registrar que Chiquinha Gonzaga não se insere tão somente como a respeitada compositora, pianista e regente. Também por suas lutas. Dentre nossas ativistas femininas está Chiquinha, também fundadora da SBAT.

Devagarzinho a Presidente Dilma vai resgatando nomes femininos.

Inversão

A lei como solução
Sem enveredarmos pelo mérito cumpre-nos registrar que a Comissão de Juristas que responde por reformulações no Código Penal recomenda pena máxima de 40 anos para quem cometa crimes enquanto preso.

Em outras palavras, a pena máxima, de 30 anos, será estendida em mais 10.

Gostaríamos de lembrar que abrir escolas é o único meio de fechar cadeias. Dissera-o Victor Hugo (1802-1885): "Quem abre uma escola fecha uma prisão".

Vivemos a solução do endurecimento da lei enquanto nos recusamos assumir a educação como prioridade máxima para o desenvolvimento da Nação.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Estranha economia

Gastança?
O Parlamento Europeu cancela vinda a Rio + 20. A justificativa para a não-vinda de uma delegação de eurodeputados da Comissão do Meio Ambiente se sustenta no argumento de que os valores envolvidos (viagem e estada) seriam incompatíveis com a crise que vive a Europa. (Do Sul 21).

Certamente um meio de fazer sobrar dinheiro para alimentar o sistema financeiro, destinatário e beneficiário natural dos planos de redução de despesas. Afinal, o plano é dele e para ele.

Meio Ambiente! ah! Daqui a vinte anos.

Para apreciar

Utilidade pública
Com o aproximar dos dias do anunciado fim do mundo com o julgamento da Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal, que envolve fatos vários e diversos apelidados todos de "mensalão", não custa disponibilizar o que seja disponibilizável, como forma de não ficarmos tão só na dependência do que o noticiário entenda deva ser publicado.

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/relatorioMensalao.pdf

Eis a nossa contribuição: a íntegra do relatório do Ministro Joaquim Barbosa.

Descobrirá o leitor, por exemplo, que não foram encontradas provas com relação a Luiz Gushiken. Apesar de tripudiado por parcela da mídia.

Particularmente vemos nos fatos muito de "caixa 2" de campanhas eleitorais e não compra de votos ou apoios. Tanto que, de início, o Relatório se refere à fonte de tudo: o governo de Azeredo (PSDB), em Minas Gerais, objeto de outro processo, onde tudo começou.

O lugar comum - o "caixa 2" - onde bebem todos os partidos e a quase totalidade dos políticos para suas campanhas, enquanto não houver o financiamento público.

Falta de argumento

Desviando
O Ministro Marco Aurélio Mello, do STF, afirmou - a propósito da declaração do Procurador-Geral da República, de que a pretensão de levá-lo à CPI seria forma de pressioná-lo em relação ao julgamento da turma do denominado "mensalão" - que "não se pode desviar o foco" da CPI do Cachoeira, misturando os dois assuntos.

Para o Ministro, há extravagância nas declarações de Sua Excelência.

Tem razão o Ministro. Para nós, como escrevemos anteriormente, Gurgel está apelando, para não explicar o que anda muito mal explicado.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Faltando argumento

Apelando
As alegaçãoes do Procurador-Geral da República, quando instado a explicar as razões por que engavetou o inquérito originado da Polícia Federal, desde 2009, e que resultou em prisões em fevereiro deste ano à sua revelia, quando desbaratada a quadrilha de Carlinhos Cachoeira, manifestam típica apelação, por falta de argumento.

Aos que desejam que explique perante a CPI os fatos que depõem contra ele, pela inércia funcional, responde que pretendem encobrir o julgamento do "mensalão".

Bem melhor seria explicar. Bem direitinho! Para ver se convence.

DIREC-7

"Rombo milionário"
A expressão se faz em texto do Pimenta na Muqueca desta terça 8, inserido na matéria "Nova Crise no PT de Itabuna".

Não custa a investigação jornalística levantar o montante da fortuna financeira mensal administrada pela DIREC-7.

Para ocorrer um "rombo milionário" deve haver muito dinheiro em jogo.

E, para ilustrar a investigação, levantar quem assina dita documentação. E, mais um pouco além, a quem fica subordinada políticamente (indicação de quem?) dita pessoa.

Insinuações
A matéria insinua que a apuração determinada em portaria foi "assinada pelo secretário estadual de Educação, Oswaldo Barreto" e que "O titular da pasta é amigo da defenestrada".

Ou seja, se até o "amigo" determinou a apuração...

Ainda sob o prisma da investigação jornalística também recomendável levantar se algum político interessado nas apurações indicou pessoas para preencher cargos na SEC que possam repercutir interesses ou pressionando pela apuração.

E, melhor ainda, ouvir o próprio Secretário. Até para explicar o porquê de, em sede de sindicância, já estabelecer autoria quando os atos tidos como irregulares podem não ser controlados/assinados apenas por um(a) dirigente.

Nesse particular reside o risco para quem pressionou pela apuração.

Efeito bumerangue
Um passarinho nos chilreou que um político a quem aparentemente interessaria resultados negativos da apuração tentou bloquear o seu andamento. Já estava satisfeito com a repercussão, o que lhe bastava.

Ao que parece não conseguiu. Descobriu que o terreno pode ser pantanoso.

Com outra estrada para a repercussão. Tipo feitiço contra o feiticeiro. Que pode atingir pretensões eleitorais.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Envolvida

Conivente
Não há como fugir da responsabilidade. A interação da revista Veja com Carlinhos Cachoeira, em novas revelações no Domingo Espetacular, aprofunda a espúria conduta de um paradigma da imprensa que cobra ética dos outros e a "pratica" por caminhos a ela transversos.

Matérias nascidas das entranhas do bunker de Cachoeira alimentavam a revista para corresponder a interesses do criminoso e sua troupe. Uma troca de favores nada recomendável.

Mormente quando muitas vezes foram plantados ou criados fatos para alimentar o sensacionalismo político com raias de golpismo, como ocorreu com o "grampo sem áudio". Não fora invasão da privacidade alheia, como no caso do apartamento de José Dirceu no Hotel Nahoum, em Brasília.

As origens da editora Abril se sustentam em senões, quando um estrangeiro, impossibilitado pela lei de controlar órgão de imprensa no Brasil, inicia sua carreira sob os auspícios do regime implantado a partir de 1964. Victor Civita, o fundador, Roberto Civita - expulso da Argentina - o continuador. 

Por muito menos, Murdoch, na Inglaterra, está considerado inabilitado para o exercício da atividade pelo parlamento inglês.

Aqui, qualquer ilação voltada para apurar tais desmandos esbarra no lugar comum de que querem fazer censura.

Esperamos que o Brasil se mire no que de bom se faz lá fora. Afinal barão da imprensa o é lá como aqui. Assim como ilícitos praticados o são em qualquer lugar do mundo. Exigindo apuração e punição.

domingo, 6 de maio de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS Em: 06 de maio de 2012

AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Um livro bomba

“Memórias de Uma Guerra Suja” (editora Topbooks) traz relatos/memórias do ex-delegado capixaba Antônio Cláudio Guerra aos jornalistas Marcelo Neto e Rogério Medeiros sobre crimes cometidos pela repressão política do regime instaurado a partir do golpe de 1964.
Presos políticos mlivroortos pela tortura tiveram os corpos incinerados em usina de Campos (dentre eles os de David Capistrano e Ana Rosa Kucinsky). Outros enterrados em locais escondidos justamente para permanecerem “desaparecidos”.
Dentre proezas da repressão o próprio ex-delegado confessa (não é ironia) que se disfarçou de padre para tentar assassinar Leonel Brizola utilizando-se de um revólver cubano, logo que retornou do exílio. A estratégia (padre assassino) tinha o objetivo de responsabilizar a Igreja Católica e vincular o “motivo” (arma cubana) a Fidel Castro, que andaria insatisfeito do Brizola.
A operação – que chegou a ser iniciada e não foi consumada porque Brizola não desceu de seu apartamento em Copacabana naquele meio-dia – estava sob o comando do coronel de Exército Freddie Perdigão (do SNI) e comandante Antônio Vieira (do Cenimar), que também viriam a planejar a “bomba” do Rio centro.

Senões

Dúvidas estão sendo levantadas, quando alguns afirmam que o ex-delegado nem mesmo seria conhecido dos relatórios dos defensores de direitos humanos.

No ventilador

Os coronéis Juarez de Deus Gomes da Silva e Brilhante Ulstra, acusados por Guerra de envolvimento na morte do delegado Sérgio Fleury dizem que o processarão. Para eles está “louco” ou “recebendo dinheiro” para afirmar o que afirma.
Parece-nos que pode haver farinha no ventilador. Assim que exumados os corpos dos “desaparecidos” e um exame de DNA comprove sua origem, a credibilidade das “memórias” do ex-delegado não serão tão memórias.

Solução

Que alguns até queiram admitir a validade da espúria Lei de Anistia, como o faz o STF – contrariando os Tratados Internacionais chancelados pelo Brasil – mas não podemos renunciar à possibilidade de conhecer a verdade.
A cada dia mais urge a instalação da Comissão da Verdade.

Regulamentação

Os motoristas de caminhões e ônibus, mais especificamente do “transporte de passageiros e de cargas”, têm a profissão regulamentada em lei (12.619/2012), a vigorar em 45 dias de sua publicação, ocorrida na quarta 2 
Dentre outros aspectos descanso de 30 minutos a cada 4 horas de trabalho.

Como dantes...

codigoO teatro para a aprovação do novo Código Florestal revelou que este país não mudou muito, a não ser nas aparências.
E que “Casa Grande & Senzala” de Gilberto Freyre precisa ser lido para compreendermos por que isso ocorre.

Afinados I

A presidente Dilma Rousseff é interpretada por Pedro do Coutto, articulista do Tribuna da Imprensa on line, na quarta 2, como isolada na atuação de fazer a limpeza aproveitando-se da CPI do Cachoeira, Delta e penduricalhos.
Não interessa à presidenta da República a absolvição a quem quer que seja. Nada disso. Quanto mais rigor houver, na CPI Demóstenes-Cachoeira e Supremo Tribunal Federal, melhor.
Dilma, em ambos os casos, livra-se dos aliados incômodos, dos falsos amigos, os quais sempre terminam levando os que ocupam o poder a situações constrangedoras”. (in Dilma usa Delta e Mensalão para se livrar de falsos aliados).
A análise do articulista parte da circunstância de haver a Presidente mandado “colocar na internet todos os contratos da Delta Construções com o governo federal”, contrariando o que “supunham figuras do próprio PT”.
Como muitos, Coutto vê nas atitudes da Presidente Dilma uma ruptura com Lula. Pensamos de modo inteiramente inverso. Há inteira afinação e troca de conversas e opiniões com o ex-presidente. Essa nossa posição se sustenta em texto já escrito – “Lula retornando”, no http://adylsonmachado.blogspot.com/ de 3 de abril último.

Afinados II

A Presidente não rompe politicamente com ninguém. Aproveita a oportunidade, que Lula não teve, inclusive para enfrentar o sistema econômico que nos domina há décadas. Um modelo agiota, ensaiado em 1964 e consolidado, a partir de 1994, com FHC e mantido com Lula, pelas circunstâncias políticas.
O sistema faturou bilhões durante décadas à custa do emprego e da produção, do consumidor e da indústria, do comércio e dos cofres públicos. E negou oportunidade a qualquer projeto nacionalista.
Se não barrada, a Presidente Dilma deu o primeiro passo para uma arrancada econômica sólida, amparada no pressuposto de que temos tudo para desenvolver um Brasil progressista e forte.

Dilma e os bancos

A arma para sustentar a iniciativa se chama bancos públicos sob controle do governo. A lição está aí: enquanto FHC queria vender o BB e a CEF Dilma deles se utilizou para levar os grandes bancos à queda dos juros.
Eis a diferença.

Impressiona

Em nosso “Rastilhos da Razão Comentada”, de quinta 3, em http://adylsonmachado.blogspot.com/, escrevemos que nos impressiona a coragem da presidente Dilma ao enfrentar o todo poderoso sistema financeiro. Nas entrelinhas jogou a população contra os bancos privados, contrariando a máxima de que “a saudável concorrência”, do “isento mercado”, deve continuar a controlar o sistema que ele criou. Para eles, por que tirar a raposa do galinheiro quando tudo deu sempre certo para a raposa?
E lembramos que na história do presidencialismo o último a enfrentar o sistema financeiro fora Prudente de Morais, quando desafiou os credores externos. No século XIX.
A intervenção do Governo vem ocorrendo desde a assunção de Tombini e de quando este reduziu a influência do sistema bancário privado na fixação da SELIC.

Mensagem subliminar

E excelente o recado para os que querem paralisar o governo ameaçando-o com os desdobramentos da CPI do Cachoeira: “Vamos continuar buscando meios de baixar impostos, de combater os malfeitos e os malfeitores. E cada vez mais estimular as coisas bem feitas e as pessoas honestas de nosso país”.

Divisor de águas

Não há exagero em afirmar que a Presidente Dilma lançou o seu alae jacta est na mensagem de 1º de maio. Definiu o trabalhador como construtor da nação. No plano da economia a força de trabalho, e não o capital especulativo. Avançou contra os dogmas de mercado. Deu rumos ao seu governo. Estabeleceu a prioridade.
A sorte está lançada. Temos que o trabalhador a entende.

Se mexer...

bessinhaEnquanto a imprensa se mostra preocupada em defender a elite política que a apoia os tentáculos de Cachoeira vão alcançando de forma mais profunda o PSDB. O tucanato vai-se enterrando de cabeça naquela barrica onde o delegado, personagem de Mário Palmério em “Chapadão do Bugre”, arrancava confissões.

Tiro no pé

A arma utilizada era vincular a Delta ao PT e ao PMDB. Aí aparecem contratações bilionárias do governo paulista, desde tempos de Serra. Assim como possíveis ligações com o Paraná de Beto Richa. Alagoas, de Vilela. E não se fale em Goiás, pátria amada e idolatrada e de onde se irradia a pilantragem que está vindo à tona.
A sujeira hoje atribuída com exclusividade ao PT pela grande imprensa (o PiG de PHA) tem um DNA recente no PSDB. Aquele mesmo PSDB do “mensalão” mineiro com Marcos Valério que o PT se utilizou. Tudo começando com Sérgio Motta, o tesoureiro arrecadador.

Escondendo

No noticiário que decorre da CPI do Cachoeira tudo tem sido divulgado, desde que envolva políticos e governos.
De fora, protegida por uma carapaça, não sabemos até quando, a participação da revista Veja.

Escola pública domina premiação

Todos os vencedores, nove, do Concurso de redação Camélia da Liberdade, discorrendo sobre o tema “Luíza Mahin: Uma Rainha Africana no Brasil” são de escolas públicas ou de pré-vestibulares sociais. (da Agência Brasil para o Correio Brasiliense).

GS x Miralva

Geraldo Simões, por mais que evitemos, não deixa o noticiário. Dele teria partido a “recomendação” de abertura de sindicância na Direc-7 para apurar possíveis irregularidades “atribuídas a ex-gestora Miralva Moitinho”.
Aguarde-se chumbo grosso.

Dois lados

Caso venha a se confirmar que GS “recomendou” a instauração de sindicância para apurar irregularidades “atribuídas” a Miralva Moitinho teremos mais uma vez o lado perseguidor de Geraldo. Não o que o norteou no passado, o republicano ou o da transparência.
Dizemos isso porque GS não tem sido tão interessado em ver apurados desmandos, uma vez que assume a defesa de corrupção praticada por seu indicado Aldo Bastos no CCAF.
O detalhe para justificar a dúbia postura reside no fato de que Aldo exerce como poucos a gloriosa função de “amarrador de cadarços” enquanto Miralva reagiu quando alcançada pelos blocos do “eu sozinho” do PTdoG.

O que está por trás

Geraldo Simões quer afastar Miralva da direção do PT local. Como foi ele que defendeu o seu nome para a Executiva tira uma de bonzinho. 

Cheiro

Os manuais de Direito Administrativo têm a sindicância como instrumento para levantar autoria ou indícios de autoria e de materialidade de ilícitos para constituir prova material para procedimento administrativo disciplinar (inquérito) ou judicial. No entanto, o teor da Portaria 4.518/2012, de 04.05.2012, de logo estabelece a autoria e certamente fica a dedução de que busca apenas a materialidade.
A coisa cheira a política. Inteiramente dispensável a expressão “...apurar irregularidades ocorridas na Diretoria Regional de Educação – DIREC-7, atribuídas a ex-diretora Miralva Moitinho Sousa...”. (A não ser enxovalhar a reputação da sindicanda antes mesmo que ocorra a conclusão dos trabalhos).
Redação menos política determinaria a apuração, os possíveis fatos (irregularidades em quê?), órgão e o período a que se limitaria a apuração (ano tal, biênio tal etc.).

Do “L’ état c’ est moi”...

Se tivéssemos que nos preocupar já teríamos enveredado para a autoimolação. O fundamentalismo petista sob o condão de Geraldo Simões e seu PTdoG está levando ao paradoxo da defesa da democracia desde que seja a minha. O pensamento único desenvolvido por GS sob a metalinguagem do possessivo faz com que seus seguidores não admitam a menor crítica ao método, tornado dogma de fé. O que o oráculo GS diz é lei, é definição e definitivo. Insuscetível de questionamento. Coisa de um deus olímpico e seu mantra: eu e o meu.
Até quando levantamos a discussão do risco posto a fomentar a tragédia itabunense com a continuidade dos desmandos e descasos que vão alimentando uma cultura peculiar para a administração local, em todos os níveis institucionais, não atendemos à doutrina dos seguidores do PTdoG.

...à “La verité cett’ est moi”

É que a tragédia não está na derrota de Juçara, caso ocorra, mas na vitória do sistema vigente e sua continuidade. A ruptura deste sistema vem sendo retardada pelas imprecações de Geraldo Simões ao impor a sua vontade individual como vontade fora de uma comunidade. Não admite que outros ou outros meios sejam o caminho da ruptura. Como onipotente decidiu que só ele é o meio. Fora dele não há salvação. Tornou-se uma paródia do “L’état c’est moi”, de Luiz XIV, com a “La verité cett’est moi”, dita pelo napoleônico grapiúna GS.”
E os que enxergamos a tragédia em continuidade, sabendo-a pautada no dogma do PTdoG, ainda que lutemos para reverter o andar da carruagem nos defrontamos com zumbis de GS reproduzindo o mantra de que só ele é a salvação.

A Ceplac d.M.

Assusta-nos o salto que representará para a Ceplac a sua participação na Conferência Mundial do Meio Ambiente Rio + 20, da ONU, em junho, no Rio de Janeiro. A proposta ceplaqueana já repercute em jornais do Sudeste.
As coisas na Ceplac em tempos mais pretéritos muito foram marcadas pela defesa de interesses de grupos. A nova atuação certamente se constituirá numa ruptura. Porque valoriza o seu quadro científico, sem dispensar contribuições de terceiros – desde que atendam ao interesse da sociedade regional, e não os “privilegiados” tradicionais.
É a Ceplac depois de Maynart. Não custa esperar os desdobramentos. Afinal, os interesses podem não ser os mesmos, mas que los hay hay.
Fica a esperança de que a sociedade contribua para que o atual superintendente não se torne Dom Quixote... ou defunto, se voltarmos à práticas de antanho.

Desdobramentos

A tardia solução do Supremo Tribunal Federal para o conflito que envolvia a reserva Paraguaçu-Caramuru, anulando títulos de propriedade concedidos pelo Governo da Bahia em área indígena, pela forma como foi alcançada, despertará desdobramentos.
Em que pese a realidade distinta (não há títulos concedidos em discussão) a forma de luta que fez precipitar a decisão pode desencadear um movimento de invasões em áreas pretendidas pelos tupinambás de Olivença.
Intranquilidade à vista.

Excelente I

Repercutiu a disponibilização neste espaço do sítio http://www.excelencias.org.br/ como instrumento para qualquer cidadão conferir a vida patrimonial e judicial de políticos do Poder Legislativo. A de Geraldo Simões foi o primeiro destaque, natural, pela evidência que representa no universo local.
Mas todo e qualquer político com mandato legislativo tem seus dados disponibilizados.

Excelente II

Também repercutiu o http://www.portaldatransparencia.gov.br/ para os convênios celebrados entre o Governo Federal e entidades sediadas em Itabuna. Desde o Município até instituições outras.

FICC fiasco

Ainda vai render aquela anunciada abertura do antigo Cine Itabuna, que seria o Cine Teatro Jorge Amado. Que ficou só no release quando Azevedo disse nada saber do projeto, tampouco a Prefeitura teria como assumi-lo.
Tem coisa mal contada ou contada pela metade.

Ceren Baran


Encantador o trabalho da turca Ceren Baran, em “Walk Dance”, do servo-croata Miroslav Tadic. Nos veio a lembrança “Blue Rondo A La Turk”, de Dave Brubeck, em muitas frases da execução.
A pesquisa nos levou a saber que Tadic (que tem acento agudo no c) completou sua formação musical nos Estados Unidos. Bebeu Brubeck, com certeza.
Vejamos uma e outra.


Cantinho do ABC da Noite

cabocoObservação alencarina a partir do balcão do ABC da Noite, definindo o cliente rarefeito no ambiente, que acaba de entrar:
– Paletó de maçonaria. Só circula na rua em dia enterro de maçom.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum